30 de maio de 2014

A Cidade dos Deuses Selvagens (As Memórias da Águia e do Jaguar, #1)

Autor: Isabel Allende
Ficção | Género: romance
Editora: Difel | Ano: 2002 | Formato: livro | Nº de páginas: 284 | Língua: português

Como me veio parar às mãos: já está na estante há uns valentes anos.

Quando e porque peguei nele: entre 11 e 16 de maio. Achei que seria melhor ler algo de um autor latino-americano já que no SLNB nos debruçaríamos sobre eles.


Opinião: Sinceramente, às vezes não sei se são os livros que nos encontram no momento certo ou se bons livros puxam outras boas histórias, mas o certo é que neste mês de maio não tive razões de queixa e este foi mais um livro prazenteiro.

É verdade que entrei para este livro com receio. A autora é uma das preferidas dos adeptos, digamos, de autores latino-americanos, e por isso esfriei a expetativa avançando para um livro juvenil e não para aquela que é considerada a sua obra-prima, apesar de estar ali numa estante da sala, com as fantásticas Glenn Close e Meryl Streep na capa e tudo.

Talvez não tenha ficado completamente rendida mas garanto que enquanto lia eu andava pela Amazónia e maravilhei-me com aquele recôndito perdido num vulcão no meio da floresta. Achei a escrita fenomenal, com poucos ou nenhuns floreados mas exatamente o que era preciso para descrever e me transportar para uma cena, um local, para entender um personagem. Aquela beleza da escrita simples e direta mas que contém tudo o que é necessário. Confesso que tinha saudades de uma escrita assim, sem o saber.

A história é muito previsível, mal entram na floresta, aliás talvez ainda antes, já sabia que tipo de desenvolvimento algumas situações iam ter. As personagens também são um pouco unidimensionais mas não penso que isso afete a leitura já que servem uma função na história, e por isso os maus são maus, os bons são muito bons e há um "palhaço" que acaba por revelar ter cabeça. Também não sabia as saudades que tinha de personagens assim, se é que faz sentido quando o que eu costumo adorar é personagens complicadas. :/

Longe de ser brilhante, não deixou de ser exatamente o que queria e não sabia, para além de uma boa introdução a esta autora. Sinto-me mais confiante para conhecer A Casa dos Espíritos.

Veredito: Emprestado e pouco se perde com isso. Só ao chegar ao fim da opinião é que me dei conta de que talvez seja um pouco bipolar. Apesar de gostar de enredos que me surpreendam, escrita poética, personagens que dêem luta e que tenham camadas (como as cebolas)... o que mais apreciei neste livro foi mesmo a sua simplicidade, o que de facto me apanhou de surpresa porque era algo que não estava à espera. E era calmante, ao fim de alguns dias menos bons, voltar a algo que não era complicado. Faz sentido? De qualquer forma, se com Americanah senti um pouco do que tinha sentido com A Lua de Joana, este livro fez-me reviver quando lia Alice Vieira ou Os Cinco. Sinto que estou a fazer as pazes com os livros, depois de no ano passado quase os ter passado a detestar. :P

28 de maio de 2014

Inglourious Basterds

Realizador: Quentin Tarantino
Escritor: Quentin Tarantino
Atores: Brad Pitt, Mélanie Laurent, Christoph Waltz, e tantos outros...

Mais informação técnica no IMDb.

Opinião: Tarantino... demorei a descobrir-te mas OMD eu curvo-me a teus pés! Tu entendes-me! Tu dás-me sangue a rodos! Oh como eu quero ver tudo e mais alguma coisa que tenhas feito!

Ok, aquilo talvez tenha sido demais mas a sério, só me apetece bater-me a mim própria por nunca ter visto mais filmes deste realizador antes. Vi o "Kill Bill" um pouco aos bochechos, e não vamos falar do trauma do "Pulp Fiction", mas o "Django Libertado" foi dos melhores filmes que vi o ano passado e este "Inglourious Basterds" pode ser dos melhores filmes que vi este ano. Sim, tem violência e sangue, o que só por si faz com que o tenha em grande estima, mas é tão mais que isso!

