30 de outubro de 2007

Harry Potter and the Deathly Hallows (Harry Potter, Livro 7)

Autor: J. K. Rowling
Género: Fantasia
Editora: Bloomsbury (Children's edition) | Nº de páginas: 608
Nota: 5/5

Resumo (da capa): Harry is waiting in Privet Drive. The Order of the Phoenix is coming to escort him safely away without Voldemort and his supporters knowing – if they can. But what will Harry do then? How can he fulfil the momentous and seemingly impossible task that Professor Dumbledore has left him?

Opinião: Acabou. A série que sigo há quase dez anos, já que a primeira edição da Pedra Filosofal foi lançada em Portugal em Outubro de 1999 e em Dezembro do mesmo ano tive o meu primeiro livro do HP, ainda as capas eram diferentes das americanas, posteriormente adoptadas pela editora que detem os direitos em Portugal. Não se pode dizer que eu nutrisse um grande amor pela personagem principal, mas a história, aquele mundo e o resto das personagens eram interessantes, pelo que li e reli incontáveis vezes, pelo menos, os três primeiros volumes desta saga. Foi com uma certa ansiedade, curiosidade e tristeza que li este capítulo.

Dumbledore morreu, mas deixou Harry a braços com uma difícil tarefa, localizar o resto dos Horcruxes e destruí-los, para assim poder destruir Voldemort. Juntamente com Ron e Hermione, os seus dois grandes e inseparáveis amigos, Harry enceta uma demanda em busca das Horcruxes. Devido à ligação com Voldemort e às pistas que Dumbledore foi lançando, a demanda passa a ter duas vertentes: Horcruxes, os pedaços de alma de Voldemort e que prolongam a sua vida, pois não pode morrer enquanto um pedaço da sua alma existir; e Deathly Hallows, três relíquias em que poucos acreditam, por fazerem parte de uma história de crianças, mas cuja lenda afirma que o possuidor das três tornar-se-á “Master of Death”.

O livro segue a linha dos anteriores no ponto narrativo, com a história a ser contada sob o ponto de vista do Harry, mesmo quando ele olha para a mente de Voldemort, à semelhança do quinto livro. A grande diferença é que a acção não se passa maioritariamente em Hogwarts, apesar de não deixarmos de a visitar. Assim não há aulas, muitas das personagens a que estávamos mais habituados, como os professores, não aparecem tanto. No entanto, temos uma visão um pouco mais alargada do que se passa em redor do trio. Há duas partes em luta, há uma guerra a decorrer e isso é perceptível, embora não na totalidade do livro, sendo este factor talvez o único ponto fraco, mas explicado por o trio andar a monte e escolher locais bastante isolados para se esconder.

No que toca a personagens, somos apresentados a algumas que até agora só tinham sido mencionados, como o caso dos pais de Tonks, e outras tornam-se mais dimensionais, como o caso dos Malfoy. Mesmo a personagem do Harry parece crescer, deixando de ser aquele rapaz aborrecido e fazendo o papel de vítima (“sou EU que tenho de fazer isto e vocês não sabem o que EU tenho de passar para o fazer”), para atingir o seu auge neste livro, percebendo que pode confiar noutras pessoas para o ajudarem e ao aceitar o papel que Dumbledore lhe havia destinado.

Não houve muitas surpresas mas não deixou de surpreender. O final está muito bem conseguido, apesar de ir contra o que eu esperava, a morte do Harry (mas uma em que ele permanece morto), mas está muito bem explicado a ligação entre os dois antagonistas.

Há que dar os parabéns à J. K. Rowling pela inclusão de pormenores que nos remetem para os livros anteriores, mostrando que tudo culmina neste último volume, mas sobretudo há que aplaudi-la pela sua imaginação. O mundo que ela criou, tão diferente mas ao mesmo tempo semelhante, foi a primeira coisa que me fez adorar esta colecção. A existência de um mundo mágico, paralelo ao mundo em que vivemos, foi muito bem criado e de tal modo descrito que imagino que não há quem não gostasse de, pelo menos, dar uma espreitadela a esse mundo.

