31 de dezembro de 2013

Balanço 2013 e pontapé de saída para 2014

Este ano foi errático e o que se aproxima não me parece que vá ser diferente por isso o melhor é mesmo andar ao sabor da maré. Não tenho a mesma disponibilidade nem a cabeça que tinha em anos anteriores e por isso o blog, as opiniões e até as leituras têm sido deixadas um pouco ao abandono. Mas por outro lado, ainda bem que assim está a ser: comprei realmente menos livros e mesmo as ofertas e empréstimos têm sido menores, e tenho lido mais títulos que tenho em casa. \o/ Também sinto que tenho apreciado mais os livros, ainda que demore mais tempo a lê-los, ou pelo menos tenho apreciado mais o ato da leitura pois geralmente quando estou a ler não costumo pensar em mais nada, o cérebro desliga-se dos assuntos do dia-a-dia e foca só a história que está à minha frente. Portanto, em 2013 li menos livros que em anos anteriores (segundo o Goodreads li 34 títulos, a contagem aqui no blog indica 36 porque li dois livros de As Brumas de Avalon que no Goodreads conta como um só, e desses 36 há ainda que dizer que 6 foram releituras), não completei nenhum desafio (o Monthly Key Word esteve quase mas li três livros fora dos meses a que correspondiam, um deles o que estou a ler de momento, e que me deve acompanhar até 2014, e penso que não terminei outro :/), nem a temporada temática (perdoa-me tio Shakes, para o ano redimo-me).

No entanto, apesar de pouco ou nada parecer que atingi este ano (mas já me tinha salvaguardado a dizer que se cumprisse YAY!, se não paciência :D), a não ser diminuir tenuemente a pilha, acho que no meio de tudo o saldo até acaba por ser positivo. Reli alguns favoritos, li uma autora portuguesa, alguns "clássicos" modernos, participei num bout-of-books, em leituras conjuntas, e nessa coisa fantástica que é o Só Ler Não Basta. Tudo isto foram experiências fabulosas, que de certa forma aumentaram o meu prazer pela leitura num ano em que em determinadas alturas os livros acabavam por ser a coisa que eu mais odiava.

Talvez para fugir aos livros e porque, confesso, tenho uma lacuna enorme no que ao cinema diz respeito, este ano tentei ver mais filmes apesar de ser difícil fazer uma espécie de balanço comparativo com anos anteriores pois só agora tenho mantido uma lista como deve ser. Em termos de séries, não sigo muitas, pelo menos comparando com outras pessoas (que é como que diz, o meu irmão), mas as que sigo que dizem muito para mim, mais não seja porque me permitem "escapar", assim como fazem os livros, e infelizmente este ano não consegui manter um registo como deve ser. Também revi filmes e episódios de séries que aprecio, tive algumas boas surpresas com filmes pelos quais não dava nada e outros que, pronto, sempre dá para passar o tempo.

Concluindo, 2013 não foi mau (até porque fui a Londres e só isso faz com que este ano tenha sido fantástico), como todos os anos teve os seus altos e baixos e espero que 2014 continue assim, mas com mais altos. Por aqui a inconstância deverá continuar mas vou tentar fazer um esforço maior para escrever nem que seja uma linha, como faço no Goodreads. Opiniões como deve ser (se é que faço alguma coisa dessas como deve ser) escreverei quando me der vontade, quando a inspiração atacar (às vezes de maneira a que dá para agendar posts por semanas!) ou simplesmente me apetecer porque, naquele momento, arranjei um bocadinho de tempo para escrever. Como disse, não vou participar em desafios, a não ser ler o que tenho por casa, e planeio continuar as temporadas temáticas. No que toca a filmes vou tentar bater o número deste ano (65! dos quais 2 curtas de animação e 11 revisionamentos), sendo que o desafio da Disney deve contribuir para tal, e passar a ver mais filmes antigos, clássicos do cinema que já toda a gente viu menos eu. Acho que tenho de começar a arranjar listas cinematográficas. :P

Agora como é da praxe:

Melhor livro: num ano marcado por releituras e descobertas, destaca-se claramente O Atlas das Nuvens. Posso não me ter ligado às personagens, mas é uma obra espantosa. A variedade de géneros, vozes, a forma como a história se desenvolve, apresentando uma após a outra para serem concluídas inversamente, faz deste livro algo como até agora nunca tinha visto. Fico curiosa por ver o filme e ler mais coisas do autor.