Vê-se o amor que Tarantino tem ao cinema, com a sétima arte a ser um dos pontos centrais do enredo. Relembra que muitas vezes o cinema é usado como propaganda política, com filmes a enfatizarem momentos da história e passando a mensagem que governos (geralmente ditatoriais) pretendem transmitir ao seu público, mas que também pode ser uma arma contra o mesmo sistema, se bem que nem sempre como aqui é mostrado, trancando toda a gente numa sala para explodi-la. :P

Há também cuidado no delinear das personagens. Os heróis não são cavaleiros em armaduras galantes mas, tal como vilões, não vêem meios para chegar a um fim, pois o fim é o que verdadeiramente interessa e há que lutar fogo com fogo. Adorei o grupo dos Basterds, de onde se destaca o Brad Pitt e Til Schweiger. E é impressão minha ou andava ali um dos donos do "Rex, o Cão Polícia"? xD E o Fassy... *suspira* Mas quem brilha e ofusca os demais é, sem dúvida, Christoph Waltz com o seu Hans Landa. Era suposto eu torcer por esta personagem ou odiá-la? Porque eu não consegui odiá-la quando é tão carismática! Mesmo tendo plena consciência do que estava ali a fazer, pois com ele não se dá o caso (assustador) de não pensar porque se "está a cumprir ordens", ele tem perfeita noção do seu papel naquele regime, adorei-o! Talvez seja essa veracidade, a frontalidade, que me tenha conquistado, o que sinceramente me leva a ter medo do que isto possa dizer da minha pessoa. O_o

Também gostei de ver Daniel Brühl, que acho sempre fenomenal no que quer que entre (e só vi 3 filmes com ele), e fiquei agradavelmente surpreendida com Mélanie Laurent, que não conhecia de todo mas adorei a intensidade da sua Shosanna. Para dizer a verdade, adorei tudo e todos. Acho que toda a gente envolvida fez um trabalho excecional pelo que nem sequer me importei com o facto de não ser historicamente correto, até porque de outro modo não haveria aquele final. :D Sim, a História pode ser sacrificada em prol de um bom enredo, seja para entretenimento ou exploração dos vários "e se..." que a História possa suscitar.

Venha mais Tarantino!

Veredito: Vale o dinheiro gasto. É daquelas coisas, parece que chego tarde à festa mas fico rendida à mesma. Tive um início de relação com Tarantino algo meh, com o trauma do "Pulp Fiction" e um episódio do "CSI" que soube a pouco, mas nestes últimos 2 anos ele convenceu-me.

27 de maio de 2014

Só Ler Não Basta #16.2 - Autores Latino-Americanos


Pegando em ler minorias e uma maior variedade, temas que este ano têm ganho bastante destaque (eu bem digo que coincidências assustam), voltámo-nos neste mês para autores que escrevem numa língua bastante semelhante à nossa e que acabam por ser relegados para o fundo da estante, quando até nem o merecem. Por entre interjeições de "olha o Cristiano Ronaldo já está despido" (abençoado futebol que dá muita saúde a muito homem giro! não que o Cristiano Ronaldo seja um dos meus favoritos, o Real Madrid tem melhor que ele :P), falamos com a Sandra Gomes de autores favoritos, fossos geracionais (xD) e são dadas sugestões que prometem fazer rombo na carteira do livrólico anónimo que se vier a aventurar pela Feira do Livro que abre esta semana.


Podem também visitar o tópico de discussão no Goodreads e encontrar um índice da conversa no Youtube.

25 de maio de 2014

Americanah

Autores: Chimamanda Ngozi Adichie
Ficção | Género: romance
Editora: Dom Quixote | Ano: 2013 | Formato: livro | Nº de páginas: 720 | Língua: português

Como me veio parar às mãos: foi-me emprestado pela Ana na sua missão para a Chimamanda-evangelização.

Quando e porque peguei nele: entre 19 de abril e 4 de maio. Como disse, estou a tentar "despachar" os livros emprestados, mas também os recém-adquiridos. Este enquadra-se nos dois porque foi emprestado recentemente. :D


Opinião: O que dizer de um livro que nos surpreende? Sim, já tinha ouvido falar bem da autora de modo que tinha muita curiosidade em ler, mas acho que nada me preparou para isto. Estão a ver aquele sentimento de que falo vezes sem conta cada vez que menciono A Lua de Joana? Este livro foi o que mais perto esteve de me fazer reviver aquela tarde. É certo que não achei a história tão perto da minha, mas o sentimento de estar noutra pele, ver o mundo por outros olhos, perceber a sua visão e viver uma vida pela qual não passei. Está tudo aqui.

