27 de junho de 2009

História de uma cidade

Autor: Debbie Macomber
Género: chick lit
Editora: Harlequin | Nº de páginas: 320
Nota: 3/5

Resumo (da capa): Em Promise, tudo era possível...

Em Promise, toda a gente tinha a sua história. Alguns descendiam de antigas famílias de rancheiros, como os Weston e os Patterson. Também havia aqueles que se tinham mudado recentemente, como a doutora Jane Dickinson e Amy Thorton, duas mulheres que se tinham apaixonado por homens de Promise e pela própria terra. E havia quem tivesse acabado de chegar, como Annie Applegate, que fora à procura de um pouco de paz e que acabar por encontrar o amor...

Opinião: Este livro fez-me lembrar um pouco séries como “Everwood” e “Amor no Alasca”, já que retrata a vida de uma pequena localidade, onde algumas personagens tentam recomeçar a sua vida e, claro, acabam por encontrar o amor.

Não é um grande livro, mas lê-se bem apesar de ter muitas personagens e fios de história que, infelizmente, são pouco desenvolvidos. Algumas personagens deverão ter as suas histórias mais aprofundadas noutros livros desta autora, já que pelo que pude ver no GoodReads, este livro parece ser o sétimo volume da série Heart of Texas. Mas é mesmo pela pouca profundidade das personagens e das várias histórias que o livro peca, já que não é fácil distingui-las a início e não há oportunidade de criar uma grande empatia. Quando há alguma dessa empatia, o leitor não consegue deixar de sentir um certo aborrecimento ao ler as outras histórias e desejar que aquela que mais gosta seja novamente abordada. No entanto, as várias histórias são interessantes, apesar de muito previsíveis.

Apesar de ser parte de uma série, as várias histórias e relações são fáceis de acompanhar, o que faz deste livro uma boa escolha para uma tarde em que não apetece fazer nada, ou para ler ao fim do dia depois de um dia stressante e em que não queremos pensar muito.

Leitura Conjunta (II)

Na próxima segunda-feira começa uma nova Leitura Conjunta no fórum Estante de Livros. Desta vez será debatido o livro Drácula de Bram Stoker. Mais uma vez me confesso algo desejosa de ler o livro, pois este é um daqueles clássicos, uma daquelas histórias, que sempre me fascinou. Como que criou a imagem do vampiro que temos hoje ao trazê-los para o imaginário popular. Duvido que Anne Rice ou Stephenie Meyer teriam sucesso sem a existência deste livro... :P

25 de junho de 2009

Nefertiti

Autor: Nick Drake
Género: Thriller
Editora: Black Swan | Nº de páginas: 448
Nota: 2/5

Resumo (da capa): EGYPT 1800 BC
Power is like fire. It consumes everything. And when it is gone, all that’s left is ash.

Nefertiti – the most beautiful, powerful and charismatic Queen of the ancient world. With her husband, Akhenaten, she rules over an Empire at the peak of its glory and domination. Together, they have built a magnificent new city in the desert on the banks of the Nile. They are about to host kings, dignitaries and leaders from around the Empire for a vast festival to celebrate their triumph.

But suddenly, Nefertiti vanishes.

Rahotep is the youngest chief detective of the Thebes division; a Seeker of Mysteries who knows about shadows and darkness, and who can see patterns where others cannot. His unusual talents earn him a summons to the royal court. Rahotep is given ten days to find the Queen and return her in time for the festival. Success will bring glory - but if he fails, he and his young family will die…

Opinião: Confesso-me um pouco desiludida com este livro. Nunca me conseguiu convencer de que a história se passava no Antigo Egipto. Primeiro, a forma de escrita, tipo diário, parece assemelhar-se a filmes noir, onde não falta a femme fatale. Segundo, termos como “villa” e “forensic” pareceram-me bastante anacrónicos, já que a ideia que se faz de uma “villa” nasce com a época Romana, ou seja, quase um milénio depois da época em que supostamente se passa a acção deste livro, e a palavra “forensic” apresenta mais ou menos o mesmo problema, também aparece com o latim e para designar o debate e não tanto as provas materiais de crimes. Só mesmo os nomes das personagens e a parte histórica chamam então a atenção para o facto da cronologia se situar no Antigo Egipto.

