31 de julho de 2012

Julho 2012

Mais um balanço mensal! Este mês o ritmo de leitura baixou um pouco sobretudo porque me tenho dedicado a outras coisas como mudar o layout do blog (gostais?) e escrever um texto sobre mim. Sempre achei este tipo de textos pretensiosos mas culpai a procrastinação e o aborrecimento. xD Também me tenho dedicado à televisão, à contemplação, sendo que geralmente a contemplação se dá comigo a repetir o mantra "eu não vou bater nestas pessoas, é melhor torturá-las na minha mente", e ao trabalho. Entretanto, continuo a tentar colocar a leitura do Instapaper em dia, já está quase mas às vezes é complicado sobretudo quando, num dia mais calmo no trabalho, fico sem acesso à internet. :/ Queria ver se punha a leitura de artigos em dia para poder acumular outros quando for de férias. :P

Há uns dois meses uma série de bloggers resolveram fazer um Unconventional Blog Tour, escrevendo sobre os vários aspectos de bloggar, digamos assim. Tem artigos em como um blogger se deve comportar e como não precisa de seguir as indicações de "How to Blog" porque vozes e posturas diferentes acabam por ser mais apelativas. E deixem-me salientar o texto referente a citar fontes e que faz uso do Harry Potter! xD Também houve uma série de bloggers a escreverem sobre o Book Expo America e a Conferência de bloggers que teve lugar em junho e que suscitou ponderações como esta.

Outras coisas interessantes:
  • No Dear Author escreveram sobre autores que fazem alterações a textos digitais, depois de o leitor o ter comprado! Era de pensar que uma pessoa gasta o dinheiro numa obra completa e não numa que pode ser "melhorada".
  • Sobre ficção histórica e o que os autores devem à história, interessante sobretudo sabendo que há autores, como Guy Gavriel Kay, que até se querem debruçar sobre determinados períodos mas preferem fazê-lo em mundos fantásticos.
  • Queremos mais heroínas na ficção para adultos! E já agora em filmes e tal...
  • Um bingo para quem quiser ler Murakami. Eu sei que vou fazer quando pegar num livro do autor. xD
  • Não li todos os livros fantásticos que aqui sugerem para fazer séries, mas concordo com Kushiel's Legacy e com o do Patrick Rothfuss, apesar de o livro não me ter encantado por aí além. Está claro que também concordo com o Outlander, mas pode já estar a ser adaptado! *fangirla com calma para não agoirar a coisa*
  • Ando numa de ver projetos DIY, gostava mesmo de colocar alguns em prática, e achei geniais estas 25 ideias para estantes!
  • Sobre cenas de sexo. Tendo a concordar.
  • Sobre Jekyll e Hyde. Um texto muito interessante que me fez mudar a perceção da história e sinto que tenho de voltar a ler sobre esta luz, digamos assim.
  • Em abril houve discussões sobre mulheres a escrever fantasia e ficção cientifica (o link é para o último post do mês "Women in SF/F" no blog Fantasy Cafe, mas há imensos posts, é só darem uma vista de olhos ao arquivo de abril e maio), em junho foi a falta de diversidade cultural no romance que parece que esteve em discussão.
  • I want this because of dragons!
  • Não podia deixar de concordar com este artigo. <3
  • Claro que depois de colocar o post de ontem tinham de dizer que "O Hobbit" vai ser dividido em três. E ainda perguntava o que podia correr mal... Esticarem a coisa!!! Oh God, why?
  • Imagens de livros e leituras.

Para além disto, anda por aí toda uma polémica entre autores, leitores e críticas. Na verdade acho que já vem desde o início do ano, mas agora parece tomar outras proporções e um site que eu adoro, o Goodreads, anda lá pelo meio. Não digo que uma parte tem razão e a outra não, mas digo que há quem vá longe demais. Acho que este texto levanta uma questão interessante "porque é que aquela única crítica é levada tão a peito?" É certo que algumas críticas são duras e por vezes mais parecem gozar que criticar, mas será que teriam tanta visibilidade caso o autor não chamasse a atenção para tal? E se têm milhares de críticas positivas e só uma negativa, porquê implicar com ela? Somos todos pessoas diferentes, com gostos e experiências diversas, nada irá ser magnífico de forma unânime. Quando se trabalha para o exterior, para um público, há que estar sujeito aos mais variados tipos de reações e usá-las para progredir. Se uma opinião parece não ter valor nenhum senão deitar alguém abaixo, é colocá-la à borda do prato e investir no que todos os outros gostaram. Eu sei, é difícil, todos queremos que os outros digam que somos bons e ouvir críticas ríspidas abalam a confiança de uma pessoa, mas há que ser maior que isso, erguer a cabeça e continuar a ir à luta.

Deixando os livros para trás... Como penso que já disse, estou a tentar seguir o sistema GTD. Ainda ando à procura do sistema perfeito mas há sites (que sobretudo a Tchetcha me indica *gracias!*) que vão dando boas dicas como esta, para ir para a cama a tempo e horas (apesar de aparentemente as 8 horas de sono serem um mito). Está a demorar um pouco a pôr em prática, sobretudo porque me distraio com a internet. :/ Isto é sem dúvida um hábito que tenho de colocar em prática, mas será preciso cerca de 21 dias até virar rotina (acho que é a média, ou pelo menos lembro-me de mencionarem isso no módulo de Gestão do Tempo de um curso que frequentei o ano passado). Tenho de tentar organizar-me melhor e impor-me regras.

E falando em impor regras... O objectivo de diminuir a pilha TBR já lá vai e cansa dizer, todos os meses, que tenho de deixar de adquirir livros. Mas devia! :P

Compras:
  • Homem-Aranha - Integral Frank Miller
  • X-Men - Os Filhos do Átomo
  • Capitão América - A Lenda Viva
  • Thor - As Idades do Trovão

Compras e-book (Amazon a custo 0):
  • Through the Door (The Thin Veil, Livro 1) de Jody McIsaac

Ofertas e-books:
  • The Difference Engine de William Gibson e Bruce Sterling
  • Ten Ways to Be Adored When Landing a Lord (Love By Numbers, Livro 2) de Sarah MacLean
  • Eleven Scandals to Start to Win a Duke's Heart (Love By Numbers, Livro 3) de Sarah MacLean

Empréstimos de colegas do trabalho:
  • Duas Irmãs, um Rei (The Tudor, Livro 2) de Philippa Gregory

Empréstimos da Slayra:
  • Nine Rules to Break when Romancing a Rake (Love By Numbers, Livro 1) de Sarah MacLean

Já vão em 70 livros adquiridos/emprestados este ano e apenas 30 livros lidos (na lista vem 33 mas os do Shakespeare estão num único livro e como ainda não li tudo não o marco como lido). Só este mês a pilha aumentou mais 7 livros para 446 livros por ler (81 e-books + 355 livros + 10 áudio-livros - acrescentados mais 7 e-books que tinha perdidos pelo pc e 3 livros). Mas seguem-se meses em que vou ter algumas semanas de férias, colegas e pessoas que me podiam emprestar livros também não são vistas com tanta frequência, pelo que pode ser que a tendência mude. Só penso continuar a adquirir semanalmente os livros da série Heróis Marvel, dos quais já tenho os primeiros 4 volumes.

