28 de dezembro de 2009

The Chronicles of Narnia [áudio-livro]


Autor: C.S. Lewis; Maurice Denham & Cast (narradores / dramatização)
Género: fantasia
Editora: BBC Audiobooks | Nº de páginas: -
Nota: 5/5

Resumo (do site Amazon.co.uk): The Chronicles of Narnia, by C.S. Lewis, is one of the very few sets of books that should be read three times: in childhood, early adulthood, and late in life. In brief, four children travel repeatedly to a world in which they are far more than mere children and everything is far more than it seems. Richly told, populated with fascinating characters, perfectly realized in detail of world and pacing of plot, and profoundly allegorical, the story is infused throughout with the timeless issues of good and evil, faith and hope.

Opinião: Tal como Harry Potter, já antes tive oportunidade de ler os livros, seguindo a cronologia de Nárnia, mas deparando-me com esta colecção em formato áudio, decidi-me então a “lê-los”, desta vez, por ordem de publicação. Só uma curiosidade, esta colecção apresenta-nos uma dramatização bem conseguida destes livros, cortesia da BBC, com todo um elenco a fazer as vozes e com efeitos sonoros. Já havia ouvido uma dramatização de um livro de Agatha Christie, e sinceramente não sei o que será melhor: um narrador que conta a história palavra por palavra como vem no livro, ou a história dramatizada? Adoro ambas!

The Lion, the Witch and the Wardrobe – este é o primeiro livro desta saga escrita por C.S. Lewis, sendo, no entanto, o segundo volume se for seguida a cronologia de Nárnia, terra para a qual Lucy, Edmund, Susan e Peter viajam depois de encontrarem um estranho armário. Aí deparam-se com lendas antigas que dizem que dois filhos de Adão e duas filhas de Eva derrotarão a Bruxa Branca que enfeitiçou Nárnia de modo a que seja sempre Inverno mas nunca Natal. É considerado um dos melhores livros da saga, mas confesso que não é dos meus preferidos. É sem dúvida um livro mais orientado para o público infantil mas não deixa de ser interessante de ler, deliciando a criança que há dentro de cada um de nós. – 4/5

Prince Caspian – segundo livro a ser escrito, mas é o quarto seguindo a cronologia de Nárnia. Caspian é um jovem príncipe, o herdeiro do trono de Nárnia, mas por ser muito novo é o seu tio Miraz que governa. Mas Miraz quer ser mais que Regente, quer ele próprio ser rei e que seus filhos o sucedam pelo que Caspian é obrigado a fugir. Tendo sido criado ouvindo as lendas da Velha Nárnia, Caspian junta-se aos animais falantes e a todas as criaturas que antes habitavam a Velha Nárnia para recuperar o seu trono. Mas conta também com a ajuda dos Reis de Outrora, que chama com a trompa mágica de um daqueles. É assim que os quatro irmãos Lucy, Edmund, Susan e Peter regressam a Nárnia para mais uma aventura. Mais um bom livro, em que percebemos que algumas personagens “crescem” e, por isso, a percepção de Nárnia torna-se um pouco diferente. Aqui surge também uma das minhas personagens favoritas, o pequeno Reepicheep. – 4/5

The Voyage of the Dawn Treader – terceiro seguindo a ordem de publicação, quinto segundo a cronologia de Nárnia. Lucy e Edmund voltam a encontrar-se com Caspian, desta vez não em Nárnia mas a bordo no navio “Dawn Treader”, e levam o seu primo Eustace atrás, uma criança insuportável. A história leva todas as personagens a grandes aventuras, sendo Eustace e Reepicheep protagonistas de algumas das mais entusiasmantes. Este é um dos meus livros preferidos desta saga, sobretudo pelo crescimento de Eustace (cuja história não deixa de ser um pouco semelhante à de Edmund no livro The Lion, the Witch and the Wardrobe) e pela bravura de Reepicheep. – 5/5

The Silver Chair – quarto livro a ser publicado, sexto dentro da cronologia de Nárnia. Conta, mais uma vez, com Eustace que viaja para Nárnia não na companhia dos primos mas de Jill Pole, sua colega da escola e que é incumbida de uma tarefa por Aslan: deve lembrar-se das suas indicações para salvar o príncipe Rilian. Este não foi dos meus livros preferidos quando o li, mas gostei bastante desta versão áudio, parece que visualizei melhor a história e as situações, para além de sentir que também eu os acompanhava assim como ao Marsh-wiggle Puddlegum, que nesta versão não se tornou tão maçador, antes pelo contrário. – 5/5

The Horse and His Boy – quinto livro publicado, é o terceiro na cronologia de Nárnia. Este é capaz de ser o livro que menos gosto nesta saga, apesar de nos apresentar uma outra cultura, os Calormen. Se Nárnia se parece com o Jardim do Éden e representa o Cristianismo, sendo o expoente Aslan e o Imperador de Além-mar, Cristo Filho e Deus Pai, penso que se pode dizer que os Calormen representam o Islamismo. Os protagonistas são o Cavalo Bree, que tenta fugir dos Calormen que o terão “escravizado”, e o seu rapaz Shasta, que descobre ter sido adoptado. Na fuga, encontram Aravis e Hwin com o mesmo destino, Nárnia, mas percebem que para lá chegarem e poderem viver em liberdade, têm de impedir que os Calormen conquistem Archenland, uma terra entre Nárnia e Calormen. – 4/5

The Magician’s Nephew – sexto segundo a ordem de publicação, primeiro na cronologia de Nárnia. Este é talvez o meu livro preferido. Aqui conhecemos Digory Kirke e Polly Plummer, mas também Jadis, a Bruxa Branca. Acompanhamos os 3 enquanto observam o fim de um mundo e a criação de um outro, Nárnia. Acho que este é o mais mágico, se assim posso dizer, de todos estes livros e adorei, à semelhança do que acontecera em O Silmarillion de Tolkien, amigo de C.S. Lewis, que o mundo e todos os seus seres tenham sido criado através de música. É sem dúvida aquele em que mais se sente a conexão entre esta saga e a religião cristã. – 5/5

The Last Battle – último a ser publicado e é também o último volume da saga seguindo a cronologia de Nárnia. Aqui todos os protagonistas dos livros anteriores, à excepção de Susan, voltam a encontrar-se sentindo que algo se passa em Nárnia. Apenas Jill e Eustace conseguem viajar para Nárnia, onde ajudam então o rei Tirian a desmascarar o macaco Shift, que entretanto havia ganho apoio dos Calormenes. Dá-se então uma grande batalha, como o nome indica, e o fim de Nárnia. Ou será mesmo o fim? – 5/5

Conclusão, adorei tal como já tinha adorado da primeira vez que li estes livros. Não é necessário lê-los por nenhuma ordem específica, embora recomende a leitura seguindo a cronologia de Nárnia, pois acho que as histórias se tornam mais apelativas. A semelhança com a religião cristã é perceptível em vários pontos, mas que isso não impeça as pessoas de os lerem pois as histórias são magníficas e fizeram sentir-me uma criança outra vez.

Guinevere, A Rainha do País do Verão (Trilogia Guinevere, Livro 1)

Autor: Rosalind Miles
Género: romance histórico
Editora: Planeta Editora | Nº de páginas: 440
Nota: 3/5

Resumo (da capa): Última numa linhagem de orgulhosas Rainhas, eleitas para governar as terras férteis do País do Verão; guardiã da Deusa Suprema; guerreira, amante e musa. Até agora, a mulher cuja história nunca foi contada…

Guinevere, a Rainha do País do Verão.

Através dos muitos reinos e ilhas da antiga Grã-Bretanha, Artur começou a sua busca para se tornar Rei Supremo. Mas enquanto combate para reclamar o seu direito, uma mulher bela e apaixonada espera para reclamar o seu destino. Guinevere, filha da Rainha Maire Macha e do Rei Leogrance, subirá ao trono do País do Verão, após a morte trágica de sua mãe. Das ondulantes brisas de Avalon, irá assistir aos feitos heróicos do novo Rei Supremo. Para depois o chamar para seu lado…

Com uma magia, rara e intuitiva, a célebre romancista e historiadora Rosalind Miles, confere brilhantemente vida à época mais importante e gloriosa dessa mulher lendária, revelando a coragem e paixão de Guinevere, bem como os seus tormentos, ao governar um reino verdadeiramente antigo.


Opinião: Esta não é primeira vez que ingresso no mito arturiano. Já antes havia lido, ou melhor, tentei ler a saga de Marion Zimmer Bradley, As Brumas de Avalon. Li o primeiro livro que não me cativou por aí além e não peguei em mais nenhum livro até que achei que devia de empenhar-me um pouco mais. Resolvi então pegar novamente nos livros, voltei a ler o primeiro volume e fiquei a meio. Não sei porquê mas eu até acho a história de Igraine interessante, o pior é quando passa para Morgana já que fico enfadada com a sua história. Achei que talvez o problema estivesse nesta personagem, por isso tentei mudar de táctica e ver esta história através de outros olhos femininos, daí a opção pela série da Guinevere mas confesso-me mais uma vez algo desapontada e quer-me parecer que o mito arturiano talvez não é para mim.

