29 de novembro de 2010

Natal

Já se vêem as decorações e iluminações natalícias por aí o que me leva a questionar, o que lêem durante estas festividades?

Nos últimos anos tem sido um pouco difícil motivar-me ou deixar-me entusiasmar pelo período natalício. Por vários motivos, que não são para aqui chamados, parece que o Natal perdeu a magia que tinha para minha pessoa e queria ver se voltava a ganhar algum do entusiasmo lendo livros que tenham como fundo esta época, como o caso o conto de Dickens que tenho e sou capaz de o reler. Sugestões?

27 de novembro de 2010

A Demanda do Visionário (A Saga do Assassino, Livro 5)

Autor: Robin Hobb
Género: fantasia
Editora: Saída de Emergência | Nº de páginas: 480
Nota: 3,5/5

Resumo (do livro): O verdadeiro rei dos Seis Ducados desapareceu numa missão misteriosa em busca dos Antigos para salvar o reino da ameaça dos Navios Vermelhos. O seu irmão usurpador está determinado a impor uma tirania cruel e não abrirá mão do poder, a não ser com a própria morte.

Fitz sabe que a única forma de por fim ao reinado do príncipe usurpador é iniciar uma demanda em direção ao reino das Montanhas onde irá descobrir a verdade sobre as profecias do Bobo. Mas a sua missão enfrenta um novo perigo com a magia do Talento a precipitar a sua alma para a beira do abismo. Conseguirá resistir à magia e ainda enfrentar os obstáculos que surgem à sua demanda?


Opinião: E não é que o final é quase tal e qual o que tinha previsto? A sério, esperava bem mais desta série depois de ler muitas críticas positivas e de ter gente a aconselhar-me a ler. Se calhar as expectativas eram muitas mas infelizmente nem a história nem a escrita da autora me surpreenderam por aí além.

Mas passando a este volume... Sendo a segunda parte do terceiro volume original, a história começa precisamente no ponto em que foi deixada. Fitz é acompanhado por 4 amigos e o seu “irmão” lobo e consegue finalmente chegar a Veracidade que havia partido numa demanda em busca dos Antigos. Esta parte surpreendeu um pouco mas achei desesperante que durante a viagem Panela recitasse profecias e ninguém se lembrasse delas um par de páginas depois! Não estou a brincar quando digo que aqui nem revirar olhos, apetecia-me era mesmo mandar o livro à parede. Chegou-me mesmo a parecer que se tivessem dois caminhos à sua frente, um pavimentado de flores e com um sinal a dizer “caminho seguro”, outro tenebroso e com um sinal a dizer “Morte por aqui, a sério por aqui vão direitos a uma morte certa”, iriam sempre optar pela segunda. Fiquei com a sensação de que muitas situações podiam ter sido resolvidas muito antes e seria escusado tanta página a engonhar para ir parar a lado nenhum, já que nem crescimento das personagens há a destacar. Ao longo da série quase nunca senti empatia pelo personagem principal, o seu final parece-me justo no meio de tudo (e a sério, alguém esperava que ele terminasse feliz e com uma família?), e as que senti que tinham alguma potencialidade, como Kettricken ou o Bobo, também foram perdendo pontos ao longo dos livros. E mais uma vez, o relato na primeira pessoa, por Fitz, não ajudou a manter o suspense nas situações que deviam ser de vida ou morte. No entanto, a grande decepção foi mesmo o que estava por detrás do Forjamento. Ao ler o final, rapidamente resolvido, senti-me como se a montanha tivesse parido um rato.

Esperava mesmo algo mais desta obra e pelo que sei vão publicar outra trilogia da autora, que continua a história de FitzCavalaria. Não posso dizer que tenha grande curiosidade. Não digo que não tenha méritos, afinal de contas gostei de algumas premissas, do Talento e da Manha, do Forjamento e dos Navios Vermelhos, mas acho que a autora podia ter feito um trabalho muito mais interessante.

6 de novembro de 2010

A Vingança do Assassino (A Saga do Assassino, Livro 4)

Autor: Robin Hobb
Género: fantasia
Editora: Saída de Emergência | Nº de páginas: 441
Nota: 3/5

Resumo (do livro): FitzCavalaria renasce dos mortos graças à magia desprezada da Manha, mas a sua fuga das garras da morte deixou-o mais selvagem do que humano. Os seus velhos amigos têm que ensiná-lo a ser um homem de novo, e depois deixá-lo escolher o seu próprio destino.

Incapaz de esquecer a tortura a que foi submetido às mãos do príncipe usurpador, Fitz planeia vingança enquanto recupera a sua alma e sanidade. Até ao momento em que o seu verdadeiro rei o chama para o servir numa missão misteriosa com consequências inimagináveis.

