15 de julho de 2011

Julho 2011

Ainda não é fim do mês, mas pronto, cá vai...

Começo por dizer que este vai ser o último post por aqui. Resolvi tirar umas férias do blog, só não sei se serão definitivas... O ano começou com muitas ideias, gostei de levar algumas coisas para a frente, mas o entusiasmo foi esmorecendo e cheguei a um momento em que parece que não sai nada. Nada de ideias, nada de escrita, muito pouco tenho andado a ler e até as críticas saem um pouco a ferros. Está claro que não vou colocar as leituras de lado, isso é praticamente impossível ( :P ), mas vou afastar-me um pouco deste meu cantinho.

Mesmo assim, gostava de chamar a atenção para este artigo que se debruça sobre género, tablets e e-readers. Já esta opinião fez-me pensar sobre adaptações/traduções e as leituras originais. Há um ano fiz um curso avançado de inglês e pela mesma altura li North and South da Elizabeth Gaskell, na língua original (já que não há tradução para português) que foi dos livros mais complicados de ler, sobretudo devido aos diálogos com operários pouco instruídos. Tinha de ler em voz alta para perceber o que queriam dizer. Diana Gabaldon vem-me à cabeça com o seu "ken", que demorei páginas até perceber que significava "know", e há outras do mesmo género. Está claro que não comecei a ler inglês com estes livros, acho que nem Austen mencionámos ou demos em aulas, mas dei obras mais acessíveis (geralmente peças de teatro) que me possibilitaram, depois, ler aquela autora e outros! O mesmo aconteceu com português. :P Não comecei logo com Eça e Camões. Aliás, antes dos Lusíadas em verso, cheguei a dar em prosa "contados às crianças e lembrados ao povo" ( :D ) para melhor preparar-me! Eu até entendo o esforço de tentar adaptar-se uma história a determinada idade (quando li o livro do João de Barros devia ter entre 10 a 12 anos) e, está claro, apoio traduções integrais de livros, mas a forma simplista a que parecem ter reduzido um livro tido como clássico não deixa de ser alarmante. O_o

Seguem-se as aquisições que chegaram cá a casa, que até agora limitaram-se a uma! Claro que na próxima semana devo receber uns 5 mas não interessa agora para o caso... :P

Aquisições através do BookMooch:
  • Far and Away de Sonja Massie

Como disse, este é então o último post. Algumas meninas queriam levar para a frente algumas actividades durante o Verão, como leituras e críticas conjuntas, e vou tentar participar mas until further notice este meu cantinho fica por aqui. Boas leituras! :)

12 de julho de 2011

Insólitos (4)

Parece que a arrumação de livros em estantes questionáveis é um mal geral... Desta vez não se prende tanto com os géneros literários, mas com o próprio objecto, o livro. Convém dizer que quando estas fotos foram tiradas, andava um certo grupo de bibliófilas desorientadas à procura de livros, que não encontravam. De repente deram de caras com isto...

Está claro que só isso não bastava, tinha de haver o erro dos géneros... E vai daí, a Maddie era realmente uma criança e nos livros da Nora Roberts fazem-se criancinhas (digo eu...)

Por fim, confirmou-se a afirmação de alguém sobre a nacionalidade da Charlaine Harris! Temos tão bons escritores e tão conhecidos internacionalmente que ia jurar serem estrangeiros!

A sério, um pouco de atenção e mais cuidado não fazem mal a ninguém...

Edit: Esqueci-me de dizer que as últimas duas fotos foram cortesia da Blackjewel. :D

11 de julho de 2011

Harry Potter e os Talismãs da morte (parte 2) ou como chega ao fim uma época da minha vida

Há pouco mais de 10 anos pegava eu no primeiro livro da série e toda a minha vida mudava. É certo que não o sabia e muitas das mudanças que ocorreram não se deveram ao livro, mas foi a série que mais me acompanhou nestes últimos anos em que, sem dúvida, me tornei o que sou hoje.

E o que sou hoje? Isso é difícil de definir, mas um dos traços que mais gosto de focar é que sou uma pessoa que gosta de ler, e essa pessoa reaprendeu esse gosto com esta série. Sou uma blogger, e sem Harry Potter provavelmente não andava aqui, já que a minha primeira incursão na net se deu através de fóruns sobre esta série, onde se debatiam os livros e os filmes que começavam a surgir, e só depois sobre literatura e que, muito posteriormente, levou à criação deste blog.

Além disso, foi com Harry Potter que conheci uma das minhas melhores amigas. Na verdade conhecemo-nos na faculdade mas depressa percebemos que tínhamos gostos em comum, sendo esta série um deles. Lembro-me das teorias maradas que desenvolvíamos com uma outra colega, muitas vezes a caminho dos locais de estágio, e de como parecíamos um trio de fan-girls no cinema.

Bons tempos... que só não foram melhores porque havia quem pensasse que eu tinha mente de miúda por gostar deste tipo de livros mas, sinceramente, era para o lado que dormia melhor e ainda hoje sinto orgulho em dizer que gosto desta série.