Apesar de dedicado a Guinevere, por vezes há capítulos em que acompanhamos outras personagens como Artur e Merlin. Achei tal interessante, sobretudo porque as personagens são bastante diferentes daquilo a que estava habituada. Merlin não parece assim tão forte, Guinevere não parece ser tão fraca e surpreendeu-me o facto de neste livro não ser cristã como em As Brumas de Avalon (não li tudo mas sei um pouco da história e vi o filme feito para a televisão) mas pagã e a chefe de uma região cuja população adora a Deusa. No entanto, a personagem mais interessante de todas é Morgana, o que após a experiência das Brumas não julguei que pudesse acontecer, mas mesmo assim está longe, assim como as restantes personagens, daquilo que eu esperava e que julgo tais personagens podem oferecer. Mas este livro não peca pelas suas personagens mas pela história. Esta é bastante previsível, não só por o mito ser bastante conhecido mas sobretudo por adivinhar-se os desfechos dos vários twists assim que estes aparecem. Houve alturas em que revirei bastante os olhos e apetecia-me espetar um par de estalos nas personagens por serem tão tapadinhas, sobretudo Guinevere.

Apesar de tudo, este livro consegue ser interessante por nos dar uma outra perspectiva do mito e, embora a vontade para ler os seguintes livros da trilogia não seja muita, penso que vou pegar neles porque tenho esperança (sobretudo devido a um dos títulos) que foquem também uma outra personagem do qual sei pouco, Galahad, e que me parece ser a mais interessante de todo este mito. Além disso, não deixa de ser uma alternativa à saga de Bradley, que espero voltar a pegar, num futuro quiçá próximo, com mais ânimo.

13 de dezembro de 2009

Balanço Julho – inícios de Dezembro

Era para fazer um post destes no final do ano, mas como há já algum tempo que não falo de aquisições (que apesar de poucas têm existido), acabei um dos desafios deste ano (ultrapassei os 50 livros lidos!), e não devo de ler assim tantos livros como isso até ao final do ano, resolvi que se calhar até não ficava mal fazer um pequeno apanhado.

Atingi a meta dos 50 livros com o último volume da saga Uglies de Scott Westerfeld mas o livro que, possivelmente, mais me marcou este ano terá sido North and South de Elizabeth Gaskell. É realmente magnífico: tem personagens dos mais diferentes extractos sociais, com ideias próprias e com as quais nos podemos relacionar; este livro tem também uma história de amor muito bonita (daquelas de trazer lágrimas aos olhos) e que vai crescendo com cada voltar de página; tem uma crítica social muito bem conseguida, talvez não com o humor de Austen, mas que sensibiliza o leitor para os problemas sociais e que ainda hoje não deixam de ser válidos; mas o que mais sobressai é sem dúvida a mestria com que a autora usa a língua, as palavras. Não deixem de o ler se puderem, mas garanto que fiquei interessada em ler tudo o que há publicado desta autora. Uma grande descoberta!

Já no ponto oposto, nos livros que menos gostei, está a série Elizabeth I Mysteries de Karen Harper. Até agora foram publicados 9 livros dos quais eu tinha 6 e só li 3. As histórias eram mais que previsíveis e a personagem principal tão arrogante que desisti. No entanto a autora tem mais livros publicados pelo que talvez venha a pegar neles se me vierem parar as mãos.

Por falar em vir parar às mãos, posso dizer que a greve foi seguida com algum êxito. Desde a última vez que postei sobre aquisições e exceptuando a série Sherlock Holmes, que saiu com um jornal, e a já mais que famosa Biblioteca Sábado, comprei apenas dois livros nestes meses que passaram, A Guerra de Tróia de Lindsay Clarke (é verdade que não está assim tão bem tratado mas quer dizer, estava a 7 euros na Bertrand!) e Anna Karénina de Lev Tolstoi, para a 6ª Leitura Conjunta a ser realizada no Fórum Estante de Livros. Via BookMooch chegou-me Frankenstein de Mary Shelley e foram-me oferecidos O Homem Pintado de Peter V. Brett, O Mar de Ferro de George R.R. Martin (sim, falta-me o sétimo volume *assobia inocentemente*) e O Aprendiz de Assassino de Robin Hobb (e quer-me parecer que vai ser mais uma desgraça para a carteira). Recentemente também me foi emprestado Um Beijo na Escuridão de Linda Howard e ganhei, num passatempo promovido pelo blog Páginas Desfolhadas, o livro Raparigas de Xangai de Lisa See, autora que há algum tempo tenho debaixo de olho.

Apesar de, mais uma vez, este ano não concluir grande parte dos desafios a que me propus, o desafio dos áudio-livros é o que estou mais perto de completar, o do Suspense & Thriller e o das escritoras dos séc. XVIII e XIX foram engraçados e fizeram-me descobrir novos autores e colocar um pezito em géneros que não leio assim com tanta frequência.

Já pensando em 2010… não devo participar em desafios, mas devo continuar com as minhas pilhas (numa tentativa de ler os livros que tenho cá por casa), vou tentar comprar menos livros e frequentar com mais frequência as BLX. Também estava a pensar fazer meses temáticos, mas essa é uma ideia a pensar melhor. ;)

29 de novembro de 2009

O homem dos seus sonhos

Autor: Nora Roberts
Género: romance
Editora: Harlequin | Nº de páginas: 320
Nota: 2/5

Resumo (da capa): Afinal, a ficção podia tornar-se realidade… pelo menos para ela!

Para conseguir acabar de escrever o seu primeiro livro e assim iniciar uma carreira como escritora de novelas românticas, Jackie MacNamara fora para uma casa emprestada. O que, obviamente, não esperava era que o seu herói imaginário aparecesse por lá.

Ele era, na verdade, Nathan Powell, o proprietário da casa, e procurava paz e tranquilidade.

A única coisa que Jackie tinha de fazer era convencer o teimoso Nathan Powell de que podiam partilhar o mesmo tecto e de que os finais felizes começavam em casa, entre os seus braços…


Opinião: Nunca li nada de Nora Roberts e comprei este livro por instinto, quando na verdade andava era à procura de livros da Anne Stuart. Sinceramente não sei do que estava à espera ao pegar neste livro. Este mês tem sido um pouco difícil e pretendia algo leve mas que me enchesse as medidas, o que este livro não foi capaz de fazer. A história é previsível e a relação forçada. As personagens também não me cativaram, sobretudo Jackie que me fez revirar constantemente os olhos. No entanto lê-se muito bem e rapidamente.

Para primeiro livro que leio desta autora, que parece ser tão apreciada por esse mundo fora, não deixou curiosidade para ler mais. Mas este tipo de livros parece-me mais indicado para leitura de Verão, na praia, de modo que talvez não tenha apreciado tanto por o ter lido em tempo chocho e de chuva… Acho melhor deixar o outro livro da Nora Roberts que tenho cá por casa, Mentiras e Traições, para dias mais soalheiros.

The Twylight Tower (Elizabeth I Mysteries, Livro 3)

Autor: Karen Harper
Género: Mistério
Editora: Dell | Nº de páginas: 352
Nota: 2/5

Resumo (da capa): It is May 1560. As sinister storm clouds gather overhead, twenty-six-year-old Queen Elizabeth dispatches William Cecil, her most trusted adviser, to Scotland for crucial negotiations. Handsome, ambitious Lord Robert Dudley is at her side. But their leisurely midsummer idyll is cut short when the court’s master lutenist plunges to his death from a parapet beneath the queen’s window. The loyal retainers of Elizabeth’s privy council do not accept the official verdict of accidental death. Their fears are borne out when another tragedy rocks the realm, and points the way to a conspiracy to bring down Elizabeth and seize the throne. As ill winds of treachery swirl around the court, and suspicion falls on those within Elizabeth’s intimate circle, a vengeful enemy slips from the shadows... a traitorous usurper who would be sovereign.

With
The Twylight Tower, Karen Harper brings a legendary era to life, drawing us into an intoxicating world of majesty and mayhem, political intrigue and adventure... where danger is everywhere... and where a young queen journeys to greatness in the long shadow of her bloodstained past.

Opinião: E é mais do mesmo. Mais um assassinato que parece não ter nada a ver com a rainha e afinal está relacionado com ela. Mais uma vez as personagens estão aquém do que poderiam ser, sobretudo Isabel que se torna mais irritante (e eu que duvidava que tal fosse possível), o seu relacionamento com Robert Dudley, que poderia trazer algo mais, não é mais do que morno. As restantes personagens e que para mim eram mais interessantes, como Meg, estão quase ausentes neste livro e o desenvolvimento das suas histórias também não trazem nada de especial à história.

É tudo muito previsível e acho a personagem principal é tão detestável que pouco me importa se a conseguem atingir ou não. Esperava mais desta série mas foi uma verdadeira desilusão pelo que, após uma breve vista de olhos pelos restantes volumes que tenho, acho que me fico por este volume.

16 de novembro de 2009

The Tidal Poole (Elizabeth I Mysteries, Livro 2)

Autor: Karen Harper
Género: Mistério
Editora: Dell | Nº de páginas: 336
Nota: 2/5

Resumo (da capa): It is the crowning day of twenty-five-year-old Bess Tudor’s life as she returns from exile to become England’s queen. But even as her magnificent procession wends its way to Westminster Palace, a shot rings out, muffled by the jostling crowd. Within moments of becoming England’s ruler, Elizabeth learns of the brutal murder of a highborn lady of the court, the sister of one of her dearest friends. Elizabeth cannot refuse her friend’s request to find the killer – especially since the prime suspect is too close to the crown – and her friends – to overlook.