O Telescópio de Âmbar (Mundos Paralelos, Livro 3)

Autor: Philip Pullman
Género: Fantasia
Editora: Presença | Nº de páginas: 469
Nota: 3/5

Resumo (do site Editorial Presença): O último título da trilogia Mundos Paralelos O Telescópio de Âmbar- consagra Philip Pullman como um escritor que alia a popularidade à qualidade literária. Assim, com este livro Pullman foi o primeiro autor de literatura infantil a ser distinguido com o 'Whitbread Book of The Year Award', inaugurando este galardão com o primeiro romance para crianças. Mas na verdade, o público alvo desta trilogia é mais juvenil, já que o universo da acção se desenrola num mundo adulto, sendo os adolescentes os leitores mais receptivos a esta saga. O Telescópio de Âmbar recebeu ainda o 'Children’s Book of The Year Award' e foi nomeado para o 'Booker Prize'.

Traduzido para mais de 20 línguas em todo o mundo, este terceiro volume, considerado por muitos uma obra-prima, completa esta trilogia revelando-a como um incontornável clássico, que será adaptado ao cinema.


Opinião: Finalmente a conclusão! E digo isto com algum alívio pois, tal como o segundo volume, levou-me mais tempo a lê-lo do que esperava e mais uma vez fiquei com um certo amargo de boca no final, voltando a ficar um pouco aquém das minhas expectativas.

Tal como o volume anterior, este nunca chegou aos pés do primeiro. Não sei o que teria o primeiro de tão especial, talvez um outro tipo de inocência, mas o certo é que tanto o segundo e o terceiro nunca me agarraram como o primeiro. Mesmo a escrita parecia-me mais bem conseguida no primeiro volume, fazendo a luta entre os ursos blindados mais bem conseguida que a batalha, supostamente monumental, presente neste último volume.

No entanto, e apesar de ter ficado um pouco aquém do que estava à espera, o final surpreendeu-me. Gostei de como Lyra e Will descobriram-se um ao outro, por assim dizer, e o papel de Mary como serpente. Era notório a evolução da relação de ambos e a história de Mary foi uma maneira linda de ambos descobrirem tais emoções. Também gostei de como Lord Asriel e a Sra. Coulter se sacrificaram para dar uma hipótese a Lyra. Por uma vez terão actuado como pais.

Achei também curioso, e aí há que elogiar o génio de Pullman, como ele conseguiu fazer dos adultos tão extremistas ao ponto de a luta, entre a Igreja e os que desejavam acabar com ela, parecer quase uma birra entre crianças cada um exigindo o seu direito a um rebuçado; enquanto que as crianças pareciam realmente os seres responsáveis e capazes de carregar o mundo às suas costas. Uma troca bem conseguida. Na verdade, as personagens são, talvez, o melhor de toda a trilogia. Não são só apelativas, como é vísivel um crescimento, nomeadamente das duas personagens principais que passam da infância à adolescência.

No todo, a trilogia é interessante mas já li melhor.

29 de outubro de 2007

A Torre dos Anjos (Mundos Paralelos, Livro 2)

Autor: Philip Pullman
Género: Fantasia
Editora: Presença | Nº de páginas: 293
Rating: 3/5

Resumo (do site Editorial Presença): Depois de Os Reinos do Norte, segue-se agora A Torre dos Anjos, o segundo volume da fantástica trilogia Mundos Paralelos. Neste livro, Will, um jovem com apenas 12 anos carrega uma pesada recordação: matou um homem. Mas há outra circunstância que lhe inquieta o coração – o estranho desaparecimento do seu pai. Assim, na tentativa de descobrir o que se passou, Will salta por uma janela para outro mundo, o mundo de Cittagazze. Aí conhece Lyra, que tal como ele tem uma missão a cumprir. Mas nesta nova realidade os acontecimentos bizarros despertam uma atmosfera misteriosa, que se desenrola como pano de fundo da Torre dos Anjos, onde está guardado um poderoso segredo…

Esta é um livro onde, à luz da mitologia escandinava e da tradição cristã, o autor explora a possibilidade de existirem mundos paralelos, abrindo caminho no campo da subjectividade.

