Autor: Elizabeth Gaskell
Género: Romance
Editora: Penguin Popular Classics | Nº de páginas: 528
Nota: 5/5
Resumo (da capa): Mrs Gaskell’s finest social novel is also the powerfully moving story of the developing relationship between southern-born Margaret Hale and John Thornton, the young northern mill-owner.
Margaret is compelled to move from Helstone, her beloved childhood home in the New Forest, to Darkshire in the industrial north when her father resigns is parsonage owing to religious doubts.
When she first encounters John Thornton, her father’s pupil and a man in favour of the power of master over worker, she finds their views in conflict. But industrial rebellion and family tragedy cause Margaret to learn the realities of urban life and Thornton to learn humanity. Only then can a mutual understanding lead to the possibility of enduring love.
Opinião: Tomei conhecimento deste livro através da série da BBC, que vi há uns tempos e revi agora enquanto lia (e vou rever novamente este fim-de-semana, se tiver disponibilidade :D ) e adorei (o que penso é notório pelas vezes que revi…). Juntamente com Persuasão, é daqueles DVD’s que gosto de rever sempre que me sinto em baixo. Mas pegar no livro foi mais complicado. Já por duas ou três vezes que tinha adiado a sua leitura por não considerar ser a altura ideal, mas devido ao "18th and 19th Century Women Writers' Reading Challenge", em que vou muito atrasada, e ao meu empenho em ler as pilhas a que me proponho, decidi que era desta. Pelos vistos não me enganei e, felizmente, a Canochinha entrou também nesta aventura, fizemos uma mini leitura conjunta, que se revelou uma experiência espectacular. Já agora, encontram a opinião dela sobre este livro aqui.
O livro conta-nos a história de Margaret Hale que, devido a uma crise de consciência do pai, um ministro da Igreja Inglesa, se vê obrigada a mudar-se da bela e soalheira Helstone, em New Forest, para Milton, no sugestivo condado do Darkshire. Aquela é pois uma cidade muito industrializada, com fábricas de algodão a trabalhar de forma persistente, de tal maneira que o fumo oculta o sol. Aí conhece John Thornton, um dos patrões industriais da cidade, que se torna aluno de seu pai e com quem discute vários temas, nomeadamente o comércio e as questões sociais que ameaçam parar a cidade com uma greve total. Temos então um confronto de ideais e dois estilos de vida diferentes neste livro, a vida serena e campestre do sul em contraste com o ambiente urbano do norte, mais frenético e industrial, ambos representados nos protagonistas.
O que mais me impressionou neste livro foi a escrita da autora. É simplesmente delicioso a forma como a autora usa as palavras para nos descrever personagens, espaços, pensamentos, acções. Como tudo isto influencia a nossa visão das personagens, que vemos reflectidas no espaço que ocupam, nas acções que tomam, na maneira como falam. Desta forma elas ganham vida e passam a fazer parte da nossa, pois é impossível não deixar de sentir que conhecemos aquelas figuras como se fossem nossos amigos de há vários anos. É impossível não nos deixarmos comover com Mrs Thornton, a fria e áspera mãe de John, que no entanto demonstra ter um coração extraordinariamente grande no que toca ao seu filho. Para mim esta foi a personagem mais espectacular do livro. Mas as restantes são igualmente tocantes e é perceptível um crescimento em todas: Thornton e Higgins gradualmente, levando Margaret um pouco mais de tempo, mas é notório o seu crescimento na parte final do livro quando nos vemos numa situação algo semelhante ao início.
Pelos vistos há quem tenha achado o final um pouco apressado, mas na minha opinião foi perfeito. Mas estar a falar nele era talvez entrar em spoilers, mas digamos que a partir de uma certa parte, o próprio leitor parece sentir-se como Margaret e só pode ansiar que a história chegue a bom porto. O mau deste livro foi mesmo o facto de ter de ter um final, porque sinto que perdi amigos, pois gostaria de continuar a seguir a histórias daquelas personagens.
Um livro mais que recomendado, um verdadeiro clássico. É daqueles livros cuja última página deixa um buraco enorme e parece que nada mais, em termos literários é claro, o pode encher. São raros os livros que me deixam assim. Os Miseráveis, O Conde de Monte Cristo e Os Leões de Al-Rassan (é verdade!) foram os últimos. É daqueles livros que fica connosco. É um daqueles livros para reler vezes sem conta.
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