A história de Ifemelu pode não ser das mais tocantes, mas a sua visão do mundo é fantástica. A vida na Nigéria e o contraste com a América, como muda, ou melhor como cresce... As diferenças culturais que marcam e o racismo que quem não é vítima não o sente e por mais boas intenções que tenha não pode perceber o que verdadeiramente é. Não consigo descrever tudo o que este livro me fez sentir, ou até pensar. Este artigo fá-lo melhor que eu, mencionando também uma cena que me fez perceber o quão cega tenho sido quanto à beleza, o seu ideal e tendências da moda diz respeito. Sim, eu vou acompanhando o esforço de marcas que valorizam todas as formas e feitios, mas em termos de cor de pele e tipos de cabelo, o que tal implica em termos de maquilhagem e penteados, nunca tinha passado pela minha cabeça. Nunca dei conta e é embaraçoso pensar que poderia ter a mesma reação que o namorado dela.

Mas não é só de Ifemelu que o livro fala e apesar de ter achado a história de Obinze menos interessante, não deixou de mostrar o quanto o sonho de emigrar pode dar para o torto.
Alexa e os outros convidados, e talvez até Georgina, compreendiam a necessidade de fugir à guerra, ao tipo de pobreza que esmagava as almas humanas, mas não compreendiam a necessidade de escapar da letargia opressiva da falta de escolha. Não compreenderiam porque é que pessoas como ele, que haviam crescido bem alimentadas e com todas as necessidades satisfeitas, mas atoladas em insatisfação, condicionadas desde a nascença a olhar na direção de outro lugar e eternamente convencidas de que as vidas reais aconteciam nesse outro lugar, estavam agora resolvidas a fazer coisas perigosas, coisas ilegais, para poderem partir, sem que nenhuma delas estivesse a passar fome, a sofrer violações ou a fugir de aldeias incendiadas, mas meramente famintas de escolha e de certeza.

Merece pontuação máxima mas não fui capaz de dar mais que 4 estrelas no Goodreads porque, quando comparado com A Lua de Joana, faltou-lhe o ter-me feito achar que cresci no período em que o li. Espero que me tenha feito abrir mais os olhos para algo que nunca senti na pele mas pelo qual muitos passam todos os dias, mas não posso dizer que cresci. Mas é mais que aconselhado e esta é uma autora para continuar a seguir. É para isto que os livros servem, é por isto que eu leio e esta história li-a com muito gosto, tanto que as páginas voaram sem me dar conta.

É desde já um dos melhores livros do ano.

Veredito: Para ter na estante.

20 de maio de 2014

Porque música é poesia (32)

Ou como pela primeira vez descobri um artista através das recomendações do Youtube. Sim, o Youtube conhece tão bem os meus gostos... Um dia destes tinha nas recomendações este vídeo intitulado "Bromance" (xD) que levou-me a conhecer este canal e deixem-me que diga que o moço até tem jeito para a música, mas vai daí o meu gosto talvez seja duvidoso.



Chester See - Who Am I to Stand in Your Way

18 de maio de 2014

Projecto 365 - #186-192

Não foi uma boa semana para fotos... Aliás, não foi uma boa semana, ponto.

#186
#186
Um dos gatos cá da rua que parecia estar há espera de alguma coisa do meu prédio... O_o

#187
#187
Uma exposição muito temporária no meu local de trabalho.

#188
#188
Foi inspirada numa outra que lá esteve até o início deste ano. No entanto gostei mais das peças desta.

#189
#189
Gostei sobretudo desta.

#190
#190
Em uma semana o que foram capazes de fazer no pátio do local onde trabalho e para uma festa que só tem lugar no próximo fim de semana. 

#191
#191
Ontem estive a trabalhar mas ainda deu para ver um bocadinho da mostra de esgrima japonesa.

#192
#192
Hoje houve passeio pela Baixa, visita à exposição temporária no Museu Calouste Gulbenkian (e não dá para passar por lá sem tirar foto aos patos) e visionamento de jogo de futebol acompanhado de uma travessa de caracóis. Dia em beleza para fechar uma semana quase horribilis.