Opinião: Li o primeiro livro desta trilogia há já alguns meses e esperei impacientemente por este volume, pelo que este livro deixou-me com algum amargo de boca no final. Não estou a dizer que seja mau, só não correspondeu às minhas expectativas.

O livro começa com o ponto de vista de uma outra personagem, Will, que ao contrário da protagonista do primeiro livro, Lyra, vem do nosso mundo e foi obrigado a “crescer” bastante cedo. Ele junta-se a Lyra após passar por uma janela no ar, e descobre que, tal como ela, tem também uma missão.

E é mais ao menos isto que acontece no livro. Se o primeiro serviu para conhecermos Lyra, este introduz-nos a Will e rapidamente percebemos que são estas duas personagens, às quais talvez possamos juntar também Mary que, tal como Will, é natural do nosso mundo e apresentada neste volume, que terão de carregar o destino nas suas costas, mais não seja porque parecem ter de repetir uma segunda “Queda do Homem”.

Este livro serve assim de ponte entre o primeiro e o terceiro, sendo que nenhum deles vinga por si próprio.

The Mysterious Affair at Styles


Autor: Agatha Christie
Género: Mistério
Editora: Berkley Publishing Group | Nº de páginas: 208
Nota: 4/5

Resumo (da capa): Introducing Hercule Poirot, the brilliant – and eccentric – detective who, at a friend’s request, steps out of retirement – and into the shadows of a classic mystery on the outskirts of Essex. The victim is the wealthy mistress of Styles Court, found in her locked bedroom with the name of her late husband on her dying lips. Poirot has a few questions for her fortune-hunting new spouse, her aimless stepsons, her private doctor, and her hired companion. The answers are positively poisonous. Who’s responsible, and why, can only be revealed by the master detective himself.

Opinião: Já tinha lido este livro há alguns anos, pelo que voltei a pegar nele pensando que desta vez o génio de Agatha Christie, perito em guiar-nos por pistas que nos afastam do verdadeiro assassino, não conseguiria enganar-me de novo. Mas assim o fez! A história encontra-se de tal modo tão bem tecida e escrita que, tal como Poirot faz ao Capitão Hastings, Agatha vai apresentando novas pistas que colocam em dúvida tudo aquilo que antes tínhamos como certeza absoluta, levando-nos a desconfiar de toda a gente. É fantástico como ela consegue usar a palavra escrita. Consegue com mestria desviar a atenção do leitor dos pequenos pormenores, focando a nossa atenção ao longo do livro nas grandes revelações, que acabam por não significar nada no final. Estranhamente, penso que seria o que aconteceria se nós leitores, nos encontrássemos perante tal situação na vida real. Numa palavra, Agatha Christie é simplesmente genial.

Os Europeus

Autor: Henry James
Género:
Romance
Editora: Publicações Europa-América | Nº de páginas: 136
Nota: 2/5

Resumo (da capa): “Temos de ser cuidadosos. Esta é uma grande mudança; e estamos prestes a ser expostos a peculiares influências.”

Eugenia, baronesa Münster, mulher de um príncipe alemão que deseja ver-se livre dela, atravessa o oceano com o seu irmão Félix em busca dos seus parentes americanos. A sua viagem é impulsionada – assim diz Eugenia – por bons sentimentos; mas a baronesa pretende também procurar fortuna. A chegada destes visitantes é vista pelos Wentworths, dos subúrbios de Bóston, com admiração e alguma apreensão.

Não menos alarmante é o fascínio que a brilhante Eugenia imprime nas suas impressionáveis primas e no mais mundano vizinho delas, Robert Acton.

Conseguirá o seu espírito irrequieto assimilar os sólidos princípios dos familiares de Nova Inglaterra e encontrar na sua fortuna um lugar seguro?

Enquanto Eugenia parece, definitivamente, apostada em destabilizar todos, Félix difunde um charme rejuvenescedor entre os seus anfitriões.

