Ficção | Género: ficção histórica
Editora: Porto Editora | Ano: 2008 | Formato: livro | Nº de páginas: 448 | Língua: português
Como me veio parar às mãos: mãe comprou na Feira do Livro em 2011.
Quando e porque peguei nele: li-o entre 29 de julho e 26 de agosto. Achei que já era altura de pegar num livro de ficção histórica por um autor português. Conta para o Portuguese Historical Fiction Challenge, Book Bingo (que também engloba o anterior) e para o Mount TBR Challenge.
Opinião: Eis um livro que me deixa com sentimentos diferentes. Se por um lado adorei a parte histórica, o retrato da vida no mar, as intrigas políticas da época, não posso dizer que tenha gostado do enredo por aí além.
Parte da minha desilusão deve-se ao modo como a história está escrita. Há 3 linhas temporais: o presente, onde Bartolomeu Dias vê um cometa e, como é do conhecimento geral, trazem más notícias (ou dragões! :D ), um passado recente e um passado mais-que-perfeito. Vendo o tal cometa e sentindo-se perto do Cabo que dobrou, e que o tornou Capitão do Fim, Bartolomeu é assaltado por memórias da preparação para esta sua última viagem. Memórias essas que o levam ainda mais longe, até 13 anos antes, à viagem em que dobrou o, para si, Cabo das Tormentas não só por a empresa ser por demais difícil, mas também porque nessa viagem se apaixonou e perdeu o seu grande amor.
Os saltos são constantes, sobretudo entre a segunda e terceira linhas temporais, sendo quase que num capítulo se conta uma, no seguinte a outra e assim sucessivamente, até ao ponto em que o final dos capítulos da segunda linha temporal acabam por ser repetitivos com tanto "e viu-se atirado para outras memórias" e coisas parecidas. Devido a isto, não me consegui ligar emocionalmente às personagens porque acaba por não existir grande aprofundamento das personagens, para além do nosso narrador e protagonista, e, juntando o facto de os capítulos serem pequenos (até 6 páginas salvo erro), há constantes cortes na ação pelo que não há também um investimento na linha narrativa. Assim não consegui perceber o romance, não consegui importar-me com o futuro das escravas, talvez com a excepção de Oronse, e dos marinheiros com que viaja, apenas fiquei com interesse em saber o que acontece a Uraçá.
Acaba por parecer mais uma aula de história, contando como se deu o achamento do Brasil, como é que estabeleciam o contacto com os povos autóctones das regiões que encontravam, como Portugal, e sobretudo D. João II, procuravam no mar a grandeza que não poderiam ter no continente, com um reino de Aragão e Castela tão poderoso ali mesmo ao lado, do que propriamente uma aventura nos Descobrimentos, que era o que eu esperava. Não é mau, mas não correspondeu às minhas expectativas.
Parte da minha desilusão deve-se ao modo como a história está escrita. Há 3 linhas temporais: o presente, onde Bartolomeu Dias vê um cometa e, como é do conhecimento geral, trazem más notícias (ou dragões! :D ), um passado recente e um passado mais-que-perfeito. Vendo o tal cometa e sentindo-se perto do Cabo que dobrou, e que o tornou Capitão do Fim, Bartolomeu é assaltado por memórias da preparação para esta sua última viagem. Memórias essas que o levam ainda mais longe, até 13 anos antes, à viagem em que dobrou o, para si, Cabo das Tormentas não só por a empresa ser por demais difícil, mas também porque nessa viagem se apaixonou e perdeu o seu grande amor.
Os saltos são constantes, sobretudo entre a segunda e terceira linhas temporais, sendo quase que num capítulo se conta uma, no seguinte a outra e assim sucessivamente, até ao ponto em que o final dos capítulos da segunda linha temporal acabam por ser repetitivos com tanto "e viu-se atirado para outras memórias" e coisas parecidas. Devido a isto, não me consegui ligar emocionalmente às personagens porque acaba por não existir grande aprofundamento das personagens, para além do nosso narrador e protagonista, e, juntando o facto de os capítulos serem pequenos (até 6 páginas salvo erro), há constantes cortes na ação pelo que não há também um investimento na linha narrativa. Assim não consegui perceber o romance, não consegui importar-me com o futuro das escravas, talvez com a excepção de Oronse, e dos marinheiros com que viaja, apenas fiquei com interesse em saber o que acontece a Uraçá.
Acaba por parecer mais uma aula de história, contando como se deu o achamento do Brasil, como é que estabeleciam o contacto com os povos autóctones das regiões que encontravam, como Portugal, e sobretudo D. João II, procuravam no mar a grandeza que não poderiam ter no continente, com um reino de Aragão e Castela tão poderoso ali mesmo ao lado, do que propriamente uma aventura nos Descobrimentos, que era o que eu esperava. Não é mau, mas não correspondeu às minhas expectativas.
Veredito: Diria que é um se fosse emprestado pouco se perderia com isso, mas como gosto de História acaba por ser um vale o dinheiro gasto. Fiquei interessada em ler mais da autora, agora que sei o que esperar dos seus livros, mas acho que faz falta algo apenas para divertimento. Algo como Sharpe mas em português, com heróis portugueses, passado em momentos da História de Portugal (e sim, eu sei que o Sharpe andou por cá nas suas aventuras).
2 comentários:
Não sei quem é o Sharpe, mas se queres ler mais livros desta autora, aconselho-te "O espião de D. João II". Foi o primeiro livro dela que li e é dos meus favoritos. E é divertido (mesmo com a ensaboadela de história ;) ).
O "D.Sebastião" também não tem saltos, mas não gostei tanto. Mais pela personagem em si, deu-me nos nervos, do que pela escrita.
As leituras com tantos saltos não são fáceis, por isso não te aconselho "O corsário dos sete mares".
O Sharpe é uma personagem do Bernard Cornwell, um soldado britânico que luta nas guerras napoleónicas, inclusivé em solo português. Também há uma série de filmes com o Sean Bean. :D
Tenho o Espião de D. João II cá em casa, pelo que devo acabar por lê-lo, talvez ainda este ano.
Não é que ache as leituras com saltos difíceis, mas não ajuda ao investimento emocional, ainda por cima em capítulos curtos. Quando começo a ficar investida na história ela salta. :( Acontece-me o mesmo com alguns livros que são contados a partir de diferentes pontos de vista.
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