Elizabeth must be circumspect. Trust can be deadly. So she summons her small band of loyal retainers and plunges into a cauldron of conflicting loyalties and deadly intrigue. From the pomp, pageantry, and insidious gossip of the court to the lethal tidal pools swirling under London Bridge, the passionate young queen must seize the reins of her empire – and find a killer determined to destroy the crown itself...


Opinião: O volume anterior desta série que nos apresenta a rainha Isabel I de Inglaterra a resolver mistérios, ou seja assassinatos que podem ou não estar ligados à sua real figura, não foi dos melhores que li este ano e este segue-lhe as pisadas. Sim, já se nota mais o ambiente quinhentista, mas as personagens continuam a ser uma verdadeira seca. A rainha Isabel I, personagem principal, continua a deixar muito a desejar, e acreditem-me quando digo que não melhora no livro que se segue a este e que já me encontro prestes a acabar de ler.

Desta vez, a história começa com a cerimónia de coroação de Isabel, sendo que no mesmo dia em que se mostra ao povo londrino como nova rainha de Inglaterra, a irmã de uma das suas mais queridas amigas (que aprendemos ter estado a seu lado quando Isabel foi encarcerada na Torre de Londres) é descoberta morta, numa posição pouco conventual para uma senhora de corte. Temendo que os seus amigos estejam envolvidos no crime e que este esconde um crime ainda maior, um atentado contra a sua própria vida, Isabel e o seu “Privy Plot Council” dedicam-se a resolver o mistério e a apanhar o verdadeiro culpado.

A história é bastante previsível e mais uma vez as personagens são muito pouco interessantes, apesar de descobrirmos algo mais sobre o passado de Meg, e deixam muito a desejar. O único ponto mais positivo é conhecermos um pouco dos jogos políticos da corte, mas mesmo assim é tudo muito superficial.

Pondero, sinceramente, colocar esta série de lado. Só será boa para quem realmente gosta de mistérios e desta época, para quem não tem mais nada para ler, ou para aqueles que procuram uma leitura que não exija muito do leitor.

15 de novembro de 2009

Harry Potter and the Deathly Hallows (Harry Potter, Livro 7) [áudio-livro]

Autor: J.K. Rowling; Stephen Fry (narrador)
Género: Fantasia
Editora: Bloomsbury Publishing PLC | Nº de páginas: -
Nota: 5/5

Resumo (do site Amazon.co.uk):
“His hand closed automatically around the fake Horcrux, but in spite of everything, in spite of the dark and twisting path he saw stretching ahead for himself, in spite of the final meeting with Voldemort he knew must come, whether in a month, in a year, or in ten, he felt his heart lift at the thought that there was still one last golden day of peace left to enjoy with Ron and Hermione.”
With these words Harry Potter and the Half-Blood Prince draws to a close. And here, in this seventh and final book, Harry discovers what fate truly has in store for him as he inexorably makes his way to that final meeting with Voldemort. In this thrilling climax to the phenomenally bestselling series, J.K. Rowling will reveal all to her eagerly waiting readers.

Opinião: Mais uma vez, a segunda vez, chego ao fim desta saga. Tendo lido o outro à “relativamente” pouco tempo, pouco mais de dois anos, e tendo já deixado a opinião aqui não há nada mais a acrescentar excepto que, à semelhança dos restantes áudio-livros, Stephen Fry faz um excelente trabalho. Foi sem dúvida uma outra maneira de desfrutar de uma das melhores histórias que já tive o prazer de seguir. :D

7 de novembro de 2009

The Poyson Garden (Elizabeth I Mysteries, Livro 1)

Autor: Karen Harper
Género: Mistério
Editora: Dell | Nº de páginas: 320
Nota: 2/5

Resumo (da capa): The letter came in secret, with a pearl eardrop from an aunt long thought dead, resurrecting the forbidden past. Banished by her spiteful half sister, Queen Mary, to Hatfield House in the English countryside, twenty-five-year-old Princess Elizabeth cannot refuse the summons. The Boleyns are in grave danger. And Elizabeth, daughter of Anne Boleyn, is marked for death by a master poisoner whose reign of terror may have royal sanction.

With her few loyal retainers, Elizabeth escapes to Kent. Here, in her ancestral Hever Castle, now held by the Queen’s loyalists, Elizabeth seeks to unravel the plot against her. And here, in the embrace of intrigue and betrayal, the princess must find a brilliant, powerfully connected killer – before the killer finds her…


Opinião: Resolvi pegar neste livro, e saltar os que se seguiam na pilha, por achar que seria uma leitura mais leve. Não é leve… é levíssimo e digo isto num mau sentido. Adoro mistérios, pelo menos adoro os mistérios da Agatha Christie, com personagens interessantes e mesmo caricatas, como no caso de Poirot, com enredos que nos prendem da primeira à última página devido a todo o suspense criado em volta de determinado acontecimento ou personagem ou devido a twists genialmente introduzidos aqui e ali. Nada disto acontece neste livro.

Para começar, nunca senti que estivesse num ambiente quinhentista. Segundo, as personagens são unidimensionais, incluindo a principal, a (ainda) princesa Isabel. Esta, exilada em Hatfield a mando de sua meia-irmã, a Rainha Maria (Bloody Mary), recebe uma carta de uma familiar que julgava à muito desaparecida descobrindo, deste modo, que ela e os seus familiares do ramo Bolena se encontram na mira de um assassino que usa, como arma, poderosos venenos. Felizmente, Isabel conta com a ajuda dos seus fiéis criados e de duas outras personagens que conhece entretanto: Ned Topside, um actor que salva um dos primos de Isabel, e Meg, uma jovem com um passado obscuro e que domina os conhecimentos ervanários. Estes dois personagens, juntamente com o assassino, foram os mais interessantes mas, mesmo assim, escassamente desenvolvidos. Não há profundidade nenhuma, quase nem sequer motivações, nestas personagens mas a pior é mesmo a principal. Sinceramente, pouco me importei com ela e diga-se que mesmo conhecendo pouco da história inglesa, é um turn-off começar a seguir esta princesa, que supostamente tem um assassino atrás dela, e saber que de qualquer maneira sobrevive já que, afinal de contas, foi rainha… :/

Senti por diversas vezes vontade de abandonar o livro, mas decidi continuar a série (tenho mais 5 livros cá em casa) porque custa-me “livrar-me” de livros, sobretudo livros que ganhei por sorte num giveaway, sem os ter lido. Além disso, espero que os seguintes sejam melhores, que consigam fazer-me sentir em pleno Renascimento e no meio dos jogos de corte.

28 de outubro de 2009

North and South

Autor: Elizabeth Gaskell
Género: Romance
Editora: Penguin Popular Classics | Nº de páginas: 528
Nota: 5/5

Resumo (da capa): Mrs Gaskell’s finest social novel is also the powerfully moving story of the developing relationship between southern-born Margaret Hale and John Thornton, the young northern mill-owner.

Margaret is compelled to move from Helstone, her beloved childhood home in the New Forest, to Darkshire in the industrial north when her father resigns is parsonage owing to religious doubts.

When she first encounters John Thornton, her father’s pupil and a man in favour of the power of master over worker, she finds their views in conflict. But industrial rebellion and family tragedy cause Margaret to learn the realities of urban life and Thornton to learn humanity. Only then can a mutual understanding lead to the possibility of enduring love.


Opinião: Tomei conhecimento deste livro através da série da BBC, que vi há uns tempos e revi agora enquanto lia (e vou rever novamente este fim-de-semana, se tiver disponibilidade :D ) e adorei (o que penso é notório pelas vezes que revi…). Juntamente com Persuasão, é daqueles DVD’s que gosto de rever sempre que me sinto em baixo. Mas pegar no livro foi mais complicado. Já por duas ou três vezes que tinha adiado a sua leitura por não considerar ser a altura ideal, mas devido ao "18th and 19th Century Women Writers' Reading Challenge", em que vou muito atrasada, e ao meu empenho em ler as pilhas a que me proponho, decidi que era desta. Pelos vistos não me enganei e, felizmente, a Canochinha entrou também nesta aventura, fizemos uma mini leitura conjunta, que se revelou uma experiência espectacular. Já agora, encontram a opinião dela sobre este livro aqui.

O livro conta-nos a história de Margaret Hale que, devido a uma crise de consciência do pai, um ministro da Igreja Inglesa, se vê obrigada a mudar-se da bela e soalheira Helstone, em New Forest, para Milton, no sugestivo condado do Darkshire. Aquela é pois uma cidade muito industrializada, com fábricas de algodão a trabalhar de forma persistente, de tal maneira que o fumo oculta o sol. Aí conhece John Thornton, um dos patrões industriais da cidade, que se torna aluno de seu pai e com quem discute vários temas, nomeadamente o comércio e as questões sociais que ameaçam parar a cidade com uma greve total. Temos então um confronto de ideais e dois estilos de vida diferentes neste livro, a vida serena e campestre do sul em contraste com o ambiente urbano do norte, mais frenético e industrial, ambos representados nos protagonistas.

O que mais me impressionou neste livro foi a escrita da autora. É simplesmente delicioso a forma como a autora usa as palavras para nos descrever personagens, espaços, pensamentos, acções. Como tudo isto influencia a nossa visão das personagens, que vemos reflectidas no espaço que ocupam, nas acções que tomam, na maneira como falam. Desta forma elas ganham vida e passam a fazer parte da nossa, pois é impossível não deixar de sentir que conhecemos aquelas figuras como se fossem nossos amigos de há vários anos. É impossível não nos deixarmos comover com Mrs Thornton, a fria e áspera mãe de John, que no entanto demonstra ter um coração extraordinariamente grande no que toca ao seu filho. Para mim esta foi a personagem mais espectacular do livro. Mas as restantes são igualmente tocantes e é perceptível um crescimento em todas: Thornton e Higgins gradualmente, levando Margaret um pouco mais de tempo, mas é notório o seu crescimento na parte final do livro quando nos vemos numa situação algo semelhante ao início.

