31 de dezembro de 2010

Aquisições de Dezembro - parte II

Porque a Slayra gosta de me estragar os planos ( :P ) cá estou eu a terminar o ano com mais aquisições. Mas a culpa não é só dela... perante a possibilidade de ter um vale da Bertrand comprei O Homem de Sampetersburgo do Ken Follett em versão livro de bolso (gastei 10€ para ter um vale de 10€ :P ) e perante o ENORME desconto que a Tema estava a fazer em áudio-livros trouxe The Year of the Flood da Margaret Atwood, em versão unabridged e ainda com música e letras da autora! Pareceu-me um bom investimento. :)

Já a Slayra *abraça* ofereceu-me Changeless da Gail Carriger e a antologia Steampunk editado por Ann e Jeff VanderMeer.

E agora sim acabaram as aquisições de 2010, até porque já é de noite e não me parece que alguém me venha oferecer livros. Amanhã inicia-se então o controlo dos custos do vício. A ver vamos quanto gasto e poupo em 2011. :)

Este ano e o próximo

Chegado o fim de mais um ano, como que se impõe um olhar para trás, às promessas feitas para o ano que acaba, e fazer um pequeno balanço de modo a perceber se cumprimos os nossos objectivos. Bem, tendo em conta que em termos literários tinha pensado, para 2010:
continuar com as minhas pilhas (numa tentativa de ler os livros que tenho cá por casa), vou tentar comprar menos livros e frequentar com mais frequência as BLX. Também estava a pensar fazer meses temáticos
parece-me seguro dizer que o saldo foi positivo. É verdade que comprei e adquiri muitos livros (Novembro foi uma loucura!) mas também li muitos emprestados, tanto pelas BLX como pela Slayra. *abraça* Isto é para continuar em 2011 (talvez não com tantos empréstimos da Slayra que devolver e emprestar tantos livros dá uma grande dor de costas :P ) numa tentativa de diminuir os livros por ler que tenho por casa e poupar alguns trocos, já que infelizmente os tempos não são de fartura.

Quanto aos meses temáticos, fiz apenas 1 dos 3 pensados (tinha pensado fazer sobre Japão, autores portugueses e China, mas só o primeiro foi em frente) e que se prolongou por mais de um mês. No entanto gostei de me dedicar a um tema e escrever um pouco sobre ele, pois senti que aprendi um pouco mais e li autores que provavelmente não me passaria pela cabeça ler. Daí querer continuar com esta rubrica, mas tenho de escolher bem o período para me dedicar a temas (Maio e Junho são meses a evitar!). Em princípio deverei fazer um mês dedicado a autores de língua portuguesa, já que são muitos os livros que tenho por casa e que tenho curiosidade em ler (acrescida depois de ter lido Gloria in Excelsis, as mais belas histórias portuguesas de Natal), apesar de os relegar constantemente para um segundo plano.

Não tinha nenhuma meta de livros a ler este ano, ao contrário do ano passado, mas foi com alguma satisfação que vi o número chegar aos 50 livros (ainda que alguns fossem livros divididos em 2 volumes). Não pensei que tivesse lido tanto, já que houve meses fraquitos em termos de leituras. Dentro desses 50 li variados géneros, tendo o romance histórico, juntamente com a fantasia, sido os mais predominantes. Fiz três grandes descobertas, Julia Quinn, Sarah Addison Allen e Jacqueline Carey foram autoras que me encheram as medidas; já no canto da desilusão aponto Robin Hobb e Emily Brontë, pois tinha muitas expectativas para os seus livros e no final não apreciei por aí além. :/

No fim de contas, até não foi um mau ano. Seguindo, mais ao menos, o que fiz no início deste ano mas referente ao ano passado, segue o que de melhor e pior passou por aqui em 2010.

Melhor livro: Provavelmente O Dardo e A Marca de Kushiel. Devido à sua escrita belíssima e às personagens brilhantes, este deve ter sido o livro que mais me entusiasmou este ano.

Livro decepção: O Monte dos Vendavais pois esperava muito mais deste clássico da literatura. Não gostei dos personagens e não consegui, de todo, relacionar-me com elas. Talvez o tenha lido na altura errada, pelo que será para reler mas este ano foi a decepção.

Melhor capa: A capa de Of Mice and Men é linda. Muito simples e ilustra uma cena do livro. Acho que todas as capas deveriam ser assim. As capas dos livros da Charlaine Harris também são muito elegantes e as da Sarah Addison Allen dão a conhecer o carácter mágico do romance, ainda que tenham cores muito garridas e de que não sou particularmente fã. :P

Pior capa: Há semelhança do ano passado, uma capa em que podiam muito bem ter-se concentrado ou na moça ou no jardim. Agora a moça por ali a pairar meio translúcida estraga e não dá nenhuma harmonia, a meu ver, à capa.

Autor surpresa do ano: Já referi as três autoras que mais me fascinaram este ano e que espero continuar a acompanhar - Julia Quinn, Sarah Addison Allen e Jacqueline Carey.

Melhor personagem: A macieira de O Jardim Encantado! Achei fenomenal a ideia de uma macieira que tem o que dizer e que tem um carácter muito forte e magnético, é difícil não gostar dela. Quero uma macieira assim, que desate a atirar maçãs para ser ouvida. :D

Já no que diz respeito a 2011, gostaria de dinamizar o blog. Já o tentei fazer em 2010, com publicação de opiniões sobre os mais variados temas e coisas que me passem pela cabeça. Era para ser uma rubrica quinzenal mas, como sempre acontece, ou faltam-me temas, inspiração ou tempo. Vou tentar continuar com o mesmo este ano, mas estejam avisados que a periodicidade deverá variar. Se quiserem propor temas, também aceito sugestões.

Também vou tentar ver e comentar mais filmes e séries, já que não é só de livros que vivo e, apesar de este blog ser quase um repositório de críticas a livros, nasceu com o intuito de abranger variadas áreas e actividades a que me dedico. Por isso se aparecer algum post dedicado a crochet, costura ou cozinha, não estranhem.

Outro objectivo para o ano que começa é participar em bookclubs nos sites Dreams and Speculation e Jawas Read, Too! dedicados às escritoras de ficção científica e fantasia, bem como no Calico Reaction que tem um Alphabet Soup, mas a minha participação vai estar condicionada aos livros que possua ou estejam disponíveis na biblioteca, pelo que devo participar uma ou duas vezes. :/

Falando em Calico Reaction...Para 2011 resolvi alterar a classificação a usar para estar mais de acordo com a maneira como avalio os livros. É capaz de ser um pouco mau e algo injusto de se dizer, mas a verdade é que penso em termos de dinheiro investido na compra, pelo que resolvi mudar de gostei/não gostei para vale/não vale o dinheiro gasto. Como sempre achei piada à classificação do blog mencionado, resolvi adaptá-la e a partir de agora vou usar esta classificação:
  • Para ter na estante - aqueles livros para ler e reler, para guardar e aconselhar a toda a gente. Se foi comprado está guardado num lugar especial, se não foi é para comprar o quanto antes!

  • Vale o dinheiro gasto - livros que me agradam e que no final se revelam um bom investimento. Se forem emprestados posso ponderar a sua futura compra.

  • (Se fosse) Emprestado e pouco se perde(ria) com isso - livros mais ou menos. Se emprestado fico contente por não ter gasto dinheiro nele e talvez até leia a continuação (no caso de séries) se estiver disponível na biblioteca. Se adquirido provavelmente será dado e, no caso de ter continuação, não me parece que queira gastar dinheiro, prefiro pedir emprestado

  • Com tanto livro e tive de pegar neste - aqueles que acabam por se revelar uma perda de tempo e dinheiro, tenha sido emprestado ou comprado.

  • Não acabei - acho que diz tudo.

Mais uma vez aceito sugestões se acharem que a classificação pode ser melhorada. Tento sempre manter as coisas simples, daí adoptar 5 pontos, mas se acharem que mais um ou dois possam ser mais esclarecedores é só dizerem que eu prometo pensar nisso.

Outra coisa que vou implementar, e que já tinha dito aqui, é calcular o “Custo do Vício” e que pode ser acompanhado na barra lateral do blog.

Bem, acho que é tudo. Boas leituras e bom ano novo!

27 de dezembro de 2010

Aquisições de Dezembro

As últimas aquisições do ano e, espero, dos tempos mais próximos. Este mês recorri sobretudo ao BookMooch, de onde me chegaram Because You're Mine e Devil in Winter, da Lisa Kleypas, e Falling for You, da Jill Mansell. Em 2011 devo receber mais alguns que pedi durante este mês mas depois disso o número de pedidos deve descer, já que tenho muitos livros que pedi numa pilha enorme por ler...

Também tenho frequentado as BLX, como não podia deixar de ser e que será um hábito a manter em 2011. Trouxe Crimes de Natal, uma antologia de contos policiais. Apetecia-me ler algo passado nesta época festiva e clamava por algum sangue pelo que pareceu-me indicado. Infelizmente ainda não consegui ler (festas em família e gripe - com as suas enormes dores de cabeça - não deram tréguas nem um tempinho para ler) pelo que tenho de renovar o período de leitura. Também trouxe Gloria in Excelsis - As mais belas histórias portuguesas de Natal, uma antologia de contos natalícios de autores portugueses escolhidos por Vasco Graça Moura, que é simplesmente magnífico e a comprar! Os autores portugueses aqui representados têm realmente me surpreendido e nem posso acreditar que estava a perder belíssimas histórias!