16 de maio de 2014

The Killing: Crónica de um Assassinato (2)

Criador: Søren Sveistrup
Atores: Sofie Gråbøl, Morten Suurballe, Nikolaj Lie Kaas

Mais informação técnica no IMDb.

Temporada: Terceira e diz que última, mas eu não quero que acabe! :'(

Opinião: Gosto tanto desta série! Foi por isso com alguma tristeza que depois do último episódio fui procurar se havia mais mas aparentemente é para a história ficar por aqui. Mas porquê? Como pode não haver mais?! Aquele final... *sniff* A sério, os finais de série e de temporadas andam a dar cabo de mim e do meu coraçãozinho, já para não falar em deixarem-me de boca aberta abismada porque "OMD eu não posso acreditar no que acabou de acontecer!" Será que já ninguém acredita em finais felizes? Pergunta quem se queixou do final de um filme há tempos... *assobia inocentemente* E está claro que não estou a incluir aqui o final de "HIMYM", que me quebrou o coração mas por outras razões. *suspira*

Depois de uma temporada um pouco menos bem conseguida mas ainda assim interessante (da qual falei um bocadinho aqui), esta voltou a surpreender-me, na medida do possível, com os seus twists e personagens. Adoro a Lund! A sua vida profissional voltou a meter-se na pessoal e é tão triste ver ela a fazer esforços de certa forma inglórios por acabar por ir tudo abaixo. Às vezes parece que nem sequer vale a pena ela tentar, as coisas estão condenadas a fracassar.

Como disse, na medida do possível a série acabou por surpreender porque pareceu, em termos narrativos, muito semelhante à primeira. Mais uma vez a política está de certa forma envolvida, o que sinceramente já se estava a tornar repetitivo sobretudo porque pareceu forçada, ainda que menos que na anterior, e um caso em época de eleições? Onde já vi isto? Ah pois... Na primeira temporada... onde o drama familiar também tinha lugar. Ok, aqui trata-se de um rapto enquanto que o primeiro era um homicídio, mas a exploração do drama, algumas atitudes das personagens são em tudo semelhantes. E depois temos também aquela coisa de não conhecermos realmente quem está perto de nós, quem nos acompanha no dia-a-dia e pode esconder os mais temíveis segredos.

Sim, em vários aspectos esta temporada foi em muito semelhante à primeira mas (e quem sabe até por causa disso) gostei tanto ou ainda mais que aquela, já que neste caso por a série ser mais pequena não engonharam tanto e tiraram pistas aparentemente da cartola tipo 15 dias depois. E depois temos o final, que me deixou de boca aberta e com o coração nas mãos. Apesar de desejar um completamente diferente, porque 'tadinha da Lund já merece que algo lhe corra bem, não posso deixar de achar o final perfeito, completamente de acordo com a personagem. Entendo o porquê de não continuarem a série, mas gostava tanto de continuar a seguir a Lund porque nada é mais trágico que querer mudar e deitar tudo a perder no momento seguinte, mas faz uma série tão boa. *modo sádica on*

Veredito: Vale o dinheiro gasto. Tenho de começar a voltar-me para policiais nórdicos porque se forem como a série, meu Deus há todo um mundo sem fim de livros por ler!

14 de maio de 2014

O Despertar da Meia-Noite e Ascensão à Meia-Noite (Raça da Noite, #3)

Autores: Lara Adrian
Ficção | Género: fantasia urbana
Editora: Quinta Essência | Ano: 2011 e 2012 (originalmente publicados em 2007 e 2008) | Formato: livro | Nº de páginas: 360+344 | Língua: português

Como me veio parar às mãos: foram-me emprestados.

Quando e porque peguei nele: entre 14 e 25 de abril e 5 e 11 de maio. O terceiro volume fazia parte da 2.ª mini-pilha e estou a tentar "despachar" os livros emprestados, para além de que me estava a apetecer algo levezinho com vampiros à mistura. :D

Sinopses do terceiro e quarto volumes

Opinião: Ainda bem que já não me sinto culpada por ter guilty pleasures ou de outro modo talvez não fosse capaz de apreciar livros deste tipo e estaria a perder todo um mundo de coisas boas! Adoro esta série e parece estar a ficar melhor a cada volume. Ok, talvez não seja tanto assim mas o certo é que a história e as personagens fazem-me virar as páginas continuamente até que dou comigo no final do livro sem perceber como.