30 de julho de 2012

Esperando por... (6)

Dezembro! Eu sei, era suposto ser uma rubrica para os livros que tenho na wishlist e quero tanto mas não, não é nenhum livro que sai em dezembro, nem tão pouco espero o fim do mundo segundo os maias, na verdade se o mundo acabar vou ficar um pouco chateada porque há séries, livros e filmes a sair em 2013 e por aí em diante até 2015 ("Avengers 2"!) e eu gostaria de os ver/ler!

A minha impaciência para que chegue dezembro deve-se a filmes que vão estrear por essa altura. Para começar, e penso que já aqui tenho mencionado, vai estrear o "The Great Gatsby" do Baz Luhrmann! Oh trailer mai'lindo, cheio de cor e coisas boas, como a música meu Deus!


A ver se ainda leio o livro até lá. Achei que o tinha cá por casa mas não sei onde anda...

Em segundo lugar temos "Les Misérables"! É daqueles musicais que vem altamente recomendado, e de facto o livro que lhe deu origem é bem bonito e recomendo, mas perante a impossibilidade de assistir ao espectáculo ao vivo, fiquei em pulgas quando ouvi começarem a falar do filme. O trailer tem a Anne Hathaway a cantar uma das músicas, a da pobre Fantine. *lágrima*

   

Ainda pensei vir a reler o livro, e depois de ter lido a crítica do Iceman com mais vontade fiquei, mas fica para outra altura. No entanto, talvez leia um outro do Vitor Hugo que tenho cá por casa... E já que falamos de musicais e livros, "Wicked", ok? Vamos fazer um filme do "Wicked", sim? 

Por fim mas o mais importante de todos... OMD "O HOBBIT"!!! Segui os vídeos da produção quase sempre com lágrimas nos olhos, não só porque sou uma fangirl maluca e algo histérica (não posso negar tal coisa) mas porque Middle Earth só me traz boas recordações e tal como a equipa e atores que lá regressam para este filme, ver um só bocadinho que seja de Bag End ou Rivendell é como se regressasse, também eu, a uma outra época ou vida. Este filme só pode ser tão bom, ora vejamos: tem texto do Tolkien, tem Peter Jackson, Andy Serkis, e o Ian McKellen de volta como Gandalf, tem o Watson (Martin Freeman) como Bilbo e o Sherlock (Benedict Cumberbatch) como a voz do Smaug, tem Richard Armitage (a.k.a Mr Thornton) como o anão mais sexy de que tenho memória e o Pie Maker (Lee Pace) como elfo. O que é que pode correr mal?! Muita coisa, eu sei, nomeadamente parece que vai ser em 3D e tenho algum receio de filmes neste formato (de tal modo que até ao momento não vi nenhum, duvido que acrescente algo ao filme), mas esqueçamos isso e concentremo-nos em todo o cáracter awesome de voltar à Terra Média, ok? Foram tantos anos à espera...


Até fico com vontade de ir ler e reler os livros. Brace thyselves! Nova temporada temática is coming! Muito provavelmente, até porque sou maluca o suficiente para isto... :P

Mas já é dezembro?

27 de julho de 2012

Nine Rules to Break When Romancing a Rake (Love by Numbers, #1)

Autor: Sarah MacLean
Ficção | Género: romance histórico
Editora: Avon | Ano: 2010 | Formato: livro | Nº de páginas: 422 | Língua: inglês

Como me veio parar às mãos: Emprestado pela Slayra.

Quando e porque peguei nele: 15/julho/2012 a 22/julho/2012. Estava a querer ler um romance do género e sendo uma das escolhas para o Vaginal Fantasy Hangout de Julho pareceu-me bem. Conta para o desafio: Book Bingo - Título contenha um número.


Opinião: Foi o livro alternativo escolhido para o bookclub deste mês do grupo do Goodreads e li este em vez da escolha principal pois, após ler a sample para o Kindle, não fiquei interessada em adquirir o livro para ler o resto. O prólogo até me pareceu interessante mas o capítulo disponível não deu para perceber quem era o par protagonista e daí o pouco interesse em continuar, apesar de ter tentado pedir emprestado, sem sucesso. Este não estava nos planos mas como a Slayra o tinha, lá o pedi e ainda bem!

A história, no geral, fez-me lembrar o Romancing Mr Bridgerton, mas com duas protagonistas com interesses diferentes, já que a Penelope... não digo porque os livros estão a ser publicados por cá e não quero spoilar ninguém (:P), já a Callie, cansada de estar na prateleira e tendo a noção do que está a perder ao comportar-se como manda a etiqueta, resolve fazer uma lista de regras que pretende quebrar e assim viver um pouco.

Achei Callie um pouco parecida comigo, se bem que com um pouco mais de coragem para sair da sua zona de conforto e começando a riscar itens da sua lista fazendo algo ousado. Achei pouco realista mas vai daí ela estava algo tocada pela bebida e acaba por meter em marcha o resto da história. Não achei o Ralston tão interessante como isso, mas é difícil igualar o Colin Bridgerton, e chegou-me a irritar que ele estivesse sempre nos locais onde a Callie andava então a viver as suas aventuras. A cena da taberna ainda vá, mas a do clube de esgrima foi demais. E apesar de ser fofo ele oferecer-se para a ajudar, achei que devia ser algo que ela devia fazer sozinha, por si própria. No entanto, gostei que ele dissesse que gostava do “rakish side” dela e que fosse atraído não pela beleza mas pelo espírito rebelde.

Falando em beleza, também me irritou que os dois caíssem nos braços um do outro quando ele tinha acabado de dizer que ela era “plain and missish” mesmo que a cena seja quente, como todas as outras diga-se desde já. *calores* Desejei que ela lhe desse um valente soco na cara para ver se, com um olho negro, ele passava a ver melhor, mas infelizmente tal não aconteceu. Às vezes uma moça tem de fazer o gosto ao punho!

Também me pareceu que os restantes itens na lista foram resolvidos rapidamente. Tudo bem, faz sentido que fizesse tudo antes de casar e a cena do “ride astride” até está bem conseguida mas o duelo pareceu forçado.

Desta vez participei no tópico de discussão, ou pelo menos escrevi por lá o que achei, e concordo com algumas das coisas apontadas como, por exemplo, achei que ela não devia ter aceite casar sem que o Ralston dizer que a amava ou pelo menos que a reconhecia de um encontro há tantos anos atrás. Também fiquei a pensar que seria o irmão gémeo e não o Ralston quem a Callie tinha falado e cheguei a perguntar à Slayra se o herói era o Nick, mas não. :/

Enfim, acabei por gostar bastante, sobretudo por causa da heroína. As personagens secundárias também estão bem conseguidas e fiquei com curiosidade para ler os seguintes, sobretudo o da Juliana.

Veredito: Vale o dinheiro gasto. Gostei tanto que acabei por arranjar os 3! Uma moça de vez em quando precisa de ler uma coisa destas e, pelo menos este, consigo imaginar-me a reler. Tem partes muito bem escritas, apesar de a autora se repetir um pouco, sobretudo quando a Callie tenta explicar aos homens a liberdade que eles têm e pela qual ela anseia.

