7 de abril de 2015

Mudança

Não perguntem porquê mas precisei de mudar. Ainda pensei levar este meu cantinho para outro lado mas quando percebi que teria de editar pouco mais de 900 mensagens... bem, tenho de confessar algum desespero e desânimo pelo que resolvi tomar o caminho mais fácil, criar uma coisa nova.

Faço por lá mais ou menos o que vinha a fazer por aqui, apesar de os livros não serem o foco principal. Por lá coloco coisas que me passam pela cabeça, coisas que leio ou vejo, coisas que me acontecem.

Simplesmente coisas que...

1 de janeiro de 2015

Balanço 2014 e pontapé de saída para 2015 (2)

Após reflexão sobre os dados que reuni sobre os meus hábitos de leitura em 2014, alguma deceção com alguns géneros e até autores, e um sentimento de que nada me arrebata ou é assim tão estimulante, em 2015 decidi pensar melhor nas minhas escolhas e focar-me não só em ler o que tenho cá em casa mas em ler melhor. Não quer dizer que não leia romances mas gostaria de ler mais livros premiados ou que figurem em listas do tipo "Top 10 de fantasia que não pode deixar de ler antes de morrer", que tiveram algum impacto na cultura (vulgo clássicos) ou que mudem a minha visão sobre o mundo (i.e. ter mais consciência de quem escreveu e sobre o que é que o livro se debruça, diversificando os meus horizontes).

Também não vou participar no desafio do Goodreads nem em outros desafios e porque não vivo só de livros, quero dedicar-me também a outras áreas do entretenimento, como conhecer mais clássicos do cinema, talvez mergulhar com mais convicção nos videojogos, e quem sabe viajar um pouco mais. :)

Por fim, como é da praxe:

Melhor livro: acho que Jane Eyre. Embora tenha havido outras leituras bastante prazenteiras e que constituíram agradáveis surpresas, penso que esta história ficará por mais tempo comigo devido à fenomenal personagem que lhe dá nome, dona de uma enorme força interior.

Livro decepção: o prémio vai sem dúvida para O Grande Amor da Minha Vida. Era dos livros que há mais tempo tinha na minha wishlist e que fui adiando porque queria ler toda a série de seguida. Mas o universo sabia melhor que eu e foi colocando os percalços para me afastar. Não lhe dei ouvidos mas fui a tempo de devolver os restantes livros da série. Sim, como disse queria ler tudo de seguida mas não fui capaz sequer de terminar o primeiro.

Melhor capa: a de Jonathan Strange and Mr. Norrell. Lembro-me de ter comprado o livro porque a capa era completamente diferente das que iam aparecendo em preto, branco e vermelho. Algo naquele caminho me dizia que se o seguisse seria conduzida a uma magnífica história e assim aconteceu. É das adaptações que agora mais espero ver.

Pior capa: não sei. Este ano acho que li nenhum livro com uma capa tão má como isso.

Autor surpresa do ano: também não me recordo de nenhum que me tenha surpreendido porque todos vieram muito bem recomendados. Chimamanda Ngozi Adichie, Julian Barnes, até a Gayle Forman, foram apostas seguras. Já pela negativa surpreendeu-me Paullina Simons

Melhor personagem: Jane Eyre. É que não há dúvidas.

E agora para os filmes, como já fiz o ano passado, esquecendo o realizador porque isso não é o meu forte (mas estou a melhorar), e os posters, porque são em alguns casos acabam por ser vários...

Melhor filme: vi bons filmes este ano, e estou a pôr em dia uma série daqueles que "OMD como é possível nunca ter visto?!" dos quais se destaca "O Padrinho". Sim, só o vi este ano e é fantástico. O segundo também é muito bom e só me falta ver o terceiro que já sei que não vai ser grande coisa.

Estreado este ano, "Gone Girl". Apesar de algumas alterações em relação ao livro, achei que estava fiel e as actuações fenomenais.

E menção honrosa para o "Under the Skin" que ainda hoje, só de pensar nele, me deixa desconfortável.

Filme decepção: muito sinceramente? "Nove Semanas e Meia"! Desde pequena que conhecia o título mas, como será óbvio, nunca o tinha visto. Entretanto, cada vez que via os anúncios porque o filme ia repetir na televisão, a minha mente ia construindo um romance que acabou por não corresponder ao filme. As cenas quentes são boas mas não há romance.

Melhor personagem: esta é tão fácil. É impossível não escolher o... Groot! Nomeadamente na versão Baby Groot...
Daqui.
Opá, coisa mais fofa! Quero!

E pronto, é isto. Bom 2015 para todos! o/

Balanço 2014 e pontapé de saída para 2015

Em 2014 foi o ano de ler de forma diversificada, fosse ler mais mulheres, sobre minorias, diferentes nacionalidades, sobre pessoas com variados tipos de deficiência ou sobre pessoas com diferentes orientações sexuais. No entanto, apesar de saber que tenho uma enorme falha no que há diversidade diz respeito, quis primeiro conhecer melhor os meus hábitos de leitura para então perceber onde posso melhorar. Para isso mantive uma muito básica lista Excel (já agora, aqui fica a da Célia porque é muito mais organizada que a que fiz), onde infelizmente acabei por não ter em conta algumas das categorias que mencionei ali em cima, simplesmente porque sei que poucos ou nenhum dos livros que li se debruçou sobre esses temas, nomeadamente os dois últimos.