Estes dois volumes pareceram-me focar-se mais nos dramas dos personagens que os anteriores, mas talvez tal impressão se deva ao facto de já conhecer melhor este mundo e as forças que se antagonizam no mesmo. Isto permitirá um maior desenvolvimento e exploração das personagens, sendo que os dramas também acabam por suscitar interesse mesmo que a coisa a certa altura pareça algo repetitiva, nomeadamente ao que na relação amorosa diz respeito. Quer dizer, no terceiro volume irritou um pouco que nunca mais parece que fossem sair da cepa torta... O mundo no meio disto acaba por não ter tanto destaque, acaba por ter um papel secundário e parece que apenas para ligar os vários volumes, mas ainda assim é bastante agradável de seguir, tendo existido nestes dois livros desenvolvimentos bem interessantes e que promete mais problemas para estes Guerreiros.

Por mim, cá estarei para os seguir porque leituras leves e com vampiros são perfeitos para ler depois de leituras que exigem de nós, ou para ler depois de dias (ou semanas) mais agitados e cansativos.

Veredito: Emprestado pouco se perdia com isso. Gosto mas ainda assim não sou capaz de dar dinheiro por eles porque, apesar de tudo, não conto reler. Mas é só por isso. E porque não há espaço cá em casa.

13 de maio de 2014

Velas Negras

Criadores: Robert Levine, Jonathan E. Steinberg
Atores: Toby Stephens, Hannah New, Luke Arnold

Mais informação técnica no IMDb.

Temporada: primeira mas quero a segunda já-já!

Opinião: Acho que foi a Telma, como não podia deixar de ser, que me falou desta série porque piratas! E a acompanhar mostrou-me o génerico que é tipo... FANTÁSTICO! Esta gente, diga-se de passagem, tem-se esmerado muito nos genéricos. True Detective, True Blood, Game of Thrones, Les Revenants... Coisas ma'lindas! Mas dizia eu... A Telma falou-me e quando disse que também estava relacionada com A Ilha do Tesouro do Robert Louis Stevenson, história de que gosto bastante, decidi-me a ver e quando soube que ia dar no AXN foi uma questão de segundos até gravar toda a série. Adiei o seu visionamento até ter uns dias para mim, porque o tempo não dá para tudo, e confesso que foi com alguma surpresa que me apercebi que só tinha 8 episódios. Isto porque são tão bons que agora estou aqui a querer mais!

As maiores críticas que vi, e não se pode dizer que tenha lido muitas (de facto nem opiniões li, foi mais um ou outro comentário), diziam que a série era lenta ou que para uma série de piratas era pouco interessante. Realmente, se vão à espera de pilhagens a torto e a direito, ação sem fim e piratas sem qualquer tipo de remorso, são capazes de ficar um pouco decepcionados. Quer dizer, tem tudo isto mas em doses pequenas e talvez muito espaçadas. Mas o que esta série tem de melhor é as personagens, ou melhor, o idealismo das personagens que querem fazer de Nassau, a ilha em que vivem, um estado legítimo fora do domínio de qualquer coroa europeia ou mesmo americana. Sonham com uma nação de piratas e é interessantíssimo ver todas as jogadas e que tipo de meio ou força usam para ver chegar esse fim.

Fiquei sobretudo fascinada pelo Capitão Flint, não só por estarmos a falar do Toby Stephens (e diga-se que a Maggie Smith passou-lhe bons genes), mas sobretudo por não olhar a meios nem a quem tem de atropelar para ver o seu sonho virar realidade. A princípio aparece como uma personagem distante, misteriosa e aos poucos vamos conhecendo a sua história de modo a que, quando algumas coisas chocantes acontecem (pelo menos chocantes para mim que fiquei completamente de boca aberta e não sou moça de ser apanhada assim) uma pessoa não sabe se há-de ficar contente ou triste. Tal como a sua tripulação ficamos na dúvida: devemos segui-lo ou condená-lo?