Como prenda de Natal recebi unicamente Eu, Maria Pia de Diana de Cadaval. Tenho algum fascínio por esta rainha, e não só por razões profissionais, e foi com alguma surpresa que o recebi pois não estava de todo à espera. Parece interessante, mesmo que ficcionado e sendo contado na primeira pessoa.

Agora é ver se em 2011 consigo diminuir as aquisições, e mais importante, se diminuo o número de livros que pairam cá em casa por ler...

18 de dezembro de 2010

Castle

Informação técnica no IMDb.

Criador: Andrew W. Marlowe
Actores: Nathan Fillion, Stana Katic, Jon Huertas, Seamus Dever
Nota: 4/5

Mais uma vez a leitura à noite tem sido relegada para segundo plano devido a uma série televisiva. Andei nos últimos tempos a acompanhar a segunda série de Castle, que tinha vindo a passar no AXN.

Castle deve o seu nome ao personagem principal, Richard Castle (Nathan Fillion), que após matar o seu herói de livros policiais, se vê perante um bloqueio de escritor. Quando aparece um assassino que recria os assassinatos dos seus livros, a ajuda de Castle é solicitada e conhece, deste modo, aquela que se vai tornar sua musa, a detective Beckett (Stana Katic), e que o leva a criar uma nova personagem. Graças aos seus conhecimentos na esfera política e social, Castle consegue então autorização para andar a reboque de Beckett ajudando-a a resolver os mais variados casos.

A curiosidade em ver esta série vem do facto de, mais nova, ter adorado outra série que tinha como personagem principal uma autora de livros policiais. E tal como havia adorado aquela, também Castle já tem um lugarzinho especial. Para começar, a série é hilariante. Segundo, o elenco é fenomenal, havendo uma grande química entre todos, conseguindo fazer com que as piadas resultem. Além disso, gostei que convidassem autores de livros policiais (tal como James Patterson) para aparecer na série onde jogam póker com Castle, ajudando-o a resolver alguns dos problemas mais complicados; e adoro os trocadilhos que fazem, não só chamando a atenção quando os crimes são semelhantes a histórias já contadas em livros (caso do episódio "Double Down" que se assemelha a Strangers on a Train de Patricia Highsmith) mas também adorei um episódio (e penso que foi esse episódio que me fez oficialmente fã) em que os actores piscavam o olho, por assim dizer, a personagens que tinham desempenhado em outras séries, assim Nathan Fillion apareceu como Captain Malcolm "Mal" Reynolds de Firefly e Jon Huertas como Sgt. Antonio Espera de Generation Kill. Devo dizer que nunca vi estas duas séries, mas por falta de oportunidade pois há muito que se encontram na lista de séries por ver.

Castle é uma série bastante engraçada, com mistérios que nos fazem puxar pelas célulazinhas cinzentas (como diria um famoso investigador também ele saído da pena de uma autora) e com um elenco fenomenal, onde se nota um grande à vontade e uma grande cumplicidade. Imagino as gravações, devem ser um fartote de riso. E espero que sempre assim seja, já que é uma série ligeira que dá muito gozo ver. É quase tão boa como um bom livro. :P

E por falar em livro, já foram publicados dois livros que Castle escreve baseado em Beckett, Heat Wave e Naked Heat. As críticas do primeiro dizem que fica atrás da série mas até tenho curiosidade em ler.

15 de dezembro de 2010

Flashman, a odisseia de um cobarde (Flashman, Livro 1)

Autor: George MacDonald Fraser
Género: ficção histórica
Editora: Saída de Emergência | Nº de páginas: 256
Nota: 3/5

Resumo (do site Goodreads): Ele é um mentiroso, ele é um cobarde, ele seduziu a amante do próprio pai. Ele é Harry Flashman e esta é a sua deliciosa odisseia. Dos salões vitorianos de Londres às fronteiras exóticas do Império, prepare-se para conhecer o maior herói do Império Britânico. Pode um homem que foi expulso da escola por andar sempre bêbado, que seduziu a amante do próprio pai, que mente com quantos dentes tem e é um cobarde desavergonhado no campo de batalha, protagonizar uma série de triunfantes aventuras na era vitoriana? A escandalosa saga de Flashman, herói e soldado, mulherengo e agente secreto relutante, emerge numa série de memórias campeãs de vendas em que o herói gingão revê, na segurança da velhice, as suas proezas na cama e no campo de batalha.

Opinião: Sendo fã da série Sharpe (série televisiva e livros da autoria de Bernard Cornwell), este livro suscitava alguma curiosidade ainda que se focando num tipo de herói bastante diferente. Flashman é egocêntrico, cobarde e decide, na velhice, escrever as suas memórias, que são posteriormente encontradas numa caixa de chá, talvez guardados por algum familiar envergonhado.

Gostei da narração na primeira pessoa e da ideia do autor pegar numa personagem de outra obra e imaginar como teria sido a sua vida, mas não adorei o livro como esperava. Para começar, a maneira como ele trata as mulheres é algo deplorável, ainda que não deixe de ser bastante credível se tivermos em conta a época, a situação e o carácter da personagem (e confesso, fiquei satisfeita com o final, julgo que tem o que merece). Também não achei a história assim tão engraçada e hilariante, como havia lido em outras críticas. Onde ganha é, sem dúvida, ao descrever o início da Primeira Guerra Anglo-Afegã (1839-1842) sobre a qual nada sabia. É-nos dado a conhecer um pouco do domínio inglês no continente asiático, nomeadamente na Índia de onde avançaram posteriormente para o Afeganistão, derrubando o reinante anterior e colocando no seu lugar um “fantoche” britânico de modo a impedir que o Império Russo ganhasse domínio sobre o território de onde poderia depois assaltar a Índia britânica.

Flashman, tendo sido expulso do colégio, resolve ingressar no exército, esperando uma vida calma e cheia de glamour, por assim dizer, mas um revés no seu destino manda-o para Ásia onde se vem a encontrar no meio (literalmente) do conflito latente entre afegãos e anglo-saxónicos. O protagonista leva-nos então a conhecer as personagens que foram decisivas à eclosão do incidente, e se algumas sobressaem pela astúcia, outras revelam-se cegas à situação que se encontrava à sua volta e que as terá levado a tomar as piores decisões possíveis. Relata massacres, torturas e cercos; conta-nos como se sentia em cada uma dessas situações pelo que, apesar de um carácter detestável (que o próprio reconhece), até compreendemos e nos compadecemos dele. Felizmente Flashy tem uma sorte do caraças e cada infortúnio acaba por se revelar um momento de glória.

Não fiquei propriamente fã mas ainda assim sou capaz de seguir o resto da série, mais não seja para aprender e descobrir um pouco mais sobre os conflitos em que o exército inglês esteve envolvido no séc. XIX.

Uma notinha para esta edição, não se perdia nada em diferenciar notas de tradução e notas do autor. Talvez usar numeração romana, ou colocar um dos tipos de nota a negrito, ou mesmo mencionar no início que existem dois tipos de notas e onde se pode encontrar cada uma (no fundo na página e no final do livro). Algo que não confundisse e não fizesse o leitor andar feito barata tonta.

13 de dezembro de 2010

Como ler muito por pouco

A ideia para este texto veio da Tchetcha que diz que sou pró a ler muito por pouco dinheiro. Na verdade não é muito difícil e faço-o desde pequena porque, infelizmente, os meus pais nunca ganharam o Totoloto, EuroMilhões e outros desses jogos de sorte, e está visto que eu tenho tanta sorte como eles.

Então como ler muito por pouco? Não é muito difícil.

Quem segue este blog já deve ter reparado que os empréstimos são muitos, sejam de bibliotecas ou de privados. Isto é algo a que sempre estive habituada. Sempre tive pessoas dispostas a emprestar-me livros que têm nas suas bibliotecas privadas e cujos títulos suscitam o meu interesse. Desde família, amigas da minha mãe (que em tempos leu muito mas agora dedica-se mais a outras coisas) e amigas minhas, até pessoas que conheço pela internet, por exemplo foi assim que me viciei n’As Crónicas de Gelo e Fogo do Martin, já muitos me emprestaram livros e nunca me custou pedir-lhes, afinal o ‘não’ está sempre garantido e entendo que por vezes não o façam (também tenho alguns livros que me custa emprestar), e ofereço sempre a minha pequena biblioteca (quando em comparação) em troca. Tenho sempre muito cuidado com os livros que me são confiados, tal como espero que tenham com os meus, e esta troca de empréstimos também fomenta a discussão de livros, o que acho sempre bom já que fico a conhecer, por variadas vezes, títulos dos quais nunca tinha ouvido falar e que se tornam agradáveis surpresas. Já agora, também tem sido a falar de livros que tenho conhecido grandes amigas minhas. :D

Também frequento bibliotecas. As BLX têm um sistema de empréstimo e uma rede muito boa, permitindo que se possa requisitar ou reservar (quando um título se encontra emprestado) um livro de uma biblioteca de qualquer ponto de Lisboa, sendo o livro depois levantado naquela que mais convém ao utilizador. Nem sempre têm as novidades mais recentes e títulos de referência (caso de dicionários e Histórias de Portugal ou Universais) não podem ser emprestados, mas mesmo assim a oferta é muita e já tem possibilitado a leitura de livros mais antigos que hoje em dia são mais difíceis de encontrar. Além disso, têm agora também DVDs e CDs de música, pelo que raramente saio de uma biblioteca de mãos a abanar.