Pelos vistos há quem tenha achado o final um pouco apressado, mas na minha opinião foi perfeito. Mas estar a falar nele era talvez entrar em spoilers, mas digamos que a partir de uma certa parte, o próprio leitor parece sentir-se como Margaret e só pode ansiar que a história chegue a bom porto. O mau deste livro foi mesmo o facto de ter de ter um final, porque sinto que perdi amigos, pois gostaria de continuar a seguir a histórias daquelas personagens.

Um livro mais que recomendado, um verdadeiro clássico. É daqueles livros cuja última página deixa um buraco enorme e parece que nada mais, em termos literários é claro, o pode encher. São raros os livros que me deixam assim. Os Miseráveis, O Conde de Monte Cristo e Os Leões de Al-Rassan (é verdade!) foram os últimos. É daqueles livros que fica connosco. É um daqueles livros para reler vezes sem conta.

10 de outubro de 2009

O Império dos Pardais

Autor: João Paulo Oliveira e Costa
Género: Romance histórico
Editora: Círculo de Leitores | Nº de páginas: 516
Nota: 4/5

Resumo (da badana): Um romance histórico que tem como pano de fundo a afirmação do Império Português, o império dos pardais, durante o reinado de D. Manuel I e se centra em torno de cinco personagens principais que se movem dentro da lógica do mundo da espionagem. A personagem central é uma espia excepcional que pensa abandonar uma vida dedicada à violência e à satisfação de instintos primários, em que fora forçada a entrar, para recuperar uma vida social normal ao lado de um artista talentoso, apaixonado e ingénuo. A sua luta interior (contra hábitos sedimentados por quinze anos de isolamento, de rancor, de secretismo e de memórias perturbadoras) e o seu esforço para se libertar dos seus antigos mandantes percorrem toda a narrativa. A vida desta mulher cruza-se com a de dois supostos responsáveis pelos serviços secretos de D. Manuel I e amigos pessoais do rei. Ao acompanhar os encontros e desencontros, o leitor vive as cores, os aromas e os quotidianos de um tempo extraordinário em várias cidades e portos por onde vão passando e vivendo as personagens deste romance, que homenageia um povo e um rei.

Opinião: Devo começar por dizer que conheço o autor, já que foi meu professor de História Moderna e orientou um trabalho que tive de fazer para a cadeira de Génese da Expansão Portuguesa, além disso sei que está ligado ao Centro de História de Além-Mar (CHAM), também dava aulas relacionadas com Japão e é biógrafo de D. Manuel I, tendo escrito o livro sobre este que se insere na colecção “Reis de Portugal”, que coordena com Artur Teodoro de Matos (já li alguns e aconselho). Por isso não é de estranhar que esta história se desenrole em pleno reinado de D. Manuel I.

Seguimos três personagens (eu sei que a sinopse diz 5, mas na verdade eu julgo que apenas 3 são realmente importantes) que se encontram ao serviço de el-rei, espiando e trabalhando nas sombras para um maior esplendor de D. Manuel e do reino de Portugal, que é então comparado com pardais, metáfora explicada na frase inicial do livro:
O Rossio animava-se com o movimento das pessoas. Um bando de pombos esvoaçava incomodado por umas gaivotas atrevidas que haviam deixado a proximidade do Tejo para entrar nos seus domínios; pequenos pardais aproveitavam aquele alvoroço para debicar migalhas perdidas pelo chão, ocupando por sua conta uma das esquinas da praça e espalhando-se por algumas ruas laterais. Miguel observava aqueles pequenitos vivaços que evitavam os conflitos entre os maiores e que se fortaleciam enquanto os outros se desgastavam. Com um sorriso nos lábios pensava: «É assim que os pardais constroem seus impérios.»
E é isto que o autor nos mostra, a política de D. Manuel para a expansão marítima portuguesa, numa altura em que os reinos da Cristandade se envolviam em guerras no continente europeu, deixando a Portugal todo um mar por explorar e assim cimentar relações e influência, que permitiram que Portugal mantivesse os seus domínios ultramarinos mesmo depois de ingleses e holandeses se começarem a interessar pelas Índias Ocidentais e Orientais e ameaçarem a exclusividade portuguesa.

Temos portanto um retrato da política na época, tanto da política portuguesa, com os jogos de corte e inclusive como D. Manuel conseguiu ascender ao trono, como estrangeira, onde para além de aproveitar os tais conflitos, agentes portugueses tiveram de se empenhar em confundir e mesmo enganar e matar para manter em segredo algumas das terras descobertas e por explorar, como o Brasil.

Achei as personagens bastante interessantes e gostei de como o seu passado nos é apresentado, tornando-as bastante ricas. O retrato da vida na época, nomeadamente o retrato que o autor nos apresenta da cidade de Lisboa, é bastante colorido. Ri-me com diversas personagens e algumas passagens. Por exemplo, adorei o facto de um dos personagens ter um papagaio chamado Eusébio, que estava treinado para dizer “Benfica” e “mata o dragão”, assim como achei curioso o jogo da bola entre um grupo de Benfica e outro de Alvalade e do Lumiar. Gostei do diálogo entre Rui de Pina e Damião de Góis, nomeadamente do desabafo do primeiro no final do dito diálogo; e gostei também da perspicaz Beatriz, filha de um dos personagens principais, mas fiquei um pouco desiludida ao não saber o que o futuro lhe reservou, quando ficamos a conhecer o de seu irmão Rodrigo. No que toca à linguagem, tem alguns termos arcaicos, demorei um pouco a perceber a que se referia o ganda, mas penso que enriquece a obra já que também nos leva para a época em que decorre a acção.

Apesar de a história se centrar no reinado de D. Manuel, o final passa-se já nos últimos anos do reinado de D. João III e não deixei de achar curioso o facto de, já naquela época, considerarem que Portugal havia perdido o esplendor de outrora, sendo necessário um personagem dinamarquês para lembrar outros feitos, talvez não tão grandiosos, mas que mantiveram Portugal como uma peça importante no comércio europeu e para nos avisar de um perigo que viria a concretizar-se nos anos seguintes.

Sem dúvida um livro aconselhado a quem goste de romances históricos e sobretudo deste período.

4 de outubro de 2009

Anna Karenina (1997)

Informação técnica no IMDb.

Director: Bernard Rose
Escritores: Bernard Rose (adaptação), Leo Tolstoy (obra original)
Actores: Sophie Marceau, Sean Bean, Alfred Molina
Nota: 4/5

Finalmente consegui ver este filme! Digo finalmente porque já há muito que o queria ver e infelizmente ou não havia na biblioteca ou, ao fazer zapping, apanhava sempre o filme a meio, o que nunca é agradável. E diga-se que 10 anos a apanhar o filme a meio, é obra, parecia destinada a não conseguir vê-lo. Mas está visto e agora mal posso esperar para ler o livro, que imagino seja ainda melhor.

A história, que começa em 1880, é contada por Konstantin “Kostya” Levin, que fala dos seus problemas existenciais e da sua tentativa para descobrir o amor, busca partilhada por Anna Karenina, casada com um rico aristocrata mais velho que ela, e cuja vida é dedicada ao seu filho. Ao chegar a Moscovo, esta conhece o Conde Vronsky, que até aí tinha as suas atenções viradas para a princesa “Kitty” Shcherbatsky, também alvo do coração de Levin e que o havia rejeitado por causa de Vronsky, e a vida de ambos muda radicalmente.

O filme mostra então a coragem de uma mulher que, por amor, se desgraça perante a sociedade e chega mesmo a abandonar a sua família. No entanto, a sua vida idílica junto do homem que ama também não dura para sempre, e o remorso de ter deixado o seu filho para trás assim como os ciúmes em relação a Vronsky, levam Anna ao vício de opiáceos e a um final trágico. Por outro lado, Levin encontra resposta para as suas questões e felicidade junto de quem ama.

Gostei bastante do filme, nomeadamente da interpretação de Alfred Molina. Já o mesmo não posso dizer de Sophie Marceau, a quem parecia faltar algo, nomeadamente parece faltar chama no relacionamento com Sean Bean, que não deixa de cumprir bem o seu papel ( :D ). A banda sonora é belíssima, ou não tivesse música de Tchaikovsky, assim como as roupas e, sobretudo, os palácios. São realmente lindíssimos.

Um filme bom e que deixa antever o que o livro nos pode oferecer.

Filme visto no âmbito do Period Drama Challenge do Lights, Camera... History! inserido no tema Victorian Mist.

30 de setembro de 2009

Extras (Uglies, Livro 4)

Autor: Scott Westerfeld
Género: Ficção científica
Editora: Simon and Schuster | Nº de páginas: 417
Nota: 4/5

Resumo (da capa): These days, it’s all about fame…

‘Tech-heads’ flaunt their latest gadgets, ‘kickers’ spread gossip and trends - and it’s all monitored by millions of cameras. The world is like a giant reality TV show, where popularity rules and everyone else is just an extra.

