31 de dezembro de 2010

Aquisições de Dezembro - parte II

Porque a Slayra gosta de me estragar os planos ( :P ) cá estou eu a terminar o ano com mais aquisições. Mas a culpa não é só dela... perante a possibilidade de ter um vale da Bertrand comprei O Homem de Sampetersburgo do Ken Follett em versão livro de bolso (gastei 10€ para ter um vale de 10€ :P ) e perante o ENORME desconto que a Tema estava a fazer em áudio-livros trouxe The Year of the Flood da Margaret Atwood, em versão unabridged e ainda com música e letras da autora! Pareceu-me um bom investimento. :)

Já a Slayra *abraça* ofereceu-me Changeless da Gail Carriger e a antologia Steampunk editado por Ann e Jeff VanderMeer.

E agora sim acabaram as aquisições de 2010, até porque já é de noite e não me parece que alguém me venha oferecer livros. Amanhã inicia-se então o controlo dos custos do vício. A ver vamos quanto gasto e poupo em 2011. :)

Este ano e o próximo

Chegado o fim de mais um ano, como que se impõe um olhar para trás, às promessas feitas para o ano que acaba, e fazer um pequeno balanço de modo a perceber se cumprimos os nossos objectivos. Bem, tendo em conta que em termos literários tinha pensado, para 2010:
continuar com as minhas pilhas (numa tentativa de ler os livros que tenho cá por casa), vou tentar comprar menos livros e frequentar com mais frequência as BLX. Também estava a pensar fazer meses temáticos
parece-me seguro dizer que o saldo foi positivo. É verdade que comprei e adquiri muitos livros (Novembro foi uma loucura!) mas também li muitos emprestados, tanto pelas BLX como pela Slayra. *abraça* Isto é para continuar em 2011 (talvez não com tantos empréstimos da Slayra que devolver e emprestar tantos livros dá uma grande dor de costas :P ) numa tentativa de diminuir os livros por ler que tenho por casa e poupar alguns trocos, já que infelizmente os tempos não são de fartura.

Quanto aos meses temáticos, fiz apenas 1 dos 3 pensados (tinha pensado fazer sobre Japão, autores portugueses e China, mas só o primeiro foi em frente) e que se prolongou por mais de um mês. No entanto gostei de me dedicar a um tema e escrever um pouco sobre ele, pois senti que aprendi um pouco mais e li autores que provavelmente não me passaria pela cabeça ler. Daí querer continuar com esta rubrica, mas tenho de escolher bem o período para me dedicar a temas (Maio e Junho são meses a evitar!). Em princípio deverei fazer um mês dedicado a autores de língua portuguesa, já que são muitos os livros que tenho por casa e que tenho curiosidade em ler (acrescida depois de ter lido Gloria in Excelsis, as mais belas histórias portuguesas de Natal), apesar de os relegar constantemente para um segundo plano.

Não tinha nenhuma meta de livros a ler este ano, ao contrário do ano passado, mas foi com alguma satisfação que vi o número chegar aos 50 livros (ainda que alguns fossem livros divididos em 2 volumes). Não pensei que tivesse lido tanto, já que houve meses fraquitos em termos de leituras. Dentro desses 50 li variados géneros, tendo o romance histórico, juntamente com a fantasia, sido os mais predominantes. Fiz três grandes descobertas, Julia Quinn, Sarah Addison Allen e Jacqueline Carey foram autoras que me encheram as medidas; já no canto da desilusão aponto Robin Hobb e Emily Brontë, pois tinha muitas expectativas para os seus livros e no final não apreciei por aí além. :/

No fim de contas, até não foi um mau ano. Seguindo, mais ao menos, o que fiz no início deste ano mas referente ao ano passado, segue o que de melhor e pior passou por aqui em 2010.

Melhor livro: Provavelmente O Dardo e A Marca de Kushiel. Devido à sua escrita belíssima e às personagens brilhantes, este deve ter sido o livro que mais me entusiasmou este ano.

Livro decepção: O Monte dos Vendavais pois esperava muito mais deste clássico da literatura. Não gostei dos personagens e não consegui, de todo, relacionar-me com elas. Talvez o tenha lido na altura errada, pelo que será para reler mas este ano foi a decepção.

