23 de junho de 2014

Cosmos: a spacetime odyssey

Diretores: Brannon Braga, Bill Pope, Ann Druyan
Narrador: Neil deGrasse Tyson

Mais informação técnica no IMDb.

Temporada: penso que não se aplicará, mas pronto espero que seja a primeira de muitas. :)

Opinião: Desde pequena que os astros me fascinam. Lembro-me de ler tudo quanto conseguia colocar a mão em cima. Enquanto sonhava ser arqueóloga, queria também ser astrónoma e lembro-me de que apesar de pouco ou nada me lembrar do Cosmos antigo, do qual tenho os VHS e fascículos de uma coleção, achava fascinante como Carl Sagan conseguia explicar as coisas de modo a que uma miúda como eu compreendesse. Mas vai daí, acho que é mais fácil entender e, sobretudo, imaginar as coisas quando se é mais novo, pois tudo parece possível. Com o passar dos anos o entusiasmo manteve-se apesar de ter percebido que o meu caminho não passava pelas ciências naturais ou exatas mas pelas sociais. No entanto, poder ter uma outra vez a perspetiva do cosmos, deixou-me em pulgas ainda que receosa. Carl Sagan é insubstituível e apesar do meu irmão adorar e só dizer boas coisas do Neil deGrasse Tyson, estaria à altura. O Carl Sagan era, e continua a ser, para mim o expoente de que só quem sabe muito sobre um tema complexo o consegue explicar de forma simples, conseguiria Neil deGrasse Tyson fazer o mesmo?

Sim. É verdade que senti alguma dificuldade com as fórmulas matemáticas e leis físicas (mas lá está, foi também por aí que percebi que estas ciências não eram para mim, por isso é um mal que vem de trás) mas a forma como explicava estava bem amanhada e gostei que fossem feitas "viagens ao passado" dando a conhecer personagens importantes no desenvolvimento científico ao longo dos séculos. Surpreendeu-me algumas teorias, nomeadamente a do nosso universo poder estar num buraco negro, de o Big Bang ter sido a explosão de uma estrela e a ideia de um buraco negro ter todo um universo contido em si, com outros buracos negros que podem ter outros universos. Não deixa de me fascinar o quão pequenos somos e o quão insignificantes em todo o universo e no entanto fazemos tão grande estardalhaço por coisas como inveja. E só um aparte, tenho que deixar isto aqui porque achei fenomenal. xD

Mas voltando à série, achei que tinha um forte pendor ecologista, não que esteja a criticar, penso que é realmente necessário mostrar que há outras alternativas aos combustíveis fósseis de que estamos tão dependentes e que podem levar a consequências devastadoras, alterações atmosféricas que se deram no passado e com as quais devíamos aprender (mas se há coisa que estudar ciências sociais me mostrou é que a história é cíclica e cometem-se os mesmos erros que têm as mesmas consequências, porque mesmo catástrofes naturais não podendo ser evitadas, podem ser minimizadas com alguma preparação ou cuidado). É verdade então que urge a mudança para energias mais limpas e gratuitas, até porque o sol é de todos, sempre foi fonte de energia e só se esgotará daqui a muito, muito tempo. Para além disto, também achei que bateu muitas vezes na teoria evolucionista. Mais uma vez não tenho nada contra, mas achei-o demasiado preachy. Percebo que nestas duas situações o problema é meu, não sou propriamente o alvo, não preciso que me "vendam" ou "martelem" tais ideias vezes sem conta, mas não deixou de aborrecer um pouco. :/

O saldo é sem dúvida positivo, de tal forma que já lhe sinto a falta. Costumava ver aos domingos no National Geographic e de repente parece que fiquei sem ter como passar o serão de domingo. Acho que tenho de arranjar uma varanda para poder sentar-me lá fora a olhar para as estrelas, na companhia de um bom livro. Talvez até do Sagan...

Veredito: Para ter na estante.

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