As if it isn’t hard enough being fifteen, with a face rank of 451,369, Aya Fuse is a total nobody. But when she meets a clique of girls who pull crazy, dangerous tricks in secret, Aya knows that if she can just kick their story, her popularity rating will soar…

Aya is sure she’s destined for a life in the spotlight, but is she really prepared for everything that comes with it - instant fame, celebrity… extreme danger?


Opinião: Depois do terceiro volume me ter decepcionado um pouco, parti para este volume de pé atrás, mas confesso-me rendida e curiosa em ler mais livros de ficção científica.

Neste volume a acção passa-se cerca de 3 anos depois da “Era Bonita”, por assim dizer. Os adolescentes podem continuar a fazer operações, para fazer parte ou fundar novas “cliques”, mas já não ficam com as cabeças vazias. No Japão, esta nova era trouxe uma nova economia baseada na fama, ou em quantas vezes o nome de uma pessoa é mencionado, seja por serem extremamente bonitas mesmo sem operação, por fundarem novas “cliques” e tendências, por “kickarem” a melhor e mais interessante história dos últimos tempos, ou por terem simplesmente mudado o mundo - o que acontece com Tally, a famosa nº1 do planeta. No entanto, não seguimos esta mas Aya Fuse, uma “kicker” (um género de jornalista), que sente estar destinada à fama assim que der a conhecer a história de um grupo de raparigas algo esquivo. Mas Aya não esperava ver-se metida numa história ainda maior…

As personagens neste volume são muito mais agradáveis de seguir que no volume anterior, nomeadamente a personagem principal – se Tally com tanta operação ao cérebro muda radicalmente, sobretudo de livro para livro, isto não acontece com Aya, que nunca tendo sofrido nenhuma alteração e querendo dar notícias em primeira mão e assim conquistar fama, assemelha-se a qualquer blogger dos dias de hoje pelo que é fácil identificarmo-nos com ela. :P

A história é interessante o suficiente para lermos página atrás de página sem ligarmos ao tempo, quando lhe pegava era difícil voltar a largá-lo, e gostei do título do livro e de como ele depois se relaciona com a história. ;) Parece-me um final muito mais digno para esta série que terceiro volume, que supostamente deveria ter sido o final. Temia outro “Meyer” *assobia inocentemente* mas este tem acção que baste.

No conjunto, é uma série agradável e um bom primeiro passo para quem tem algumas reticências no que toca à ficção científica, como eu. A sociedade é interessante e o autor consegue colocar-nos a pensar em alguns temas, apesar de não serem muito aprofundados, mas que resulta se tivermos em conta a faixa etária a que este livro se destina, o público jovem-adulto (ou YA, como agora é conveniente chamar :P ) entre os 15 e os 19 anos.

26 de setembro de 2009

Specials (Uglies, Livro 3)

Autor: Scott Westerfeld
Género: Ficção científica
Editora: Simon Pulse | Nº de páginas: 372
Nota: 3/5

Resumo (do site Goodreads): "Special Circumstances":

The words have sent chills down Tally’s spine since her days as a repellent, rebellious ugly. Back then Specials were a sinister rumor – frighteningly beautiful, dangerously strong, breathtakingly fast. Ordinary pretties might live their whole lives without meeting a Special. But Tally’s never been ordinary.

And now she’s been turned into one of them: a superamped fighting machine, engineered to keep the uglies down and the pretties stupid.

The strength, the speed, and the clarity and focus of her thinking feel better than anything Tally can remember. Most of the time. One tiny corner of her heart still remembers something more.

Still, it’s easy to tune that out – until Tally’s offered a chance to stamp out the rebels of the New Smoke permanently. It all comes down to one last choice: listen to that tiny, faint heartbeat, or carry out the mission she’s programmed to complete. Either way, Tally’s world will never be the same.


Opinião: Não posso dizer que tenha ficado muito agradada com este livro. Depois do volume anterior, em que temas e o mundo de Tally são aprofundados, esperava que assim continuasse, o que infelizmente não acontece. Este livro é, quase todo, acção com Tally passando a ser uma das “más”, o que até podia ser interessante mas torna-se enfadonho. Não me senti tão identificada com a personagem e a sua luta interior também não me cativou por aí além, até porque não parece ir a lado nenhum. Enquanto se vê um crescimento da personagem nos dois primeiros livros, neste tal não parece acontecer, mantendo-se a mesma ao longo de todo o livro, considerando-se melhor que todos os outros. Além disso, parece que o ambiente se torna o grande tema, quando parecia que o grande objectivo destes livros era uma pessoa afirmar-se pelo seu interior e não o exterior. No final do livro fiquei mesmo a pensar que, se o grande problema era o facto de as cidades começarem a alargar-se, se calhar era melhor ter ficado tudo na mesma, a serem submetidos a lavagens cerebrais…

Estava à espera de um pouco mais deste livro, resta ler o último volume, para ver que tipo de mundo se criou então após as acções de Tally.

19 de setembro de 2009

Pretties (Uglies, Livro 2)

Autor: Scott Westerfeld
Género: Ficção científica
Editora: Simon Pulse | Nº de páginas: 370
Nota: 4/5

Resumo (da capa): Gorgeous. Popular. Perfect. Perfectly wrong.

Tally has finally become pretty. Now her looks are beyond perfect, her clothes are awesome, her boyfriend is totally hot, and she’s completely popular. It’s everything she’s ever wanted.

But beneath all the fun – the nonstop parties, the high-tech luxury, the total freedom – is a nagging sense that something’s wrong. Something important. Then a message from Tally’s ugly past arrives. Reading it, Tally remembers what’s wrong with pretty life, and the fun stops cold.

Now she has to choose between fighting to forget what she knows and fighting for her life – because the authorities don’t intend to let anyone with this information survive.


Opinião: Neste segundo livro continuamos a seguir Tally, que finalmente é submetida à operação e torna-se, finalmente, “bonita”. No entanto, apesar de ser incluída no grupo a que tanto queria pertencer, apercebe-se que há algo errado, o seu passado não é muito claro até receber uma carta de si própria, lembrando-lhe a sua missão.

Os temas e a sociedade são um pouco mais aprofundados neste volume, assim como o porquê das operações. Gostei do que terá levado ao desaparecimento da nossa (actual) civilização, somos os “Rusties” dos livros; a parte do estudo antropológico também me pareceu um ponto bem conseguido; não gostei tanto da maneira escolhida pelo autor para alguns “bonitos” se manterem “bubbly” (algo como lúcidos, capazes de pensar e de ver o mundo como ele realmente será, capazes de fazerem decisões), se bem que o entenda em parte.

Uma boa continuação para esta série.

Uglies (Uglies, Livro 1)

Autor: Scott Westerfeld
Género: Ficção científica
Editora: Simon and Schuster | Nº de páginas: 448
Nota: 4/5

Resumo (da capa): Everybody gets to be supermodel gorgeous. What could be wrong with that?

Tally can’t wait to turn sixteen and become Pretty. Sixteen is the magic number that brings a transformation from a repellant Ugly into a stunningly attractive Pretty, and catapults you into a high-tech paradise where your only job is to have a really great time. In just a few weeks Tally will be there.

But Tally’s new friend Shay isn’t sure she wants to be Pretty. She’d rather risk life on the outside. When Shay runs away, Tally learns about a whole new side of the Pretty world – and it isn’t very pretty. The authorities offer Tally the worst choice she can imagine: find her friend and turn her in, or never turn Pretty at all. The choice Tally makes changes her world forever.


Opinião: Este livro chegou-me às mãos através da Slayra, que tinha uma cópia a mais. Como não costumo dizer que não a livros dados, ainda que o tema a principio não suscite muito o meu interesse, fiquei com ele. Devo confessar que peguei nele algo apreensiva, não que duvide das opiniões da Slayra, pelo contrário (ela bem tinha razão, quando não conseguiu acabar de ler o Crepúsculo *assobia inocentemente*), mas surpreendeu-me pela positiva.

Num futuro, quiçá não tão distante assim, todos os adolescentes, ao completarem os 16 anos, são submetidos a uma operação cirúrgica de modo a ficarem “bonitos”, passando a partir daí a gozar de todos os luxos que a sua sociedade oferece, preocupando-se com quase nada. Tally conta os dias que faltam para a sua operação, o que mais ambiciona, até que conhece Shay que vira, literalmente, a sua vida de pernas para o ar. Decidida a não submeter-se à operação, Shay tenta convencer Tally a fugir com ela para um local onde podem envelhecer segundo a ordem natural. Tally mostra-se reticente, mas acaba por seguir Shay e descobre que o mundo “bonito”, pelo qual tanto ambicionava e com que tanto sonhava, não é tão bonito assim.

Com uma escrita bastante fluida, ao autor dá-nos conta de um mundo onde jovens normais e saudáveis são levados a pensar que só submetendo-se a uma operação cirúrgica que os deixa “lindos” podem viver em pleno e desfrutar da vida. É essa a ideia da personagem principal, Tally Youngblood, que vemos crescer enquanto descobre tudo o que está por detrás do mundo idealizado. Os temas introduzidos não são aprofundados mas deixam-nos a pensar, no que é realmente bonito e feio, se uma vida sem preocupações é boa se no entanto deixamos de ser nós próprios.

13 de setembro de 2009

Mais prémios! Obrigada! (2)

Desta vez foram as meninas do blog Cozinha das Letras, que não podem deixar de visitar. ;) Muito obrigada!