Melhor capa: A capa de Of Mice and Men é linda. Muito simples e ilustra uma cena do livro. Acho que todas as capas deveriam ser assim. As capas dos livros da Charlaine Harris também são muito elegantes e as da Sarah Addison Allen dão a conhecer o carácter mágico do romance, ainda que tenham cores muito garridas e de que não sou particularmente fã. :P

Pior capa: Há semelhança do ano passado, uma capa em que podiam muito bem ter-se concentrado ou na moça ou no jardim. Agora a moça por ali a pairar meio translúcida estraga e não dá nenhuma harmonia, a meu ver, à capa.

Autor surpresa do ano: Já referi as três autoras que mais me fascinaram este ano e que espero continuar a acompanhar - Julia Quinn, Sarah Addison Allen e Jacqueline Carey.

Melhor personagem: A macieira de O Jardim Encantado! Achei fenomenal a ideia de uma macieira que tem o que dizer e que tem um carácter muito forte e magnético, é difícil não gostar dela. Quero uma macieira assim, que desate a atirar maçãs para ser ouvida. :D

Já no que diz respeito a 2011, gostaria de dinamizar o blog. Já o tentei fazer em 2010, com publicação de opiniões sobre os mais variados temas e coisas que me passem pela cabeça. Era para ser uma rubrica quinzenal mas, como sempre acontece, ou faltam-me temas, inspiração ou tempo. Vou tentar continuar com o mesmo este ano, mas estejam avisados que a periodicidade deverá variar. Se quiserem propor temas, também aceito sugestões.

Também vou tentar ver e comentar mais filmes e séries, já que não é só de livros que vivo e, apesar de este blog ser quase um repositório de críticas a livros, nasceu com o intuito de abranger variadas áreas e actividades a que me dedico. Por isso se aparecer algum post dedicado a crochet, costura ou cozinha, não estranhem.

Outro objectivo para o ano que começa é participar em bookclubs nos sites Dreams and Speculation e Jawas Read, Too! dedicados às escritoras de ficção científica e fantasia, bem como no Calico Reaction que tem um Alphabet Soup, mas a minha participação vai estar condicionada aos livros que possua ou estejam disponíveis na biblioteca, pelo que devo participar uma ou duas vezes. :/

Falando em Calico Reaction...Para 2011 resolvi alterar a classificação a usar para estar mais de acordo com a maneira como avalio os livros. É capaz de ser um pouco mau e algo injusto de se dizer, mas a verdade é que penso em termos de dinheiro investido na compra, pelo que resolvi mudar de gostei/não gostei para vale/não vale o dinheiro gasto. Como sempre achei piada à classificação do blog mencionado, resolvi adaptá-la e a partir de agora vou usar esta classificação:
  • Para ter na estante - aqueles livros para ler e reler, para guardar e aconselhar a toda a gente. Se foi comprado está guardado num lugar especial, se não foi é para comprar o quanto antes!

  • Vale o dinheiro gasto - livros que me agradam e que no final se revelam um bom investimento. Se forem emprestados posso ponderar a sua futura compra.

  • (Se fosse) Emprestado e pouco se perde(ria) com isso - livros mais ou menos. Se emprestado fico contente por não ter gasto dinheiro nele e talvez até leia a continuação (no caso de séries) se estiver disponível na biblioteca. Se adquirido provavelmente será dado e, no caso de ter continuação, não me parece que queira gastar dinheiro, prefiro pedir emprestado

  • Com tanto livro e tive de pegar neste - aqueles que acabam por se revelar uma perda de tempo e dinheiro, tenha sido emprestado ou comprado.

  • Não acabei - acho que diz tudo.

Mais uma vez aceito sugestões se acharem que a classificação pode ser melhorada. Tento sempre manter as coisas simples, daí adoptar 5 pontos, mas se acharem que mais um ou dois possam ser mais esclarecedores é só dizerem que eu prometo pensar nisso.

Outra coisa que vou implementar, e que já tinha dito aqui, é calcular o “Custo do Vício” e que pode ser acompanhado na barra lateral do blog.

Bem, acho que é tudo. Boas leituras e bom ano novo!

27 de dezembro de 2010

Aquisições de Dezembro

As últimas aquisições do ano e, espero, dos tempos mais próximos. Este mês recorri sobretudo ao BookMooch, de onde me chegaram Because You're Mine e Devil in Winter, da Lisa Kleypas, e Falling for You, da Jill Mansell. Em 2011 devo receber mais alguns que pedi durante este mês mas depois disso o número de pedidos deve descer, já que tenho muitos livros que pedi numa pilha enorme por ler...