A poucos dias da inauguração da nova cidade de Akhetaton, Nefertiti desaparece colocando em causa a estabilidade do governo de Akhenaton, seu marido, fragilizado devido a dificuldades económicas e pressões externas. Assim, Rahotep é chamado pelo próprio faraó para resolver o mistério e resgatar a rainha a tempo do festival. Pelo meio o “detective” encontra alguns percalços, sobretudo devido aos jogos políticos da corte.

Apesar das expectativas, estas foram goradas já que de mistério parece ter pouco e, apesar de dar algumas luzes sobre esta época algo conturbada do Antigo Egipto, também não satisfaz por aí além em termos históricos. Parece-me que tinha potencialidades para muito mais, mas nem o facto de o protagonista ter que lutar contra o relógio nos consegue agarrar por aí além. As personagens são algo unidimensionais e mesmo Nefertiti parece ter pouco carisma. Sabemos que ela era como que um pilar do governo e da nova religião, mas isso nota-se pouco ao longo do livro e mesmo o seu desaparecimento não se parece coadunar com o seu perfil. Se o autor queria apresentar uma mulher forte, capaz de se imiscuir no governo e aproveitar o seu desaparecimento dos registos históricos para depois a colocar como regente e sucessora de Akhenaton, parece-me que podia tê-lo feito de outra maneira, nomeadamente com esta personagem feminina como protagonista.

24 de junho de 2009

Harry Potter and the Half-Blood Prince (Harry Potter, Livro 6) [áudio-livro]

Autor: J.K. Rowling; Stephen Fry (narrador)
Género: Fantasia
Editora: Bloomsbury Publishing PLC | Nº de páginas: -
Nota: 4/5

Resumo (do site Amazon.co.uk):
In a brief statement on Friday night, Minister for Magic Cornelius Fudge confirmed that He Who Must Not Be Named has returned to this country and is once more active. “It is with great regret that I must confirm that the wizard styling himself Lord - well, you know who I mean - is alive and among us again,” said Fudge.
These dramatic words appeared in the final pages of Harry Potter and the Order of the Phoenix. In the midst of this battle of good and evil, Harry Potter and the Half-Blood Prince takes up the story of Harry Potter’s sixth year at Hogwarts School of Witchcraft and Wizardry, with Voldemort’s power and followers increasing day by day.

Opinião: Ansiosa pelo sexto filme, até porque agora é que parece que os filmes começam a ficar bons, já que adorei o quinto, o que não posso dizer do livro em que se baseou… Como dizia, ansiosa pelo sexto filme, não podia deixar de reler o livro. Confesso um pouco desapontada, nesta segunda leitura, mas ainda tinha alguns acontecimentos frescos na minha cabeça e, como li a primeira vez em inglês, esta releitura também não veio acrescentar mais piadas ou tornar mais claro certos acontecimentos, como aconteceu com os livros anteriores.

O livro volta a ser mais maduro e sombrio. Temos um início completamente diferente dos outros e mudanças no staff de Hogwarts que trouxe como que uma lufada de ar fresco. Gostei de não ter de aturar com tanta frequência o Hagrid, gostei do Slughorn e só tenho pena de não conhecermos mais das aulas do Snape. O livro é bastante mais interessante que o anterior, desvendando algumas informações sobre Snape, que é e sempre foi de longe a minha personagem preferida, e sobre Voldemort, mas também dando mais destaque a Malfoy que, de facto, nos últimos livros tinha permanecido apenas como uma sombra de todo o potencial que se lhe podia ter sido dado como antagonista escolar de Harry. Para além disto, sei que houve pessoas que não gostaram da inclusão das Horcruxes, mas eu adorei assim como adorei as várias visitas através do Pensatório ao passado de Tom Riddle. Nota-se claramente que Harry está um pouco mais crescido e que Dumbledore, depois de lhe contar toda a verdade, tudo o que lhe tinha omitido durante cerca de 5 anos, passa-lhe então o testemunho e todo o conhecimento que tem sobre Voldemort, já que antevê que não estará por perto muito mais tempo.