26 de julho de 2012

Inspira-me (1)

Como já respondi ao Booking Through Thursday desta semana há uns tempos, hoje resolvo responder ao Inspira-me. Descobri este blog do Sapo há umas semanas no blog smobile e tem ideias bem engraçadas. Hoje pergunta:
Se pudesse ir de férias dentro de um livro, qual seria?
Sinto-me tentada a responder Harry Potter ou Senhor dos Anéis, mas pensar que depois poderia ter que andar a fugir de vilões e tal, tira um pouco a vontade de ir descansar para esses mundos. Acho que preferia ir antes para dentro de um romance histórico da Julia Quinn ou para um livro da Jane Austen ou da Elizabeth Gaskell. Gostaria de passar os dias no campo ou a frequentar a season em Londres. :D

25 de julho de 2012

Romeo + Juliet (1996)

Diretor: Baz Luhrmann
Adaptação de Romeo and Juliet de William Shakespeare por Baz Luhrmann e Craig Pearce
Atores: Leonardo DiCaprio, Claire Danes, John Leguizamo

Mais informação técnica no IMDb.

Quando e onde o vi: 16/julho/2012 cortesia das BLX. Vi no âmbito da Temporada William Shakespeare e porque fiquei com vontade de o rever após o visionamento do trailer do  “The Great Gatsby” do Luhrmann que conta mais uma vez com o DiCaprio. E porque é que nunca mais chega dezembro?

Opinião: Oh, que dizer deste filme?! Não foi amor à primeira vista (ah! percebem a piada? xD ) mas quase. A primeira vez que o vi, já lá vão muitos anos (como eu era novinha *sente-se velha*), achei parvo e estranho, talvez algo pretensioso, que as personagens dissessem um texto num inglês tão estranho (naquela época para a minha pessoa) e antiquado quando o cenário era contemporâneo, mas é daquelas coisas, primeiro estranha-se e depois entranha-se e acabou mesmo por ser isso que me fez acabar por amar o filme.

Tendo então por cenário, como disse, Verona Beach dos anos 90, temos a oportunidade de ver um Romeu e Julieta mais pop, com camisas havaianas, carros vistosos, armas de fogo potentes como “espadas” de 9 milímetros. Este filme é brilhante em termos estéticos, o que acaba por ser uma marca de Baz Luhrmann, cheio de cor e com detalhes deliciosos nas roupagens (as imagens religiosas na roupa de Tybalt por exemplo) ou mesmo nos billboards comerciais, com citações ou escritos a lembrar Shakespeare (o “Rosencrantchy” (sp?) fez-me rir tanto).

É então pelo aspeto visual que este filme chama também a atenção, fazendo dele um must see, mesmo que as representações não sejam memoráveis, digamos assim. É visível alguma química entre Danes e DiCaprio, mas vai daí eu adoro toda a cena em que se conhecem até que descobrem a verdadeira identidade um do outro. Há mesmo um momento em que, juro, vejo os seus corações partirem-se um pouco, ou então sou eu que ando romântica e a ver coisas.

Mas falando na cena em que se vêem pela primeira vez, que seria ele sem a música da Des’ree? Oh música mai’linda! Ainda hoje em dia dou por mim a cantá-la e lágrimas sempre que a oiço! Não fosse a “Who Wants to Live Forever” dos Queen e seria a melhor música de todos os tempos para a minha pessoa. Mas não é só esta música que capta o momento e o espírito do filme, “Young Hearts Run Free” e toda a cena com Mercutio a cantá-la na escadaria é outro bom momento do filme. Toda a banda sonora está fantástica, com músicas de Garbage e dos The Cardigans que ainda hoje gosto de ouvir, e outros êxitos.

Basicamente, tudo no filme é bom! Não sei se será para todos, talvez seja preciso uma mente aberta, sobretudo se uma pessoa está habituada às adaptações do Branagh ( :P ), mas eu adoro-o e só posso aconselhar.

Para além do filme, o DVD da edição especial conta não só com galerias de imagem e alguns comentários a justificar as escolhas em termos de design e guarda-roupa, mas tem também vídeos com Luhrmann a dizer o porquê de Shakespeare e como convenceu o estúdio a produzir este filme. :)

Veredito: Vale o dinheiro gasto. Estou seriamente a pensar comprá-lo, sobretudo depois de ter visto o que traz a edição especial. Sou uma sucker por edições especiais, mais do que o filme, gosto de ver os behind the scenes, comentários e opiniões de quem trabalhou nos filmes que adoro.

23 de julho de 2012

O Beijo Carmesim (Raça da Noite, # 2)

Autor: Lara Adrian
Ficção | Género: fantasia urbana
Editora: Quinta Essência | Ano: 2011 (publicado originalmente em 2007) | Formato: livro | Nº de páginas: 368 | Língua: português

Como me veio parar às mãos: Emprestado pela Filipa, a maior culpada este ano por eu não diminuir a pilha de livros por ler. :P

Quando e porque peguei nele: 9/julho/2012 a 14/julho/2012. Apetecia-me algo leve e passado num ambiente contemporâneo.


Opinião: Tal como o anterior volume desta série, entretém e mantém o interesse da leitora. Achei a história mais bem conseguida que a do primeiro livro, talvez porque não é preciso explicar tanto o mundo, possibilitando um maior desenvolvimento das personagens e da história. Gostei bastante do casal protagonista, notando-se algum crescimento sobretudo de Tess. Não achei tão previsível como o anterior, mas vai daí o cerébro estava em modo de descanso (e como estava bem precisada de tal coisa), tendo uma ou outra reviravolta que podia ter antecipado se estivesse mais atenta. Assim acabou por surpreender um bocado.

Também gostei da introdução de uma personagem, Chase, dos Refúgios apesar de não nos dar assim tanto a conhecer sobre essa parte do mundo da Raça da Noite. Fico à espera que ele se torne um guerreiro ou tenha mais destaque daqui para a frente, pois pareceu-me uma personagem com um passado interessante e talvez com potencial para ser explorado. Além disso, parece que vai perder a amada para o Tegan (o choque!) já que este par é o protagonista do próximo volume, que já ali está à minha espera e devo pegar em breve, quando me apetecer descansar mais um bocadinho.

Veredito: Emprestado e pouco se perde com isso. Não é a melhor coisa do mundo mas, como disse, entretém e fica o interesse em continuar a seguir a série.

21 de julho de 2012

The Hollow Crown: Richard II

Diretor: Rupert Goold
Adaptação de Richard II de William Shakespeare por Rupert Goold
Atores: Ben Whishaw, Rory Kinnear, David Suchet

Mais informação técnica no IMDb.

Quando o vi: 8/julho/2012 no âmbito da Temporada William Shakespeare.

Opinião: Não conhecia esta peça de Shakespeare que foi então exibida pela BBC na série “The Hollow Crown”, no âmbito das olímpiadas culturais deste ano, e que parece-me que não é mais que a adaptação da Henriad (as coisas que aprendo! :D ), como é chamada a tetralogia que engloba para além desta peça as duas partes de Henry IV e a peça Henry V. A série tem um premissa interessante, que se pode ver neste trailer, e o mesmo texto abre então este primeiro “episódio”:
Let's talk of graves, of worms, and epitaphs;
Write sorrow on the bosom of the earth.
(...)Let us sit upon the ground
And tell sad stories of the death of kings:
How some have been deposed, some slain in war,
Some haunted by the ghosts they have depos'd,
Some poison'd by their wives, some sleeping kill'd;
All murder'd:
Esta citação é desta peça e, para além de aparecer no início, aparece também mais à frente no filme, mas achei curiosa e pareceu-me realmente adequada, apesar de pouco ou nada saber sobre as peças que compõem esta “The Hollow Crown”.