Também tenho frequentado as BLX, como não podia deixar de ser e que será um hábito a manter em 2011. Trouxe Crimes de Natal, uma antologia de contos policiais. Apetecia-me ler algo passado nesta época festiva e clamava por algum sangue pelo que pareceu-me indicado. Infelizmente ainda não consegui ler (festas em família e gripe - com as suas enormes dores de cabeça - não deram tréguas nem um tempinho para ler) pelo que tenho de renovar o período de leitura. Também trouxe Gloria in Excelsis - As mais belas histórias portuguesas de Natal, uma antologia de contos natalícios de autores portugueses escolhidos por Vasco Graça Moura, que é simplesmente magnífico e a comprar! Os autores portugueses aqui representados têm realmente me surpreendido e nem posso acreditar que estava a perder belíssimas histórias!

Como prenda de Natal recebi unicamente Eu, Maria Pia de Diana de Cadaval. Tenho algum fascínio por esta rainha, e não só por razões profissionais, e foi com alguma surpresa que o recebi pois não estava de todo à espera. Parece interessante, mesmo que ficcionado e sendo contado na primeira pessoa.

Agora é ver se em 2011 consigo diminuir as aquisições, e mais importante, se diminuo o número de livros que pairam cá em casa por ler...

18 de dezembro de 2010

Castle

Informação técnica no IMDb.

Criador: Andrew W. Marlowe
Actores: Nathan Fillion, Stana Katic, Jon Huertas, Seamus Dever
Nota: 4/5

Mais uma vez a leitura à noite tem sido relegada para segundo plano devido a uma série televisiva. Andei nos últimos tempos a acompanhar a segunda série de Castle, que tinha vindo a passar no AXN.

Castle deve o seu nome ao personagem principal, Richard Castle (Nathan Fillion), que após matar o seu herói de livros policiais, se vê perante um bloqueio de escritor. Quando aparece um assassino que recria os assassinatos dos seus livros, a ajuda de Castle é solicitada e conhece, deste modo, aquela que se vai tornar sua musa, a detective Beckett (Stana Katic), e que o leva a criar uma nova personagem. Graças aos seus conhecimentos na esfera política e social, Castle consegue então autorização para andar a reboque de Beckett ajudando-a a resolver os mais variados casos.

A curiosidade em ver esta série vem do facto de, mais nova, ter adorado outra série que tinha como personagem principal uma autora de livros policiais. E tal como havia adorado aquela, também Castle já tem um lugarzinho especial. Para começar, a série é hilariante. Segundo, o elenco é fenomenal, havendo uma grande química entre todos, conseguindo fazer com que as piadas resultem. Além disso, gostei que convidassem autores de livros policiais (tal como James Patterson) para aparecer na série onde jogam póker com Castle, ajudando-o a resolver alguns dos problemas mais complicados; e adoro os trocadilhos que fazem, não só chamando a atenção quando os crimes são semelhantes a histórias já contadas em livros (caso do episódio "Double Down" que se assemelha a Strangers on a Train de Patricia Highsmith) mas também adorei um episódio (e penso que foi esse episódio que me fez oficialmente fã) em que os actores piscavam o olho, por assim dizer, a personagens que tinham desempenhado em outras séries, assim Nathan Fillion apareceu como Captain Malcolm "Mal" Reynolds de Firefly e Jon Huertas como Sgt. Antonio Espera de Generation Kill. Devo dizer que nunca vi estas duas séries, mas por falta de oportunidade pois há muito que se encontram na lista de séries por ver.

Castle é uma série bastante engraçada, com mistérios que nos fazem puxar pelas célulazinhas cinzentas (como diria um famoso investigador também ele saído da pena de uma autora) e com um elenco fenomenal, onde se nota um grande à vontade e uma grande cumplicidade. Imagino as gravações, devem ser um fartote de riso. E espero que sempre assim seja, já que é uma série ligeira que dá muito gozo ver. É quase tão boa como um bom livro. :P

E por falar em livro, já foram publicados dois livros que Castle escreve baseado em Beckett, Heat Wave e Naked Heat. As críticas do primeiro dizem que fica atrás da série mas até tenho curiosidade em ler.