Opinião: Peguei neste livro um pouco por acaso, incentivada por críticas em que o comparavam aos trabalhos de Jane Austen. No entanto, de semelhante pouco tem, sem ser os desentendimentos amorosos. Por muito que o romance me interesse, afinal de contas sou uma rapariga como todas as outras e que sonha em encontrar o seu Mr Darcy (ou melhor, no meu caso um Capitão Wentworth), o que mais gosto nas obras de Austen é a sua crítica à sociedade, coisa que este livro praticamente não tem.

Esta é a história de dois irmãos, que partem para a América em busca dos seus primos mas também com o secreto desejo de, por parte de Eugenia, uma mulher brilhante e casada com um príncipe alemão que a deseja repudiar, encontrar um homem bem sucedido na vida para assim concretizar a separação e continuar a viver bem, como estava habituada na Europa. Chegados a Bóston, são recebidos pelos seus primos, os Wentworth (sem relação com o Capitão de Jane Austen), uma família puritana.

Pondo as coisas desta forma, a história oferecia uma grande oportunidade para criticar, e comparar, tanto a sociedade americana como a sociedade europeia à época, mas quase não o faz ou fá-lo muito superficialmente. A crítica parece cingir-se a “família puritana vs. estrangeiros liberais” e nem isso é explorado da melhor forma. As personagens também não me conseguiram cativar, pouco me importando o destino que tiveram.

8 de outubro de 2007

The Laughing Corpse

Autor: Laurell K. Hamilton
Género: Fantasia urbana
Editora: Ace | Nº de páginas: 293
Nota: 3/5

Resumo (da capa): “The older the zombie, the bigger the death needed to raise it.”

After a few centuries, the only death “big enough” is a human sacrifice. I know, because I’m an animator. My name is Anita Blake.

Working for Animators, Inc., is just a job – like selling insurance. But all the money in the world wasn’t enough for me to take on the particular job Harold Gaynor was offering.

Somebody else did, though – a rogue animator. Now he’s not just raising the dead… he’s raising Hell.

And it’s up to me to stop it…

Opinião: Li este segundo livro da série “Anita Blake Vampire Slayer” sem ter acabado o primeiro, Guilty Pleasures, do que disponho em e-book, formato que não aprecio muito. No entanto, não tive dificuldades em progredir na leitura, já que não há muito que passe de um livro para o outro, a não ser o facto de Anita possuir duas marcas que fazem dela “human servant” do vampiro Jean-Claude, agora “Master of the City”.

Contado na primeira pessoa, assemelha-se um pouco a uma história de detectives, estando Anita encarregada de descobrir o que, e quem, se encontra por detrás de mortes violentas, ao mesmo tempo que tenta evitar o milionário Harold Gaynor e Dominga Salvador, que desejam usufruir dos seus poderes como “animator”, chegando ao ponto de ameaçarem a sua vida.

A história não é assim nada de outro mundo, tal como a escrita, mas entretém quando não se tem mais nada para ler. A descrição “gore” não me fez assim tanta confusão, ao contrário das personagens, que são a coisinha mais fraca e chata que já li.

A Quarta Aliança

Autor: Gonzalo Giner
Género: Thriller
Editora: "Colecção Enigmas da História" | Nº de páginas: 397
Nota: 2/5

Resumo (da capa): Fernando Luengo, um joalheiro madrileno, recebe um estranho pacote, que deveria ter sido recebido pelo seu defunto pai no ano de 1933. O seu surpreendente conteúdo, um bracelete, resulta ter mais de 3300 anos de antiguidade. Ajudado pela sua fiel e jovem colaboradora Mónica, Fernando decide investigar a origem da jóia. A sua investigação desenterrará uma inquietante e enigmática intriga que arrastará as personagens por diversos cenários históricos: a terra prometida de Moisés, a conquista de Jerusalém durante a primeira Cruzada, os últimos dias da heresia cátara, as disputas dos templários em pleno século XIII, as lutas de poder entre o papa Inocêncio IV e os príncipes europeus, o reaparecimento de uma seita judaica séculos depois da sua extinção...