Numa terra arruinada pela ganância e crueldade onde Fitz se tornou uma lenda temida, ele fará tudo para restaurar a verdadeira regência nos Seis Ducados. Mas primeiro terá que escapar dos seus inimigos que lhe movem uma perseguição sem quartel…


Opinião: Parece-me que estes livros são maiores do que deviam ser. Este quarto livro em português corresponde a metade do terceiro volume original e nada de grande relevância parece ter lugar. Como sempre acompanhamos Fitz, aqui a tentar encontrar novamente o seu lado humano, depois dos acontecimentos finais do livro anterior, e a iniciar uma viagem de modo a obter vingança. Devido ao título pensei que teria sucesso, fui ingénua. Fitz tenta vingar-se mas sem o conseguir, descobrindo no entanto que Vontade (um dos Talentosos do rei usurpador) tem bastante talento no uso do Talento, digamos assim. Mas é nesta tentativa de vingança que o verdadeiro rei o marca para ir ter com ele, pelo que Fitz empreende então uma difícil viagem, sendo procurado pelo usurpador e suas tropas e Talentosos, mas encontrando também quem o esteja disposto a ajudar.

E o livro é basicamente isto. Temos Fitz a sair de encrencas e ficar em situações piores que a anterior. Vemo-lo a separar-se do seu “irmão” para ser reunido outra vez. E tudo isto se passa num ambiente previsível em que nada de novo parece ter lugar. Os momentos mais interessantes são aqueles em que vemos Fitz a usar o seu Talento, dando a conhecer os vários ataques que os Navios Vermelhos vão fazendo às cidades costeiras dos Seis Ducados, mas mais nada aprendemos sobre quem está por detrás e o porquê. Começo mesmo a duvidar que as perguntas que os Navios Vermelhos suscitam sejam respondidos no último volume. Quer-me parecer que o final desta série será algo do género “e Fitz encontrou Veracidade, que encontrou os Antigos (dragões???) e vieram para a costa onde os Navios Vermelhos ficaram com medo e partiram para deixarem de incomodar o reino dos Seis Ducados, havendo paz!” A sério, quando penso num final para esta série algo como isto vem-me à cabeça. :/

Se calhar parti com expectativas muito elevadas, mas esta série não está a corresponder à ideia que tinha. Para começar, e mais uma vez foco isto, o ritmo é lento e pouca acção é digna de interesse. A autora repete-se constantemente (acho que nas primeiras 150 páginas repetiu por 3 ou 4 vezes como é que Fitz escapou no final do livro anterior) e não me consegue fazer com que eu sinta empatia para com o personagem principal, cuja inteligência deixa a desejar. Vejo-me a sentir saudades dos personagens que desapareceram sem deixar rasto, casos de Veracidade, Kettricken e Bobo, mas porque parecem-me as únicas dignas de nota e que davam um outro brilho à história.

3 de novembro de 2010

A Corte dos Traidores (A Saga do Assassino, Livro 3)

Autor: Robin Hobb
Género: fantasia
Editora: Saída de Emergência | Nº de páginas: 368
Nota: 4/5

Resumo (do livro): Os Seis Ducados estão mais vulneráveis do que nunca. Enquanto o príncipe herdeiro combate os Navios Vermelhos com a sua frota e a força do seu Talento, o rei Sagaz enfraquece a cada dia com uma misteriosa doença e bandos de Forjados dirigem-se para Torre do Cervo matando todos pelo caminho.

Mais uma vez, Fitz é chamado para servir como assassino real. Mas o jovem esconde outro segredo: ninguém pode saber que formou um vínculo com um jovem lobo através da magia proibida da Manha e, se for descoberto, arrisca-se a uma sentença de morte.

Quando o príncipe herdeiro embarca numa perigosa missão para pôr fim à ameaça dos Navios Vermelhos, a corte é entregue nas mãos do príncipe Majestoso que tem os seus próprios planos maquiavélicos para o reino. Cabe ao jovem bastardo proteger o verdadeiro rei numa corte prestes a revelar a face dos traidores num clímax memorável.


Opinião: E finalmente a série toma balanço! Estava a custar mas lá me agarrou, sobretudo nos capítulos finais. Como disse no primeiro volume, sendo esta série contada na primeira pessoa e anos depois destes acontecimentos, parte do suspense (sobretudo nos casos de vida ou morte) perde-se mas felizmente, neste livro, a autora opta por outra situação que realmente não consegui antever até ser apresentada.