Acabei por gostar bastante da adaptação que mostra então a deposição de Richard II por Henry Bolingbroke, que seria depois Henry IV. Richard é quase como que um rei absoluto, com uma corte bajuladora e em busca de favores, justificando o seu direito à Coroa por um qualquer poder divino e chegando a comparar-se ao sol e vestindo-se até com uma armadura toda ela dourada, o que me fez lembrar Luís XIV ainda que este seja bastante posterior. Depois de exilar Bolingbroke, apodera-se das suas terras e riquezas o que leva aquele a revoltar-se, por forma a exigir o que lhe foi retirado mas cuja ambição entretanto cresce, passando a visar o trono. Henry aproveita o facto de Richard se encontrar na Irlanda, a fazer a guerra, e da população se encontrar descontente para ganhar apoios. Richard acaba por se render e é interessante como Henry tenta fazer com que Richard abdique publicamente, para que o seu reinado seja legitimado dessa forma.

Simplesmente adorei esta parte, achei-a tristemente bonita, se tal é possível. Pareceu-me, em vários momentos, que Richard sofreria de dupla personalidade, o homem e o rei, sendo o segundo (ou aparentando ser) mais confiante, justificando a sua realeza por ser dádiva de um poder divino, e o homem menos seguro de si, questionando se realmente deveria estar naquela posição. Nesta cena vemos como que um conflito entre os dois, tendo então que abdicar da parte régia (“God save King Henry, unking’d Richard says,/And send him many years of sunshine days!”) como que um mártir ou como Cristo, traído por aqueles que julgava seus seguidores. O homem Richard é então deixado e encarcerado com os seus lamentos (onde me lembrou Hamlet 1) e posteriormente assassinado, também à maneira de um mártir, São Sebastião.

Como disse gostei bastante, todos os atores me pareceram muito bem. Também gostei dos cenários e das roupas, todas elas muito coloridas quando eu esperava, não sei porquê, algo mais soturno, como acaba por acontecer o final. De sol, tal como apresentado a início, sentado no trono, com a coroa na cabeça e segurando o ceptro e o orbe, em posição de majestade, passa a uma criatura miserável, por assim dizer, despida do que o fazia grande e relegado para uma qualquer cela escura na Torre de Londres. Fiquei realmente fascinada pela imagem que por vezes me fazia lembrar pinturas medievais.

Veredito: Para ter na estante. Parece-me que vou querer tudo o que à “Shakespeare Unlocked” diz respeito. Os filmes que fazem parte desta série, “The Hollow Crown”, são apenas uma das coisas que a BBC organizou e, no seguimento da sua transmissão, parece que exibem também documentários (“Shakespeare Uncovered”) que abordam os mais variados temas relacionados com o célebre autor. Quero tanto ver tudo!

The shadow of my sorrow! ha! let's see: 
'Tis very true, my grief lies all within; 
And these external manners of laments 
Are merely shadows to the unseen grief 
That swells with silence in the tortured soul 

20 de julho de 2012

The Apothecary’s Daughter [e-book]

Autor: Julie Klassen
Ficção | Género: romance histórico
Editora: Bethany House Publishers | Ano: 2009 | Formato: e-book | Nº de páginas: - | Língua: inglês

Como me veio parar às mãos: encontrei-o este ano disponível na Amazon a preço 0.

Quando e porque peguei nele: 4/julho/2012 a 8/julho/2012. Estava a explorar novas aplicações do Google Chrome quando tropecei no Kindle Cloud. Fiz login e lá estavam os e-books que tinha adquirido. Como este tinha uma capa bonita, chamou a atenção e comecei a lê-lo.


Opinião: É uma história fofa, pouco mais há a dizer. Esperava um romance como os da Julia Quinn, talvez sem as partes mais quentes até porque vinha categorizado como christian fiction, e apesar de ter gostado, aborreceu-me que a protagonista não se decidisse por ninguém. Há cerca de 3 ou 4 moços que fazem avanços e todos eles a fazem sentir-se afogueada e tal, não havendo, no entanto, distinção nos seus sentimentos por nenhum deles, até que chega o fim do livro e pronto ela lá fica com alguém! E não é que não houvesse oportunidade para trabalhar nos relacionamentos, já que a história avança a um ritmo lento que podia ter sido melhor aproveitado para desenvolver as personagens. A moça acaba por ser algo parada. Ela partir à busca, lutar por alguma coisa ou simplesmente mostrar um pouco mais de interesse num dos seus suitors, está quieto, quem a quiser que lute ele para se mostrar digno, ou fique à espera que os outros desamparem a loja por ficarem cansados de esperar pela moça. *massive eye roll*

Mas tirando isto, gostei do retrato da época, sobretudo da visão que dá da medicina nesta época, e dos pequenos vislumbres (tão pequenos e tão poucos) que temos de como seria viver com a epilepsia nesta altura.

Não será nada de especial mas deixou-me repousada e com uma certa sensação de conforto. Fiquei curiosidade para ler mais da autora, sobretudo se os seus livros estiverem novamente a preço 0.

Veredito: Se fosse emprestado pouco se perdia com isso. Pelo preço que paguei, que foi nada, acabou por não ser uma má aposta.

Há de seguir-se: O Beijo Carmesim (Raça da Noite, Livro 2) de Lara Adrian

19 de julho de 2012

Booking Through Thursday: Um ou muitos?


A pergunta desta semana é...
A while ago, I interviewed my readers for a change, and my final question was, “What question have I NOT asked at BTT that you’d love me to ask?” I got some great responses and will be picking out some of the questions from time to time to ask the rest of you. Like now.

Series or Stand-alone?
Para mim tanto faz desde que a história seja boa e apelativa, com personagens tri-dimensionais que cresçam devido os acontecimentos que vivem. Detesto quando as histórias se esticam só para se poder dizer que faz parte de uma trilogia ou de uma série mais longa, e que haja livros que sejam autênticos enche-chouriços, que pouco ou nada acrescentam aos volumes anteriores ou contribuem para os seguintes.

Mas confesso que começo a ficar algo saturada de tanta série e começo a apreciar mais um livro que se possa ler sozinho, cuja história começa e acaba num mesmo volume. Muitas vezes acabam por revelar uma história melhor construída, um melhor desenvolvimento de personagens e um bom domínio da linguagem e da escrita. :)

18 de julho de 2012

Romeo and Juliet [e-book]

Autor: William Shakespeare
Ficção | Género: peça de teatro - tragédia
Editora: Project Gutenberg | Ano: escrito em 1591? | Formato: e-book | Nº de páginas: - | Língua: inglês

Como me veio parar às mãos: tal como Hamlet e Macbeth tenho uma edição em português, mas acabei por fazer download das obras completas no site do Projecto Gutenberg. Entretanto também comprei o livro na Fnac, daí que a leitura deste tenha sido uma mescla de e-book e livro físico.

Quando e porque peguei nele: 26/junho/2012 a 3/julho/2012. Simplesmente apeteceu-me. Conta para os desafios: Temporada William Shakespeare.