Os livros emprestados também têm um outro ponto a favor, são sempre lidos enquanto os comprados, mesmo que sejam adquiridos em compras por impulso ou se tratem de títulos que há muito tinha debaixo de olho, levam o seu tempo a entrar na pilha da mesa de cabeceira. Alguns títulos não leio senão passado anos.

A internet também em tem dado a possibilidade de ler por quase nada. Hoje em dia há imensos passatempos, promovidos pelos mais variados blogs e já tenho ganho alguns (afinal a minha sorte não será assim tão má), e sites que possibilitam trocas e empréstimos. Nestes últimos há ofertas em português, mas continuo fiel ao BookMooch, a que pertenço desde 2007. Tem-me dado a oportunidade de adquirir livros que de outra maneira não encontrava por cá, caso da série escrita pela Diana Gabaldon, e de me desfazer de outros que não apreciei tanto.

Como disse, desde cedo que leio livros que não são meus o que faz com que não seja muito apegada ao livro físico. Quando há títulos que leio e não são meus mas que venho a adorar, sou capaz de os comprar, já aconteceu por variadas vezes, mas outros há que lidos uma vez tenho a noção de que não voltarei a pegar neles por isso porque não dá-los ou mesmo vendê-los em segunda mão? Pessoalmente prefiro dar, sobretudo se puder ganhar pontos para trocar por outros livros, e é por isso que acho o BookMooch excelente, ainda que hoje em dia seja difícil encontrar títulos que realmente me interessem e mais ainda pessoas dispostas a enviá-los, nomeadamente se os utilizadores se encontram nos Estados Unidos. Mesmo assim, tenho pedido muitos (que estão numa pilha enorme por ler) por pouco dinheiro, já que nunca gastei mais que 6 ou 8€ no envio de um livro e um único livro enviado possibilitou-me a aquisição até 2 ou 3 livros.

Ainda na internet, para quem, como eu, gosta de clássicos, também é fácil encontrar e-books de obras que já não possuem direitos de autor e por isso se encontram no domínio público sendo disponibilizados gratuitamente. Podem ser encontrados em sites como o do projecto Gutenberg que apesar de ter maioritariamente livros em inglês, começa já a contar com títulos e autores portugueses. É verdade que não recorro muito a este site, como disse em outras ocasiões ler no pc não é algo que me agrade, mas tivesse um e-reader esta seria, sem dúvida, uma fonte constante para aquisição de novos títulos.

Mas há sempre aqueles livros que queremos comprar. Mesmo aqui tento poupar recorrendo a promoções, várias editoras e cadeias de livrarias têm promoções nos seus sites, evitando os títulos mais recentes e utilizando cartões que dão direito a desconto.

Não é assim tão difícil ler muito por pouco, basta controlar impulsos em lojas ou dirigir-me a bibliotecas em vez de ir a uma livraria. Basta parar e pensar um pouco. “Preciso mesmo de comprar este livro agora? Não haverá na biblioteca? Será que aquela pessoa não me pode emprestar?” É assim que poupo no meu maior (e porventura o mais caro) vício. :)



Tendo em conta o que escrevi em cima, resolvendo adquirir o menor número de livros possível e assustada com as notícias (que felizmente já não vão para a frente) de que no próximo ano os livros seriam taxados a 23% de IVA, resolvi em 2011 fazer um cálculo de gastos e de poupança, há semelhança do que tenho visto outras pessoas fazerem, inclusive a Tchetcha que no seu blog Ler e reflectir faz um cálculo do “Custo do Vício”.

Planeio então:
  • contar o número de livros emprestados e quanto poupei usando os valores do site Wook;
  • contar o número de livros comprados e quanto gastei, usando para o cálculo o preço que paguei por eles;
  • contar o número de livros pedidos no BookMooch e quanto poupei usando para o cálculo os valores no site Wook (quando se tratar de livros em português) e do Book Depository (para livros em inglês);
  • contar o número de livros enviados através do BookMooch e quanto gastei a enviá-los.

Editado a 2/Fev./2011: Devido ao facto de ter ganho alguns passatempos e me lembrar de que me podem oferecer livros, foi acrescentado a contagem de livros oferecidos e quanto poupei usando para cálculo os valores dos sites Wook e Book Depository.

Tal contagem será incorporada na barra lateral do blog.

11 de dezembro de 2010

Slumdog Millionaire/Quem Quer Ser Bilionário?

Informação técnica no IMDb.

Director: Danny Boyle, Loveleen Tandan
Escritores: Simon Beaufoy (adaptação), Vikas Swarup (obra original)
Actores: Dev Patel, Freida Pinto, Anil Kapoor
Nota: 5/5

Eis um filme que nunca me chamou muito a atenção, mesmo depois de ganhar variados prémios, entre os quais um Óscar para Melhor Filme. Agora percebi porque o mereceu, o filme é sem dúvida fantástico.

Não posso dizer que tenha visto muitos trailers mas imaginava uma outra história, pelo que fiquei surpreendida quando percebi que Jamal Malik (Dev Patel) contava a sua história antes de responder à última pergunta do concurso, antes de ser milionário. Devido à sua excelente participação no conhecido programa e tratando-se ele de um simples “rapaz do chá”, com nenhuma instrução, o seu desempenho suscita dúvidas e é acusado de fraude. Ao ser interrogado pela polícia, que tenta então averiguar se realmente ele fazia batota, ficamos a conhecer a vida de Jamal, levando-nos numa viagem pelo pior que a Índia deve ter (a tensão religiosa, o abuso de crianças por forma a pedir esmolas) e como sabe ele a resposta a todas as perguntas, porque mais do que a escola é a vida que nos dá grandes lições. Ficamos também a descobrir o que leva Jamal a concorrer e como a sua prestação é seguida pelas televisões, dando esperança a quem vê e abrindo caminho para um final feliz.

Como disse o filme é fantástico. As interpretações estão muito bem conseguidas, o retrato que faz da Índia é impressionante se tivermos em conta que o Taj Mahal e o melhor que a Índia tem para oferecer é que costuma ser bastante publicitado, e achei curioso o uso do hindi (devido à internacionalidade do filme esperava que todo ele fosse em inglês) mas que confere um maior realismo. A história é belíssima e não podemos deixar de torcer por um final feliz depois de percorrido um caminho tão cheio de obstáculos. Um filme a rever vezes sem conta e um livro a ler, já que se trata da adaptação de um livro de Vikas Swarup editado por cá pela Asa.

Já agora, a resposta à pergunta do poster é dado no final do filme que, como todos os filmes feitos em Bollywood, não podia deixar de ter dança. :)


8 de dezembro de 2010

Harry Potter and the Deathly Hallows/Harry Potter e os Talismãs da Morte (Parte 1)

Informação técnica no IMDb.

Director: David Yates
Escritores: Steve Kloves (adaptação), J.K. Rowling (obra original)
Actores: Daniel Radcliff, Rupert Grint, Emma Watson
Nota: 3,5/5

Bem, ninguém se pode queixar de que esta parte não é fiel ao livro. Aliás, se há defeito que lhe pode ser apontado, para além de terminar quando começa a aquecer, é o facto de ser muito semelhante e arrastar-se um pouco. Mas nem tudo é mau.

O início foi genial, nomeadamente a parte dos 7 Potters, e fez-me rir bastante. Aliás, apesar de toda a atmosfera mais negra, foi bom poder rir aqui e ali para desanuviar um pouco. A entrada no Ministério por parte do trio de protagonistas também foi bem conseguida mas, inevitavelmente, chegamos à parte em que deambulam sem sentido. Devo confessar que no livro esta parte não me chateou muito porque nos dá uma visão alargada do mundo mágico e vamos tendo umas luzes de como a guerra com Voldemort afecta também o mundo muggle. No filme não senti isso e até o atrito que devia existir dentro do grupo devido à má influência de uma das horcruxes, não se faz sentir por aí além. Como se isto não bastasse, escusava de ver o Harry e a Hermione a dançarem quando o Ron decide deixá-los, confesso que cheguei a dizer “mas é por isto que o filme foi dividido em dois?!” Podiam muito bem ter pegado nesse tempo e tê-lo aproveitado para algo mais útil, a descoberta de outra horcrux ou a realização do que eram os Talismãs da Morte. Infelizmente destas só temos alguns vislumbres, um deles em forma de animação, que foi, provavelmente, o ponto mais alto do filme. Outro momento alto é o final, e devo dizer que tinha algumas dúvidas não percebendo em que parte do livro iriam ficar, mas parece-me bem já que abre o apetite para o próximo.

Apesar de tudo é um filme que se vê bem, mas parece-me que podiam ter encaixado mais algumas horcruxes na história. São 7 no total, 3 já estão destruídas e não se sabe o que são as outras 4, pelo que acho que não ficava mal termos descoberto que objectos serão esses (ou pelo menos lançar algumas pistas) o que tornaria o capítulo final bastante mais apelativo, a meu ver, e não deixava a sensação de nos estarem a roubar (sim, porque o preço de um bilhete de cinema, quase 6€, é um roubo!) ao tentarem fazer render o peixe.

4 de dezembro de 2010

The Marriage Bed (Guilty Series, Livro 3)

Autor: Laura Lee Guhrke
Género: romance histórico
Editora: Avon | Nº de páginas: 374
Nota: 3/5

Resumo (do livro): A marriage of deception...

It was love at first sight for Lady Viola the night she met the dashing viscount John Hammond. Swept into a whirlwind courtship, it wasn't until after their vows had been spoken that Viola learned the shattering truth: her beloved John had never loved her, had married her for her fortune... and worse still, he saw nothing wrong with that. Heartbroken, she vowed never again to let the deceiving scoundrel into her bed.

