Ficção | Género: mistério
Editora: - | Ano: 2012 (publicado originalmente em 1907) | Formato: e-book | Nº de páginas: 240 | Língua: inglês
Como me veio parar às mãos: estava e está gratuito na Amazon.
Quando e porque peguei nele: 19 a 30 de outubro. Foi o livro de outubro num bookclub do Twitter. Infelizmente não participei ativamente na discussão, porque não tem dado para frequentar tanto aquela rede social, mas foi o pretexto para pegar no livro de um autor que já tinha lido e gostado.
Opinião: Ele há livros que nos levam a perceber o que nos faz gostar tanto de um género. Este levou-me a perceber, se bem que já tinha uma grande suspeita, de que o que mais gosto em mistérios é do narrador. Tanto nos livros com Poirot de Agatha Christie e Sherlock Holmes de Conan Doyle, é o narrador que me leva a admirar os célebres detectives que, graças às suas célulazinhas cinzentas ou pensamento analítico, em todas as histórias descobrem o culpado, e que me conduz pelos meandros da cena e resolução do crime, fazendo uso dos seus conhecimentos e, por vezes, dos relatos de outros. Eu, pelo menos, sempre que leio um livro deste género, sinto-me mesmo como que na pele do narrador, e apesar de achar que os autores por intermédio dos seus brilhantes detectives nos escondem sempre uma peça vital para a descoberta do culpado, não é por isso que, tal como Hastings ou Watson, deixo de ficar impressionada com o intelecto daqueles, ainda que mais com o de Poirot que com o intelecto de Holmes, pois o primeiro sempre me apanha de surpresa enquanto que em alguns casos do segundo já tenho chegado à conclusão certa antes de ele a revelar.
Ora tudo isto para dizer que encontrei mais um detective, ao nível daqueles dois tão conceituados, neste livro de Gaston Leroux. Rouletabille é tão competente como Poirot e Holmes e claro que nós, como Sainclair, ficamos atónitos perante as suas capacidades, ainda para mais sendo aquela personagem tão jovem, com apenas 18 anos.
O caso em si é um locked room mystery, penso que até o primeiro do género a aparecer, e procura-se perceber como é que num quarto fechado a Mademoiselle Stangerson foi atacada, conseguindo o seu atacante fugir sem que ninguém desse por ele. Inicia-se então a busca de um ser quiçá sobrenatural mas movido por propósitos muito humanos. A história encontra-se bem estruturada e gostei que se fizesse uso de escritos que não apenas os do nosso narrador, até porque Gaston Leroux é exímio no romance epistolar, como já tinha tido hipótese de comprovar em O Fantasma da Ópera e aqui apenas o confirma. Quero ler tudo o que o homem escreveu, a sério.
As personagens também são interessantes de seguir, mais não seja para perceber se são inocentes ou culpados, mas não consegui deixar de sentir durante a leitura de que o autor tinha alguma carta guardada na manga para o desenlace. Mas importei-me? Não. Como disse, já o mesmo parece acontecer com Agatha Christie se bem que ela é muito mais matreira. :)
Apesar de descoberto o culpado, no final há algumas linhas que ficam em aberto e, apesar de ter quase a certeza do que acabará por ser revelado, não deixo de ter curiosidade em confirmar as minhas suspeitas.
Veredito: Vale o dinheiro gasto. Sim, eu sei que foi gratuito mas se tivesse gasto dinheiro tinha-o dado por bem empregue.
Veredito: Vale o dinheiro gasto. Sim, eu sei que foi gratuito mas se tivesse gasto dinheiro tinha-o dado por bem empregue.
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