Opinião: É a peça que, provavelmente, melhor conheço do autor e, talvez por isso, a que menos me fascinou. Para dizer a verdade, fiquei mesmo “WTF?”, pois apesar de a conhecer não me tinha apercebido de quão jovem era a Julieta nem que a relação se tivesse desenvolvido de forma tão rápida e foi por aí que a coisa não me convenceu. Então o Romeu estava apaixonado por outra e de repente já só vê Julieta à sua frente? É certo que isto dá origem a uma das mais belas citações
Did my heart love till now? forswear it, sight!
For I ne'er saw true beauty till this night.
Mas tenho de concordar com o padre confessor quando ele diz
Is Rosaline, whom thou didst love so dear,
So soon forsaken? Young men's love then lies
Not truly in their hearts, but in their eyes.
E a maneira como se apressam para o casamento! Eu sei que era outro tempo e sabe Deus lido com casamentos de jovens todos os dias, ou não tivesse que falar da Troca das Princesas tendo a Mariana Vitória uns 10 anos e já havia estado noiva, com apenas 3 anos, do Luís XV de França, mas isso não é para aqui chamado. Onde é que eu ia mesmo? Ah pois, eu sei que era normal, muitas vezes casavam jovens e os noivos nem sequer se conheciam, mas não consegui deixar de me lembrar de um meme que por aí anda baseada numa música. A sério! Só pensava em algo como “Hey! I just met you and this is crazy, but meet me tomorrow and we’ll get married, maybe”. Sim, é incrível como a minha mente se lembra das coisas mais parvas...

Apesar do problema com o “insta-romance”, como a Slayra lhe chama, não deixa de ser uma história bonita (o drama! a tragédia!), com uma escrita ainda mais linda. A sério, ando fascinada com a escrita deste senhor. E só uma nota, já não precisei de recorrer à tradução! Agora se isso se deve ao facto de conhecer a história ou já estar a ficar habituada à linguagem, não faço ideia. :P Uma coisa é certa, apesar de já ter as Collected Works em livro, vou continuar a usar o Kindle para ir lendo porque é tão prático ter um dicionário disponível à distância de um click!

Veredito: Vale o dinheiro gasto. Mais um texto desse génio, do que estavam à espera?

Há de seguir-se: The Apothecary’s Daughter de Julie Klassen

16 de julho de 2012

Porque música é poesia (14)

Tenho andado tão... sei lá, stressada, cansada, a precisar de férias e de descanso de tudo e todos, que dei por mim a ouvir Enya outra vez. As suas músicas têm a capacidade de me alhear de tudo e de me fazer imaginar que ando por entre prados verdes onde pastam vaquinhas, ou a descansar sob o mais bonito céu azul.


Enya - Pilgrim

Pilgrim, how you journey
On the road you chose
To find out why the winds die
And where the stories go.
All days come from one day
That much you must know,
You cannot change what's over
But only where you go.

One way leads to diamonds,
One way leads to gold,
Another leads you only
To everything you're told.
In your heart you wonder
Which of these is true;
The road that leads to nowhere,
The road that leads to you.

Will you find the answer
In all you say and do?
Will you find the answer
In you?

Each heart is a pilgrim,
Each one wants to know
The reason why the winds die
And where the stories go.
Pilgrim, in your journey
You may travel far,
For pilgrim it's a long way
To find out who you are...

Pilgrim, it's a long way
To find out who you are...

Pilgrim, it's a long way
To find out who you are...

14 de julho de 2012

Hamlet (1996)

Diretor: Kenneth Branagh
Adaptação de Hamlet de William Shakespeare por Kenneth Branagh
Atores: Kenneth Branagh, Kate Winslet, Derek Jacobi, Julie Christie

Mais informação técnica no IMDb.

Quando e onde o vi: 30/junho/2012 no AXN White. Vi o filme no âmbito da Temporada William Shakespeare.

Opinião: Depois de ver o “Hamlet” do Zefirelli com o Gibson, tive a oportunidade de ver o do e com o sir Kenneth Branagh, que por acaso deu num dos canais da cabo. Andava eu a chorar pelos cantos que não encontrava o DVD e eis que me dizem no twitter “OLHA O HAMLET DO BRANAGH NA TV!” Ok, talvez não o tenham dito em maiúsculas mas foi assim que as li. E já agora deixem que vos diga meus amigos, este tipo de coincidências assusta! Mas ainda bem que as há! :D

Depois de agradavelmente surpreendida pela representação do Mel Gibson, que me deu uma outra visão da personagem que dá nome à peça, as expetativas para esta adaptação eram altas e se não foram atingidas, não ficaram muito longe. Não vou dizer que é melhor que a outra, não o achei, mas foi uma outra visão igualmente interessante e mais próxima do que imaginei ao ler, da minha própria interpretação do texto.

Achei Hamlet mais frio e calculista, gostei bastante de Horácio, Gertrudes pareceu-me um pouco mais inocente e não tão arrebatada pelo filho, como acontece na adaptação de 1990 onde há mesmo uma cena, quando Hamlet confronta a mãe, que quase parece uma violação, sendo a relação deles bastante edipiana (até porque a Glenn Close é pouco mais velha que o Mel Gibson, salvo erro, e achei por isso o casting estranho, mas é a Glenn Close e ela é grande em tudo o que faz e a relação acaba por resultar no filme). Claudius pareceu-me também mais cruel, Polónio não tão anedótico e Ofélia ainda mais quebrada, mais digna de dó. Achei curioso que tenham optado por mostrar a relação de Ofélia e Hamlet como sendo de cariz sexual e tendo sido a relação consumada, o que de certa maneira contribuiu para perceber um pouco melhor a sua demência no final. Ela acaba por ser uma mulher usada por Hamlet, pensando que é amada mas talvez não tanto, ou pelo menos aqui fiquei, mais uma vez, com a sensação de algo mais efémero como paixão ou desejo, e por seu pai, na medida em que é usada para tentarem perceber o que levou Hamlet à sua suposta demência. Para além disto, imagino-a sentindo-se culpada por não ter dado ouvidos ao que o pai e sobretudo o irmão tinham dito de Hamlet, e culpada por julgar que se deve a ela a demência dele. Continuo a achar que se há alguém que Hamlet ama é o pai, mas também Horácio e ele próprio.

Apesar de ser uma tragédia escrita nos finais do séc. XVI/XVII, salvo erro, e de retratar possivelmente uma história medieval, o cenário e roupagens mais modernas não me chocaram, até porque esta história, e outras do mesmo autor pelo que me começo a aperceber, são intemporais e qualquer que seja a época os temas continuam a ser válidos e atuais.

Os atores também são fantásticos, mas tenho de me confessar algo parcial. Não me canso de ver o Kenneth e a Kate Winslet, que são dos meus atores preferidos. Foi uma surpresa ver o Billy Cristal, o Charlton Heston como um dos atores da peça dentro da peça, ter um vislumbre da genial Judy Dench e o Robin Williams.

Este é um filme longo, tem cerca de 4 horas, já que se trata da representação de todo o texto ipsis verbis, mas é por demais interessante. Vi-o durante a madrugada e não adormeci(!), como aconteceu, por exemplo, com o "Scoop". Levantar-me para ir trabalhar no domingo de manhã é que foi pior. The things I do for my Shakespeare season...

Veredito: Vale o dinheiro gasto. Aconselho, mas vai daí eu aconselho tudo o que tenha ou seja do Kenneth Branagh, mesmo que seja algo que não tenha visto. É dos meus atores de Shakespeare favoritos. Agora é ir à procura do seu “Henry V”...

13 de julho de 2012

Booking Through Thursday: Guilty Pleasure


A pergunta desta semana é...
A while ago, I interviewed my readers for a change, and my final question was, “What question have I NOT asked at BTT that you’d love me to ask?” I got some great responses and will be picking out some of the questions from time to time to ask the rest of you. Like now.