Com a ajuda de Lucía, uma perspicaz historiadora, Fernando descobre uma constante em todos os acontecimentos que aborda: a presença de objectos sagrados de extraordinária transcendência que os protagonistas de todas as épocas ambicionam possuir para desencadearem ou para se oporem a uns obscuros planos apocalípticos.

Um papiro resgatado das covas do Mar Morto proporcionar-lhes-á a chave para averiguarem a verdade e trazerem à luz uma profecia cujas consequências desconhecem.

Opinião: Mais um livro que veio da onda criada pel’O Código Da Vinci. No entanto é uma pena que tendo uma premissa interessante, se torne uma leitura aborrecida de tão artificial que a história se revela. Tudo no livro parece forçado: os diálogos, as relações entre as personagens e mesmo as situações que ajudam a história a progredir.

Os capítulos saltam entre duas linhas temporais, uma actual, a decorrer no ano de 2002, e em que seguimos os personagens Fernando, Mónica e Lucía, que se constituem também como um triângulo amoroso; a outra num tempo passado, passando-se maioritariamente no ano de 1244, havendo no entanto um salto até 1099 num dos capítulos iniciais. Se os capítulos dedicados à última parecem bem conseguidos, debruçando-se sobre a demanda medieval de vários personagens em busca dos símbolos das anteriores alianças de Iavé com o Homem, mantendo o leitor algo preso e a ansiar pelo que vem a seguir, a acção a decorrer no ano 2002 é quase como um turn-off, sendo das piores coisas que o livro tem. É nesses capítulos que se nota a maior artificialidade nos diálogos e nas relações entre as personagens, até o triângulo amoroso parece rídiculo e torna-se aborrecido.

A juntar a isto uma escrita quase infantil. Não é que eu escreva melhor, mas eu não sou publicada nem tenho aspirações a isso…

5 de outubro de 2007

Dr. Jekyll and Mr. Hyde

Autor: Robert Louis Stevenson
Género: Mistério
Editora: Penguin Classics | Nº de páginas: 88
Nota: 4/5

Resumo (da capa): Dr Henry Jekyll’s friends are horrified by his acquaintance with the vile and villainous Edward Hyde. Jekyll seems unable and unwilling to escape the clutches of this man, whose crimes and appetites become ever more unspeakable. But what terrible secret gives Hyde his power?

Opinião: Apesar de ser um livro bastante pequeno, demorou-me bastante tempo a lê-lo. O ritmo é algo lento, não tem muitas situações, girando sobretudo em torno da questão “quem é Mr Hyde e como tem tanto poder sobre o Dr Jekyll?” Isto é revelado nos últimos capítulos, a parte mais interessante de todo o livro e que nos leva a questionar sobre a natureza dual do Homem. O último capítulo consegue ser realmente magnífico, mostrando as duas partes em disputa: uma a querer saciar todos os seus apetites, aproveitando o facto de a sua ‘outra metade’ ser respeitável e assim conseguir iludir a sociedade que o persegue pelos seus crimes; a outra a tentar ocultar esses mesmos apetites e a remediar os crimes perpetrados pelo seu ‘lado maligno’, sem poder contar com o apoio de qualquer amigo exactamente por temer a sociedade.

The Adventures of Sherlock Holmes

Autor: Arthur Conan Doyle
Género: Mistério
Editora: Penguin Classics | Nº de páginas: 302
Nota: 3/5

Resumo (da capa): The always unflappable Sherlock Holmes solves the world’s most baffling puzzles with the able assistance of Doctor Watson. Mysteries of disguise, madness, red-headed members’ clubs and missing thumbs must all be untangled – and the only woman to ever beat the sleuth must be faced.

Opinião: Depois de ter lido O Cão dos Baskervilles, que em muito me decepcionou, tentei dar uma nova hipótese a Sherlock Holmes para me conquistar. Não o conseguiu.