15 de dezembro de 2010

Flashman, a odisseia de um cobarde (Flashman, Livro 1)

Autor: George MacDonald Fraser
Género: ficção histórica
Editora: Saída de Emergência | Nº de páginas: 256
Nota: 3/5

Resumo (do site Goodreads): Ele é um mentiroso, ele é um cobarde, ele seduziu a amante do próprio pai. Ele é Harry Flashman e esta é a sua deliciosa odisseia. Dos salões vitorianos de Londres às fronteiras exóticas do Império, prepare-se para conhecer o maior herói do Império Britânico. Pode um homem que foi expulso da escola por andar sempre bêbado, que seduziu a amante do próprio pai, que mente com quantos dentes tem e é um cobarde desavergonhado no campo de batalha, protagonizar uma série de triunfantes aventuras na era vitoriana? A escandalosa saga de Flashman, herói e soldado, mulherengo e agente secreto relutante, emerge numa série de memórias campeãs de vendas em que o herói gingão revê, na segurança da velhice, as suas proezas na cama e no campo de batalha.

Opinião: Sendo fã da série Sharpe (série televisiva e livros da autoria de Bernard Cornwell), este livro suscitava alguma curiosidade ainda que se focando num tipo de herói bastante diferente. Flashman é egocêntrico, cobarde e decide, na velhice, escrever as suas memórias, que são posteriormente encontradas numa caixa de chá, talvez guardados por algum familiar envergonhado.

Gostei da narração na primeira pessoa e da ideia do autor pegar numa personagem de outra obra e imaginar como teria sido a sua vida, mas não adorei o livro como esperava. Para começar, a maneira como ele trata as mulheres é algo deplorável, ainda que não deixe de ser bastante credível se tivermos em conta a época, a situação e o carácter da personagem (e confesso, fiquei satisfeita com o final, julgo que tem o que merece). Também não achei a história assim tão engraçada e hilariante, como havia lido em outras críticas. Onde ganha é, sem dúvida, ao descrever o início da Primeira Guerra Anglo-Afegã (1839-1842) sobre a qual nada sabia. É-nos dado a conhecer um pouco do domínio inglês no continente asiático, nomeadamente na Índia de onde avançaram posteriormente para o Afeganistão, derrubando o reinante anterior e colocando no seu lugar um “fantoche” britânico de modo a impedir que o Império Russo ganhasse domínio sobre o território de onde poderia depois assaltar a Índia britânica.

Flashman, tendo sido expulso do colégio, resolve ingressar no exército, esperando uma vida calma e cheia de glamour, por assim dizer, mas um revés no seu destino manda-o para Ásia onde se vem a encontrar no meio (literalmente) do conflito latente entre afegãos e anglo-saxónicos. O protagonista leva-nos então a conhecer as personagens que foram decisivas à eclosão do incidente, e se algumas sobressaem pela astúcia, outras revelam-se cegas à situação que se encontrava à sua volta e que as terá levado a tomar as piores decisões possíveis. Relata massacres, torturas e cercos; conta-nos como se sentia em cada uma dessas situações pelo que, apesar de um carácter detestável (que o próprio reconhece), até compreendemos e nos compadecemos dele. Felizmente Flashy tem uma sorte do caraças e cada infortúnio acaba por se revelar um momento de glória.

Não fiquei propriamente fã mas ainda assim sou capaz de seguir o resto da série, mais não seja para aprender e descobrir um pouco mais sobre os conflitos em que o exército inglês esteve envolvido no séc. XIX.

Uma notinha para esta edição, não se perdia nada em diferenciar notas de tradução e notas do autor. Talvez usar numeração romana, ou colocar um dos tipos de nota a negrito, ou mesmo mencionar no início que existem dois tipos de notas e onde se pode encontrar cada uma (no fundo na página e no final do livro). Algo que não confundisse e não fizesse o leitor andar feito barata tonta.

13 de dezembro de 2010

Como ler muito por pouco

A ideia para este texto veio da Tchetcha que diz que sou pró a ler muito por pouco dinheiro. Na verdade não é muito difícil e faço-o desde pequena porque, infelizmente, os meus pais nunca ganharam o Totoloto, EuroMilhões e outros desses jogos de sorte, e está visto que eu tenho tanta sorte como eles.

Então como ler muito por pouco? Não é muito difícil.