Regras do selinho:
* Postar o selinho no Blogue;
* Informar os "premiados" do selinho;
* Dizer 5 coisas que você adora na vida.

O que eu gosto? Ora bem gosto de ler (duh!), dormir, comer chocolates, um chá bem quentinho e estar com as pessoas que mais adoro neste mundo.


Neste é só responder a perguntas...

- Qual o livro que está lendo ou qual o último que leu?
Acabei de ler Uglies o primeiro livro da quadrilogia de Scott Westerfeld e vou começar o segundo.

- Qual livro preferido?
Não me canso de o dizer... A Lua de Joana. Foi com ele que aprendi que os livros não são apenas um escape, também nos ajudam a crescer. :)

- Autor, capa, recomendação ou sinopse?
A capa leva a ler a sinopse e procurar críticas na net. É verdade, ainda hoje as capas são o meu calcanhar de Aquiles, mas tento não fazer compras de momento e pesquisar bem antes de comprar. No entanto, se vir um livro de um autor de que gostei, por vezes nem penso duas vezes e vem logo para casa.

- Um livro que não consegue terminar de ler.
Até agora, penso que deixei apenas 3 livros a meio: Aparição de Vergílio Ferreira, pois achei muito filosófico para a minha cabeça na altura, a ver se volto a pegar nele, daqui a uns anos...; Os Maias, não era muito filosófico mas tinha muitas descrições, entretanto já li mais algumas coisas do Eça, que me fascinaram, pelo que devo de voltar a pegar neste livro; por fim Love and War, o segundo livro da trilogia "North and South" de John Jakes, que não sei se lhe volto a pegar, pois a época interessa-me mas achei muito aborrecido e com pouca acção. :/

-Aquele que não sai de sua cabeceira.
lol Curiosa esta pergunta... De momento não saem os que estão na pilha enquanto não os ler.

- Escritor preferido.
J.K.Rowling, Tolkien, Dumas...

- Recomendo:
"Harry Potter", "Senhor dos Anéis" e O Conde de Monte Cristo, só para bater certo com os autores referidos em cima...

- Não recomendo:
Constantino, guardador de vacas e de sonhos de Alves Redol. É uma tarde que nunca mais irei recuperar...

Mais uma vez passo este selo a todos os que me seguem! ;)

9 de setembro de 2009

O Labirinto da Rosa

Autor: Titania Hardie
Género: Thriller
Editora: Editorial Presença | Nº de páginas: 436
Nota: 3/5

Resumo (da capa): O Labirinto da Rosa é um romance de estreia de uma riqueza surpreendente que tem no centro da sua trama uma herança enigmática que remonta à época Tudor. John Dee, matemático, astrónomo e conselheiro da rainha Isabel I, deixou escondida uma série de documentos seus por considerar que a humanidade não se encontrava preparada para compreender o que neles estava escrito. As sucessivas gerações de descendentes souberam guardar o segredo da sua localização à espera do momento certo para revelar tais conhecimentos ao mundo. Esse momento parece ter finalmente chegado quando, volvidos quatro séculos, a mãe de Will, às portas da morte, lhe passa o testemunho – uma antiga folha de pergaminho com enigmas e uma chave de prata. Mas que segredo poderá revelar aquela misteriosa chave? Um romance soberbo, um verdadeiro labirinto literário, com traços do romance histórico, do romance de aventura, de mistério, do thriller, e referências vastíssimas que vão dos conhecimentos esotéricos egípcios, templários e renascentistas à história do Islão, ao Cristianismo, ao paganismo ou à astrologia. Presos no seu poderoso encantamento, vamos desvendando, enigma após enigma, o denso mistério que o envolve, acompanhando os seus protagonistas numa demanda intelectual por alguns dos locais mais interessantes da Europa.

Opinião: Este livro chegou-me às mãos por sorte, já que foi ganho num passatempo no blog Estante de Livros. Fiquei interessada nele, assim que ouvi que a Editorial Presença estava para o publicar, lembrando-me um pouco a expectativa que tinha há uns anos atrás em relação a O Código da Vinci. Infelizmente as lembranças não se ficaram por aí, pois à semelhança daquele livro, este tem um final que sabe a pouco apesar de um início bastante bom e com um dos melhores twists que tenho lido até agora.

Começamos por seguir Will, herdeiro de um segredo guardado desde o séc. XVII até aos dias de hoje pelas mulheres da sua família. No entanto, um grupo deseja reaver esse segredo de modo a concretizar uma profecia relacionada com o fim dos tempos, não olhando a meios para o adquirir.

O início, e a bem dizer quase todo o livro, conseguiram agarrar-me. A escrita, apesar de confusa em algumas partes, não deixa de ser bastante fluida e de nos transmitir uma grande quantidade de informação histórica sem, no entanto, cansar uma pessoa (como aconteceu, por exemplo, com o Códex 632). As personagens também são bastante interessantes, com histórias que desejamos seguir e por quem não podemos deixar de torcer. Os apontamentos médicos foram também uma aposta ganha, na minha opinião, sobretudo no que tocou ao debate sobre a “memória celular”, de que nunca tinha ouvido falar mas que parece ser um tema que pode dar pano para mangas. Achei curioso o livro trazer um bloco com os enigmas, mas foi com alguma decepção que reparei não ser tão necessário como isso. Dá para fazer o puzzle, é certo, e segundo o site The Rose Labyrinth esses enigmas têm mais algum segredo, mas mesmo assim penso que podiam ter sido integrados de outra maneira na história.

O pior deste livro vem mesmo no fim. Não é anti-climático, como alguns que tenho lido este ano *cough*BreakingDawn*cough*, mas deixa uma sensação de “É só isto? Tanta coisa para nada?” ou seja, exactamente a mesma reacção que tive ao ler O Código Da Vinci. Pareceu algo precipitado e não foi capaz de acabar com algumas pontas soltas, tal como o que é que aconteceu ao coração do Dee?

Uma boa leitura, com uma edição cuidada (gostei das notas da tradutora) mas com um final que, infelizmente, desaponta.

6 de setembro de 2009

A Fragrância da Flor do Café

Autor: Ana Veloso
Género: Romance histórico
Editora: Difel | Nº de páginas: 564
Nota: 2/5

Resumo (da capa): Vitória ambiciona mais, muito mais. Vita, como toda a gente lhe chama, é filha de um dos mais ricos «barões do café». Possui uma beleza extraordinária, é inteligente, habilidosa nos negócios, com uma personalidade forte e independente, é já considerada o melhor partido do vale.

Brasil, ano 1884. No vale do rio Paraíba, os latifundiários e as suas famílias têm uma vida luxuosa e despojada de preocupações graças ao trabalho dos seus escravos nas plantações de café. Quando Vita conhece León Castro, um jornalista muito atraente e enigmático, a sua vida muda completamente. León é abolicionista e luta fervorosamente contra a escravatura e, como tal, contra os interesses da família de Vita. Apesar destas divergências intransponíveis, os dois apaixonam-se perdidamente. Desde o início que o amor dos dois jovens está marcado por desencontros. Uma e outra vez os caminhos de Vita e León cruzam-se e separam, mas nem o tempo, nem as voltas do destino podem com a sua paixão.

Perante a transformação do paradisíaco vale do rio Paraíba e do pitoresco empório do Rio de Janeiro, da época dourada das plantações de café e da sua ruína depois da abolição da escravatura, têm lugar a saga de uma família de fazendeiros e a história de um grande amor.


A Fragrância da Flor do Café é um romance tão delicioso como o aroma do café acabado de moer: sensual e cheio de força, excitante e agridoce.

Opinião: Este livro foi-me oferecido por alguém muito especial, pelo que foi uma pena que não tenha gostado tanto do livro como queria. A sinopse parecia bastante interessante, prometendo dar conta “da época dourada das plantações de café e da sua ruína depois da abolição da escravatura” e contar “a história de um grande amor”. Se o primeiro até foi feito com algum sucesso, o segundo nem por isso.

Talvez seja melhor começar por dizer que, apesar do nome da autora soar a português, o livro foi originalmente publicado em alemão mas a tradução portuguesa é feita a partir de uma edição espanhola. Não sei se por tudo isto, que faz o texto chegar-nos por uma terceira mão, houve qualquer coisa na escrita que não me agradou. Por vezes parecia algo infantil, havia alturas em que a linguagem parecia forçada, e nunca consegui perceber muito bem se tentaram “açucarar” o português, para soar a brasileiro. Como disse, houve qualquer coisa na escrita que não me agradou, o que fez com que a leitura não fosse tão fluida como eu esperava.

A história em si também não me agradou por aí além, já que apesar de ser um livro de tamanho considerável (se bem que também já tenha lido maiores), as relações entre as personagens não são exploradas sendo, o caso mais notável, o dos protagonistas. A relação parece nascer do nada: num momento não se conhecem e no seguinte já se amam perdidamente. Nunca se chega a perceber muito bem o que seduziu ambos, se a inteligência, o espírito ou a sensualidade de ambos. Eu inclino-me mais para o último pois não parece haver assim tantos desencontros, como dizia a sinopse, mas um mal entendido e um tremendo bipolarismo por parte das duas personagens, que parecem não conseguir decidir se gostam um do outro ou não, a não ser quando vão para a cama… O romance torna-se por isso chato e a parte menos interessante do livro, sendo o contexto histórico bem mais apelativo, ainda que abordado algo superficialmente. Mesmo assim gostei de ler sobre as grandes plantações, sobre a abolição da escravatura, o que adveio desse acto e pode ter perdurado no tempo, já que parece vir desta época o problema das favelas e dos morros.