Este livro contêm pequenas histórias relatando as aventuras de Sherlock e do seu amigo Watson, que as narra como sendo memórias. Tal como O Cão dos Baskervilles, tenho a apontar os demasiados clichés e lugares comuns (talvez de propósito? Sherlock faz menção, por várias vezes, a lugares comuns nos crimes perpetrados e por si investigados), em pouco ou nada surpreendendo o desenlace final das histórias. Por momentos até me senti mais inteligente que Sherlock, nomeadamente no primeiro caso, a tal história com a única mulher a bater Sherlock Holmes, o que julgo que não devia de acontecer. Por muito que goste de deduzir e chegar à conclusão certa, também gosto de ser surpreendida e não me importo de me sentir mais burra ou estúpida que a personagem principal, como acontece nos livros de Agatha Christie. Gosto que o autor guarde sempre algo para si, só o revelando no final e apanhando-me completamente desprevenida. Tal não acontece com Sherlock Holmes.

Sherlock Holmes não parece ser para mim.

Gémeos Rivais


Autor: Robert Ludlum
Género: Thriller
Editora: Círculo de Leitores | Nº de páginas: 432
Nota: 3/5


Resumo (da badana): O PAPEL. Hitler acalentava planos sinistros relativamente a ele. Churchill tudo fez para obtê-lo. O Vaticano vivia aterrado com ele. Muitos haviam já encontrado morte violenta por causa dele.

E nos anos sessenta continuava a procura: a desesperada busca de um documento antigo que, decorridos séculos, era suficientemente perigoso para alterar o curso da História e fazer vergar as potências mundiais.

Gémeos Rivais, romance de Robert Ludlum, publicado em 1976, esteve mais de dezasseis semanas na lista dos bestsellers do New York Times, e recebeu da crítica um acolhimento entusiástico. Assim, o San Diego Union disse desta obra de Ludlum: “Um trabalho de mestre… O seu romance mais complexo, o mais que obriga a pensar e o de mais intricado enredo até à data.” “O romance mais ambicioso… e também o seu melhor livro. Os seus meandros e reviravoltas transportam o leitor por uma veloz pista de trenó de competição… Uma imaginação maravilhosamente infatigável”, assim se referiu o New York Times. A United Press International exultava: “Um triunfo… Abarca praticamente quatro décadas, misturando nazis, espionagem, romance, sangue, política e religião… Um daqueles livros que a pessoa pensa interromper passado um capítulo… e dá consigo às duas horas da manhã com ele lido de fio a pavio.”

Um livro que se lê de um só fôlego. Poucos escritores se podem vangloriar de terem atingido uma tão fulminante popularidade como Robert Ludlum, visto que cada um dos seus romances se transforma de imediato num êxito de vendas.

Opinião: Este livro foi uma surpresa e ao mesmo tempo uma desilusão.

Pode dividir-se o livro em duas partes: a história de Vittorio e a história dos seus filhos. Se a primeira estava bem conseguida e revelou-se uma surpresa, pois não pensava que tal livro conseguisse prender-me como o fez, a segunda parte revelou-se uma decepção.

Um comboio parte de Salónica, nos inícios da Segunda Guerra Mundial, com documentos que, nas mãos erradas, podem colocar em causa a fé de milhões de pessoas e desse modo serem usados como uma arma. Tais documentos são de tal maneira perigosos que muitos morrem na tentativa de os proteger. Entre esses, encontra-se a família de Victor Fontine, antes Vittorio Fontini-Cristi, sendo que este é o único a sobreviver e decide então vingar-se. Não sabendo da arca que contem os documentos que tantos procuram, e em plena Segunda Guerra Mundial, Victor vai fazendo o que pode para ajudar os Aliados a destruírem a máquina de guerra germânica, no que constitui, provavelmente, a parte mais interessante de todo o livro, surgindo algumas informações sobre a arca aqui e ali.

30 anos depois, são os seus filhos gémeos Andrew e Adrian, os encarregados de prosseguir a busca. Para personagens que dão o nome ao livro, estão muito mal desenvolvidos, diria mesmo que não se encontram desenvolvidos de todo, cingindo-se ao cliché gémeo bom/gémeo mau. E adivinha-se o fim. Mesmo o segredo contido nos documentos deixa um pouco a desejar, mas não deixa de ser interessante colocando mais questões sobre a fé na Igreja Católica, do que a questão abordada n'O Código Da Vinci, na minha opinião.