John never intended to hurt the headstrong beauty who has become a stranger to him. Now, after years of a sham marriage, he is in need of an heir, and John is faced with a luscious, intriguing challenge – seducing his own wife. He must persuade Viola back into their marriage bed, but this time, he may be the one to lose his heart.


Opinião: Depois da Slayra me ter aconselhado e emprestado o primeiro livro desta série, resolvi saltar logo para o terceiro volume já que a situação de Viola, irmã do Duque de Tremore, o protagonista de Guilty Pleasures, deixou-me com a pulga atrás da orelha. Porque raio andava ele fugida do marido? Porque é que sabendo que estava na cidade, ela fugia para o campo? Ora bem, isso é respondido neste livro.

John Hammond recebe a notícia de que o seu primo, melhor amigo e herdeiro da fortuna da família morre. Não tendo filhos e temendo que o seu esforço em recriar a fortuna dos Hammond tenha sido em vão, caso caia no seu único familiar que ainda vive e cuja vida despreocupada iguala a do seu falecido pai que exauriu os cofres da família. John decide então, a todo o custo ter um herdeiro, mas isso implica reconquistar Viola, sua mulher, de quem vive separado à 8 anos. Viola, no entanto, prometeu a si mesma que nunca mais se deitaria com o seu esposo. Como o poderia fazer depois de saber que ele nunca a amara? Que enquanto a cortejava mantinha uma amante? E que enquanto casados, mesmo que vivendo separados, ele manteve uma série de amantes que Viola tinha então de enfrentar em diferentes ocasiões sociais? Não, Viola não cairia nos seus braços como uma tonta mais uma vez...

Não o achei tão bem conseguido como o primeiro volume mas não deixa de ser uma história interessante e diferente do que tenho lido dentro deste género. Diferente porque trata da relação de um par que já se encontra casado e que tem de se apaixonar mais uma vez. É engraçado ver as tácticas de John para reconquistar Viola, ainda que a personagem seja um pouco unidimensional até chegarmos ao segundo terço do livro. Chateou-me que não se apercebesse do quanto havia magoado Viola e de como a culpava pela separação, como se a culpa fosse apenas dela por não perceber que os homens têm "necessidades". Já ela aparece como uma personagem bastante forte que não deixa de cair em tentação, o que a torna bastante credível.

Achei uma boa história, mesmo que lhe tenha faltado algo. É credível, mostrando de forma competente como os casamentos são difíceis, mais ainda quando não há comunicação nem esforço, mas antes desconfiança.

1 de dezembro de 2010

Aquisições de Novembro

Depois do sucesso do último mês, em que tinha adquirido apenas um livro (!), tinha que estragar tudo este mês. Não bastava ter pedido 7 ou 8 livros no BookMooch, tive de andar a comprar livros feito doida! Resultado? Uma pilha de livros novos (na minha estante, quero dizer, já que os do BookMooch tiveram outros donos antes de virem parar às minhas mãos) que mete inveja às pilhas que coloco na minha mesa de cabeceira e um número de aquisições que rivaliza (julgo mesmo que ultrapassa) com o número de livros que costumo adquirir na Feira do Livro de Lisboa.

A pilha é tão grande que resolvi dividir em duas, livros em inglês e em português.

A primeira veio chegou cá a casa por cortesia do site BookMooch, à excepção do primeiro título. Quer dizer, uma edição do Possession da A.S. Byatt já passou pelas minhas mãos vindo do BM; uma edição que li e adorei e que, num momento de estupidez, dei através do mesmo site. Digo momento de estupidez porque adorei-o mesmo e só nos últimos tempos reparei como deixou um grande vazio. Claro está que mal o vi na estante de uma livraria, mesmo com uma capa algo pirosa (preferia a que tinha um quadro de um autor pré-rafaelita até porque tinha mais a ver com a história do que a que tenho agora), tinha de o trazer para casa. Só falta adquirir o livro em português já que estou muito curiosa quanto à tradução. Não que seja um livro difícil, não o achei muito complicado, mas traduzi-lo deve ter dado algum trabalho já que há muitas mensagens nos textos dos escritores que protagonizam a história, para além de a escrita de cada um ter uma voz e sonoridade própria.

De resto, temos o diário do Capitão Wentworth, o meu herói Austen preferido; livros da Lisa Kleypas, escritora que suscita alguma curiosidade apesar de não ter gostado por aí além do único livro que li até agora; e a colecção Ice da Anne Stuart que uma amiga adorou.

Da segunda pilha, a maior parte foram comprados. Vaporpunk, A Corte do Ar e o segundo volume do livro Planícies de Passagem (já só me falta o primeiro e o que há-de sair no próximo ano!) são livros que há algum tempo faziam parte da minha wishlist. Nela estava também Graceling, oferecido pela Slayra *abraça*. Pátria foi mais uma oferta da SdE na compra de 2 livros, já que comprei 2 exemplares de A Corte do Ar. Por ter comprado 2 livros iguais não pensei que tivesse direito à oferta, o que originou um momento algo hilariante. Colocaram-me 4 títulos à frente para que escolhesse o de oferta, mas ou já os tinha lido ou tinha os livros em casa. Depois de ficarem surpreendidas (a sério, serei a única a ter lido ou a ter em casa O Dardo de Kushiel, Sangue Fresco, A Filha do Sangue e O Aprendiz de Assassino?) lá desencantaram o livro de R.A. Salvatore, mesmo depois de eu dizer que não era preciso darem-me o livro de oferta...

Claro que esta onda de aquisições colocou um problema cá em casa... onde os colocar? Assim tomei a decisão de doar a Saga do Assassino às BLX. Como tenho lá ido com alguma frequência, na última semana trouxe Flashman, a odisseia de um cobarde, achei que podia retribuir a quantidade de livros que me tem dado a ler dando estes. Não gostei deles mas quem sabe, deste modo podem ser lidos e mais apreciados por outras pessoas.

29 de novembro de 2010

Natal

Já se vêem as decorações e iluminações natalícias por aí o que me leva a questionar, o que lêem durante estas festividades?

Nos últimos anos tem sido um pouco difícil motivar-me ou deixar-me entusiasmar pelo período natalício. Por vários motivos, que não são para aqui chamados, parece que o Natal perdeu a magia que tinha para minha pessoa e queria ver se voltava a ganhar algum do entusiasmo lendo livros que tenham como fundo esta época, como o caso o conto de Dickens que tenho e sou capaz de o reler. Sugestões?

27 de novembro de 2010

A Demanda do Visionário (A Saga do Assassino, Livro 5)

Autor: Robin Hobb
Género: fantasia
Editora: Saída de Emergência | Nº de páginas: 480
Nota: 3,5/5

Resumo (do livro): O verdadeiro rei dos Seis Ducados desapareceu numa missão misteriosa em busca dos Antigos para salvar o reino da ameaça dos Navios Vermelhos. O seu irmão usurpador está determinado a impor uma tirania cruel e não abrirá mão do poder, a não ser com a própria morte.

Fitz sabe que a única forma de por fim ao reinado do príncipe usurpador é iniciar uma demanda em direção ao reino das Montanhas onde irá descobrir a verdade sobre as profecias do Bobo. Mas a sua missão enfrenta um novo perigo com a magia do Talento a precipitar a sua alma para a beira do abismo. Conseguirá resistir à magia e ainda enfrentar os obstáculos que surgem à sua demanda?


Opinião: E não é que o final é quase tal e qual o que tinha previsto? A sério, esperava bem mais desta série depois de ler muitas críticas positivas e de ter gente a aconselhar-me a ler. Se calhar as expectativas eram muitas mas infelizmente nem a história nem a escrita da autora me surpreenderam por aí além.

Mas passando a este volume... Sendo a segunda parte do terceiro volume original, a história começa precisamente no ponto em que foi deixada. Fitz é acompanhado por 4 amigos e o seu “irmão” lobo e consegue finalmente chegar a Veracidade que havia partido numa demanda em busca dos Antigos. Esta parte surpreendeu um pouco mas achei desesperante que durante a viagem Panela recitasse profecias e ninguém se lembrasse delas um par de páginas depois! Não estou a brincar quando digo que aqui nem revirar olhos, apetecia-me era mesmo mandar o livro à parede. Chegou-me mesmo a parecer que se tivessem dois caminhos à sua frente, um pavimentado de flores e com um sinal a dizer “caminho seguro”, outro tenebroso e com um sinal a dizer “Morte por aqui, a sério por aqui vão direitos a uma morte certa”, iriam sempre optar pela segunda. Fiquei com a sensação de que muitas situações podiam ter sido resolvidas muito antes e seria escusado tanta página a engonhar para ir parar a lado nenhum, já que nem crescimento das personagens há a destacar. Ao longo da série quase nunca senti empatia pelo personagem principal, o seu final parece-me justo no meio de tudo (e a sério, alguém esperava que ele terminasse feliz e com uma família?), e as que senti que tinham alguma potencialidade, como Kettricken ou o Bobo, também foram perdendo pontos ao longo dos livros. E mais uma vez, o relato na primeira pessoa, por Fitz, não ajudou a manter o suspense nas situações que deviam ser de vida ou morte. No entanto, a grande decepção foi mesmo o que estava por detrás do Forjamento. Ao ler o final, rapidamente resolvido, senti-me como se a montanha tivesse parido um rato.