Quem segue este blog já deve ter reparado que os empréstimos são muitos, sejam de bibliotecas ou de privados. Isto é algo a que sempre estive habituada. Sempre tive pessoas dispostas a emprestar-me livros que têm nas suas bibliotecas privadas e cujos títulos suscitam o meu interesse. Desde família, amigas da minha mãe (que em tempos leu muito mas agora dedica-se mais a outras coisas) e amigas minhas, até pessoas que conheço pela internet, por exemplo foi assim que me viciei n’As Crónicas de Gelo e Fogo do Martin, já muitos me emprestaram livros e nunca me custou pedir-lhes, afinal o ‘não’ está sempre garantido e entendo que por vezes não o façam (também tenho alguns livros que me custa emprestar), e ofereço sempre a minha pequena biblioteca (quando em comparação) em troca. Tenho sempre muito cuidado com os livros que me são confiados, tal como espero que tenham com os meus, e esta troca de empréstimos também fomenta a discussão de livros, o que acho sempre bom já que fico a conhecer, por variadas vezes, títulos dos quais nunca tinha ouvido falar e que se tornam agradáveis surpresas. Já agora, também tem sido a falar de livros que tenho conhecido grandes amigas minhas. :D

Também frequento bibliotecas. As BLX têm um sistema de empréstimo e uma rede muito boa, permitindo que se possa requisitar ou reservar (quando um título se encontra emprestado) um livro de uma biblioteca de qualquer ponto de Lisboa, sendo o livro depois levantado naquela que mais convém ao utilizador. Nem sempre têm as novidades mais recentes e títulos de referência (caso de dicionários e Histórias de Portugal ou Universais) não podem ser emprestados, mas mesmo assim a oferta é muita e já tem possibilitado a leitura de livros mais antigos que hoje em dia são mais difíceis de encontrar. Além disso, têm agora também DVDs e CDs de música, pelo que raramente saio de uma biblioteca de mãos a abanar.

Os livros emprestados também têm um outro ponto a favor, são sempre lidos enquanto os comprados, mesmo que sejam adquiridos em compras por impulso ou se tratem de títulos que há muito tinha debaixo de olho, levam o seu tempo a entrar na pilha da mesa de cabeceira. Alguns títulos não leio senão passado anos.

A internet também em tem dado a possibilidade de ler por quase nada. Hoje em dia há imensos passatempos, promovidos pelos mais variados blogs e já tenho ganho alguns (afinal a minha sorte não será assim tão má), e sites que possibilitam trocas e empréstimos. Nestes últimos há ofertas em português, mas continuo fiel ao BookMooch, a que pertenço desde 2007. Tem-me dado a oportunidade de adquirir livros que de outra maneira não encontrava por cá, caso da série escrita pela Diana Gabaldon, e de me desfazer de outros que não apreciei tanto.

Como disse, desde cedo que leio livros que não são meus o que faz com que não seja muito apegada ao livro físico. Quando há títulos que leio e não são meus mas que venho a adorar, sou capaz de os comprar, já aconteceu por variadas vezes, mas outros há que lidos uma vez tenho a noção de que não voltarei a pegar neles por isso porque não dá-los ou mesmo vendê-los em segunda mão? Pessoalmente prefiro dar, sobretudo se puder ganhar pontos para trocar por outros livros, e é por isso que acho o BookMooch excelente, ainda que hoje em dia seja difícil encontrar títulos que realmente me interessem e mais ainda pessoas dispostas a enviá-los, nomeadamente se os utilizadores se encontram nos Estados Unidos. Mesmo assim, tenho pedido muitos (que estão numa pilha enorme por ler) por pouco dinheiro, já que nunca gastei mais que 6 ou 8€ no envio de um livro e um único livro enviado possibilitou-me a aquisição até 2 ou 3 livros.

Ainda na internet, para quem, como eu, gosta de clássicos, também é fácil encontrar e-books de obras que já não possuem direitos de autor e por isso se encontram no domínio público sendo disponibilizados gratuitamente. Podem ser encontrados em sites como o do projecto Gutenberg que apesar de ter maioritariamente livros em inglês, começa já a contar com títulos e autores portugueses. É verdade que não recorro muito a este site, como disse em outras ocasiões ler no pc não é algo que me agrade, mas tivesse um e-reader esta seria, sem dúvida, uma fonte constante para aquisição de novos títulos.

Mas há sempre aqueles livros que queremos comprar. Mesmo aqui tento poupar recorrendo a promoções, várias editoras e cadeias de livrarias têm promoções nos seus sites, evitando os títulos mais recentes e utilizando cartões que dão direito a desconto.