4 de outubro de 2007

Reinos do Norte (Mundos Paralelos, Livro 1)


Autor: Philip Pullman
Género: Fantasia
Editora: Presença | Nº de páginas: 340
Nota: 3/5

Resumo (do site Editorial Presença): Comparado a C.S Lewis, Tolkien ou Lewis Carroll, Philip Pullman assina uma magnífica trilogia intitulada Mundos Paralelos, agora relançada na Colecção Via Láctea que abrange um público mais vasto do que a anterior colecção Estrela do Mar. Neste primeiro volume, estão presentes os ingredientes indispensáveis a um universo fantástico desde o thriller, ao mito clássico, ao conto de fadas, ao suspense, à luta entre o bem e o mal até ao terror mais genuíno e arrepiante. A protagonista é uma menina de onze anos, Lyra, que irá fazer uma viagem perigosíssima às vastidões do longínquo Norte para tentar desvendar os misteriosos acontecimentos que por lá se passam...

Opinião: Uma das críticas que ouvi, vindo de uma pessoa cuja opinião tenho muito em conta, era que este livro era muito infantil. Penso que seja lógico que tal aconteça quando a protagonista é uma jovem de 11 anos, mas não é tão infantil como essa opinião fazia crer. Nem tão fenomenal como dizem outras críticas. Mas sim, é interessante.

Não seria capaz de comparar, com este livro, Philip Pullman a Tolkien. É certo que ambos constroem novos mundos, mas Tolkien cria toda uma nova mitologia, todo um novo mundo, novas línguas, novos seres. Pullman pega na Inglaterra do século XIX, junta-lhe génios e palavras, digamos, algo arcaicas. Mas não estou a tentar tirar-lhe mérito. O mundo que ele construiu não deixa de ser interessante, tal como a história.

O livro segue Lyra Belacqua, uma menina de 11 anos que mora em Oxford com Académicos, que praticam algo como teologia experimental. Já se vê para onde evolui a história… São descobertas novas partículas elementares, ou Pó, que podem colocar em causa certos dogmas da religião vigente no mundo de Lyra, onde a Igreja (supostamente a Igreja Anglicana) detém ainda grande influência. A história segue a um ritmo bastante agradável e conseguindo prender-nos, não se perdendo por aí além com explicações físicas e teológicas complicadas, na verdade parece ao alcance de leigos nessas matérias, e dando a conhecer personagens também interessantes.

O pior chega mesmo no fim. Os últimos capítulos parecem algo precipitados, com personagens a cair do céu (quase literalmente) e alguma confusão em termos de descrições, mas, ao deixar algumas questões em aberto, abre o apetite para o segundo volume.

A Bruxa de Oz


Autor: Gregory Maguire
Género: Fantasia
Editora: Casa das Letras
Nota: 2/5

Resumo (da capa): Quando Dorothy triunfou sobre a Bruxa Má do Oeste no clássico O Feiticeiro de Oz, de L. Frank Baum, apenas conhecemos a sua versão da história. Mas, afinal, quem era esta misteriosa Bruxa? De onde veio? Como se tornou tão malvada? E qual é, então, a natureza do mal?

A Bruxa de Oz conta história de Elphaba, uma menina de pele verde, insegura, rejeitada tanto pela mãe como pelo pai, um pastor reaccionário. Na escola ela também é desprezada pela sua colega de quarto Glinda, a Fada Boa do Norte, que só quer saber de coisas fúteis: dinheiro, roupas, jóias. Neste contexto ela descobre que vive num regime opressor, corrupto e responsável pela ruína económica do povo. Elphaba decide, então, lutar contra este poder totalitário, tornando-se na Bruxa Má do Oeste, uma criatura inteligente, susceptível e incompreendida que desafia todas as noções preconcebidas sobre a natureza do bem e do mal.

