2 de maio de 2014

Nove Semanas e Meia

Diretor: Adrian Lyne
Adaptação de Nove Semanas e Meia de Elizabeth McNeill por Sarah Kernochan, Zalman King, Patricia Louisianna Knop
Atores: Mickey Rourke, Kim Basinger

Mais informação técnica no IMDb.

Opinião: Lembro-me de ver, no final dos anos 80 e 90, os anúncios ao filme porque ia dar na televisão, penso que geralmente seria às quartas-feiras à noite que era quando dava o "Lotação Esgotada", salvo erro. Lembro-me de que como tinha bolinha vermelha e naquela época não havia mais que dois canais (bolas, estou a ficar velha) os meus pais diziam que estava na hora de ir para a cama. Entretanto esqueci-me do filme até a Slayra ter lido o livro e a curiosidade ter voltado. Sim, mesmo pequena tinha curiosidade em ver, não me recordo bem porquê mas penso que teria que ver com a promoção do filme. Já não sei se falavam sobre "história de amor intensa" ou algo na mesma linha. Não sei que tipo de imagem passará da minha pessoa, mas enfim...

Uma coisa que posso dizer é que não, isto não é uma história de amor. Quanto muito é uma história sobre duas pessoas que se relacionam, sendo que uma não sabe muito bem em que tipo de relação está. É uma história sobre duas pessoas que se ligam a nível sexual mas que pretendem coisas bem diferentes. Elizabeth, depois de um casamento falhado parece querer redescobrir a felicidade com John, um estranho que a seduz e que, de certa forma, parece levá-la a (re)descobrir a sua sensualidade.

Realmente é difícil não "cair" por John, interpretado por um Mickey Rourke bem giro à época, com algum carisma e qualquer coisa de misterioso a envolvê-lo. Os jogos também são interessantes, ainda que pareçam forçados ou que Elizabeth parece ser forçada a realizá-los, mas a bandeira vermelha surge quando ele diz que não quer conhecer ninguém da sua vida e quere-a só para ele à noite. Aí se percebe que algo naquela relação não está bem ou então sou só eu, mas penso que dá para ver que procuram coisas diferentes. Elizabeth encontra-se numa relação dominador/submisso sem no entanto perceber porque ele "sabe o que é melhor para ela ou sabe melhor que ela o que ela deseja". Não tenho nada contra quem se encontra de livre vontade nestas relações, mas foi algo frustrante ver que ela parecia achar-se numa relação de iguais quando não estava. E mesmo ele a tratar dela, oferecer presentes caros e tal foi, para mim, perturbador, quase como se tentasse comprar o seu afeto em vez de investir-se a si próprio na relação dando-se a conhecer, como tenta fazer no final por forma a mantê-la consigo.

Apesar de não o ter apreciado por aí além, sobretudo por causa das personagens, conforme o filme se vai desenrolando, deixarem de ser apelativas, não deixa de ser um filme interessante e que em certa medida questiona o que achamos ou queremos/esperamos de uma relação. Confesso que, sendo apregoado como filme erótico, não esperava que acabasse por levantar este tipo de questões.

Veredito: Com tanta coisa para ver e tinha de ver isto. A sério, personagens frustrantes, mais que a história e as questões que levanta, arruínam coisas. :P

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