É por isso com tristeza, e algumas lágrimas nos olhos, que vejo o último filme chegar às salas dos cinemas em Julho. Pensei que o último livro tinha fechado o ciclo, mas foi ao ver o trailer, que na verdade nem é assim nada de especial (muitos efeitos e cenas épicas, há disso em tantos outros filmes), que senti um baque e compreendi que "uma época da minha vida chega ao fim".

É incrível perceber como em 1999 eu era ainda uma miúda e hoje sou, bem, praticamente uma mulher. É incrível perceber como tanta coisa à minha volta mudou, como a minha vida mudou, mas houve uma coisa que continuou igual, a minha devoção e amor a estes livros.

Guardarei sempre com muita estima esta série. E agora venha o último filme... e uma caixa de Kleenexes se faz favor!



E daí, talvez ainda não tenha de dizer adeus... Em Outubro há Pottermore...

7 de julho de 2011

Kismet

KismetAutor: Monica Burns
Género: romance histórico
Editora: Berkley Sensation | Nº de páginas: 352

Resumo (do livro): It was a gamble she was born to make...

Raised in a brothel, Allegra Synnford quickly learned at a young age that survival meant taking charge of her destiny. Now, as a renowned courtesan skilled in the pleasures of the flesh, she chooses her lovers carefully - vowing never to be vulnerable to any one man. Until a mesmerizing Sheikh strips that control from her...

With a man who wasn't used to losing.

Sheikh Shaheen of the Amazigh has been hiding from his past for a long time, but not enough to forget how another courtesan made him abandon his life as the Viscount Newcastle. That is why the yearnings this dangerous temptress ignites within him are so troubling. Worse, thoughts of Allegra pervade his every fantasy, threatening to undermine his cover. With old enemies circling, experience tells him he must resist her charms at any cost. In fact, he's betting on it; however that's a risky wager when it comes to a woman of pleasure. Especially since Allegra has her own reasons for playing games... with a man who can't afford to lose.

What's happen between them is Kismet...


Opinião: Ganhei este livro num giveaway do Goodreads (queixo-me da sorte e depois acontecem coisas destas). Não conhecia a autora mas a sinopse parecia interessante ou não contasse com uma cortesã como protagonista. Gosto de histórias de cortesãs, que posso fazer? Acabou por não ser das melhores leituras que fiz, dentro do género acho que há melhor, mas não deixa de ter pontos positivos.

Apesar de se tratar de um romance histórico, daqueles quentes e de capas com moças voluptuosas nos braços da alpha males, gostei sobretudo da história paralela, com Nassar como vilão, apesar de ter pouco destaque. Isto porque não só deu um outro impulso à história, que corria o risco de se limitar a encontros de tendência escaldante entre os protagonistas em jardins, tendas, praças, e sei lá que mais, como permitiu uma pequena visão das tribos berberes do Norte de África. A maior parte de romances deste género que tenho lido têm lugar em Inglaterra e foi refrescante uma mudança de cenário. Além disto, adorei que lidasse com o destino.

No ponto oposto, tenho a dizer que tive problemas com as personagens principais. Não tanto com a sua descrição, apesar de tudo o casal tem alguma profundidade, mais que outros sobre os quais já tenho lido, mas senti pouca química entre eles, apesar de a temperatura ser elevada sempre que estavam juntos. Aliás, isto foi outra coisa de que não gostei. Tensão sexual, tudo bem, é giro e resulta. Geralmente mantém o leitor interessado em ver no que é que aquilo vai dar e mal podemos esperar para que algo aconteça. Mas neste livro é demais. Quase toda a primeira parte (que demorei semanas a ler) se cinge aos tais encontros nos mais variados locais entre os protagonistas e o leitor é praticamente esbofeteado com a sensualidade de ambos. Tudo bem, são ambos lindos de morrer, sensuais de tal maneira que despertam instintos animais no outro, mas os diálogos cingem-se ao desafio de Shaheen levar Allegra para a cama e aquela recusar. E até são personagens interessantes. Ambos têm passados que os marcaram de alguma maneira, reflectindo-se na relação que desenvolvem, mas as suas feridas são cicatrizadas através de um monólogo interno, não se vendo um abrir de coração. Eles percebem que o outro teve um passado mau, que fez deles o que são mas não desabafam um com outro, o que deu um certo ar artificial à relação porque parece que não há intimidade entre eles sem ser a nível sexual. Não há uma verdadeira partilha de experiências, limitando-se a relação ao acto sexual em que ambos se soltam e permitem-se amar e ser amados.

Acaba por ser uma história boa, mas penso que a relação podia ser explorada de melhor forma. Apesar de preferir um final diferente, um que acabasse no Norte de África, não desgostei do que a autora escreveu.