Esperava mesmo algo mais desta obra e pelo que sei vão publicar outra trilogia da autora, que continua a história de FitzCavalaria. Não posso dizer que tenha grande curiosidade. Não digo que não tenha méritos, afinal de contas gostei de algumas premissas, do Talento e da Manha, do Forjamento e dos Navios Vermelhos, mas acho que a autora podia ter feito um trabalho muito mais interessante.

6 de novembro de 2010

A Vingança do Assassino (A Saga do Assassino, Livro 4)

Autor: Robin Hobb
Género: fantasia
Editora: Saída de Emergência | Nº de páginas: 441
Nota: 3/5

Resumo (do livro): FitzCavalaria renasce dos mortos graças à magia desprezada da Manha, mas a sua fuga das garras da morte deixou-o mais selvagem do que humano. Os seus velhos amigos têm que ensiná-lo a ser um homem de novo, e depois deixá-lo escolher o seu próprio destino.

Incapaz de esquecer a tortura a que foi submetido às mãos do príncipe usurpador, Fitz planeia vingança enquanto recupera a sua alma e sanidade. Até ao momento em que o seu verdadeiro rei o chama para o servir numa missão misteriosa com consequências inimagináveis.

Numa terra arruinada pela ganância e crueldade onde Fitz se tornou uma lenda temida, ele fará tudo para restaurar a verdadeira regência nos Seis Ducados. Mas primeiro terá que escapar dos seus inimigos que lhe movem uma perseguição sem quartel…


Opinião: Parece-me que estes livros são maiores do que deviam ser. Este quarto livro em português corresponde a metade do terceiro volume original e nada de grande relevância parece ter lugar. Como sempre acompanhamos Fitz, aqui a tentar encontrar novamente o seu lado humano, depois dos acontecimentos finais do livro anterior, e a iniciar uma viagem de modo a obter vingança. Devido ao título pensei que teria sucesso, fui ingénua. Fitz tenta vingar-se mas sem o conseguir, descobrindo no entanto que Vontade (um dos Talentosos do rei usurpador) tem bastante talento no uso do Talento, digamos assim. Mas é nesta tentativa de vingança que o verdadeiro rei o marca para ir ter com ele, pelo que Fitz empreende então uma difícil viagem, sendo procurado pelo usurpador e suas tropas e Talentosos, mas encontrando também quem o esteja disposto a ajudar.

E o livro é basicamente isto. Temos Fitz a sair de encrencas e ficar em situações piores que a anterior. Vemo-lo a separar-se do seu “irmão” para ser reunido outra vez. E tudo isto se passa num ambiente previsível em que nada de novo parece ter lugar. Os momentos mais interessantes são aqueles em que vemos Fitz a usar o seu Talento, dando a conhecer os vários ataques que os Navios Vermelhos vão fazendo às cidades costeiras dos Seis Ducados, mas mais nada aprendemos sobre quem está por detrás e o porquê. Começo mesmo a duvidar que as perguntas que os Navios Vermelhos suscitam sejam respondidos no último volume. Quer-me parecer que o final desta série será algo do género “e Fitz encontrou Veracidade, que encontrou os Antigos (dragões???) e vieram para a costa onde os Navios Vermelhos ficaram com medo e partiram para deixarem de incomodar o reino dos Seis Ducados, havendo paz!” A sério, quando penso num final para esta série algo como isto vem-me à cabeça. :/

Se calhar parti com expectativas muito elevadas, mas esta série não está a corresponder à ideia que tinha. Para começar, e mais uma vez foco isto, o ritmo é lento e pouca acção é digna de interesse. A autora repete-se constantemente (acho que nas primeiras 150 páginas repetiu por 3 ou 4 vezes como é que Fitz escapou no final do livro anterior) e não me consegue fazer com que eu sinta empatia para com o personagem principal, cuja inteligência deixa a desejar. Vejo-me a sentir saudades dos personagens que desapareceram sem deixar rasto, casos de Veracidade, Kettricken e Bobo, mas porque parecem-me as únicas dignas de nota e que davam um outro brilho à história.

3 de novembro de 2010

A Corte dos Traidores (A Saga do Assassino, Livro 3)

Autor: Robin Hobb
Género: fantasia
Editora: Saída de Emergência | Nº de páginas: 368
Nota: 4/5

Resumo (do livro): Os Seis Ducados estão mais vulneráveis do que nunca. Enquanto o príncipe herdeiro combate os Navios Vermelhos com a sua frota e a força do seu Talento, o rei Sagaz enfraquece a cada dia com uma misteriosa doença e bandos de Forjados dirigem-se para Torre do Cervo matando todos pelo caminho.

Mais uma vez, Fitz é chamado para servir como assassino real. Mas o jovem esconde outro segredo: ninguém pode saber que formou um vínculo com um jovem lobo através da magia proibida da Manha e, se for descoberto, arrisca-se a uma sentença de morte.

Quando o príncipe herdeiro embarca numa perigosa missão para pôr fim à ameaça dos Navios Vermelhos, a corte é entregue nas mãos do príncipe Majestoso que tem os seus próprios planos maquiavélicos para o reino. Cabe ao jovem bastardo proteger o verdadeiro rei numa corte prestes a revelar a face dos traidores num clímax memorável.


Opinião: E finalmente a série toma balanço! Estava a custar mas lá me agarrou, sobretudo nos capítulos finais. Como disse no primeiro volume, sendo esta série contada na primeira pessoa e anos depois destes acontecimentos, parte do suspense (sobretudo nos casos de vida ou morte) perde-se mas felizmente, neste livro, a autora opta por outra situação que realmente não consegui antever até ser apresentada.

A história, apesar de engonhar aqui e ali parecendo que não saímos da cepa torta, ganha um novo fôlego com os acontecimentos em Torre do Corvo e a sua intriga política, o que leva, com grande pena minha, a que a situação com os Salteadores Vermelhos (o que mais me estava a atrair nos volumes anteriores) seja relegada para um segundo e muito escondido plano. No entanto, outros temas ganham destaque, nomeadamente o Talento e a Manha que me têm surpreendido, sobretudo o segundo. A intriga, apesar de não ser a parte que mais me atrai, neste volume conseguiu-me manter presa ao livro, deixando-nos perto de uma guerra civil e que leva a questionar o que poderá acontecer daqui para a frente, no volume seguinte. Temos um novo rei, um rei expectante numa demanda quimérica e uma rainha expectante grávida e em paradeiro desconhecido.

No que toca às personagens, as secundárias continuam a ser as mais interessantes, enquanto a personagem principal continua a ser tão tapada que mete dó. Parece que nem fazendo desenhos ele percebe o que lhe dizem, mas pronto, é jovem apesar disso não explicar tudo. De assassino vemos pouco, mas não deixa de ser uma boa personagem para se seguir, levando-nos ao centro da acção, aos meandros da política e dando a conhecer a magia nas suas duas vertentes.

Só uma nota para a edição. Façam uma revisão cuidada por favor. Apesar de não serem graves, erros todos fazemos, num livro destes consegue distrair. Para começar, entre o primeiro e os livros seguintes mudam nomes (um cão de Leon passa a Leão e uma semente de carris passa para caris) e depois temos “caros” em vez de “caris” (pág. 288) e “continua” em vez de “continha” (pág. 319), mas há muitos mais.

1 de novembro de 2010

O Punhal do Soberano (A Saga do Assassino, Livro 2)

Autor: Robin Hobb
Género: fantasia
Editora: Saída de Emergência | Nº de páginas: 384
Nota: 3/5

Resumo (do livro): Fitz mal escapou com vida à sua primeira missão como assassino ao serviço do rei. Regressa a Torre do Cervo, enquanto recupera do veneno que o deixou às portas da morte, mas a convalescença é lenta e o rapaz afunda-se na amargura e dor. O seu único refúgio será a Manha, a antiga magia de comunhão com os animais, que deve manter em segredo a todo o custo.

Enquanto recupera, o reino dos Seis Ducados atravessa tempos difíceis com os ataques sanguinários dos Navios Vermelhos. A guerra é inevitável e preparam-se frotas de combate para enfrentar o inimigo, mas o rei Sagaz não viverá por muito mais tempo.

Sem os talentos de Fitz, o reino poderá não sobreviver. Estará o assassino real à altura das profecias do Bobo que indicam que o rapaz irá mudar o mundo?


Opinião: Este livro pega sensivelmente onde o anterior acaba e continuamos a seguir o crescimento de Fitz. Este livro foca-se sobretudo no Inverno, período em que a costa deixa de ser tão assediada pelos Navios Vermelhos mas Torre do Cervo vê-se na mira dos Forjados, que convergem para o local, e a intriga política adensa-se.

Ainda não foi desta que esta saga me conquistou totalmente apesar de os livros se lerem muito bem. É daqueles que quando os temos abertos não conseguimos parar, mas quando os pomos de lado é um pouco difícil voltar a pegar, tal como já tinha acontecido com O Nome do Vento. O que vale é que não tem dado nada que me chame a atenção na televisão e lá pego nestes livros. No entanto, enquanto O Nome do Vento tem uma escrita algo musical (não o consigo descrever de outro modo), estes nem por isso e tem coisas que me irritam um pouco. Para começar Fitz. Tudo bem que é um adolescente que começa a ter hormonas aos pulos, não tenho problemas com isso, mas é tão tapado que chega a apetecer-me abaná-lo, dar-lhe um par de estalos e fazer um desenho para ver se entende o que o Bobo lhe diz ou o que se passa à sua volta. Não é assim tão difícil!!! Diz-lhe para procurar os Antigos (serão dragões com asas, escamas e bocas de fogo?) e para procurar quem antes tinha o Talento (e com quem provavelmente podia aprender alguma coisa, para além de ajudar o rei expectante).