SammyDee asks:
What book(s) have you read that you’re secretly ashamed to admit
Era para ter respondido ontem, mas depois acabei por não o fazer porque foram surgindo coisas que não interessam para aqui. Mas respondendo então à questão... antes era mais usual tentar esconder o que estava a ler, sobretudo aqueles romances com alfa-males e moças de peitos fartos nas capas, mas depois pensei  “oh que se lixe! gosto de ler, que me importa o que as outras pessoas possam pensar?” e desde aí que se acabou a vergonha e nos últimos tempos nem tenho tapado a capa, como costumava fazer.

12 de julho de 2012

Era Uma Vez

Criadores: Adam Horowitz, Edward Kitsis
Atores: Jennifer Morrison, Lana Parrilla, Ginnifer Goodwin

Mais informação técnica no IMDb.

Quando e onde o vi: entre 13/janeiro/2012 e 29/junho/2012, tanto no AXN como no videoclube, se não conseguia apanhar no canal.

Temporada: primeira e única até ao momento, mas foi renovada.

Opinião: Tal como “Castle”, esta foi uma série com um horário algo confuso, mas segui com mais gosto e quase religiosamente, apesar de ter alguns pontos fracos que mexiam comigo, chegando mesmo a exasperar-me.

Para começar temos os protagonistas. A Jennifer Morrison nunca me convenceu, mas é algo que já vem de trás, de “House M.D.” e até de “How I Met Your Mother” onde simplesmente a odiei. Não sei o que é que me faz não ir à bola com ela mas acho que é, realmente, o ponto mais fraco de toda a série. Não consigo importar-me com sua personagem, mas acontece o mesmo com o pequeno Jared Gilmore. Também não fiquei fã de Ginnifer Goodwin nem do Josh Dallas, mas isso deve-se mais à história da Snow e do Charming do que propriamente aos atores. A história é demasiado lamechas para o meu gosto. Tão, mas tão lamechas que dou por mim a revirar os olhinhos e a perguntar se não podemos passar à frente da lamechice toda.

No espetro oposto, adorei Lana Parrilla que está fabulosa como Rainha Má, ainda que o episódio em que descobrimos porque é que odeia a Snow tenha deixado algo a desejar. A sério, acabei o episódio a perguntar-me “mas é por isto?” Pensei que Snow tivesse tido um pouco mais de influência, do género ter ela morto por engano ou acidente, mas não, é porque é tão doce e inocente que deu com a língua nos dentes. Meh! Fabuloso está também Robert Carlyle, mas isso era um dado adquirido. Também adorei como deram a volta aos contos de fadas, com Rumplestiltskin (nome mais estranho mas estranhamente bonito, acho que quero um cão com este nome :D ) a ser o Monstro, por exemplo, e a Capuchinho a ser o lobo mau! Isto foi, a meu ver, o que de melhor teve a série.

Veredito: Vale o dinheiro gasto. Não que vá gastar dinheiro num DVD, mas é giro, entretém e aguardo a segunda temporada. :)

10 de julho de 2012

Prometheus

Diretor: Ridley Scott
Escritores: Jon Spaihts, Damon Lindelof
Atores: Noomi Rapace, Michael Fassbender, Charlize Theron

Mais informação técnica no IMDb.

Quando e onde o vi: 30/junho/2012 no cinema.

Opinião: Este é daqueles filmes em que dou por mim, semanas depois de ter visto o filme, a pensar “gostei? não gostei? será que percebi tudo? devia revê-lo?” E sinceramente, não sei.

Em termos de paisagens é bem bonito, sobretudo o início, e no que toca a atuações não são más. Todos os atores me pareceram bastante competentes mas o Michael Fassbender como David, um androide construído pela Weyland Corporation, está fenomenal. A sua atuação é fria, desprovida de qualquer sentimento e chegou a fazer-me duvidar se o homem realmente não será uma máquina. Parece ser dos atores mais versáteis que há por aí e espero que continue o bom trabalho.

Já no que toca à história, eis que chegamos à tal indecisão. Parece um daqueles filmes em que a montanha pariu um rato, ou um alien neste caso. Começa quase por ser um filme filosófico, fazendo aquelas perguntas que toda a Humanidade questiona em todas as épocas e ainda não conseguiu responder: de onde vimos, para onde vamos e qual é o nosso propósito. Mas de repente torna-se como que num filme de terror, com o pessoal a dar corda aos sapatos para salvarem as suas vidas, com heróis a sacrificarem-se pela Humanidade (em perigo de extinguir-se por um qualquer capricho dos supostos Engenheiros), com seres estranhos a entrarem nos corpos dos passageiros da nave que dá nome ao filme e acabando por originar mutações.

Parece que tenta ser muita coisa ao mesmo tempo, ou que a meio aborreceram-se, o que fez com que tenha suscitado imensas perguntas sem oferecerem, no entanto, qualquer resposta. É certo que é complicado dar resposta aquelas questões existenciais, a Humanidade ainda não o conseguiu e tenta há milénios encontrar um significado para a vida, mas o filme acaba por ter uma mitologia algo própria, digamos assim, pois apresenta os Engenheiros como criando o Homem (ou toda a vida na terra, acabei por não perceber muito bem, sobretudo se tivermos em conta a teoria da evolução de Darwin que diz que descendemos de primatas) pelo que seria interessante terem tentado oferecer respostas.

Assim sendo o que tiro daqui? Que o ser humano é uma experiência que correu mal, mas penso que isso já se sabia, e, como todas as más experiências, o que corre mal deve ser destruído. De qualquer forma aguardo uma continuação para ver até onde é que Shaw vai na sua busca por respostas.

Já agora, deixo um link para um artigo que achei bastante interessante, que se debruça sobre as grandes questões que o filme aborda.

Veredito: Vale o dinheiro gasto. Mais não seja porque passado uma semana e meia continuo a pensar no filme. Leva a questionar-nos, a fazer algum exame pessoal.

7 de julho de 2012

Curtas: Missing, A Feira dos Imortais (Nikopol, #1)

Título: Missing
Criado por: Gregory Poirier
Atores: Ashley Judd, Cliff Curtis, Nick Eversman, Sean Bean

Mais informação técnica no IMDb.

Quando e onde o vi: entre 19/abril/2012 e 23/junho/2012, no AXN ou melhor no videoclube da Zon onde o AXN disponibilizava os episódios que iam dando semanalmente.

Temporada: primeira e parece que a última.

Opinião: Não pensava ver esta série, pois acho que a Ashley Judd faz sempre o mesmo papel, mas depois vi que tinha o Sean Bean e pronto, foi a desgraça. Ainda temi pela saúde daquele, que infelizmente acaba sempre morto (ok, às vezes salva-se, como no Sharpe, mas reparem na quantidade de filmes em que ele morre e no tipo de morte, até tem uma “death by cow”!).

Não será a melhor coisa que por aí anda, achei por demasiado previsível e que os efeitos, nomeadamente quando andavam de carro ou mostravam cenas do passado, podiam estar melhores assim como as actuações. Apesar de tudo acabou por conquistar a minha atenção, de tal forma que fiquei realmente desapontada quando soube que foi cancelada. Desapontada e irritada porque o final da série é então completamente descabido. Merecia um fecho a sério e não uma ponta solta, mas tão solta que praticamente implora por continuação.

Veredito: Deu na televisão pelo que não se perde nada com isso.