Menos conseguido parece-me a personagem do John Silver, não sei porquê mas não vou à bola com o moço e apesar do brilhantismo intelectual da sua personagem, na medida em que para salvar o pescoço arranja artimanhas bem esgalhadas, é difícil realmente torcer por ele. A sério, prefiro torcer pelo Capitão Flint apesar das suas ações (espero que alguém perceba a piada deste último bocado) do que por este rapaz que sempre que entrava em cena só queria que se voltasse a outra personagem qualquer. Fez-me lembrar o Jon Snow e o que sinto cada vez que a ação passa para a Muralha, por muito interessante que seja a cena rai's parta que é uma seca porque está lá o Jon Snow... :/

As personagens femininas também prometem. Adoro a Eleanor, como acredita no sonho de Flint e o toma também como seu e como consegue exercer o seu poder sobre aqueles bandidos, digamos assim, com carisma. Acaba por não ser à toa o fascínio que Vane tem por ela. Anne Bonny é misteriosa, ainda não percebi muito bem qual é a sua e Max parece ser uma versão feminina e muito melhor conseguida de John Silver. Vamos a ver vamos o que estas personagens ainda têm para nos dar.

Veredito: Vale o dinheiro gasto. Fiquei realmente fascinada com a série e não estava nada à espera. Os 8 episódios acabaram por saber a pouco e por isso está claro que recomendo.

12 de maio de 2014

Só Ler Não Basta #16.1 - Leituras de Maio


Apesar de alguns problemas de ordem técnica e azelhice da minha parte, voltamos a trazer os artigos que nos chamaram a atenção e falamos um pouco sobre que livros que lemos recentemente ou estamos a ler. Como não podia deixar de ser lançamos também o tema que será discutido no final do mês. Desta vez vamos falar de autores latino-americanos, para fugir um pouco ao mercado anglo-saxónico. #weneeddiversebooks


Artigos interessantes:
Leituras:
Carla: Ascensão à Meia-Noite (Raça da Noite #4) de Lara Adrian
Diana: Medieval Death: Ritual and Representation de Paul Binski

Outros livros mencionados:
Americanah de Chimamanda Ngozi Adichie
A Cor do Hibisco de Chimamanda Ngozi Adichie
A Casa das Sete Mulheres de Leticia Wierzchowski
A Cidade dos Deuses Selvagens de Isabel Allende

Podem dar a vossa opinião sobre o tema no nosso grupo do Goodreads. Podem encontrar um índice da conversação no Youtube, seguir-nos no Google+.

11 de maio de 2014

Projecto 365 - #172-185

Pois que os últimos 15 dias foram... diferentes dos dias a que estou habituada, ainda que tenham sido muito semelhantes entre si. Estive uns dias em casa, a tentar fazer as "limpezas de primavera" sem grande sucesso porque alergia aconteceu. Há já algum tempo que não tinha uma crise destas e era nariz a pingar, dificuldade em respirar e pele feita num oito, e tudo, parece-me com origens diferentes. *suspira* Depois foi uma semana de trabalho monótona mas adivinha-se o caos no horizonte porque "se a seguir à tempestade vem a bonança" também o inverso deve acontecer. E meados de maio são sempre caóticos no mundo em que trabalho. No ano passado consegui esquivar-me mas este ano não tenho tanta certeza. Mas passemos às imagens que tentam ilustrar os 15 dias e não tanto o dia-a-dia porque desleixei-me mais do que costume. :P

9 de maio de 2014

Book Confessions (20)

De outro modo como é que passo o tempo em salas de espera ou em viagem enquanto não chego ao destino? Podia ser obrigada a falar com pessoas! *diz a pessoa introvertida que gosta de andar no seu mundo*

8 de maio de 2014

Booking Through Thursday: Enredo ou personagens?

A pergunta desta semana é...
Which is more important when you read — the actual story or the characters? I've read books with great plots, but two-dimensional characters, and I've read multi-layered characters stuck in clunky stories, and I'm sure you have, too. So which would you rather focus on, if you couldn't have both?
Acho que já respondi a isto no último SLNB mas pronto, vou ter que responder personagens. :)

Para mim a viagem que fazem acaba por ser o que importa. Podem não ser as personagens principais, como o Harry Potter, a suscitar o meu maior interesse num livro, mas haja uma personagem a quem me consiga ligar e é difícil colocar o livro de lado.