Não é assim tão difícil ler muito por pouco, basta controlar impulsos em lojas ou dirigir-me a bibliotecas em vez de ir a uma livraria. Basta parar e pensar um pouco. “Preciso mesmo de comprar este livro agora? Não haverá na biblioteca? Será que aquela pessoa não me pode emprestar?” É assim que poupo no meu maior (e porventura o mais caro) vício. :)



Tendo em conta o que escrevi em cima, resolvendo adquirir o menor número de livros possível e assustada com as notícias (que felizmente já não vão para a frente) de que no próximo ano os livros seriam taxados a 23% de IVA, resolvi em 2011 fazer um cálculo de gastos e de poupança, há semelhança do que tenho visto outras pessoas fazerem, inclusive a Tchetcha que no seu blog Ler e reflectir faz um cálculo do “Custo do Vício”.

Planeio então:
  • contar o número de livros emprestados e quanto poupei usando os valores do site Wook;
  • contar o número de livros comprados e quanto gastei, usando para o cálculo o preço que paguei por eles;
  • contar o número de livros pedidos no BookMooch e quanto poupei usando para o cálculo os valores no site Wook (quando se tratar de livros em português) e do Book Depository (para livros em inglês);
  • contar o número de livros enviados através do BookMooch e quanto gastei a enviá-los.

Editado a 2/Fev./2011: Devido ao facto de ter ganho alguns passatempos e me lembrar de que me podem oferecer livros, foi acrescentado a contagem de livros oferecidos e quanto poupei usando para cálculo os valores dos sites Wook e Book Depository.

Tal contagem será incorporada na barra lateral do blog.

11 de dezembro de 2010

Slumdog Millionaire/Quem Quer Ser Bilionário?

Informação técnica no IMDb.

Director: Danny Boyle, Loveleen Tandan
Escritores: Simon Beaufoy (adaptação), Vikas Swarup (obra original)
Actores: Dev Patel, Freida Pinto, Anil Kapoor
Nota: 5/5

Eis um filme que nunca me chamou muito a atenção, mesmo depois de ganhar variados prémios, entre os quais um Óscar para Melhor Filme. Agora percebi porque o mereceu, o filme é sem dúvida fantástico.

Não posso dizer que tenha visto muitos trailers mas imaginava uma outra história, pelo que fiquei surpreendida quando percebi que Jamal Malik (Dev Patel) contava a sua história antes de responder à última pergunta do concurso, antes de ser milionário. Devido à sua excelente participação no conhecido programa e tratando-se ele de um simples “rapaz do chá”, com nenhuma instrução, o seu desempenho suscita dúvidas e é acusado de fraude. Ao ser interrogado pela polícia, que tenta então averiguar se realmente ele fazia batota, ficamos a conhecer a vida de Jamal, levando-nos numa viagem pelo pior que a Índia deve ter (a tensão religiosa, o abuso de crianças por forma a pedir esmolas) e como sabe ele a resposta a todas as perguntas, porque mais do que a escola é a vida que nos dá grandes lições. Ficamos também a descobrir o que leva Jamal a concorrer e como a sua prestação é seguida pelas televisões, dando esperança a quem vê e abrindo caminho para um final feliz.

Como disse o filme é fantástico. As interpretações estão muito bem conseguidas, o retrato que faz da Índia é impressionante se tivermos em conta que o Taj Mahal e o melhor que a Índia tem para oferecer é que costuma ser bastante publicitado, e achei curioso o uso do hindi (devido à internacionalidade do filme esperava que todo ele fosse em inglês) mas que confere um maior realismo. A história é belíssima e não podemos deixar de torcer por um final feliz depois de percorrido um caminho tão cheio de obstáculos. Um filme a rever vezes sem conta e um livro a ler, já que se trata da adaptação de um livro de Vikas Swarup editado por cá pela Asa.

Já agora, a resposta à pergunta do poster é dado no final do filme que, como todos os filmes feitos em Bollywood, não podia deixar de ter dança. :)


8 de dezembro de 2010

Harry Potter and the Deathly Hallows/Harry Potter e os Talismãs da Morte (Parte 1)

Informação técnica no IMDb.