Outra coisa que também me irrita é o que a autora faz com Kettricken. Aparentemente temos uma mulher com tomates, que consegue liderar quando o seu marido não o faz, e em vez de lhe ser dado um papel mais predominante na política, fica antes a tratar da casa? E o marido só percebe o que realmente tem à sua frente quando a vê pelos olhos de outro? *head desk* Personagens e situações podiam ser melhor aproveitadas mas acabamos por andar de um lado para o outro, a engonhar, quando a história podia avançar um pouco mais depressa.

O que vale é que algumas perguntas começam a ter resposta, ainda que o volume acabe um pouco de forma abrupta, já que é quando começa a ganhar interesse que acaba. Mas o seguinte promete, ou não fosse o final deste livro, já que o 2º e 3º volumes em português correspondem a um só volume em inglês. Assim se explica, em parte, o modo ritmo mais lento mas que a meu ver com pouco ou nada contribui já que não avançamos tanto como isso na história. :/

30 de outubro de 2010

Aquisição de Outubro

É verdade, o título deste post está no singular porque este mês só comprei um único livro! Nada de empréstimos e só uma compra, o terceiro volume da trilogia Midnighters, e mais nada! Tenho entrado em FNACs e superfícies comerciais e saio de mãos a abanar!

Claro que perante este cenário desolador resolvi logo pedir 7 ou 8 livros no BookMooch que só devem chegar no próximo mês, mas é um feito! :D

Aprendiz de Assassino (A Saga do Assassino, Livro 1)

Autor: Robin Hobb
Género: fantasia
Editora: Saída de Emergência | Nº de páginas: 382
Nota: 3,5/5

Resumo (do livro): O jovem Fitz é filho bastardo do nobre Príncipe Cavalaria e cresce na corte do Rei Sagaz. Marginalizado por todos, o rapaz refugia-se nos estábulos reais, mas cedo o seu sangue revela o Talento mágico e, por ordens do rei, é secretamente iniciado nas temidas artes do assassino.

Quando salteadores bárbaros atacam as costas, Fitz enfrenta a sua primeira e perigosa missão que o lançará num ninho de intrigas. E embora alguns o encarem como uma ameaça ao trono, talvez ele seja a chave para a sobrevivência do reino.

Com uma narrativa povoada de encantamentos, heroísmo e desonra, paixão e aventura, o
Aprendiz de Assassino inicia um das séries mais bem-amadas da fantasia épica.

Opinião: Com tantas opiniões positivas e tanto incentivo, devo ter partido com grandes expectativas para este livro pois, no final, esperava um pouco mais.

A história em si é algo interessante. Temos os Seis Ducados a lidarem com assaltos de Navios Vermelhos, que vêm das ilhas exteriores, que atacam as cidades costeiras, raptam pessoas e propõem estranhos resgates: paguem e matamos os reféns, ou não paguem e libertamo-los. O pior é que quando libertados os reféns deixam de ser as pessoas que eram, tornam-se Forjados, uma espécie de zombies que ataca tudo quanto mexe desde que tenham riquezas e/ou comida. Como se isto não bastasse, há uma crise política, decorrente da abdicação do príncipe herdeiro devido ao facto de ter um bastardo. Isto faz com que outros ponham os seus olhos no trono.

Sem dúvida de que é um bom enredo, daqueles que aprecio, mas parece-me que não foi muito bem conseguido. Primeiro, o relato é feito na primeira pessoa por Fitz, o tal bastardo referido em cima, e percebemos que é feito vários anos depois da história se passar, o que torna as situações de vida ou morte algo entediantes porque já sabemos que ele vai sobreviver. É por isso que em parte odeio este tipo de narração. Se há alguns exemplos bem conseguidos, que apesar de contados na primeira pessoa nos deixam em suspenso, este não o conseguiu fazer.

Segundo, a história tem um ritmo tão lento que parece que nada se passa. Poderia servir para a construção de personagens, mas infelizmente tal também me parece pouco conseguido porque os nomes das personagens já reflecte parte da sua natureza, a parte que mais se destaca, e pouco mais que isso vemos. Mas ainda assim há personagens interessantes, caso de Veracidade, Kettricken e o Bobo, a única que realmente é algo misteriosa (já os seus enigmas nem tanto, como me está a parecer no segundo volume e que me deixa com uma opinião muito pouco positiva do nosso protagonista).

Por último, gostei da magia, o Talento e a Manha, ainda que não perceba o porquê da Manha ser algo que supostamente o protagonista não devia fazer. Parece-me muito semelhante ao Talento e se aquele pode ser estudado e controlado, o mesmo devia de acontecer com o outro e não ser rejeitado.

Apesar de tudo é um livro que se lê bem e deixou-me com curiosidade suficiente para pegar no segundo volume (que estou quase a acabar), sobretudo para saber mais sobre os Forjados e o porquê do assalto dos Navios Vermelhos.

27 de outubro de 2010

Frostbite (Vampire Academy, Livro 2) [áudio-livro]

Autor: Richelle Mead; Khristine Hvam(narradora)
Género: fantasia
Editora: Penguin Group USA and Audible | Nº de páginas: -
Nota: 2/5

Resumo (do site Goodreads): Rose loves Dimitri, Dimitri might love Tasha, and Mason would die to be with Rose...

It's winter break at St. Vladimir's, but Rose is feeling anything but festive. A massive Strigoi attack has put the school on high alert, and now the Academy's crawling with Guardians - including Rose's hard-hitting mother, Janine Hathaway. And if hand-to-hand combat with her mom wasn't bad enough, Rose's tutor Dimitri has his eye on someone else, her friend Mason's got a huge crush on her, and Rose keeps getting stuck in Lissa's head while she's making out with her boyfriend, Christian! The Strigoi are closing in, and the Academy's not taking any risks... This year, St. Vlad's annual holiday ski trip is mandatory.

But the glittering winter landscape and the posh Idaho resort only create the illusion of safety. When three friends run away in an offensive move against the deadly Strigoi, Rose must join forces with Christian to rescue them. But heroism rarely comes without a price...


Opinião: Depois do primeiro volume, esperava que este também me surpreendesse de alguma forma mas infelizmente não o fez. Para começar, fez-me alguma confusão a narradora ter sido substituída, já que Stephanie Wolfe havia feito um trabalho excepcional no volume anterior, sobretudo no que tocava a representar as diferentes personagens indo ao ponto de variar sotaques conforme a nacionalidade de cada uma. Por exemplo, com personagens russos, tínhamos um sotaque russo. Isto, parecendo que não, fez uma grande diferença ao seguir a história. Neste áudio-livro, as personagens pareciam muito semelhantes.

Para além disso a história, apesar de uma sinopse algo apelativa, já que prometia confrontos com os tão temidos strigoi, conseguiu ser ainda mais previsível que a anterior. Mas isto não é tudo, já que a personagem Rose continua a deixar algo a desejar. É verdade que cresce um pouco mas é impressionante como consegue ser tão cega quando a resposta a algumas questões está mesmo na frente dela. O único ponto positivo deste livro, a meu ver, é descobrirmos um pouco mais sobre o quinto elemento, o espírito, que faz então parte da magia dos moroi e que mais moroi, para além de Lissa, o têm apesar de não o compreenderem em pleno, já que até ao volume anterior era desconhecido.

Apesar de muitos furos abaixo do anterior, ainda assim entretém numa tarde aborrecida a fazer variadas tarefas domésticas mas não me parece que vá continuar a seguir esta série.

23 de outubro de 2010

Os Pilares da Terra (Volume 2)

Autor: Ken Follett
Género: romance histórico
Editora: Editorial Presença | Nº de páginas: 600
Nota: 5/5

Resumo (do livro): Publicado pela primeira vez em 1989, Os Pilares da Terra surpreendeu o universo editorial ao tornar-se gradual mas inabalavelmente um clássico da ficção histórica, que continua a maravilhar leitores de todo o mundo e que a Presença lança agora em dois volumes. Na Inglaterra do século XII, Tom, um humilde pedreiro e mestre-de-obras, tem um sonho majestoso – construir uma imponente catedral, dotada de uma beleza sublime, digna de tocar os céus. E é na persecução desse sonho que com ele e a sua família vamos encontrando um colorido mosaico de personagens que se cruzam ao longo de gerações e cujos destinos se entrelaçam de formas misteriosas e surpreendentes, capazes de alterar o curso da história – Ellen, uma mulher enigmática que vive à margem da sociedade e cujo passa do esconde um segredo, Philip, prior da cidade de Kingsbridge e que vai supervisionar a construção da catedral, Aliena e Richard, ricos herdeiros destituídos das suas terras e títulos, William, o cavaleiro sem escrúpulos, e Waleran, o bispo disposto a tudo para obter o que pretende. À medida que assistimos à edificação de uma obra única envolvendo suspense, corrupção, ambição e romance, a atmosfera autêntica do quotidiano da Europa medieval em toda a sua grandeza absorve-nos irremediavelmente, ousando desafiar os limites da nossa imaginação. Recriação magistral de um tempo de conspirações, delicados equilíbrios de poder e violência. Os Pilares da Terra é decididamente a obra-prima de um autor que já vendeu 90 milhões de livros em todo o mundo.

Opinião: Que viagem! É sem dúvida uma belíssima epopeia que, tendo como pano de fundo um período de guerra civil em Inglaterra, conta-nos a história da construção de uma catedral, sonho de uns e “pesadelo” de outros.