Uma boa premissa que infelizmente não se concretiza em pleno. Ainda assim será interessante para conhecer um pouco mais sobre esta época da história do Brasil que, mais uma vez, não conhecia muito bem por não ser muito explorado nas aulas de história.

3 de setembro de 2009

Pompeii

Autor: Robert Harris
Género: ficção histórica
Editora: Hutchinson | Nº de páginas: 352
Nota: 5/5

Resumo (da capa): A sweltering week in late August. Where better to enjoy the last days of summer than on the beautiful Bay of Naples?

But even as Rome’s richest citizens relax in their villas around Pompeii and Herculaneum, there are ominous warnings that something is going wrong. Wells and springs are failing, a man has disappeared, and now the greatest aqueduct in the world – the mighty Aqua Augusta – has suddenly ceased to flow…

Through the eyes of four characters – a young engineer, an adolescent girl, a corrupt millionaire and an elderly scientist – Robert Harris brilliantly recreates a luxurious world on the brink of destruction.

Opinião: Convém começar esta crítica por dizer que sempre fui fascinada pela cidade de Pompeia. Nunca a visitei mas acredito que seja a única cidade em que se pode, realmente, viajar no tempo e alimentou a minha paixão pela Arqueologia (que, apesar de tudo, agora não pratico). Além disso, sempre gostei de Geologia, com os seus vulcões, placas tectónicas e vários tipos de rochas. Ora, este livro junta os dois, pelo que eu não lhe poderia ser indiferente.

O autor guia-nos através de 4 dias (dois que antecedem o desastre, o dia da erupção e o dia seguinte), dando-nos a conhecer a vida romana à época e colocando excertos de livros que analisam o fenómeno vulcânico em geral e mesmo este episódio em particular. Achei um livro riquíssimo em termos de detalhes ao mencionar como pequenas coisas poderiam ter ajudado a prever o desastre, caso os conhecimentos da época tivessem sido outros ou mais difundidos, e aqui há que salientar a menção ao Etna que entrou em erupção cerca de dois séculos antes e terá sido documentado.

A juntar a isto, temos um leque de personagens bastante rico e interessante de seguir. São estas que nos dão a conhecer o dia-a-dia de uma cidade romana, as preocupações dos cidadãos, os jogos políticos dos bastidores, a corrupção dos funcionários públicos. Dá-nos também a conhecer a importância dos aquedutos, uma das maiores invenções dos romanos, na vida e na manutenção da paz nas cidades.

Esta crítica não fará justiça ao livro mas eu gostei e aconselho, sobretudo a quem gosta de ficção histórica com um pouco de thriller e desastres naturais à mistura.

Mais prémios! Obrigada!

Nestes últimos dias não me tem sido possível dedicar tanto tempo ao blog, à internet e mesmo às leituras, como gostaria. Mas não deixo de estar agradecida à Miar à Chuva e à Aline pelos seguintes prémios:


Regras: Listar 5 desejos de consumo que te deixariam glamourosa e indicar 10 blogues amigos para receber o presente.
  1. Poder comprar todos os livros que eu quisesse!
  2. Ter casa própria, grande e com piscina
  3. Poder viajar por todo o mundo
  4. Ter um Lamborghini Diablo
  5. Ter uma colecção de DVD's composta por todos os dramas históricos feitos até agora



As regras são:
  • enumerar três coisas que quero fazer no futuro
  • atribuir o prémio a 10 blogues
Ora bem, eu gostava de:
  1. viajar pela Europa, nomeadamente fazer um cruzeiro pelo Mediterrâneo, com paragem em tudo o que é ponto histórico/arqueológico, e visitar as ilhas britânicas
  2. ler todos os livros que quero ler
  3. voltar a fazer desporto (tenho saudades de uma bela piscina).


8 características minhas:
  1. sincera
  2. curiosa
  3. leal
  4. amiga do meu amigo
  5. muito tímida
  6. boa ouvinte
  7. solidária
  8. algo doida

Passo estes prémios a todos os que seguem este blog. ;)

25 de agosto de 2009

Pilha de Livros (III)

Perante o sucesso da pilha anterior, não podia deixar de fazer uma nova. Ei-la em toda a sua glória! :P
Tem livros mais pequenos que a anterior e falta-lhe um, o segundo volume da tetralogia de Scott Westerfeld, que espero que a Slayra me empreste. Também me falta o quarto volume, Extras, mas acho que fica para outra oportunidade.

23 de agosto de 2009

A Justiça de Aristóteles (Série Aristóteles, Livro 2)

Autor: Margaret Doody
Género: Mistério
Editora: Saída de Emergência | Nº de páginas: 288
Nota: 4/5

Resumo (da capa): Quando Ântia, herdeira de um rico mercador de prata é raptada, cabe a Aristóteles e ao seu aluno Estéfano encontrar a jovem. Sabem apenas que o raptor a leva para Delfos e é para lá que decidem partir. Adepto de verdadeiros quebra-cabeças, o filósofo procura vestígios e pistas, recorrendo ao seu génio lendário. Mas uns falam em homicídio e outros em casamento forçado. Qual será a verdade?

Amante dos clássicos e fascinada pela retórica, Margaret Doody continua a fabulosa série de aventuras passadas na Grécia Antiga. Com as conquistas de Alexandre em pano de fundo, Aristóteles e Estéfano aplicam o raciocínio que mais tarde associaremos ao Sherlock Holmes de Conan Doyle. Acresce-se aqui a riqueza de detalhes e o regresso a um outro tempo e lugar.

Opinião: Depois de ter lido e apreciado a leitura anterior, foi com alguma expectativa que parti para este livro e apesar de ter gostado, parece um pouco mais fraquito. Perde sem dúvida por o narrador, mais uma vez Estéfano, não se encontrar tão ligado ao caso, já que aqui aparece mais como um sidekick, como um verdadeiro capitão Hastings, narrando a história que vive devido à sua amizade com Aristóteles. Este é contactado por um homem da prata, um mercador daquele metal, cuja sobrinha desaparece. No entanto, e mais uma vez, a trama adensa-se quando no caminho para Delfos, para onde se pensa que ela e o seu suposto raptor partiram, começam a aparecer corpos e se levanta a dúvida sobre o que estará realmente por detrás do desaparecimento.

A história parece um pouco mais complexa, pelo menos não achei o final previsível, antes pelo contrário, mas não cativou tanto como a do livro anterior. Gostei, no entanto, do retrato da sociedade, sobretudo a relação entre cidadão e escravos, bastante patente no comportamento do narrador. Outro aspecto positivo foi toda a descrição de Delfos e dos rituais religiosos, nomeadamente para contactar com a pitonisa.

Não deixa de ser um bom livro, a história é bastante interessante, para quem gosta de mistérios passados na Antiguidade Clássica, mas creio que um mapa ajudava a perceber melhor a viagem de Atenas para Delfos. O livro anterior, que li em inglês, tinha um e foi com alguma surpresa que reparei que este não o tinha, pois em geral estão sempre presentes neste tipo de livros. Também uma chamada de atenção, esta edição parece não ser das mais bem tratadas, sei que a Tita teve alguns problemas com o exemplar dela, e o meu também tinha como que um buraco no meio de uma página. Felizmente não era muito grande e não impediu que continuasse a ler. Sei que estes problemas são difíceis de se notar, mas não custa pedir um pouco mais de cuidado.

18 de agosto de 2009

Aristotle Detective (Série Aristóteles, Livro 1)

Autor: Margaret Doody
Género: Mistério
Editora: Arrow Books | Nº de páginas: 384
Nota: 4/5

Resumo (da capa): Athens 332 BC – a city uneasy under the sway of the Macedonian Alexander the Great, now fighting the King of Persia for control of the East. In this time of fresh ambition and furtive discontent, an eminent citizen is brutally murdered.

Young Philemon, as exile formerly guilty of manslaughter, is accused of the bizarre homicide. In his absence his cousin and nearest male relative, 23-year-old Stephanos, must conduct Philemon’s defence and attempt to clear his family’s name of this bloody murder.

Stephanos seeks the help from Aristotle, his former teacher... and Aristotle turns Detective.

Opinião: Tropecei neste livro por acaso, já que ao fazer uma compra on-line foi-me oferecido o segundo volume desta série. Como não gosto de ler séries começando pelo meio, nomeadamente deste género já que, apesar de nem sempre os casos interessarem para se perceber a história, há por vezes menções que não deixam de completar a história. Já me aconteceu algo do género com O Crime na Via Ápia, de Steven Saylor, e desde aí que tento ler sempre séries de forma seguida. No entanto, apesar de ter gostado bastante daquele, estava com algum receio deste mistério histórico não corresponder às minhas expectativas, já que Nefertiti de Nick Drake foi uma desilusão.

Neste livro, acompanhamos Stephanos que tenta ilibar o seu primo, Philemon, do assassínio de uma importante figura da cidade de Atenas. A sua defesa centra-se em torno do facto de Philemon não se encontrar na cidade, pois aquele havia sido votado ao exílio por um outro assassinato, incorrendo em pena de morte caso voltasse. Mas a trama que Stephanos encontra é demasiado densa, solicitando por isso a ajuda do seu antigo mestre, Aristóteles, para o ajudar com o caso.