Director: David Yates
Escritores: Steve Kloves (adaptação), J.K. Rowling (obra original)
Actores: Daniel Radcliff, Rupert Grint, Emma Watson
Nota: 3,5/5

Bem, ninguém se pode queixar de que esta parte não é fiel ao livro. Aliás, se há defeito que lhe pode ser apontado, para além de terminar quando começa a aquecer, é o facto de ser muito semelhante e arrastar-se um pouco. Mas nem tudo é mau.

O início foi genial, nomeadamente a parte dos 7 Potters, e fez-me rir bastante. Aliás, apesar de toda a atmosfera mais negra, foi bom poder rir aqui e ali para desanuviar um pouco. A entrada no Ministério por parte do trio de protagonistas também foi bem conseguida mas, inevitavelmente, chegamos à parte em que deambulam sem sentido. Devo confessar que no livro esta parte não me chateou muito porque nos dá uma visão alargada do mundo mágico e vamos tendo umas luzes de como a guerra com Voldemort afecta também o mundo muggle. No filme não senti isso e até o atrito que devia existir dentro do grupo devido à má influência de uma das horcruxes, não se faz sentir por aí além. Como se isto não bastasse, escusava de ver o Harry e a Hermione a dançarem quando o Ron decide deixá-los, confesso que cheguei a dizer “mas é por isto que o filme foi dividido em dois?!” Podiam muito bem ter pegado nesse tempo e tê-lo aproveitado para algo mais útil, a descoberta de outra horcrux ou a realização do que eram os Talismãs da Morte. Infelizmente destas só temos alguns vislumbres, um deles em forma de animação, que foi, provavelmente, o ponto mais alto do filme. Outro momento alto é o final, e devo dizer que tinha algumas dúvidas não percebendo em que parte do livro iriam ficar, mas parece-me bem já que abre o apetite para o próximo.

Apesar de tudo é um filme que se vê bem, mas parece-me que podiam ter encaixado mais algumas horcruxes na história. São 7 no total, 3 já estão destruídas e não se sabe o que são as outras 4, pelo que acho que não ficava mal termos descoberto que objectos serão esses (ou pelo menos lançar algumas pistas) o que tornaria o capítulo final bastante mais apelativo, a meu ver, e não deixava a sensação de nos estarem a roubar (sim, porque o preço de um bilhete de cinema, quase 6€, é um roubo!) ao tentarem fazer render o peixe.

4 de dezembro de 2010

The Marriage Bed (Guilty Series, Livro 3)

Autor: Laura Lee Guhrke
Género: romance histórico
Editora: Avon | Nº de páginas: 374
Nota: 3/5

Resumo (do livro): A marriage of deception...

It was love at first sight for Lady Viola the night she met the dashing viscount John Hammond. Swept into a whirlwind courtship, it wasn't until after their vows had been spoken that Viola learned the shattering truth: her beloved John had never loved her, had married her for her fortune... and worse still, he saw nothing wrong with that. Heartbroken, she vowed never again to let the deceiving scoundrel into her bed.

John never intended to hurt the headstrong beauty who has become a stranger to him. Now, after years of a sham marriage, he is in need of an heir, and John is faced with a luscious, intriguing challenge – seducing his own wife. He must persuade Viola back into their marriage bed, but this time, he may be the one to lose his heart.


Opinião: Depois da Slayra me ter aconselhado e emprestado o primeiro livro desta série, resolvi saltar logo para o terceiro volume já que a situação de Viola, irmã do Duque de Tremore, o protagonista de Guilty Pleasures, deixou-me com a pulga atrás da orelha. Porque raio andava ele fugida do marido? Porque é que sabendo que estava na cidade, ela fugia para o campo? Ora bem, isso é respondido neste livro.

John Hammond recebe a notícia de que o seu primo, melhor amigo e herdeiro da fortuna da família morre. Não tendo filhos e temendo que o seu esforço em recriar a fortuna dos Hammond tenha sido em vão, caso caia no seu único familiar que ainda vive e cuja vida despreocupada iguala a do seu falecido pai que exauriu os cofres da família. John decide então, a todo o custo ter um herdeiro, mas isso implica reconquistar Viola, sua mulher, de quem vive separado à 8 anos. Viola, no entanto, prometeu a si mesma que nunca mais se deitaria com o seu esposo. Como o poderia fazer depois de saber que ele nunca a amara? Que enquanto a cortejava mantinha uma amante? E que enquanto casados, mesmo que vivendo separados, ele manteve uma série de amantes que Viola tinha então de enfrentar em diferentes ocasiões sociais? Não, Viola não cairia nos seus braços como uma tonta mais uma vez...