Também não posso deixar de mencionar The Handmaid's Tale. É uma história que deveria de ser lida por todas as mulheres, e mesmo pelos homens. É assustador pensar que tal coisa possa acontecer. Fez-me lembrar Os Despojados, na medida em que tanto o presente da história como o passado não são coisas recomendáveis, e pensar sobre a liberdade (o excesso de liberdade, a falta dela), a relação que se tem com o corpo e como nos vemos a nós próprios, como nos relacionamos com os outros...

Livro deceção: sinceramente, não penso que tenha havido nenhum. Houve livros que deixei pendurados mas conto voltar a pegar-lhes, achei simplesmente que o momento não era o mais adequado para a sua leitura e não valia a pena forçar. Aí sim poderiam revelar-se uma deceção, um castigo mesmo e poderia vir a odiá-los.

Melhor capa: isto está difícil, não acho que tenha lido nenhum livro com uma capa memorável, mas o de Revolutionary Road parece-me muito bem conseguida. E a capa do livro do Sepúlveda, História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar, é fofinha com aquelas ilustrações. Aliás, recomendo o livro ilustrado, é de uma beleza e fofura incríveis. :D

Pior capa: claramente a de O Atlas das Nuvens. Por causa da capa cheguei a pensar que seria um livro de auto-ajuda. Até entendo o que está por detrás mas acho-a tão pobre quando comparada com o conteúdo (e devo ter um qualquer problema com coisas translúcidas). Mas as restantes capas não são muito melhores. A que ainda se escapa é esta.

Autor surpresa do ano: David Mitchell, pela mestria da sua escrita e imaginação. Mas este foi também o ano em que conheci Murakami, Tamara Webber, Diana Peterfreund, Gillian Flynn, Philip K. Dick, F. Scott Fitzgerald e conheci melhor Margaret Atwood.

Melhor personagem: não direi que é a melhor mas é sem dúvida a mais memorável, Amy de Gone Girl. É incrível a complexidade do seu caráter, tudo o que faz para atingir os seus fins, como usa e manipula as pessoas à sua volta. É assustador pensar, saber mesmo, que há pessoas assim.

E agora para uma coisa totalmente nova, vou tentar fazer o mesmo mas para os filmes, esquecendo no entanto o realizador/diretor/etc. porque, sinceramente, isso não é o meu forte, e os posters, porque são imensos para os vários filmes, se bem que um poster com o Tom Hiddleston ganhe só por isso, logo os vencedores da melhor são os "Thor 1 e 2". :D Resta então anunciar:

Melhor filme: em termos de filmes que vi pela primeira vez, já que revi alguns favoritos (um deles o "Jurassic Park"... no cinema... ecrã IMAX... EM 3D!!! *guincha de contentamento*), tenho de destacar a trilogia "Before" de Richard Linklater, Ethan Hawke e Julie Delpy. Filmes (aqui e aqui) tão reais e românticos que me fizeram acreditar que o amor à primeira vista é possível. Que encontrar alguém com quem nos sentimos tão à-vontade que desejamos passar o resto da vida ao seu lado, é possível. Que reencontrar o amor perdido ou fazer uma relação durar nos dias de hoje, é possível. Belíssima história, fantásticas interpretações e diálogos, uma química tão palpável, só dá para desejar que aquela fosse a nossa história e que daqui a 9 anos seja possível reencontrarmos Celine e Jesse.

Em termos de filmes de animação, AMEI o "Chovem Almôndegas". xD Ainda dou comigo a rir das piadas, sobretudo desta. Consigo ser tão básica em termos de piadas, mas a sério, I <3 wordplay.

Filme deceção: basicamente as comédias românticas que vi. Talvez tenha tido azar, são daqueles que tenho de estar com espírito para a coisa, ou sou eu que ando a ficar muito esquisita no humor. Sim, rio-me a bandeiras despregadas com as piadas aparentemente idiotas dos filmes de animação, mas em filme há coisas que não resultam e é tão fácil levar ao ridículo. "Forgetting Sarah Marshall" é um exemplo.

Melhor personagem: okay, isto é mais difícil do que pensava. Talvez Celine e Jesse de "Before Sunrise/Sunset/Midnight". Ou então Gatsby, pelo seu sonho, a sua inocência e insegurança, pela sua esperança.

E acho que é isto, até porque ficou longo. Vemo-nos em 2014. o/

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