Um livro muito bom e que prepara os acontecimentos do derradeiro capítulo.

23 de junho de 2009

Lolita (1962)

Informação técnica no IMDb.

Director: Stanley Kubrick
Escritores: Vladimir Nabokov (adaptação e romance original)
Actores: James Mason, Shelley Winters, Sue Lyon, Peter Sellers
Nota: 4/5

Mais uma vez, depois de ler o livro tinha de ver o filme, sobretudo tratando-se da versão em que o próprio autor trabalhou, adaptando o seu romance ao grande ecrã. Devo dizer, desde já, que não sou fã de Kubrik, adormeci a meio dos únicos dois filmes dele que vi, 2001: Odisseia no Espaço e De Olhos Bem Fechados, pelo que foi uma certa vitória pessoal conseguir permanecer acordada durante o visionamento deste filme.

À semelhança dos filmes mencionados, este tem um ritmo algo lento mas bastante mais agradável de se seguir. Contrariamente ao que acontece no livro, tomamos logo conhecimento do crime praticado por Humbert Humbert, sendo que depois voltamos atrás na história para perceber o que o levou até tal acto. A parte da infância de Humbert encontra-se suprimida no filme, enquanto Clare Quilty, desempenhado brilhantemente por Sellers, ganha um maior destaque do que no livro. A relação entre Humbert e Lolita, que no filme aparece tal e qual eu a tinha imaginado, é subentendida, muito devido à censura americana na época, mas é fácil de acompanhar e não choca tanto como pode acontecer no livro.

O elenco, mais uma vez uma nota especial para Sellers, parece-me que foi bem escolhido, sendo que cada personagem é desempenhada de forma conveniente e fiel ao livro. Tendo o autor do romance original como argumentista, também pode ter contribuído para a fidelidade à obra, apesar das pontuais diferenças próprias para uma melhor compreensão do público. O livro é bastante poético e um bom espelho da alma de Humbert, coisa que seria difícil passar para o grande ecrã, assim como o desfecho da história, onde só “conhecemos” realmente Quilty no final, apesar de aparecerem algumas dicas ao longo do texto, aqui o antagonista de Humbert é-nos apresentado de forma mais conveniente e não parece algo saído da cartola do autor. Outro ponto positivo é que a parte das viagens, bastante aborrecida no livro, é cingida ao mínimo no filme, tornando-se a história bem mais agradável.

Sem dúvida, uma boa adaptação e mesmo uma bela alternativa ao livro.

16 de junho de 2009

Breaking Dawn (Luz e Escuridão, Livro 4)

Autor: Stephenie Meyer
Género: Fantasia urbana
Editora: Atom | Nº de páginas: 768
Nota: 2/5

Resumo (da capa): “Don’t be afraid,” I murmured. “We belong together.”

I was abruptly overwhelmed by the truth of my own words. This moment was so perfect, so right, there was no way to doubt it. His arms wrapped around me, holding me against him… It felt like every nerve ending in my body was a line of wire.

“Forever,” he agreed.


Opinião: A sério, esta autora podia fazer tão melhor se, por uma única vez, escrevesse cenas de acção! Com vampiros e lobisomens é isso que se espera! Ou então sou só eu… Mais uma vez, uma decepção.

Neste volume temos então o tão aguardado casamento entre o Edward e a Bella, tudo o que um casamento entre dois seres diferentes pode trazer, nomeadamente uma criança mutante e as consequências de dar à luz tal “cria”. Ou seja tudo muito previsível, mais uma vez.