Não o achei tão bem conseguido como o primeiro volume mas não deixa de ser uma história interessante e diferente do que tenho lido dentro deste género. Diferente porque trata da relação de um par que já se encontra casado e que tem de se apaixonar mais uma vez. É engraçado ver as tácticas de John para reconquistar Viola, ainda que a personagem seja um pouco unidimensional até chegarmos ao segundo terço do livro. Chateou-me que não se apercebesse do quanto havia magoado Viola e de como a culpava pela separação, como se a culpa fosse apenas dela por não perceber que os homens têm "necessidades". Já ela aparece como uma personagem bastante forte que não deixa de cair em tentação, o que a torna bastante credível.

Achei uma boa história, mesmo que lhe tenha faltado algo. É credível, mostrando de forma competente como os casamentos são difíceis, mais ainda quando não há comunicação nem esforço, mas antes desconfiança.

1 de dezembro de 2010

Aquisições de Novembro

Depois do sucesso do último mês, em que tinha adquirido apenas um livro (!), tinha que estragar tudo este mês. Não bastava ter pedido 7 ou 8 livros no BookMooch, tive de andar a comprar livros feito doida! Resultado? Uma pilha de livros novos (na minha estante, quero dizer, já que os do BookMooch tiveram outros donos antes de virem parar às minhas mãos) que mete inveja às pilhas que coloco na minha mesa de cabeceira e um número de aquisições que rivaliza (julgo mesmo que ultrapassa) com o número de livros que costumo adquirir na Feira do Livro de Lisboa.

A pilha é tão grande que resolvi dividir em duas, livros em inglês e em português.

A primeira veio chegou cá a casa por cortesia do site BookMooch, à excepção do primeiro título. Quer dizer, uma edição do Possession da A.S. Byatt já passou pelas minhas mãos vindo do BM; uma edição que li e adorei e que, num momento de estupidez, dei através do mesmo site. Digo momento de estupidez porque adorei-o mesmo e só nos últimos tempos reparei como deixou um grande vazio. Claro está que mal o vi na estante de uma livraria, mesmo com uma capa algo pirosa (preferia a que tinha um quadro de um autor pré-rafaelita até porque tinha mais a ver com a história do que a que tenho agora), tinha de o trazer para casa. Só falta adquirir o livro em português já que estou muito curiosa quanto à tradução. Não que seja um livro difícil, não o achei muito complicado, mas traduzi-lo deve ter dado algum trabalho já que há muitas mensagens nos textos dos escritores que protagonizam a história, para além de a escrita de cada um ter uma voz e sonoridade própria.

De resto, temos o diário do Capitão Wentworth, o meu herói Austen preferido; livros da Lisa Kleypas, escritora que suscita alguma curiosidade apesar de não ter gostado por aí além do único livro que li até agora; e a colecção Ice da Anne Stuart que uma amiga adorou.

Da segunda pilha, a maior parte foram comprados. Vaporpunk, A Corte do Ar e o segundo volume do livro Planícies de Passagem (já só me falta o primeiro e o que há-de sair no próximo ano!) são livros que há algum tempo faziam parte da minha wishlist. Nela estava também Graceling, oferecido pela Slayra *abraça*. Pátria foi mais uma oferta da SdE na compra de 2 livros, já que comprei 2 exemplares de A Corte do Ar. Por ter comprado 2 livros iguais não pensei que tivesse direito à oferta, o que originou um momento algo hilariante. Colocaram-me 4 títulos à frente para que escolhesse o de oferta, mas ou já os tinha lido ou tinha os livros em casa. Depois de ficarem surpreendidas (a sério, serei a única a ter lido ou a ter em casa O Dardo de Kushiel, Sangue Fresco, A Filha do Sangue e O Aprendiz de Assassino?) lá desencantaram o livro de R.A. Salvatore, mesmo depois de eu dizer que não era preciso darem-me o livro de oferta...

Claro que esta onda de aquisições colocou um problema cá em casa... onde os colocar? Assim tomei a decisão de doar a Saga do Assassino às BLX. Como tenho lá ido com alguma frequência, na última semana trouxe Flashman, a odisseia de um cobarde, achei que podia retribuir a quantidade de livros que me tem dado a ler dando estes. Não gostei deles mas quem sabe, deste modo podem ser lidos e mais apreciados por outras pessoas.

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