30 de dezembro de 2014

Maus

Autor: Art Spiegelman
Não-Ficção | Género: memória, comic
Editora: Bertrand Editora | Ano: 2014 (originalmente publicado em 2003) | Formato: livro | Nº de páginas: 296 | Língua: português

Como me veio parar às mãos: foi-me oferecido pelo meu querido mano pelos meus anos. *estrafega mano fofo com mimos*

Quando e porque peguei nele: 21 a 22 de novembro, porque é claro que o tinha de ler assim que o tive nas mãos.


Opinião: Eis como o género ou o modo que se escolhe para contar uma história pode ser enganador. Pelo menos eu, até aos últimos anos, jamais pensaria que a banda desenhada pudesse ser usada para contar histórias de vida, nomeadamente vidas passadas numa época como a Segunda Guerra Mundial. Mas uma das maravilhas da internet foi mesmo dar a conhecer-me outras coisas, diferentes do que lia e via até aquela altura (bolas, sinto-me velha), facilitando o acesso a coisas que não sabia serem do meu interesse.

Este foi mais um livro que conheci nesses primeiros tempos mas que vim a adiar constantemente porque para mim banda desenhada era o que lia na infância, eram aqueles livros com bonecos que lia numa tarde para passar o tempo no ATL. Mas uma pessoa tem que se abrir a novas experiências e, descobrindo livros em que eu estou interessada e que o meu irmão pode querer ler porque não é só texto (nada me fará mudar a ideia de que o meu irmão me oferece estes livros porque têm bonecos e logo também pode vir a estar interessado, mas YAY por isso! \o/), ele tem-me oferecido preciosidades, tendo sido este o último e tendo saído este ano em português.

Sabia então o tema que tratava, tema que geralmente me deixa curiosa mas reticente em pegar quando se trata de livros porque fico feita num farrapo. Por ter animais em vez de pessoas, pensei que não teria tanto efeito em mim e uma parte de mim chegou mesmo a pensar se esta representação não desumanizaria o grupo judaico, já de si vítima de desumanização durante o período que o livro retrata. Foi com surpresa que constatei que não. Houve um painel em particular que provocou uma emoção tão grande em mim que percebi o génio da coisa. Percebi que apesar de estarem ratos na página, eu não conseguia deixar de pensar que era a história de pessoas que estavam a contar. Nunca me consegui alhear do facto de cada uma daquelas figuras ser um indivíduo com nome, família, trabalho, com amigos, com uma vida como a minha, com uma rotina diária e que de um momento para o outro, por capricho de um grupo, deixou de ser. E enquanto lia sobre o que passaram e até sobre as marcas que tal experiência deixou nos sobreviventes, era verem-me a chorar como uma Madalena arrependida.

O meio pode enganar mas este livro é um murro no estômago. Estou habituada ao tema, estudei-o ainda que superficialmente, gosto de ver filmes e documentários sobre a época, mas entendo agora a minha reticência em ler relatos do género. É como se sentisse na pele e só me pergunto como foi possível tal coisa acontecer. Sei que não é caso único, limpezas étnicas acabam por ser uma (triste) constância da história, mas como é que se pode ter a vida humana em tão pouca conta num período em que supostamente somos "iluminados". Como é que se pode deixar que continue a acontecer? Esta é uma parte da história que não se devia repetir, jamais.

Veredito: Para ter na estante.

8 comentários:

Unknown disse...

BD? nem em miúda era muito do meu agrado :) (excepção feita à Mafalda)
Mas fiquei curiosa. Talvez este me agrade mais do que as BD's de super heróis)
Beijocas

Tita disse...

Este foi um dos livros que me ofereci a mim no Natal e quero-o ler muito em breve!
Beijinhos

WhiteLady3 disse...

Patrícia, BDs de super-heróis não costumo ler apesar de ter alguns, mas sim, este é bem mais apelativo. Assim como o Persépolis da Marjane Satrapi, que fala sobre a Revolução Iraniana. Se quiseres posso emprestar. :D

Tita, espero que gostes. ;)

Diana Marques disse...

Este vai ser o primeiro livro que vou ler em Janeiro :D Assim que me vi com ele nas mãos, só me apetecia começar a ler!

Jardim de Mil Histórias disse...

Olá!

Já vi boas opiniões deste livro! E também já o tive vontade de o comprar! Nunca li nenhuma graphic novel.
Parece ser bom!

Beijinhos e boas leituras!
Bom ano!

WhiteLady3 disse...

Eu só posso aconselhar. :)

Jessinha Cruz disse...

Já faz algum tempo que quero ler algo em BD mas um pouco mais adulto e penso que este livro seria uma boa escolha. tanta gente que fala bem dele e eu mesmo assim continuo aqui sem o ter comprado. Talvez seja agora em 2015.
Beijinho
www.fofocas-literarias.blogspot.pt

Joyce Hillary disse...

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