Confesso que gostei da ideia das “crianças imortais” (as possibilidades para dominar o mundo!), da narração do Jacob e da apresentação de outros vampiros e os seus poderes, mas as restantes 500 páginas são o mais longo bocejo do mundo da literatura. Pelo menos com que me deparei até agora, porque o outro livro mais aborrecido que li tinha cerca de 100 – 150 páginas. Até a parte que supostamente devia deixar-nos presos ao livro, a autora tem o condão de enfadar apresentando, em vez de uma batalha, a imagem de um tribunal. E devo confessar que nem de séries que se passam dentro de tribunais gosto. E já agora, eu gostava pouco da Bella, mas aqui odeio-a simplesmente porque se torna numa completa Mary Sue! Os vampiros são belos, mas ela é mais bela! Os vampiros são graciosos, mas ela é mais ainda! Os vampiros vegetarianos resistem aos humanos com muito esforço, ela consegue-o na sua primeira caçada! Não há sofrimento, mas há, ou melhor, continua a haver o martírio para não magoar quem se ama, e que sinceramente já não convence. Não há decepções, nem mortes e estamos perante todos os vampiros mais poderosos! Ok, há uma morte, mas mesmo assim fraquita e, mais uma vez, previsível. Parece que a autora, vendo que já não tinha como espremer a relação entre o triângulo amoroso do livro anterior, acrescenta-lhe apenas um outro elemento, para outra vez parecer que vai existir acção, um qualquer confronto, e para no final ficarem todos felizes para sempre. Pronto! Temos um novo livro!

Sim, lê-se bem, num fôlego, mas não me deixa satisfeita. É muito conto de fadas e acho que hoje em dia já há leitores que querem mais que personagens perfeitas e finais felizes. Eu pelo menos quero e é onde este livro peca. Boas premissas, mas péssimas escolhas no modo de conduzir o enredo e na sua conclusão.

Editado a 1/Jan./2010: Porque a saga era para ter continuado sob o ponto de vista do Edward, crítica ao rascunho do quinto livro aqui.

11 de junho de 2009

Eclipse (Luz e Escuridão, Livro 3)

Autor: Stephenie Meyer
Género: Fantasia urbana
Editora: Atom | Nº de páginas: 628
Nota: 2/5

Resumo (da capa): In the dead silence, all the details suddenly fell into place for me with a burst of intuition. Something Edward didn’t want me to know. Something that Jacob wouldn’t have kept from me. Something that had the Cullens and the wolves both in the woods, moving in hazardous proximity to each other…

Something I’d been waiting for anyway.

Something that I know would happen again, as much as I might wish it never would.

It was never going to end, was it?


Opinião: Este volume foi uma decepção, depois de Lua Nova e das mudanças que podia trazer à série. Esperava que tivesse confrontos, nomeadamente entre lobisomens e vampiros, talvez mesmo duelos. No início até parece que vamos ter, sendo que Bella tenta manter alguma neutralidade, se bem que seja uma coisa algo díficil, sobretudo quando a sua escolha já há muito que estava feita. Mas o que mais me desiludiu foi os outros dois vértices do triângulo amoroso. Infelizmente Edward tenta ser a “better person” do livro, aquele que desiste da sua amada para não lhe provocar uma dor tão profunda como no segundo livro, e de ciumento passa a namorado compreensivo, tentando não se intrometer na relação de Bella e Jacob. Este último, passa de compreensivo a ciumento e manipulador.

Quase todo o livro anda em volta do relacionamento entre estas 3 personagens, o que chega a ser bastante cansativo, sobretudo quando esperava que o mistério de Seattle e a situação com Victoria tivessem mais destaque. No entanto, à semelhança do primeiro livro, estes elementos de acção são deixados para a última parte do livro e, na minha opinião, o livro só ganhava em se cingir a esta parte e às histórias de Rosalie, Jasper e dos Quileutes. A história destes últimos foi um pouco decepcionante em parte, já que pensei que os lobisomens tinham aparecido para destruir vampiros, pelo que surpreendeu que se tivessem tornado inimigos por acaso, mas faz com que a união de esforços contra Victoria tenha um outro sentido.