Se na primeira parte parece que andamos um pouco perdidos, neste volume vemos então onde a história nos leva e todas as perguntas (sobretudo o que liga Ellen a Waleran, o terrível segredo por detrás de toda a história), como não podia deixar de ser, são respondidas. O que mais destaco nesta obra é o trabalho do autor no que toca à descrição do dia-a-dia medieval. Conceitos que em aulas de História, apesar de bem explicados, me custava a perceber como na realidade seria posto em prática ou o porquê (sim, há conceitos que me faziam alguma confusão nomeadamente no que ao controlo das terras e populações pelos senhores dizia respeito), aqui ficaram brilhantemente exemplificados, tornando a imagem bastante real e credível. Poucas falhas tenho a apontar, ainda que a palavra Espanha me pareça um pouco anacrónica, assim como Portugal, mas no geral pareceu-me tudo muito bem conseguido e deu-me a conhecer uma parte da história de Inglaterra que desconhecia por completo.

No que toca às personagens, entre personagens reais e fictícias, temos uma variedade enorme e todas elas diferentes. Ambições, dúvidas, experiência de vida, cada uma é rica e diferente de todas as outras, fazendo com que nos compadeçamos nos momentos maus e com que jubilemos quando as coisas correm bem. É impossível ficar indiferente ao que cada personagem passa, e se queremos o melhor para algumas, não podemos deixar de desejar o pior para aquelas personagens mais cruéis, que têm apenas em conta o seu próprio ganho.

Não me deixou com um vazio como outros, assim que o pus de lado, mas não deixa de ser um livro extraordinário e, sem dúvida, a reler. Este é daqueles que apesar das muitas páginas, é para manter e ler sempre que me sentir mais em baixo, pois relata uma história de persistência e de como pessoas honradas, com outros objectivos do que o ganho próprio, podem levar a sua avante bafejados pela sorte ou qualquer outra graça. Este é um livro que enche uma pessoa de esperança, lembrando que tendo fé e acreditando no nosso sonho, ele pode ir em frente mesmo que muitos maquinem contra nós. É um hino à perseverança, ao acreditarmos nos nossos sonhos, ainda que concretizá-los pareça difícil com tantos obstáculos pelo caminho. Mas tudo isso faz com que no final tudo valha a pena. Recomendo!

18 de outubro de 2010

Excertos promocionais

Sinceramente, não sei que outro nome dar aqueles capítulos que aparecem no final de alguns livros ou aqueles livros pequenos, que muitas editoras distribuem aquando de lançamentos ou feiras do livro, com um ou dois capítulos de um livro que tentam promover. Para dizer a verdade, os primeiros chateiam-me um pouco, mas os segundos são bastante úteis para separar algum trigo do joio.

Não sei bem explicar o porquê de não apreciar os primeiros. Não sei se é por a ideia de acabar um livro e “começar” outro, continuando a ler as páginas que restam do livro que temos em mãos, a logo seguir ser um pouco desconfortável, já que preciso que um livro acabado assente na minha cabeça (tenho de pensar sobre o que li, perceber como me tocou, de certa forma exorcizar o livro para me dedicar a um novo) e nem sempre consigo fazer tal exercício se leio o excerto que vem no final de um livro sobre um outro, por vezes com um tema completamente diferente. O que é certo é que raramente leio esses excertos nos finais dos livros, mesmo que possua o livro em que vem e possa ler o excerto noutra altura.

No que toca aos livrinhos, penso que a primeira vez que vi tal ou que me lembro de ler um de tais livros (e confesso que a minha memória não é das melhores, bem pelo contrário :/ ) foi à saída de uma estação do Metro e tratava-se dos primeiros capítulos do livro O Porteiro de Pilatos. Geralmente, quase tudo o que me dão na rua, vai para o lixo sem me demorar muito com uma vista de olhos valente, no entanto, li a pequena amostra desse livro por acaso, já que não tinha outra coisa à mão e encontrava-me à espera de alguém ou de um outro transporte. Lembro-me de ter gostado da amostra e de pedir por várias vezes o livro à minha mãe, para que ela me oferecesse pelo Natal, sem qualquer resultado - ofereceu antes a um dos meus tios e até agora não lhe consegui meter a mão em cima. :P No entanto, a vontade de o ler ainda é considerável, se bem que já não me recorde dos capítulos ou de como começava a história.


Mas desde aí que tenho prestado mais atenção a esses livrinhos, tinha mesmo vários guardados, que num dos meus últimos vaipes de limpeza, foram para o lixo (de outro modo não tinha espaço onde meter marcadores de livros e outras coisas que vou coleccionando). Alguns de livros que já li e gostei, caso de A Felicidade Mora ao Lado, da autora Jill Mansell que li em inglês (pedi no BookMooch logo depois de ler o excerto), ou que li e não gostei tanto, como Errar é Divino, também lido na versão original. Também houve outros que após a amostra não quis ler, caso de Marcada de P.C. e Kristin Cast. O livro que me encontro a ler, Aprendiz de Assassino, também foi daqueles cuja curiosidade de ler se deve (em grande parte) à leitura do tal livrinho promocional.

Como será óbvio, não se pode atestar a qualidade dos livros por estes capítulos iniciais, mas sem dúvida de que, se a história nos agarrar nessas poucas páginas, queremos ler o livro todo. É por isso que numa livraria, quando tenho tempo, sou capaz de ler me sentar nos bancos confortáveis, a ler os primeiros capítulos, ou ande, feita doida, à procura dos tais excertos promocionais, sobretudo nas feiras do livro. Sou bem capaz de vir com uns quantos para casa.

13 de outubro de 2010

E se Fosse Verdade...

Autor: Marc Levy
Género: romance
Editora: 11x17 | Nº de páginas: 239
Nota: 3/5

Resumo (do livro): O que é que faria se encontrasse uma desconhecida... no armário da sua casa de banho?

E se essa atraente mulher aparecesse e desaparecesse como um fantasma? E se ela lhe dissesse que teve um acidente de carro e que o seu corpo está, há meses, em coma, num hospital do outro lado da cidade? Certamente que o seu primeiro impulso seria pensar que está a enlouquecer (ou a lidar com uma louca).

Mas... e se fosse verdade?

E se esta fosse a grande oportunidade de encontrar o amor da sua vida?

Uma inesquecível história de amor, uma aventura tão emocionante quanto divertida, uma narrativa cativante que invoca a nossa capacidade ilimitada de seguir o que nos dita o coração.


Opinião: Tomei conhecimento deste livro depois de ver o filme, com Reese Witherspoon e Mark Ruffalo, que adorei. Parti por isso com alguma expectativa para o livro, ainda por cima sendo uma edição de bolso! Apesar de achar as folhas bastante finas, quase que dá para ler o que está no verso, não é uma má edição. Pelo preço, até constitui uma belíssima alternativa às edições que estamos habituados a ver. :)

Para quem viu o filme, o livro constitui pouca surpresa. Arthur muda de casa e descobre Lauren no seu armário, já que a casa antes era dela. Através de peripécias algo engraçadas, descobre que aquela é uma espécie de fantasma, já que ela não morreu mas encontra-se em coma. No entanto, o fim pode estar próximo e a relação deles, que entretanto se apaixonam, pode estar por um fio.

Como disse, pouco surpreendeu. Achei algumas partes algo irrealistas, nomeadamente no que toca à relação de ambos, e confesso que a certa altura já estava farta do protagonista masculino. O modo como se comportava em público, abraçando e conversando com um fantasma exasperaram-me tal como ao amigo dele. Se queria passar por doido conseguiu-o, pouco abonando a seu favor. Também achei o final do filme melhor conseguido.

Apesar de tudo, é um livro que se lê bem, mas acho que recomendo o filme.

9 de outubro de 2010

Vampire Academy (Vampire Academy, Livro 1) [áudio-livro]

Autor: Richelle Mead; Stephanie Wolfe (narradora)
Género: fantasia
Editora: Penguin Group USA and Audible | Nº de páginas: -
Nota: 3/5

Resumo (do site Goodreads): St. Vladimir’s Academy isn’t just any boarding school — it’s a hidden place where vampires are educated in the ways of magic and half-human teens train to protect them. Rose Hathaway is a Dhampir, a bodyguard for her best friend Lissa, a Moroi Vampire Princess. They’ve been on the run, but now they’re being dragged back to St. Vladimir’s — the very place where they’re most in danger...

Rose and Lissa become enmeshed in forbidden romance, the Academy’s ruthless social scene, and unspeakable nighttime rituals. But they must be careful lest the Strigoi — the world’s fiercest and most dangerous vampires — make Lissa one of them forever.


Opinião: Confesso-me surpreendida por este título. Esperava algo como o cruzamento da Saga Luz e Escuridão com a série Casa da Noite (da qual só li um capítulo do primeiro livro e não me cativou), mas deparei-me com uma coisa bastante diferente e, até certo ponto, agradável.

Para começar os pontos positivos. Gostei bastante do mundo vampírico que a autora apresenta, com dampiros e dois tipos de vampiros: os moroi, os vampiros bons e vivos, e os strigoi, os vampiros maus e mortos-vivos. Acompanhamos uma dampira que frequenta a Academia de St. Vladimir, onde é educada para proteger os moroi, que frequentam a mesma escola. A nossa dampira, Rose, tem como amiga uma princesa moroi, Lissa, mas há mais a ligá-las que a amizade. Rose consegue sentir Lissa devido a um estranho laço que as une e que faz de Rose a guardiã perfeita para Lyssa, já que os strigoi querem matar os moroi e só os dampiros podem proteger aqueles que, apesar de terem magia, acham que o melhor ataque é a defesa.