Seguem-se então alguns gráficos, podem clicar neles para os verem melhor... *Oh para ela a ficar toda fina!*

Decidi manter o ficheiro Excel sobretudo para saber se realmente lia poucas mulheres, o que nunca pensei que fosse o caso e o gráfico comprova-o, assim como para ter uma ideia de que nacionalidades mais lia, o que também não me surpreende. Sou sobretudo consumidora de autores anglo-saxónicos e gostava de vir a modificar isso em 2015, apostando sobretudo em autores de língua portuguesa. Já agora, convém dizer que contei também com livros que ainda estou a ler, daí a coluna francesa aparecer tão alta, já que contei com dois autores de História da vida privada...
Li sobretudo livros meus, que era o maior objetivo de 2014. Assim posso dizer que li, ou tirei da pilha, 55 livros, dos quais 16 foram aquisições deste ano. Adquiri ao todo 29 livros (num total de 32,87 euros poupados com ofertas e empréstimos) e o saldo é por isso de 26 livros tirados à pilha. Aqui posso, também, sem dúvida melhorar. Tenho que ver se deixo de comprar e sobretudo ponderar as compras e empréstimos, trazendo somente quando sei que vou pegar neles assim que chegue a casa ou tenha tempo para me dedicar a eles, ou aqueles que sei que não desapontarão, apesar de ser algo muito subjectivo.

Ah, fica também a nota de que consegui cumprir o desafio do Goodreads, coisa que não consegui em anos anteriores. :)
Falando em desapontamentos, este ano desisti de 4 livros e apesar de ter chegado ao fim de outros 4 a coisa não foi nada de memorável. No entanto, houve outros que me encheram as medidas, ainda que agora pouco me recorde deles mas a minha memória é má. :P Começa a ser mais fácil perceber se vou gostar de um livro e não tenho qualquer problema em abandonar os que não estão a fazer nada por mim. Pode ser uma questão de o momento não ser propício, mas consigo também perceber, quando penso abandonar o livro, se é daqueles a que devo voltar noutra altura ou não.
Também tinha alguma curiosidade em perceber em que língua mais lia e como isso se relacionaria com o formato, ainda que fosse fácil adivinhar o resultado. A maior parte dos livros que tenho são em português, e-books e áudio-livros estão, na sua totalidade, em inglês. Gostava de começar a apostar mais em e-books em português, no que toca a compras, mas acaba por ser algo difícil de mudar quando são tão caros, mesmo na Amazon onde algumas editoras já estão presentes. Também penso em começar a ler noutras línguas, sobretudo francês já que tenho 2 ou 3 livros cá em casa, para ver se me desenrasco melhor no trabalho. :P
Por fim, e sem constituir surpresa nenhuma, leio sobretudo ficção, nomeadamente romance e as suas várias subcategorias. Aqui parece-me ser mais difícil mudar, mas gostaria que, em 2015, conseguisse com que 1/4 dos livros lidos fossem de não ficção.

E porque isto ficou longo, o resto seguirá noutro post.

Bom Ano Novo!

31 de dezembro de 2014

Dezembro 2014

Não sei para onde vai o tempo. Parece que ainda no outro dia começava o ano e já está a chegar outro. A coisa bem que podia passar mais devagar, mas é como a Gretchen Rubin diz «The days are long, but the years are short.» Não posso dizer que este seja o meu mês preferido e realmente em leituras podia ter sido bem melhor, mas compensou em filmes, sendo que revi alguns favoritos, incluindo "Em Busca da Esmeralda Perdida" que, tenho de confessar, juntamente com o "Horizonte Longínquo" me fez gostar de romances, ainda que só viesse a ler o género muitos anos mais tarde. :P

Livros lidos:
  1. O Grande Amor da Minha Vida (The Bronze Horseman, #1) de Paullina Simons - Não acabei
Filmes vistos:
  1. National Security - Com tanto filme para ver e tive de ver este
  2. The Ghost Writer - Deu na televisão e pouco se perde com isso
  3. Boyhood - Vale o dinheiro gasto
  4. Em Busca da Esmeralda Perdida - Vale o dinheiro gasto
  5. Starship Troopers - Vale o dinheiro gasto
  6. A Fada dos Dentes - Com tanto filme para ver e tive de ver este
  7. Wreck-It Ralph - Deu na televisão e pouco se perde com isso
  8. Love Actually - Vale o dinheiro gasto
  9. The Simpsons Movie - Deu na televisão e pouco se perde com isso
  10. A Jóia do Nilo - Deu na televisão e pouco se perde com isso
  11. Anastasia - Para ter na estante
Séries vistas:
  1. You're the Worst - Vale o dinheiro gasto
Compras:
  1. Todos os Contos de Edgar Allan Poe
Ofertas:
  1. Wrecked (Iron Seas #3.4) [e-book] de Meljean Brook, estava grátis na Amazon
  2. Some of the Best from Tor.com: 2014: A Tor.Com Original [e-book] editado pela Tor.com, grátis na Amazon
Empréstimos:

Desafios:
Desafio 2014 ou Desafio Mini-pilha - li 1 e adquiri 3, pelo que o saldo é de 2 livros acrescentados à pilha, mas o saldo acaba por ser positivo pois este ano li muitas das aquisições que fiz e ainda me dediquei aos que tinha por ler. *\o/*
Disney Movie Challenge - 8 filmes vistos de 98. Pois... parece que este, como alguns desafios de leitura, é para a vida. :P

Artigos que me chamaram a atenção:
  • Acho que já tenho partilhado mais coisas parecidas com isto, não que eu ache que seja preciso mas de qualquer modo fica a nota.
  • Eu não faço parte do grupo que se vira para os livros nos meses de verão, ou em férias, mas não me parece estranho que mais pessoas se virem para eles, tendo em conta que muita gente aproveita as férias para ler o que não lê durante o resto do ano. E muitos não possuírão e-readers por isso mesmo e devem pretender afastar-se de tablets e telemóveis, coisas que nem jeito dá para ler na praia...
  • A história é contada pelos vencedores, e não é só na vida real! xD Ainda assim, como Tolkien trouxe a mitopeia para as nossas estantes.

30 de dezembro de 2014

Só Ler Não Basta #22.2 - Balanço de 2014


Chega ao fim mais um ano e completam-se dois de SLNB. Neste último vídeo de 2014, depois de responder-mos a algumas questões colocadas pela Su, no Goodreads, fazemos um balanço das leituras deste ano que acaba e alguns planos para 2015.



Está disponível um índice da conversa e da lista interminável de livros que enunciamos no Youtube, podem participar no grupo do Goodreads e seguir-nos no Google+.

Maus

Autor: Art Spiegelman
Não-Ficção | Género: memória, comic
Editora: Bertrand Editora | Ano: 2014 (originalmente publicado em 2003) | Formato: livro | Nº de páginas: 296 | Língua: português

Como me veio parar às mãos: foi-me oferecido pelo meu querido mano pelos meus anos. *estrafega mano fofo com mimos*

Quando e porque peguei nele: 21 a 22 de novembro, porque é claro que o tinha de ler assim que o tive nas mãos.


Opinião: Eis como o género ou o modo que se escolhe para contar uma história pode ser enganador. Pelo menos eu, até aos últimos anos, jamais pensaria que a banda desenhada pudesse ser usada para contar histórias de vida, nomeadamente vidas passadas numa época como a Segunda Guerra Mundial. Mas uma das maravilhas da internet foi mesmo dar a conhecer-me outras coisas, diferentes do que lia e via até aquela altura (bolas, sinto-me velha), facilitando o acesso a coisas que não sabia serem do meu interesse.

Este foi mais um livro que conheci nesses primeiros tempos mas que vim a adiar constantemente porque para mim banda desenhada era o que lia na infância, eram aqueles livros com bonecos que lia numa tarde para passar o tempo no ATL. Mas uma pessoa tem que se abrir a novas experiências e, descobrindo livros em que eu estou interessada e que o meu irmão pode querer ler porque não é só texto (nada me fará mudar a ideia de que o meu irmão me oferece estes livros porque têm bonecos e logo também pode vir a estar interessado, mas YAY por isso! \o/), ele tem-me oferecido preciosidades, tendo sido este o último e tendo saído este ano em português.

Sabia então o tema que tratava, tema que geralmente me deixa curiosa mas reticente em pegar quando se trata de livros porque fico feita num farrapo. Por ter animais em vez de pessoas, pensei que não teria tanto efeito em mim e uma parte de mim chegou mesmo a pensar se esta representação não desumanizaria o grupo judaico, já de si vítima de desumanização durante o período que o livro retrata. Foi com surpresa que constatei que não. Houve um painel em particular que provocou uma emoção tão grande em mim que percebi o génio da coisa. Percebi que apesar de estarem ratos na página, eu não conseguia deixar de pensar que era a história de pessoas que estavam a contar. Nunca me consegui alhear do facto de cada uma daquelas figuras ser um indivíduo com nome, família, trabalho, com amigos, com uma vida como a minha, com uma rotina diária e que de um momento para o outro, por capricho de um grupo, deixou de ser. E enquanto lia sobre o que passaram e até sobre as marcas que tal experiência deixou nos sobreviventes, era verem-me a chorar como uma Madalena arrependida.

O meio pode enganar mas este livro é um murro no estômago. Estou habituada ao tema, estudei-o ainda que superficialmente, gosto de ver filmes e documentários sobre a época, mas entendo agora a minha reticência em ler relatos do género. É como se sentisse na pele e só me pergunto como foi possível tal coisa acontecer. Sei que não é caso único, limpezas étnicas acabam por ser uma (triste) constância da história, mas como é que se pode ter a vida humana em tão pouca conta num período em que supostamente somos "iluminados". Como é que se pode deixar que continue a acontecer? Esta é uma parte da história que não se devia repetir, jamais.

Veredito: Para ter na estante.

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