Penso que este volume, para além de muito previsível, pouco trouxe à história. Elucida-nos um pouco mais no que toca à mitologia da autora, mas, como disse, seria melhor se tivesse menos páginas e mais acção. Parece-me que Meyer tem algum medo em aprofundar e lidar com mistérios e com as batalhas que se dão, preferindo desenvolver relações que, sinceramente, não têm assim tanto por onde se possa puxar mais. O mundo dos vampiros e dos lobisomens, mesmo segundo a mitologia da Meyer que se afasta um pouco dos cânones mais comuns, parece bem mais interessante que a vida sentimental da Bella por quem, para ser sincera, não nutro simpatia alguma. É por isso uma pena a autora não se desviar do romance, penso que só tinha a ganhar com isso.


Tenho o livro cá por casa. Se realmente for assim, tenho de o ler. :P

10 de junho de 2009

Twilight/Crepúsculo (2008)

Informação técnica no IMDb.

Director: Catherine Hardwicke
Escritores: Melissa Rosenberg (adaptação) e Stephenie Meyer (romance original)
Actores: Kristen Stewart, Robert Pattinson
Nota: 3/5

Era previsível que, mais tarde ou mais cedo, deveria ver o filme e comentá-lo, não? :P

Tal como para o livro, as expectativas para este filme também não eram muitas. Não foge muito ao livro, por acaso até acho que é uma boa alternativa ao mesmo, pecando apenas por certos detalhes não serem tão bem explicados ou notados, como o porquê de os olhos dos vampiros mudarem de cor. Não tem tantas partes chatas e, para além do mistério que Edward apresenta, temos um outro sobre o que anda a matar pessoas em Forks, o que considero ser uma inovação boa em relação ao livro, já que os antagonistas, por assim dizer, não parecem cair de pára-quedas, como acontece no livro.

Os protagonistas não estão mal, cada um no seu papel, mas não parece haver química entre ambos. O resto dos actores também desempenha convenientemente o seu papel, não havendo ninguém que se destaque. Na verdade, o que mais se parece destacar é a banda sonora, na minha opinião, bem escolhida e que cria o ambiente correcto para cada cena. Achei que a banda sonora estava tão bem que, as partes sem música, parecem algo estranhas e comprometedoras, o silêncio parece avassalador e errado. Estranho, mas não me consigo explicar melhor.

Não é mau, é um daqueles filmes que se vê bem numa tarde em que não há nada para fazer.

4 de junho de 2009

Lua Nova (Luz e Escuridão, Livro 2)

Autor: Stephenie Meyer
Género: Fantasia urbana
Editora: Gailivro | Nº de páginas: 512
Nota: 3/5

Resumo (da capa): Eu sabia que ambos corríamos perigo de vida. Mesmo assim, naquele instante, senti-me bem. Completa. O coração batia aceleradamente e o sangue corria-me, quente e veloz, nas veias. Os meus pulmões encheram-se do doce aroma que emanava da sua pele. Era como se nunca tivesse havido um buraco no meu peito. Sentia-me óptima – não curada, mas como se nunca tivesse existido qualquer ferida.

Opinião: Este livro pareceu-me um pouco melhor que o anterior, mais interessante, com um pouco mais de acção. Aliás, o início é bastante bom, com Bella, mais uma vez em perigo, onde não esperaria encontrar esse perigo, e com o seu coração a ser despedaçado. Seguimos então a depressão da protagonista, até que um raio de sol entra na sua vida, Jacob Black. Este, ao contrário de Edward, é bastante mais alegre, compreensivo, simpático, inteligente… até que se transforma em lobisomem e parece que temos um dejá-vu, com Jake a sentir-se um monstro, que coloca Bella em perigo e que por isso ela devia afastar-se um pouco… Esse tipo de coisas, a que já tínhamos assistido com Edward. No entanto, este não a faz esquecer o seu grande amor e, quando aquele se encontra em perigo, ela não desiste de ir atrás dele, só para depois se encontrar, como objecto de desejo, no meio de dois inimigos mortais: vampiro e lobisomem.