Título: A Feira dos Imortais (Nikopol, #1)
Autor: Enki Bilal
Ficção | Género: comic
Editora: Meribérica/Liber | Ano: 1991 (originalmente publicado em 1980) | Formato: livro | Nº de páginas: 64 | Língua: português

Como me veio parar às mãos: pedi emprestado nas BLX

Quando e porque peguei nele: 26/junho/2012. Apeteceu-me ler algo com história aos quadradinhos. Conta para os desafios: Book Bingo - novela gráfica.


Opinião: Já há alguns anos que ando de olho nas obras deste autor, mas só agora tive oportunidade de ler. Apesar disto não sei bem do que estava à espera e soube a pouco, como se faltasse algo, não sei bem o quê. Talvez alguma profundidade, tanto no que à história como às personagens diz respeito.

Gostei da arte e foi sobretudo isso que me havia chamado a atenção. Gosto do desenho e do aspecto algo futurista. Achei engraçado envolver deuses egipcios (e vê-los jogar Monopólio foi impagável xD ) e gostei de como o autor mostra a História a repetir-se, como se o ser humano jamais aprendesse com os seus erros, mas achei que podia ter ido mais longe na exploração dos temas que tenta abordar. Acabou por ser demasiado contido.

Fica, no entanto, a curiosidade para ler os restantes dois volumes.

Veredito: Emprestado e pouco se perde com isso.

4 de julho de 2012

Hamlet (1990)

Diretor: Franco Zeffirelli
Adaptação de Hamlet de William Shakespeare por Christopher De Vore e Franco Zeffirelli
Atores: Mel Gibson, Glenn Close, Alan Bates

Mais informação técnica no IMDb.

Quando e onde o vi: 24 de junho em casa, cortesia das BLX que tinham o DVD disponível. Vi o filme no âmbito da Temporada William Shakespeare.

Opinião: Como com outros livros que assim que leio tenho de ver a adaptação, neste caso tal ainda mais se impunha, tendo sido esta história escrita por modo a que outros a representassem.

Penso que nunca tinha visto uma adaptação da peça, só excertos do filme do Sir Kenneth Branagh (e deixai-me fangirlar um bocado por ele agora ser Sir) aqui e ali, e que entretanto tive a oportunidade de ver mas isso fica para uma outra altura...

Ao ver este, devo confessar que tinha um certo receio da escolha de Mel Gibson mas ele acabou por me surpreender. A sua raiva e “demência” era o que esperava encontrar ao ler e ele na sua representação conseguiu então imprimir o sentimento que terá faltado na minha leitura. Não sei se estou a conseguir expressar-me da melhor maneira, mas a leitura e o visionamento são duas experiências completamente diferentes e achei o último muito mais enriquecedor que a leitura. Sem dúvida de que estas palavras foram escritas para serem representadas pois sem qualquer entoação perdem todo o alcance que poderiam ter. E como todos os actores são diferentes, assim como diferentes são as pessoas, acaba por dar uma outra visão, uma outra interpretação do mesmo texto. Se ao ler achei que Hamlet era um choninhas, Mel Gibson mostrou-me que era um homem de ação e que mesmo a sua inatividade é um plano em andamento. Se tinha achado que o seu sentimento por Ofélia não era verdadeiro, aqui senti que o facto de sua mãe se voltar a casar prematuramente como que estragou a imagem das mulheres para ele, vendo em Ofélia o mesmo engano sem que ela no entanto tivesse feito algum mal, pagando a justa pela pecadora. Vi na demência de Ofélia mais que a tristeza de ter sido abandonada, vi sonhos desfeitos e a inocência perdida.

Não segue a peça tal como está escrita, há cenas que desaparecem e outras mudam de sítio, mas acaba por ser uma adaptação bastante competente e muito bem conseguida. Só posso aconselhar.

O DVD também possui documentários e um comentário que analisa o texto original e o filme, que acho que valem a pena ser vistos e lido.

Veredito: Vale o dinheiro gasto. Mas muito perto de “para ter na estante”. Surpreendeu-me bastante e aconselho sem qualquer tipo de reservas.

2 de julho de 2012

Verdade ou Consequência? (7)

Lady Macbeth

Li esta peça há dois anos, por auto-recriação minha e como me foi dada a oportunidade de escrever sobre o tio Shakes através do convite da dona deste blog, foi mais ou menos fácil decidir-me sobre que peça iria escrever!

Macbeth, ou The Tragedy of Macbeth, é a peça mais curta de Shakespeare e é também a mais violenta, sangrenta e obscura que ele escreveu. Fala-nos de ambição desmedida, de traição, crueldade e culpa, com um ambiente sobrenatural que torna certos momentos da peça ainda mais tensos e obscuros. De forma resumida, Macbeth fala-nos de um homem, Macbeth, que está disposto a matar o rei da Escócia para lhe usurpar o trono. Consequentemente, Macbeth passa a ser um homem atormentado pela culpa dos seus actos e acaba como um homem completamente paranóico em relação a todos os que o rodeiam e tirânico. Contudo, houve uma personagem em particular que me impressionou em toda a peça: Lady Macbeth.

A primeira vez que ela aparece é no acto I, cena 5 e é nesta cena que ela faz talvez o seu discurso mais marcante e o discurso mais perturbador que eu já li. E para vos dar um cheirinho, aqui fica um pouco:

"Come, you spirits
That tend on mortal thoughts, unsex me here
And fill me, from the crown to the toe, top-full
Of direst cruelty. Make thick my blood,
Stop up th'access and passage to remorse,
[...]
Come to my woman's breasts,
And take my milk for gall, you murd'ring ministers,
Wherever in your sightless substances
You wait on nature's mischief."

"Unsex me"?! Bitch is crazy... Agora falando a sério, isto não é perturbador? Esta mulher, cheia de ambição desmedida, ainda mais vil que o seu marido, pede que lhe sejam retiradas todas as características que estão associadas às mulheres e que as tornam, supostamente, seres mais sensíveis e frágeis. Ela não quer ter qualquer qualidade que a possa levar a fraquejar. Quer, essencialmente, ser preenchida pela mais terrível crueldade. Lady Macbeth chega a questionar a masculinidade do marido sempre que a mente dele sente remorsos em relação a algo; ela domina-o, é impiedosa e no fim é a culpa e a visão de todos os seus actos que a levam à loucura e ao seu final trágico. Para a época, Lady Macbeth terá sido uma personagem algo polémica, uma vez que, sendo mulher, ela não tem um traço de feminilidade no que diz respeito às suas acções. Ela pede a um poder sobrenatural que lhe retire as características femininas porque se prepara para actos cruéis, associados ao masculino e, por isso, ela tem que cortar todos os laços que a ligam, mentalmente e emocionalmente, aos aspectos femininos. O sexo é algo físico, nascemos homens ou mulheres; mas o género é uma característica mental e, nesse aspecto, Lady Macbeth tem um pensamento mais associado ao masculino. Há críticos, inclusive, que a consideram a verdadeira instigadora de toda a violência na peça e, para mim, ela é a impulsionadora de todos os momentos cruciais da história. O que é que eu tenho a dizer sobre isto? Que a senhora Macbeth era uma mulher perturbada e que Shakespeare era um génio.

Nesta medida, acho que vale a pena referir aqui duas pinturas que ilustram o poder de Lady Macbeth tanto na peça como sobre o seu marido. A primeira é da autoria do pintor Henry Fuseli e intitula-se Garrick and Mrs. Pritchard in Macbeth (1812). Para dar um pouco de contexto, o momento em que se baseia esta pintura é retirado do acto II, cena 2 e diz assim:

Lady Macbeth: Go get some water,
And wash this filthy witness from your hand.
Why did you bring these daggers from the place?
They must lie there: go carry them, and smear
The sleepy grooms with blood.