Basicamente gostei da ideia mas a personagem principal consegue ser irritante (afinal de contas é uma adolescente com hormonas aos saltos) e a história é previsível. Tirando a construção deste mundo, a partir do momento em que percebemos o que realmente está em jogo, conseguimos antever o final a quilómetros do final do livro e torna-se um pouco exasperante quando a heroína não o consegue fazer.

Não deixa de ser uma leitura que entretém. Já há algum tempo que não ouvia áudio-livros mas penso que foi uma boa escolha. Leitura leve e agradável para uma tarde passada a fazer variadas tarefas domésticas.

6 de outubro de 2010

Os Pilares da Terra (Volume 1)

Autor: Ken Follett
Género: ficção histórica
Editora: Editorial Presença | Nº de páginas: 498
Nota: 4/5

Resumo (do livro): Publicado pela primeira vez em 1989, Os Pilares da Terra surpreendeu o universo editorial ao tornar-se gradual mas inabalavelmente um clássico da ficção histórica, que continua a maravilhar leitores de todo o mundo e que a Presença lança agora em dois volumes. Na Inglaterra do século XII, Tom, um humilde pedreiro e mestre-de-obras, tem um sonho majestoso – construir uma imponente catedral, dotada de uma beleza sublime, digna de tocar os céus. E é na persecução desse sonho que com ele e a sua família vamos encontrando um colorido mosaico de personagens que se cruzam ao longo de gerações e cujos destinos se entrelaçam de formas misteriosas e surpreendentes, capazes de alterar o curso da história – Ellen, uma mulher enigmática que vive à margem da sociedade e cujo passa do esconde um segredo, Philip, prior da cidade de Kingsbridge e que vai supervisionar a construção da catedral, Aliena e Richard, ricos herdeiros destituídos das suas terras e títulos, William, o cavaleiro sem escrúpulos, e Waleran, o bispo disposto a tudo para obter o que pretende. À medida que assistimos à edificação de uma obra única envolvendo suspense, corrupção, ambição e romance, a atmosfera autêntica do quotidiano da Europa medieval em toda a sua grandeza absorve-nos irremediavelmente, ousando desafiar os limites da nossa imaginação. Recriação magistral de um tempo de conspirações, delicados equilíbrios de poder e violência. Os Pilares da Terra é decididamente a obra-prima de um autor que já vendeu 90 milhões de livros em todo o mundo.

Opinião: Comprei estes livros, já que está dividido em dois volumes, numa Feira do Livro simplesmente porque a minha mãe queria um autógrafo deste autor, já que tinha lido alguns livros dele nos anos 80 (O Vale dos Cinco Leões, de que ela não pára de falar e elogiar) e havia ficado fã. Provavelmente não teria pegado para ler agora, não fosse as críticas que tenho lido, nomeadamente a do Pedro, e o facto de existir uma série, que o AXN deve passar em breve. Ainda bem que todos estes factores se juntaram e me convenceram a pegar nesta obra.

A história, neste primeiro volume, evolui a um ritmo muito lento, sendo-nos dado a conhecer as várias personagens cujas vidas se cruzam então num momento e lugar, Kingsbridge em meados do séc. XII, nas vésperas da construção de uma catedral. Não há propriamente um protagonista, já que os caminhos entrecruzam-se de tal maneira que se complementam uns aos outros: se temos um pedreiro que quer construir uma catedral, temos também um prior com o mesmo sonho e com a possibilidade de o tornar real; se temos personagens que a querem ver construída para honrar Deus, temos outros que a querem para benefício próprio... e é assim que se vai construindo, pedra a pedra, esta história.

Apesar de parecer que uma pessoa se perde na primeira metade deste volume, já que o propósito da história não parece bem definido, não sabemos muito bem onde o autor deseja ir com a história, saliento o retrato que o autor faz do séc. XII, nomeadamente no que à vida monástica diz respeito, assim como a sua escrita, despojada de quaisquer artifícios, directa e concisa, transmitindo, no entanto, os sentimentos das personagens e descrevendo-as com tanto detalhe que conseguimos antever as suas acções e pensamentos.

É uma leitura que estou a apreciar ler devagar. :)

4 de outubro de 2010

Leituras de Outono

Vi este post no Livejournal a perguntar que livros se sugeriam para esta estação do ano. Para mim, tal como para a autora desse post, o Outono é a melhor estação do ano e nos últimos anos, ou desde que tenho o blog, tenho reparado que é mais ou menos por esta época que leio livros que me marcam. Não sei se estou mais predisposta para gostar dos livros, se o facto de adorar a estação faz com que me entregue mais aos livros, de tal modo que as personagens parecem tocar-me muito mais levando a que no fim da leitura sinta que digo adeus a grandes amigos. Parece que durante esta época sinto a necessidade de ler ou reler clássicos, livros que exigem um pouco mais de mim ou que me toquem profundamente.


Este ano estava a pensar ler Os Pilares da Terra de Ken Follett, que parece ser um grande livro. Só leio boas críticas e estando a meio do primeiro volume posso dizer que estou a gostar. Não me parece ser um livro viciante mas para ler devagar e é o que estou a fazer. Tal como a construção de uma catedral, a história progride a um ritmo lento mas que permite um bom e credível retrato do séc. XII, bem como permite que conheçamos as personagens, de tal modo que podemos antecipar algumas das suas decisões.

Também queria ler a Saga do Assassino da Robin Hobb, sobretudo porque estou a precisar de um escape para um outro mundo. As críticas também têm sido algo entusiásticas, pelo que me pareceu uma boa escolha.

Estava também a planear ler algum trabalho do Oscar Wilde. É um autor que tenho vindo a adiar constantemente mas que exerce um fascínio enorme. Tenho muita curiosidade mas as minhas expectativas são tão grandes, gigantes mesmo, que tenho medo que não corresponda. No entanto, esta parece a época mais propícia a tomar tal passo e a pegar numa das suas obras. Não sei por qual começar, mas como tenho a colectânea com todos os seus trabalhos, logo se vê o que mais me chama a atenção.

Talvez venha ainda a reler North and South da Elizabeth Gaskell, sinto saudades de Margaret Hale e de John Thornton, ou venha a ler mais alguma obra desta autora. As comemorações do seu bicentenário alimentaram a minha curiosidade e quero aprofundar mais da obra desta autora que com um só livro, lido exactamente per esta altura, me conquistou.

3 de outubro de 2010

Aquisições de Setembro

No seguimento de posts anteriores, tenho tentado adquirir poucos livros. Assim pedi alguns no BookMooch, que andava à procura há algum tempo, caso de Voice of the Gods, o terceiro volume da trilogia Age of Five da Trudi Canavan, e The Shelters of Stone, da saga Os Filhos da Terra da Jean M. Auel! Estou a dois livros de ter toda a saga publicada até agora, já que 2011 parece que vai ser publicado um novo volume. Já no que toca a pedidos espontâneos, veio parar cá a casa Steamed de Katie MacAlister, que parece tratar-se de um romance steampunk e, como adoro o conceito steampunk, não podia deixar de o pedir quando o vi.

No que toca a compras, adquiri O Vale dos Cinco Leões, do Ken Follett para oferecer à minha mãe que o adorou ler nos anos 80. Infelizmente tinha-lhe sido emprestado e mal o vi a ser publicitado soube que tinha de o comprar, até porque estou a ler um livro do autor e começo a perceber parte do fascínio. Também comprei A Demanda do Visionário da Robin Hobb, o último volume da Saga do Assassino, que pretendo ler durante este mês de Outubro.


Por fim, das BLX vieram, e já foram devolvidos, os dois volumes da saga Kushiel, que só posso aconselhar, ainda para mais com o terceiro já disponível.

2 de outubro de 2010

Up (2009)

Informação técnica no IMDb.

Director: Pete Docter, Bob Peterson
Escritores: Pete Docter, Bob Peterson, Thomas McCarthy
Actores/Vozes: Edward Asner, Christopher Plummer, Jordan Nagai, Bob Peterson
Nota: 5/5

Raramente a Disney Pixar me desilude e aqui está mais um filme a comprovar a excelência das histórias que contam. Nesta seguimos Carl Fredericksen, desde sempre fã de Charles Muntz, um explorador que devido a uma das suas descobertas foi tido como fraude, e que havia prometido à sua esposa, também ela fã daquele explorador, viverem uma aventura. Mas Ellie acaba por falecer sem terem então a possibilidade de embarcar juntos para o destino que desejavam e, perante o crescimento da cidade e a obrigação de se mudar para um asilo, Carl decide então realizar o sonho conjunto, enchendo a sua casa com milhares de balões e partindo então na sua viagem. Não esperava era ser acompanhado por Russell, um jovem escuteiro que deseja ganhar o seu último crachá, nem encontrar Dug, um cão (hilariante e tão fofinho) com uma coleira que lhe permite falar, mas acaba por aperceber-se de que toda a sua vida foi uma grande aventura.

Não sei o que dizer sobre o filme porque é simplesmente belíssimo. Tem de tudo, momentos em que me trouxe lágrimas aos olhos bem como outros em que me ria a bandeiras despregadas. Tem personagens ricas e uma mensagem belíssima. Só posso recomendá-lo porque é mesmo um filme a não perder.

Para compensar a falta de palavras, deixo um vídeo com uma das minhas partes favoritas do filme.

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