Gostei bastante das personagens principais, Stephanos e Aristóteles, sendo por vezes os seus diálogos bastante divertidos e filosóficos. Fez-me lembrar a interacção entre Poirot e o Capitão Hastings, ou mesmo Sherlock e Watson. Não pude deixar de rir perante algumas falas como:
“If Philemon did not do it, someone of the class non-Philemon did it.”

“Goodbye, Stephanos – and, by the way, say nothing of that last purchase of mine, or I’ll do you a mischief. Think of the lewd jokes it would cause! But if ever I seem overbearing and foolishly proud of my intellect, you may always murmur to me, ‘That leather bag contained stones.’”
Também achei curioso o interesse de Aristóteles em cerâmica e algumas das suas conversas em torno desse assunto pareceram demasiado semelhantes a outras que tive enquanto andava a tirar o curso. Parecia mesmo um dos meus professores, mas enquanto Aristóteles dissertava sobre cerâmicas gregas, o meu professor falava sobre sigillatas romanas. :D

A história apesar de ter um final algo previsível, o assassino pareceu-me óbvio, tem bastantes reviravoltas que nos deixam agarrados ao livro. O único senão que tenho a apontar é mesmo a falta de notas de modo a esclarecer alguns dos termos usados, como os meses e prodikasia. No entanto, pelo contexto é fácil de perceber o que são, pelo que não é assim tão grave como isso.

Sem dúvida um livro a ler, para quem gosta de mistérios na Antiguidade Clássica. De lembrar que se encontra publicado em português pela Saída de Emergência.

17 de agosto de 2009

Pride and Prejudice and Zombies

Autor: Seth Grahame-Smith e Jane Austen
Género: Romance
Editora: Quirk Books | Nº de páginas: 320
Nota: 3/5

Resumo (da capa):
"It is a truth universally acknowledged that a zombie in possession of brains must be in want of more brains."
So begins Pride and Prejudice and Zombies, an expanded edition of the beloved Jane Austen novel featuring all-new scenes of bone-crunching zombie mayhem. As our story opens, a mysterious plague has fallen upon the quiet English village of Meryton—and the dead are returning to life! Feisty heroine Elizabeth Bennet is determined to wipe out the zombie menace, but she’s soon distracted by the arrival of the haughty and arrogant Mr. Darcy. What ensues is a delightful comedy of manners with plenty of civilized sparring between the two young lovers—and even more violent sparring on the blood-soaked battlefield. Can Elizabeth vanquish the spawn of Satan? And overcome the social prejudices of the class-conscious landed gentry? Complete with romance, heartbreak, swordfights, cannibalism and thousands of rotting corpses, Pride and Prejudice and Zombies transforms a masterpiece of world literature into something you’d actually want to read.

Opinião: Desde que ouvi que este livro ia ser lançado, que tenho esperado ansiosamente para meter-lhe as minhas mãos em cima. Que dizer? Como o título sugere é Orgulho e Preconceito… com zombies! Tenho me queixado, ultimamente, de ler livros sem muita acção, sem tripas pelo ar. Pois bem, este teve e só é pena não ter mais. :P

Quase todo o livro é, palavra por palavra, a obra de Austen que conhecemos e adoramos, apenas com zombies e alguns confrontos aqui e ali. Se a princípio isto parece forçado, nota-se que com o desenvolver da história, as cenas alteradas por Seth Grahame-Smith começam a fluir melhor e a mesclar-se com a história original, mas é quase impossível deixar de notar que existem dois diferentes estilos de escrita. Vá lá, por muito que se tente, não são todos aqueles que conseguem tornar os diálogos tão interessantes como Austen, ela sim, como dizem os anglo-saxónicos, “has a way with words”. Mas como disse, os dois estilos vão-se fundindo e acaba por ser uma leitura divertida.

Gostei das personagens, nomeadamente gostei de ver a Elizabeth querer espetar uma adaga e decapitar, por diversas vezes, o Mr. Darcy. Tornou-se numa personagem com quem me pude identificar em diversas situações. Também gostei das alterações feitas a Charlotte, explicando de maneira bem mais interessante o porquê do seu enlace, e a Lady Catherine, que se torna num ícone lendário para todas as jovens que desejam passar o resto das suas vidas a aniquilar zombies. :D Também gostei de como o orgulho e preconceito se estenderam aos diferentes ensinos de artes marciais, sendo as irmãs Bennet treinadas na China, e por isso mal vistas, nomeadamente por Lady Catherine, que valoriza sobretudo o ensino das artes marciais japonesas. Só tive pena de não ler mais sobre os zombies e do porquê de tal praga ter chegado a Inglaterra, cerca de 55 anos antes do período em que a história decorre.

Não digo que seja um clássico da literatura mundial, apesar de cerca de 80% corresponder de facto a um clássico da literatura mundial, mas é um excelente livro para aqueles que gostam de romance com um bocadito de gore, e para quem pretende um tipo de literatura que não se leva muito a sério. Já agora, as ilustrações que acompanham o livro são fantásticas. :D

16 de agosto de 2009

The Jane Austen Book Club/O Clube de Leitura de Jane Austen

Informação técnica no IMDb.

Director: Robin Swicord
Escritores: Robin Swicord (adaptação), Karen Joy Fowler (obra original)
Actores: Maria Bello, Emily Blunt, Hugh Dancy
Nota: 3/5

Mais uma adaptação vista. Não gostei particularmente do livro e foi um pouco de pé atrás que vi o filme, pelo que foi com alguma surpresa que acabou por se revelar bem mais interessante e mais de acordo com o que esperava quando peguei no livro. Acabou mesmo por satisfazer mais que a obra literária a que foi buscar inspiração.

Como não podia deixar de ser, há algumas mudanças, mas a meu ver foi para melhor. Não há os flashbacks, toda a história se desenvolve no presente, ao longo dos 6 meses em que o clube se junta. As personagens parecem mais reais e menos convencidas que as do livro. Algumas sofreram alterações, nomeadamente Grigg e o marido de Prudie, mas acho que isso só veio melhorar a dinâmica da história. Os encontros para debater os livros são interessantes e parecem-me melhor explorados que no livro, e vemos realmente os livros de Jane mudarem as vidas das pessoas. Devo dizer que fiquei algo excitada com o facto de Persuasão ser o motor para algumas dessas mudanças, até porque é o meu livro preferido da autora. :P Todo o elenco me parece bem, nota especial para Emily Blunt, pois gostei bastante da sua personagem.

Sem dúvida que aconselho o filme ao livro. É um dos raros casos em que a adaptação é melhor que o romance original.

10 de agosto de 2009

Drums of Autumn (Outlander, Livro 4)

Autor: Diana Gabaldon
Género: Romance histórico
Editora: Seal Books | Nº de páginas: 1088
Nota: 3/5

Resumo (da capa): The magnificent saga continues...

It began in Scotland, at an ancient stone circle. There, a doorway, open to a select few, leads into the past – or the grave. Claire Randall survived the extraordinary passage, not once but twice. Her first trip swept her into the arms of Jamie Fraser, an eighteenth-century Scot whose love for her became legend – a tale of tragic passion that ended with her return to the present to bear his child. Her second journey, two decades later, brought them together again in the frontier America. But Claire had left someone behind in the twentieth century. Their daughter, Brianna...

Now, Brianna has made a disturbing discovery that sends her to the stone circle and a terrifying leap into the unknown. In search of her mother and the father she has never met, she is risking her own future to try to change history... and to save their lives. But as Brianna plunges into an uncharted wilderness, a heartbreaking encounter may strand her forever in the past... or root her in the place she should be, where her heart and soul belong...

Opinião: Mais uma vez, à semelhança dos dois livros anteriores, temos a história através de diversos pontos de vista, sendo apenas a parte de Claire Randall contada na primeira pessoa.

Acompanhamos neste volume, a jornada de Claire e Jamie Fraser, enquanto estes se fixam na América. No entanto, Brianna, a filha destes e que Claire havia deixado em pleno séc. XX, descobre um importante facto sobre os seus pais e resolve voltar ao passado de modo a salvá-los. Mas não segue sozinha, pois Roger, um historiador também ele ligado a viajantes no tempo, decide segui-la de modo a construírem também eles um futuro em comum.

Não gostei tanto como estava à espera, sobretudo porque se arrasta em alguns pontos. As personagens principais, Claire e Jamie, pouco ou nada evoluem, encontrando-se a sua relação bastante sólida; já Brianna e Roger recebem um maior destaque e se o segundo satisfaz, crescendo ao longo de tudo aquilo porque passa, já Brianna deixa algo a desejar, parecendo uma rapariga mimada que explode quando alguém lhe diz não. As várias personagens secundárias são bem mais aprazíveis de seguir e bastante interessantes, nomeadamente Lord John (que tem uma série paralela a esta) e Ian, cujo final não deixa de surpreender apesar de ser algo previsível. A história em si, como disse arrasta-se em algumas partes, sendo por vezes preciso ler cerca de 100 páginas para saber o que acontece, ou não deixa de acontecer, a algumas personagens. Isto aborrece, sobretudo, quando passamos a seguir personagens cuja linha de história apreciamos menos.

Mais uma vez, um livro com bastante palha. Não perdia nada se fosse reduzido a metade ou 2/3. O final, mais uma vez, parece ser deixado em aberto, o que não espanta já que há mais 2 livros publicados (que já tenho cá por casa), e um novo volume que sairá a 22 de Setembro, An Echo in the Bone. Só não parto para os volumes seguintes, porque é preciso recuperar fôlego depois de ler 1000 e tal páginas de um só volume.

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