Se fosse emprestado pouco se perderia com isso: É basicamente um livro mediano. Não me encheu completamente as medidas mas a história e as personagens conseguiram manter-me minimamente interessada, apesar de achar que a relação entre os protagonistas podia ser explorada de forma diferente, tendo em conta o passado de ambos. Se tiver possibilidade, sou capaz de procurar mais livros da autora no BookMooch, para uma ou outra leitura leve, mas não me vejo a adquiri-los.

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5 de julho de 2011

Porque música é poesia (7)



Christina Perri - Jar of Hearts

I know I can't take one more step towards you,
'Cause all that's waiting is regret.
And don't you know I'm not your ghost anymore?
You lost the love I loved the most.

I learned to live half-alive
And now you want me one more time.

And who do you think you are?
Running 'round leaving scars,
Collecting your jar of hearts
And tearing love apart.
You're gonna catch a cold,
From the ice inside your soul.
So don't come back for me.
Who do you think you are?

I hear you're asking all around,
If I am anywhere to be found,
But I have grown too strong,
To ever fall back in your arms.

And I learned to live half-alive
And now you want me one more time.

And who do you think you are?
Running 'round leaving scars,
Collecting your jar of hearts
And tearing love apart.
You're gonna catch a cold,
From the ice inside your soul.
So don't come back for me.
Who do you think you are?

And it took so long just to feel alright,
Remember how to put back the light in my eyes.
I wish I had missed the first time that we kissed,
Cause you broke all your promises.
And now you're back,
You don't get to get me back.

And who do you think you are?
Running 'round leaving scars,
Collecting your jar of hearts
And tearing love apart.
You're gonna catch a cold,
From the ice inside your soul.
So don't come back for me,
Don't come back at all.

And who do you think you are?
Runnin' 'round leaving scars,
Collecting your jar of hearts
And tearing love apart.
You're gonna catch a cold,
From the ice inside your soul.
Don't come back for me,
Don't come back at all.

Who do you think you are?
Who do you think you are?
Who do you think you are?

2 de julho de 2011

X-Men: O Início

Informação técnica no IMDb.

Director: Matthew Vaughn
Escritor: Ashley Miller, Zack Stentz, Jane Goldman, Matthew Vaughn (guião), Sheldon Turner, Bryan Singer (argumento)
Actores: James McAvoy, Michael Fassbender, Kevin Bacon

Era fã dos desenhos animados e dos primeiros dois filmes, já o terceiro é para esquecer e o do Wolverine nem me dei ao trabalho de ver, nunca foi personagem com que engraçasse, e quando tomei conhecimento deste, há umas semanas atrás, a história pareceu-me interessante. O que teria levado o Professor X e o Magneto a desentenderem-se? Mas para ser sincera, e talvez fútil, o verdadeiro motivo para ir ver o filme foi o eye-candy! *is ashamed but regrets nothing!* James McAvoy e Michael Fassbender nunca tinham chamado muito a minha atenção, mas dêem-lhes super-poderes e lá vou eu... :P

Felizmente, o filme tem mais razões para ser visto do que pelo eye-candy. Como disse, a história pareceu-me e é de facto interessante. Somos apresentados a Erik Lehnsherr (Michael Fassbender), Charles Xavier (James McAvoy) e Raven (Jennifer Lawrence, que pelos vistos vai participar na adaptação cinematográfica dos livros Jogos da Fome), quando são ainda crianças e cedo percebemos que o seu passado irá influenciar as acções no futuro. Erik sofre as agruras dos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, Charles tem uma vida priveligiada mas é sensível à natureza de outros, Raven é (provavelmente) abandonada devido à sua aparência. Deste modo, Erik cresce à procura de vingança, Charles cresce para ser um professor brilhante na área da genética (e ter uma frase de engate completamente ridícula xD ) e Raven tenta adaptar-se a uma sociedade em que não pode ser ela própria.

Gostei das questões que o filme coloca, sobretudo numa época em que somos invadidos por livros YA que dizem que ser diferente não é assim tão mau, e que devemos ser nós próprios. Foi engraçado ver como Charles não vai bem nesta onda, apesar de pretender uma convivência saudável entre humanos e mutantes, repreendendo Raven e não entendendo a sua fixação com a imagem - o próprio Hank McCoy (Nicholas Hoult) cai nesta esparrela -, não sendo de admirar que Raven se volte para Erik. Este por sua vez, muito provavelmente devido ao que sofreu e à maneira como cresceu, pois é dado a entender que foi um rato de laboratório para Sebastian Shaw (Kevin Bacon), torna-se no que mais devia odiar e nem o convívio com Charles muda os seus ideais.

É um bom filme, com situações dramáticas, hilariantes e de acção em doses bastante equilibradas; já o CGI deixa, em algumas partes, algo a desejar. Os actores vão muito bem nos seus papéis e saliento a "química", por assim dizer (*wink wink*), entre os protagonistas que têm uma dinâmica própria, para além de terem alguns dos melhores diálogos do filme.

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