5 de maio de 2014

The Centurion's Wife (Acts of Faith, #1)

Autores: Davis Bunn e Janette Oke
Ficção | Género: romance histórico
Editora: Bethany House | Ano: 2009 | Formato: e-book | Nº de páginas: - | Língua: inglês

Como me veio parar às mãos: um dos e-books da Amazon a preço 0. Era a loucura em 2012, comprava tudo o que tinha uma capa bonita.

Quando e porque peguei nele: Tal como o livro da Julia Quinn, comecei-o no ano passado e terminei este ano, quase na data em que fazia um ano em que lhe tinha pegado pela primeira vez.


Opinião: Coisas que aparentemente não são para mim? Ficção cristã. Eu sei, porque raio alguma vez pensei que fosse? Mas olhem para as capas! São tão lindas!  E além disso debruçam-se sobre valores que nem sempre estão presentes em histórias. Achei que seria bom para variar mas acaba por faltar algo à leitura. Entusiasmo talvez. Às vezes a coisa acaba por ser tão casta que parece uma seca. :/ Preciso de um pouco de pecado nos meus livros. :D

No entanto, achei interessante que a história se passasse depois da crucificação de Jesus Cristo até ao Pentecostes. É uma pena o ritmo lento ao início, e que me afastou da leitura no seu primeiro momento, para acelerar de tal maneira no final até que fiquei "mas o que é que aconteceu?" Até porque a mudança que se dá nas personagens também acaba por ser repentina. Quer dizer, não se conhecem até chegarmos a meio do livro, ela até vai contrariada para o casamento arranjado e depois de trocar duas ou três palavras com ele "ah e tal posso vir a amar se é que não amo já este homem!" A busca pela fé, ou a conversão no caso dele, também me pareceu forçada mas, felizmente, o livro não é demasiado preachy.

Outra coisa que me irritou foi a constante oferta de chá. Chá e infusões de ervas são coisas completamente diferentes e duvido que houvesse chá naquela época no Médio Oriente. Vinho se calhar soa mal mas é o que penso (não tenho a certeza porque não sei muito sobre os hábitos alimentares daquela região naquela época) seria oferecido e bebido em qualquer tipo de ocasião, e não só pelos romanos.

Veredito: Se fosse emprestado pouco se perdia com isso. Tenho que deixar de adquirir coisas só por causa de capas bonitas com mulheres a olhar para o infinito.

3 de maio de 2014

A Night Like This (Smythe-Smith Quartet, #2)

Autor: Julia Quinn
Ficção | Género: romance histórico
Editora: Avon | Ano: 2012 | Formato: e-book | Nº de páginas: - | Língua: inglês

Como me veio parar às mãos: comprei o e-book assim que saiu.

Quando e porque peguei nele: Ora bem, peguei nele ainda o ano passado mas a coisa não estava a agradar-me por aí além, pelo que deixei-o a meio. Voltei-lhe a pegar porque decidi que tinha de começar a acabar alguns dos livros pendurados.


Opinião: Penso que há algo de errado quando a personagem que mais gosto num livro destes é uma miúda com pancada por unicórnios. Primeiro porque é mesmo uma miúda, logo não tem par romântico, e segundo, a pancada por unicórnios... Eu não sou pessoa de unicórnios. Mas foi exatamente o que aconteceu aqui, a personagem que mais gostei foi a pequena Frances Pleinsworth. :/

Havia lido o excerto há algum tempo e tinha gostado do que li, mas o certo é que se gostei de como os personagens se conheceram, já quando estavam juntas as situações eram algo aborrecidas, a não ser que as pequenas Pleinsworth estivessem por perto a dar alguma vida e piada às situações. Se há coisa que a Julia faz bem são as famílias e mais uma vez aqui se nota isso, pois apesar da Frances ter um lugarzinho especial, a Harriet com as suas terríveis peças e o seu engano quanto às esposas do Henrique VIII também merece destaque.
    Harriet shrugged, then said, “I’m going to begin in act two. Act one is a complete disaster. I’ve had to rip it completely apart.”
    “Because of the unicorn?”
    “No,” Harriet said with a grimace. “I got the order of the wives wrong. It’s divorced, beheaded, died, divorced, beheaded, widowed.”
    “How cheerful.”
    Harriet gave her a bit of a look, then said, “I switched one of the divorces with a beheading.”
    “May I give you a bit of advice?” Anne asked.
    Harriet looked up.
    “Don’t ever let anyone hear you say that out of context.”
Opá, ria-me que nem uma perdida nestas ocasiões. xD

Os dramas das personagens principais, sobretudo de Anne, são algo interessantes de seguir mas o mistério (por assim dizer) é muito pouco misterioso. No entanto, fiquei com curiosidade em conhecer mais sobre Hugh, um dos amigos do protagonista e que me parece ser o herói do terceiro livro deste quarteto.