Gregory Maguire cria um mundo de fantasia tão fértil e vívido que Oz nunca mais será o mesmo.


Opinião: E eis que me sinto decepcionada. 

Tinha grandes expectativas quando peguei neste livro. Não me posso dizer fã, mas gosto de ver e rever o filme “O Feiticeiro de Oz”, para além de ter ouvido boas coisas sobre o musical. Sobre o livro também já havia lido boas críticas e sempre tive curiosidade em conhecer qual a “natureza do mal” e porque é que o vilão se decide a tornar… bem, vilão. Isto era uma boa ideia, mas parece-me muito mal conseguido neste livro. Tudo parece resumido a birras. Até Elphaba, a protagonista e, talvez por isso, a melhor personagem, já que parece ter um pouco mais de cabeça e fazer uso da massa cinzenta, cede ao fazer birra por causa de uns sapatos.

A história é confusa, sem nenhuma razão para tal, já que nem conta assim com tantas personagens e situações, apesar de o livro ainda ter perto de 500 páginas. Há imensas coisas que podiam estar melhor desenvolvidas, no entanto, parece que o autor ou estava com preguiça, ou mais interessado a pensar noutras coisas sem qualquer relevância, a não ser talvez chocar o leitor (o que também não consegue fazer), como uma cena de bestialidade que em pouco ou nada contribuiu para o resto da história.

Não digo que o livro não seja interessante, mas está muito mal explorado e o facto de haver uma continuação não justifica tantos fios soltos.

3 de outubro de 2007

Livros - 2007


Livros:
Os Miseráveis por Vítor Hugo - 5/5
A Bruxa de Oz por Gregory Maguire - 2/5
Gémeos Rivais por Robert Ludlum - 3/5
The Adventures of Sherlock Holmes por Arthur Conan Doyle - 3/5
Dr Jekyll and Mr Hyde por Robert Louis Stevenson - 4/5
A Quarta Aliança por Gonzalo Giner - 2/5
The Laughing Corpse por Laurell K. Hamilton - 3/5
Os Europeus por Henry James - 2/5
(*) The Mysterious Affair at Styles por Agatha Christie - 4/5
Harry Potter and the Deathly Hallows por J. K. Rowling - 5/5
The A.B.C. Murders por Agatha Christie - 3/5
A Caribbean Mystery por Agatha Christie - 3/5
Body of Evidence (Kay Scarpetta, Livro 2) por Patricia Cornwell - 3/5
All That Remains (Kay Scarpetta, Livro 3) por Patricia Cornwell - 3/5
Cruel and Unusual (Kay Scarpetta, Livro 4) por Patricia Cornwell - 4/5
Outlander (Outlander, Livro 1) por Diana Gabaldon - 4/5

Audio-livros:
Sharpe's Triumph (Book 2) por Bernard Cornwell, lido por William Gaminara - 4/5
Sharpe's Fortress (Book 3) por Bernard Cornwell, lido por William Gaminara - 4/5
Sharpe's Trafalgar (Book 4) por Bernard Cornwell, lido por William Gaminara - 3/5
Sharpe's Prey (Book 5) por Bernard Cornwell, lido por William Gaminara - 3/5
Sharpe's Rifles (Book 6) por Bernard Cornwell, lido por Frederick Davidson - 3/5
Sharpe's Eagle (Book 8) por Bernard Cornwell, lido por William Gaminara - 4/5



Notas:
1- odiei / 2- não gostei / 3- ok / 4- gostei / 5- adorei

P.S.: Os títulos dos livros encontram-se por ordem de leitura e na língua em que os li/ouvi. Assim, os que possuem o título em inglês foram lidos nessa língua.

(*) - indica que foi relido.

Apresentação

Este meu cantinho foi criado para colocar, sobretudo, as minhas críticas, em português, aos livros que vou lendo. Também podem consultá-las em inglês no meu Livejournal. Podem também surgir alguns devaneios...

Aqui encontram a lista de livros lidos, com um link remetendo para a devida crítica em inglês. Para a crítica em português, recorram ao marcador "lista" e aí cliquem no título do livro.

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