A história, apesar de engonhar aqui e ali parecendo que não saímos da cepa torta, ganha um novo fôlego com os acontecimentos em Torre do Corvo e a sua intriga política, o que leva, com grande pena minha, a que a situação com os Salteadores Vermelhos (o que mais me estava a atrair nos volumes anteriores) seja relegada para um segundo e muito escondido plano. No entanto, outros temas ganham destaque, nomeadamente o Talento e a Manha que me têm surpreendido, sobretudo o segundo. A intriga, apesar de não ser a parte que mais me atrai, neste volume conseguiu-me manter presa ao livro, deixando-nos perto de uma guerra civil e que leva a questionar o que poderá acontecer daqui para a frente, no volume seguinte. Temos um novo rei, um rei expectante numa demanda quimérica e uma rainha expectante grávida e em paradeiro desconhecido.

No que toca às personagens, as secundárias continuam a ser as mais interessantes, enquanto a personagem principal continua a ser tão tapada que mete dó. Parece que nem fazendo desenhos ele percebe o que lhe dizem, mas pronto, é jovem apesar disso não explicar tudo. De assassino vemos pouco, mas não deixa de ser uma boa personagem para se seguir, levando-nos ao centro da acção, aos meandros da política e dando a conhecer a magia nas suas duas vertentes.

Só uma nota para a edição. Façam uma revisão cuidada por favor. Apesar de não serem graves, erros todos fazemos, num livro destes consegue distrair. Para começar, entre o primeiro e os livros seguintes mudam nomes (um cão de Leon passa a Leão e uma semente de carris passa para caris) e depois temos “caros” em vez de “caris” (pág. 288) e “continua” em vez de “continha” (pág. 319), mas há muitos mais.

1 de novembro de 2010

O Punhal do Soberano (A Saga do Assassino, Livro 2)

Autor: Robin Hobb
Género: fantasia
Editora: Saída de Emergência | Nº de páginas: 384
Nota: 3/5

Resumo (do livro): Fitz mal escapou com vida à sua primeira missão como assassino ao serviço do rei. Regressa a Torre do Cervo, enquanto recupera do veneno que o deixou às portas da morte, mas a convalescença é lenta e o rapaz afunda-se na amargura e dor. O seu único refúgio será a Manha, a antiga magia de comunhão com os animais, que deve manter em segredo a todo o custo.

Enquanto recupera, o reino dos Seis Ducados atravessa tempos difíceis com os ataques sanguinários dos Navios Vermelhos. A guerra é inevitável e preparam-se frotas de combate para enfrentar o inimigo, mas o rei Sagaz não viverá por muito mais tempo.

Sem os talentos de Fitz, o reino poderá não sobreviver. Estará o assassino real à altura das profecias do Bobo que indicam que o rapaz irá mudar o mundo?


Opinião: Este livro pega sensivelmente onde o anterior acaba e continuamos a seguir o crescimento de Fitz. Este livro foca-se sobretudo no Inverno, período em que a costa deixa de ser tão assediada pelos Navios Vermelhos mas Torre do Cervo vê-se na mira dos Forjados, que convergem para o local, e a intriga política adensa-se.

Ainda não foi desta que esta saga me conquistou totalmente apesar de os livros se lerem muito bem. É daqueles que quando os temos abertos não conseguimos parar, mas quando os pomos de lado é um pouco difícil voltar a pegar, tal como já tinha acontecido com O Nome do Vento. O que vale é que não tem dado nada que me chame a atenção na televisão e lá pego nestes livros. No entanto, enquanto O Nome do Vento tem uma escrita algo musical (não o consigo descrever de outro modo), estes nem por isso e tem coisas que me irritam um pouco. Para começar Fitz. Tudo bem que é um adolescente que começa a ter hormonas aos pulos, não tenho problemas com isso, mas é tão tapado que chega a apetecer-me abaná-lo, dar-lhe um par de estalos e fazer um desenho para ver se entende o que o Bobo lhe diz ou o que se passa à sua volta. Não é assim tão difícil!!! Diz-lhe para procurar os Antigos (serão dragões com asas, escamas e bocas de fogo?) e para procurar quem antes tinha o Talento (e com quem provavelmente podia aprender alguma coisa, para além de ajudar o rei expectante).

Outra coisa que também me irrita é o que a autora faz com Kettricken. Aparentemente temos uma mulher com tomates, que consegue liderar quando o seu marido não o faz, e em vez de lhe ser dado um papel mais predominante na política, fica antes a tratar da casa? E o marido só percebe o que realmente tem à sua frente quando a vê pelos olhos de outro? *head desk* Personagens e situações podiam ser melhor aproveitadas mas acabamos por andar de um lado para o outro, a engonhar, quando a história podia avançar um pouco mais depressa.

O que vale é que algumas perguntas começam a ter resposta, ainda que o volume acabe um pouco de forma abrupta, já que é quando começa a ganhar interesse que acaba. Mas o seguinte promete, ou não fosse o final deste livro, já que o 2º e 3º volumes em português correspondem a um só volume em inglês. Assim se explica, em parte, o modo ritmo mais lento mas que a meu ver com pouco ou nada contribui já que não avançamos tanto como isso na história. :/

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