13 de maio de 2014

Velas Negras

Criadores: Robert Levine, Jonathan E. Steinberg
Atores: Toby Stephens, Hannah New, Luke Arnold

Mais informação técnica no IMDb.

Temporada: primeira mas quero a segunda já-já!

Opinião: Acho que foi a Telma, como não podia deixar de ser, que me falou desta série porque piratas! E a acompanhar mostrou-me o génerico que é tipo... FANTÁSTICO! Esta gente, diga-se de passagem, tem-se esmerado muito nos genéricos. True Detective, True Blood, Game of Thrones, Les Revenants... Coisas ma'lindas! Mas dizia eu... A Telma falou-me e quando disse que também estava relacionada com A Ilha do Tesouro do Robert Louis Stevenson, história de que gosto bastante, decidi-me a ver e quando soube que ia dar no AXN foi uma questão de segundos até gravar toda a série. Adiei o seu visionamento até ter uns dias para mim, porque o tempo não dá para tudo, e confesso que foi com alguma surpresa que me apercebi que só tinha 8 episódios. Isto porque são tão bons que agora estou aqui a querer mais!

As maiores críticas que vi, e não se pode dizer que tenha lido muitas (de facto nem opiniões li, foi mais um ou outro comentário), diziam que a série era lenta ou que para uma série de piratas era pouco interessante. Realmente, se vão à espera de pilhagens a torto e a direito, ação sem fim e piratas sem qualquer tipo de remorso, são capazes de ficar um pouco decepcionados. Quer dizer, tem tudo isto mas em doses pequenas e talvez muito espaçadas. Mas o que esta série tem de melhor é as personagens, ou melhor, o idealismo das personagens que querem fazer de Nassau, a ilha em que vivem, um estado legítimo fora do domínio de qualquer coroa europeia ou mesmo americana. Sonham com uma nação de piratas e é interessantíssimo ver todas as jogadas e que tipo de meio ou força usam para ver chegar esse fim.

Fiquei sobretudo fascinada pelo Capitão Flint, não só por estarmos a falar do Toby Stephens (e diga-se que a Maggie Smith passou-lhe bons genes), mas sobretudo por não olhar a meios nem a quem tem de atropelar para ver o seu sonho virar realidade. A princípio aparece como uma personagem distante, misteriosa e aos poucos vamos conhecendo a sua história de modo a que, quando algumas coisas chocantes acontecem (pelo menos chocantes para mim que fiquei completamente de boca aberta e não sou moça de ser apanhada assim) uma pessoa não sabe se há-de ficar contente ou triste. Tal como a sua tripulação ficamos na dúvida: devemos segui-lo ou condená-lo?

Menos conseguido parece-me a personagem do John Silver, não sei porquê mas não vou à bola com o moço e apesar do brilhantismo intelectual da sua personagem, na medida em que para salvar o pescoço arranja artimanhas bem esgalhadas, é difícil realmente torcer por ele. A sério, prefiro torcer pelo Capitão Flint apesar das suas ações (espero que alguém perceba a piada deste último bocado) do que por este rapaz que sempre que entrava em cena só queria que se voltasse a outra personagem qualquer. Fez-me lembrar o Jon Snow e o que sinto cada vez que a ação passa para a Muralha, por muito interessante que seja a cena rai's parta que é uma seca porque está lá o Jon Snow... :/

As personagens femininas também prometem. Adoro a Eleanor, como acredita no sonho de Flint e o toma também como seu e como consegue exercer o seu poder sobre aqueles bandidos, digamos assim, com carisma. Acaba por não ser à toa o fascínio que Vane tem por ela. Anne Bonny é misteriosa, ainda não percebi muito bem qual é a sua e Max parece ser uma versão feminina e muito melhor conseguida de John Silver. Vamos a ver vamos o que estas personagens ainda têm para nos dar.

Veredito: Vale o dinheiro gasto. Fiquei realmente fascinada com a série e não estava nada à espera. Os 8 episódios acabaram por saber a pouco e por isso está claro que recomendo.

Sem comentários:

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