Como disse, este livro tem mais acção ou melhor, ameaça que terá acção, porque essa quase nunca aparece ou se chega a concretizar satisfatoriamente, para além de ser previsível. Há a ameaça de Victoria, que pouco se aproxima de Bella, é-nos sobretudo apresentada por intermédio dos lobisomens; há a ameaça do perigo que os Volturi representam que, na minha opinião, não se chega a concretizar em pleno, já que a cena simplesmente acaba num martírio de inocentes, enquanto eu esperava que realmente incutisse algum temor a Bella. Pelo contrário, apesar de tudo Bella não se demove, continua a querer ser vampira. E é aqui que chegamos a um contra-senso.

Ora bem, Bella quer ser imortal, uma vampira, para desse modo poder passar a eternidade com Edward (ah! e convém não esquecer que ela quer ser transformada rapidamente para não envelhecer e ficar mais velha, na aparência, que o seu namorado), no entanto, quando aquele lhe diz que a transformará se ela casar com ele, ou seja se tomar um compromisso para a vida, a moça pensa duas e três vezes, e tem dúvidas, até porque a mãe tem alguma coisa contra casamentos antes dos 30 anos. Quer dizer, tem 18 e quer morrer para ficar imortal e passar o resto da sua vida com Edward, mas casar está fora de questão. Acho que alguém tem as prioridades trocadas.

Há semelhança do primeiro volume, lê-se bem e é agradável ao fim de um dia de trabalho, mas o final já deixa a história em suspenso. Percebemos que Bella terá de fazer uma escolha, mas será que consegue? Segue-se Eclipse, livro que suscita opiniões bastante contraditórias. Vamos a ver se é desta que fico convencida…

2 de junho de 2009

Daniel Deronda (2002)

Informação técnica no IMDb.

Director: Tom Hooper
Escritores: Andrew Davies (adaptação) e George Eliot (romance original)
Actores: Hugh Dancy, Romola Garai, Hugh Bonneville
Nota: 4/5

Depois de ter lido o livro é claro que não podia deixar de ver a mini-série da autoria, como sempre, da BBC e mais uma vez não fiquei desiludida.

Apesar de algumas mudanças e do óbvio limite de tempo (a série tem cerca de 3h30 de duração), mantém-se bastante fiel ao original, mostrando-nos, penso que melhor que no livro, a relação entre as duas personagens principais, Gwendolen Harleth e Daniel Deronda. Diga-se que os actores têm também uma bela química, Hugh Dancy e Romola Garai, actores que pouco ainda tinha visto mas que aqui estão realmente muito bem. Foi bem mais fácil torcer por eles nesta adaptação que no livro. Mas os restantes elementos do casting fazem também um trabalho fenomenal, nomeadamente Hugh Bonneville que como Grandcourt estava simplesmente detestável e que, na minha opinião, por vezes sobressai mais que os dois protagonistas, nas cenas em que estão os três. Também gostei de ver actores que já conhecia de outras adaptações de obras literárias pela BBC, como Amanda Root de Persuasão e que aqui desempenha a mãe de Gwendolen, e David Bamber, o inesquecível Mr. Colins de Orgulho e Preconceito, nesta adaptação no papel de Lush, como que o braço direito de Grandcourt. Pensei que Mirah fosse mais bonita, mas a actriz faz um exemplar trabalho mostrando toda a humildade da personagem. Sinceramente, todo o casting é perfeito.

A história encontra-se bastante coerente, só tenho pena que a questão judaica não tenha sido melhor explorada. Daniel aqui parece ter mais o papel de Messias, profetizado por Mordecai, do que propriamente de aluno e seguidor das ideias daquele, como acontece na obra original. Também achei a ligação entre Daniel e Mirah menos próxima, talvez porque vemos menos desta última personagem. Por último, tive pena de ver muito pouco do pequeno Jacob Cohen, que adorei no livro mas é compreensível.

É uma boa adaptação, uma boa maneira de conhecer a história de um bom livro, se bem que algo denso e descritivo. Para quem não tiver paciência para o livro, já que tenho lido algumas críticas negativas (apesar de o ter adorado), aconselho sem dúvida esta adaptação.

