Autor: Scott Westerfeld
Ficção | Género: steampunk
Editora: Simon Pulse | Ano: 2009 | Formato: e-book | Nº de páginas: - | Língua: inglês
Como me veio parar às mãos: veio ter comigo no mês de outubro deste ano.
Quando e porque peguei nele: 21/novembro a 14/dezembro. O Clockwork Portugal anunciou no Goodreads que seria o próximo livro a ser debatido num episódio dos Diários Steampunk e achei que era uma boa ocasião para pegar nele.
Citações:
Most men’s awareness doesn’t extend past their dinner plates.
Opinião: Estava algo ansiosa por ler este livro, já que adorei uma outra série do autor, mas desde cedo tive um grande problema, achei extremamente irritante que a cada dois capítulos o ponto de vista alterasse entre Alek e Deryn. Não é que não esteja habituada a este tipo de contar a história, o Martin fá-lo e bem a meu ver, mas aqui pouco me sentia ligada às personagens e quando começava a ficar investida na personagem e na sua história essa ligação era quebrada. Além disso, achei que o Alek era menos interessante que a Deryn. A sério, cheguei a preferir de longe o Volger e a desejar que este desse um valente par de estalos ao Alek (pior que o Alek só muito provavelmente o Harry Potter, e já deveis saber o quanto odeio o Potter). Além de me mexer com os nervos, a sua história também me pareceu no geral menos entusiasmante que a da Deryn, mas tal talvez se deva ao facto do mundo da Deryn ser muito mais diferente e por isso despertar mais curiosidade. Mas nem todo é mau...
A história começa com o assassinato do arquiduque Francisco Fernando, o que faz com que Alek, seu filho, fuja e coloca várias potências antagonistas à beira da guerra. De um lado temos os Clankers, adeptos das máquinas e engenhos mecânicos, que devem o seu nome ao “clank clank” das engrenagens movidas a vapor; e do outro temos Darwinistas, com animais fabricados devido à mistura de ADN de diferentes espécies, aproveitando as características de cada animal de modo a obter uma criatura que sirva os seus propósitos, seja para fazer deles uma arma ou qualquer outro engenho, isto após a descoberta da ciência genética por Charles Darwin e servindo de resposta à poluição que começaria a fazer-se sentir em Londres devido à steam age. É-nos, deste modo, apresentada uma espécie de história alternativa do que antecede a Primeira Guerra Mundial, onde Alek e Deryn se vão encontrar em lados diferentes da barricada.
O enredo demora um pouco a arrancar, só mais ou menos a meio, quando entra a Dra Barlow em campo, contribuindo com um mistério para a história, é que as coisas começam a aquecer. Mas se a segunda metade é mais interessante, a primeira acaba por dar a oportunidade de conhecer os dois lados, donde destaco o mundo de Deryn que, como já disse, por ser completamente diferente do que uma pessoa está habituada, acaba por ter muitos mais pontos de interesse nem que seja o facto de sabermos como é que uma baleia pode voar ou morcegos dispararem flechas (?, em inglês são os fléchette bats, não faço ideia de como está traduzido para PT e entretanto a Tchecha disse que são "morcegos de flecha", obrigada :D ). O mundo Clanker acaba por ser mais parecido com o nosso, ainda que com outro tipo de máquinas como os Walkers. Também destaco as ilustrações, apesar de no Kindle nem sempre a definição ser a melhor, que ajudam a imaginar todo este mundo.
A escrita é algo básica, algo que já tinha notado na série Uglies, mas tendo em conta o público-alvo, que será a camada mais jovem, parece-me bem. Ficou-me também a ideia de que o autor tenta dar uma aula de História, recorrendo no entanto a uma situação alternativa, mas também ponderar sobre questões actuais como a genética. Pessoalmente, apesar de ter gostado da ideia de animais como “máquinas”, coloquei isso de lado a partir do momento em que os combates começam. Não duvidem, eu sou daquelas que gosta dos seus livros e filmes com sangue a rodos, mas aleijem um bocadinho um animal e até fico mal disposta, isto para dizer que mexeu comigo que eles fossem usados como armas e sofressem baixas, está claro.
Veredito: Se fosse emprestado, pouco se perdia com isso. Acaba por ser um livro interessante ainda que um pouco desequilibrado. Houve momentos em que cheguei a pensar que tinha pouca acção e depois tinha muita, ou que tinha pouca informação e depois que tinha muita, se é que isto faz algum sentido. O_o O importante é que fiquei bastante curiosa quanto à continuação, mesmo que não o suficiente para ir ler logo a correr. Faz sentido? Não?!... Ok, não é mau e entretém o suficiente para uma pessoa querer ler o resto da história.
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