Autor: J. K. Rowling
Género: Fantasia
Editora: Bloomsbury (Children's edition) | Nº de páginas: 608
Nota: 5/5
Resumo (da capa): Harry is waiting in Privet Drive. The Order of the Phoenix is coming to escort him safely away without Voldemort and his supporters knowing – if they can. But what will Harry do then? How can he fulfil the momentous and seemingly impossible task that Professor Dumbledore has left him?
Opinião: Acabou. A série que sigo há quase dez anos, já que a primeira edição da Pedra Filosofal foi lançada em Portugal em Outubro de 1999 e em Dezembro do mesmo ano tive o meu primeiro livro do HP, ainda as capas eram diferentes das americanas, posteriormente adoptadas pela editora que detem os direitos
em Portugal. Não se pode dizer que eu nutrisse um grande amor pela personagem principal, mas a história, aquele mundo e o resto das personagens eram interessantes, pelo que li e reli incontáveis vezes, pelo menos, os três primeiros volumes desta saga. Foi com uma certa ansiedade, curiosidade e tristeza que li este capítulo.
Dumbledore morreu, mas deixou Harry a braços com uma difícil tarefa, localizar o resto dos Horcruxes e destruí-los, para assim poder destruir Voldemort. Juntamente com Ron e Hermione, os seus dois grandes e inseparáveis amigos, Harry enceta uma demanda em busca das Horcruxes. Devido à ligação com Voldemort e às pistas que Dumbledore foi lançando, a demanda passa a ter duas vertentes: Horcruxes, os pedaços de alma de Voldemort e que prolongam a sua vida, pois não pode morrer enquanto um pedaço da sua alma existir; e Deathly Hallows, três relíquias em que poucos acreditam, por fazerem parte de uma história de crianças, mas cuja lenda afirma que o possuidor das três tornar-se-á “Master of Death”.
O livro segue a linha dos anteriores no ponto narrativo, com a história a ser contada sob o ponto de vista do Harry, mesmo quando ele olha para a mente de Voldemort, à semelhança do quinto livro. A grande diferença é que a acção não se passa maioritariamente em Hogwarts, apesar de não deixarmos de a visitar. Assim não há aulas, muitas das personagens a que estávamos mais habituados, como os professores, não aparecem tanto. No entanto, temos uma visão um pouco mais alargada do que se passa em redor do trio. Há duas partes em luta, há uma guerra a decorrer e isso é perceptível, embora não na totalidade do livro, sendo este factor talvez o único ponto fraco, mas explicado por o trio andar a monte e escolher locais bastante isolados para se esconder.
No que toca a personagens, somos apresentados a algumas que até agora só tinham sido mencionados, como o caso dos pais de Tonks, e outras tornam-se mais dimensionais, como o caso dos Malfoy. Mesmo a personagem do Harry parece crescer, deixando de ser aquele rapaz aborrecido e fazendo o papel de vítima (“sou EU que tenho de fazer isto e vocês não sabem o que EU tenho de passar para o fazer”), para atingir o seu auge neste livro, percebendo que pode confiar noutras pessoas para o ajudarem e ao aceitar o papel que Dumbledore lhe havia destinado.
Não houve muitas surpresas mas não deixou de surpreender. O final está muito bem conseguido, apesar de ir contra o que eu esperava, a morte do Harry (mas uma em que ele permanece morto), mas está muito bem explicado a ligação entre os dois antagonistas.
Há que dar os parabéns à J. K. Rowling pela inclusão de pormenores que nos remetem para os livros anteriores, mostrando que tudo culmina neste último volume, mas sobretudo há que aplaudi-la pela sua imaginação. O mundo que ela criou, tão diferente mas ao mesmo tempo semelhante, foi a primeira coisa que me fez adorar esta colecção. A existência de um mundo mágico, paralelo ao mundo em que vivemos, foi muito bem criado e de tal modo descrito que imagino que não há quem não gostasse de, pelo menos, dar uma espreitadela a esse mundo.