1 de junho de 2009

Crepúsculo (Luz e Escuridão, Livro 1)

Autor: Stephenie Meyer
Género: Fantasia urbana
Editora: Gailivro | Nº de páginas: 480
Nota: 3/5

Resumo (da capa): Em três pontos, eu estava absolutamente segura.

Em primeiro lugar, Edward era um vampiro.

Em segundo lugar, uma parte dele – e eu não sabia qual era o poder dessa parte – ansiava pelo meu sangue.

Por fim, em terceiro lugar, eu estava incondicional e irrevogavelmente apaixonada por ele.


Opinião: Sinceramente, não achei nada por aí além mas consigo ver o porquê de atrair tanta gente, nomeadamente moças. No entanto, confesso que o vampiro não me seduziu por aí além. Digam o que disserem parece-me um stalker e eu não gosto de stalkers. Mas passando ao livro…

Bella muda-se para Forks, após a sua mãe se casar pela segunda vez com um jogador de baseball, o que faz com que viaje bastantes vezes para não ficar longe dele. Bella, que com 17 anos não pode dar-se a esse luxo, decide então ir viver com o pai. Eis que conhece Edward Cullen, que reage de forma bastante estranha assim que a conhece, mas Bella não desiste até descobrir o segredo deste e da sua família – um grupo de vampiros que coloca em causa tudo o que sabia sobre vampiros. Mas há mais perigos, já que Bella, afinal de contas, parece ser um prato bastante apetitoso.

As personagens são bastante básicas, praticamente unidimensionais. Bella é uma rapariga que, claramente, não tem a cabeça no sítio (ok, está apaixonada e isso pode desculpar este problema, em parte…), é algo desastrada, pensa sobretudo no bem-estar dos outros e (gosta) parece estar constantemente a correr perigo de vida. Edward é belo, é lindo, de uma “beleza estonteante”, de uma “desconcertante perfeição” e gosta de namorar a comida. Ah, também parece que é inteligente (apesar de tudo já fez o secundário várias vezes) mas isso não o impede de pensar melhor naquilo que faz e aproxima-se demais de Bella, que salva constantemente apesar de o próprio dizer que ele é o maior perigo de todos para ela. As personagens secundárias são também igualmente bastante superficiais e foi difícil preocupar-me o suficiente com algum deles, nomeadamente com os vampiros que são capazes de tudo e tão perfeitos naquilo que fazem. Por acaso, as personagens humanas parecem bem mais interessantes.

A história tem pouca acção, centrando-se sobretudo na relação dos dois protagonistas. Confesso que gostei mais da parte em que Bella tentava perceber a natureza de Edward, sendo que a partir do momento em que começam a andar há demasiado mel para o meu gosto, chega a ser um pouco enjoativo, revirei por várias vezes os olhos (nunca um bom sinal), e pensei mesmo deixar o livro a meio. No entanto, o diálogo entre o casal não deixa de ser interessante, sobretudo para perceber as reviravoltas que Meyer introduziu ao mito vampírico, se bem que ache a cena da pele brilhar à luz do sol um pouco demais. Mas sendo os maiores predadores, os mais letais, deviam ter alguma coisa que os denunciasse certo? Pelo menos, só assim é que a minha mente consegue aceitar isto.

Apesar de tudo, é um livro que se lê bem, como se fosse um diário de outra pessoa e nós (leitores) muito cuscos, já que a história é contada sob o ponto de vista de Bella. É um livro indicado para quando se pretende algo leve, depois de um dia algo stressante. No entanto, se toda a série não me tivesse sido emprestada, penso que não seria capaz de ler os restantes já que este se safa bem como um stand-alone, apesar de deixar em aberto algumas questões. Assim sendo, segue-se Lua Nova.

Editado a 1/Jan./2010: Porque a saga era para ter continuado sob o ponto de vista do Edward, podem ler uma crítica ao rascunho do quinto livro, que retrata os eventos deste livro mas sob o ponto de vista daquele, aqui.

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