Veredito: Se fosse emprestado pouco se perdia com isso. Eu sei que o mal é meu, não ando virada para romances do género, não sei porque ando a insistir. Ou então começo a perceber que este tipo de plot não é propriamente o meu preferido. Friends to lovers ou enemies to lovers parecem ser mais do meu agrado por terem uma dinâmica diferente que rapaz apaixona-se pela governanta. :/

2 de maio de 2014

Nove Semanas e Meia

Diretor: Adrian Lyne
Adaptação de Nove Semanas e Meia de Elizabeth McNeill por Sarah Kernochan, Zalman King, Patricia Louisianna Knop
Atores: Mickey Rourke, Kim Basinger

Mais informação técnica no IMDb.

Opinião: Lembro-me de ver, no final dos anos 80 e 90, os anúncios ao filme porque ia dar na televisão, penso que geralmente seria às quartas-feiras à noite que era quando dava o "Lotação Esgotada", salvo erro. Lembro-me de que como tinha bolinha vermelha e naquela época não havia mais que dois canais (bolas, estou a ficar velha) os meus pais diziam que estava na hora de ir para a cama. Entretanto esqueci-me do filme até a Slayra ter lido o livro e a curiosidade ter voltado. Sim, mesmo pequena tinha curiosidade em ver, não me recordo bem porquê mas penso que teria que ver com a promoção do filme. Já não sei se falavam sobre "história de amor intensa" ou algo na mesma linha. Não sei que tipo de imagem passará da minha pessoa, mas enfim...

Uma coisa que posso dizer é que não, isto não é uma história de amor. Quanto muito é uma história sobre duas pessoas que se relacionam, sendo que uma não sabe muito bem em que tipo de relação está. É uma história sobre duas pessoas que se ligam a nível sexual mas que pretendem coisas bem diferentes. Elizabeth, depois de um casamento falhado parece querer redescobrir a felicidade com John, um estranho que a seduz e que, de certa forma, parece levá-la a (re)descobrir a sua sensualidade.

Realmente é difícil não "cair" por John, interpretado por um Mickey Rourke bem giro à época, com algum carisma e qualquer coisa de misterioso a envolvê-lo. Os jogos também são interessantes, ainda que pareçam forçados ou que Elizabeth parece ser forçada a realizá-los, mas a bandeira vermelha surge quando ele diz que não quer conhecer ninguém da sua vida e quere-a só para ele à noite. Aí se percebe que algo naquela relação não está bem ou então sou só eu, mas penso que dá para ver que procuram coisas diferentes. Elizabeth encontra-se numa relação dominador/submisso sem no entanto perceber porque ele "sabe o que é melhor para ela ou sabe melhor que ela o que ela deseja". Não tenho nada contra quem se encontra de livre vontade nestas relações, mas foi algo frustrante ver que ela parecia achar-se numa relação de iguais quando não estava. E mesmo ele a tratar dela, oferecer presentes caros e tal foi, para mim, perturbador, quase como se tentasse comprar o seu afeto em vez de investir-se a si próprio na relação dando-se a conhecer, como tenta fazer no final por forma a mantê-la consigo.

Apesar de não o ter apreciado por aí além, sobretudo por causa das personagens, conforme o filme se vai desenrolando, deixarem de ser apelativas, não deixa de ser um filme interessante e que em certa medida questiona o que achamos ou queremos/esperamos de uma relação. Confesso que, sendo apregoado como filme erótico, não esperava que acabasse por levantar este tipo de questões.

Veredito: Com tanta coisa para ver e tinha de ver isto. A sério, personagens frustrantes, mais que a história e as questões que levanta, arruínam coisas. :P

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