Macbeth: I'll go no more:
I am afraid to think what I have done;
Look on't again I dare not.

Lady Macbeth: Infirm of purpose!
Give me the daggers."

Garrick and Mrs. Pritchard in Macbeth
de Henry Fuseli
Não vou fazer nenhuma análise académica sobre o quadro, mas é bastante claro que Lady Macbeth se encontra numa posição dominante e de poder, em oposição ao coitado do marido que parece ter medo da própria mulher e parece estar horrorizado com o acto que acabou de cometer, uma vez que as adagas estão ensanguentadas. O facto de parecerem duas figuras fantasmagóricas num fundo negro, penso que transmite a obscuridade da peça, o ambiente tenso e sobrenatural e os actos sangrentos que vão sendo cometidos durante a peça.

Ellen Terry as Lady Macbeth
de John Singer Sargent
O segundo quadro é de John Singer Sargent e intitula-se Ellen Terry as Lady Macbeth (1889). Ellen Terry foi uma actriz de teatro inglesa e que se tornou famosa por ser uma das melhores actrizes Shakespearianas, no século XIX. Neste quadro em particular, vemos Ellen Terry como Lady Macbeth. Quando vi este quadro lembrei-me imediatamente do discurso do "Unsex me here". Ela está altiva, imponente, o seu olhar parece em transe e está com a coroa nas suas mãos, símbolo da sua ambição pelo poder real. Acho que mais do que ser rainha, ela queria era ser rei e aqui, mais uma vez, se impõe a questão entre sexo e género. Um outro pormenor importante é o cabelo ruivo. O cabelo ruivo estava associado às bruxas, a mulheres sedentas de luxúria nas quais não se podia confiar por representarem uma ameaça aos homens. Não referi antes, mas Macbeth e a sua mulher tinham uma relação essencialmente sexual e era dessa forma que ela o convencia a actuar de determinada maneira. E aqui encaixa tudo, não encaixa?

Existem mais quadros que retractam esta peça e outras personagens também. Mas estes dois, para além dos quadros que retractam as três bruxas, foram os que mais me marcaram pela mulher que evocam, pela violência, crueldade e ambição associadas a ela. Confesso que em termos de adaptações de Macbeth para filme nunca vi nenhuma. Mas também, com tanta superstição associada a ela, não me espanto muito... Mas no youtube podem encontrar vídeos de representações teatrais de algumas cenas da peça, entre as quais contracenam Judy Dench e Sir Ian McKellen. Aqui fica a excepcional Judy Dench na já referida cena 5 do primeiro acto (no spoilers):



Este artigo foi escrito pela Diana do blog Papéis e Letras, que apoiou a temporada Shakespeariana, leu o Hamlet ao mesmo tempo que eu, está quase sempre disponível para falar sobre o tio Shakes (e sotaques britânicos, e homens britânicos, e espadas britânicas, e... acho que já perceberam a ideia) e já escreveu trabalhos sobre tudo e mais alguma coisa. :D

1 de julho de 2012

Macbeth [e-book]

Autor: William Shakespeare
Ficção | Género: peça de teatro - tragédia
Editora: Project Gutenberg | Ano: escrito em 1603? | Formato: e-book | Nº de páginas: - | Língua: inglês

Como me veio parar às mãos: tal como Hamlet tenho uma edição em português, que conta com mais peças do autor e que faz parte de uma coleção, mas acabei por fazer download das obras completas no site do Projecto Gutenberg.

Quando e porque peguei nele: 24/junho/2012. Estava para pegar no Romeu e Julieta mas de repente apeteceu-me algo violento e com gore para combinar com a minha disposição e paciência para pessoas, que sinceramente não tem sido muita. Conta para os desafios: Temporada William Shakespeare.


Opinião: Depois de ter lido, aparentemente, a sua peça mais longa, eis que agora li a mais curta. Mas por ser mais curta não quer dizer que seja menor. É certo que não achei a sua escrita tão poética, e por isso continuo a preferir Hamlet, mas esta tem outros pontos de interesse, nomeadamente por mostrar o que poder e a ambição podem fazer a um homem.

Macbeth aparenta ser um homem justo e leal ao seu soberano até que encontra três bruxas que lhe dizem que está fadado a ser rei. As três bruxas lembraram-me as Parcas, de certa forma representando passado, presente e futuro, e girado a Roda da Fortuna, decidindo ou contribuindo para os destinos dos mortais. Neste caso, o encontro como que implanta a ideia de assassínio na mente de Macbeth. No entanto, e tal como Hamlet, dúvidas assaltam a sua alma, sendo que Macbeth acaba por se assemelhar a um homem perante um precipício. É a sua esposa, Lady Macbeth, que acaba por lhe dar o empurrão final, colocando em marcha acontecimentos que vão, como não podia deixar de ser, contribuir para os seus fins.

Sobre Lady Macbeth, uma das personagens que mais gostei, apesar de tudo, falará uma convidada especial, mas gostaria de salientar que apesar de achar que teve o que merecia, não deixei de sentir pena quando enlouquece e se suicida. Apesar de aparentar ser mais forte que o marido levando-o a cometer atos atrozes, é a primeira que sucumbe ao sangue dos inocentes que mancha as suas mãos e que teima em não sair. Mas se esta personagem parece que sempre foi má ou pelo menos mais ambiciosa, já não diria o mesmo de Macbeth, que vai aos poucos e poucos afundando-se na sua sede de poder.

De notar que, tal como em Hamlet, são seres sobrenaturais que colocam em marcha a história, aqui com a premonição das bruxas e que me leva a questionar se Macbeth faria o que fez se não as tivesse ouvido. E mesmo tendo ouvido, porque achou necessário agir daquela forma? Também é feita uma premonição sobre o seu companheiro Banquo e ele nada faz. Para dizer a verdade acho curioso este tipo de histórias, que remonta a tantos séculos atrás como até à Antiguidade Grega, onde outras histórias têm base em premissas semelhantes: premonições, visões do futuro que levam pessoas a agir e a concretizar o profetizado, mesmo que tentassem evitar o futuro como havia sido escrito. Isto leva-me a questionar se está o futuro realmente escrito ou se cada um faz o seu destino com as suas escolhas, pois apesar de o futuro nos ser contado continuamos a ter escolhas: encetar ações para o cumprir ou continuar como até ali, esperando que o profetizado se cumpra? Food for thought, indeed...

Enfim, esta é uma história bastante mais negra, acabando por revelar o que de pior há no homem. Mas ao mesmo tempo, há sinais de esperança, numa luz na noite, num herdeiro exilado, numa personagem que por sofrer com a morte da sua família não deixa de ser viril (também já em Hamlet o choro era considerado coisa de gaja). Este é outro tema recorrente, sobretudo na relação entre Macbeth e sua mulher, em que esta perante as indecisões e medos daquele acusa-o de falta de virilidade, mas Macduff mostra então o contrário.

Os opostos são uma constante nesta peça que agora quero ver representada. Não sei se há alguma adaptação cinematográfica ou televisiva, mas com toda a superstição que há por detrás até gostaria era de ver a peça sobre o escocês no teatro.

Veredito: Para ter na estante. É que não há dúvida nenhuma. Não sei quanto às comédias e outros escritos de Shakespeare mas as tragédias são seguramente para guardar, ler, reler, ver e rever.

Há de seguir-se: ?

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