3 de novembro de 2010

A Corte dos Traidores (A Saga do Assassino, Livro 3)

Autor: Robin Hobb
Género: fantasia
Editora: Saída de Emergência | Nº de páginas: 368
Nota: 4/5

Resumo (do livro): Os Seis Ducados estão mais vulneráveis do que nunca. Enquanto o príncipe herdeiro combate os Navios Vermelhos com a sua frota e a força do seu Talento, o rei Sagaz enfraquece a cada dia com uma misteriosa doença e bandos de Forjados dirigem-se para Torre do Cervo matando todos pelo caminho.

Mais uma vez, Fitz é chamado para servir como assassino real. Mas o jovem esconde outro segredo: ninguém pode saber que formou um vínculo com um jovem lobo através da magia proibida da Manha e, se for descoberto, arrisca-se a uma sentença de morte.

Quando o príncipe herdeiro embarca numa perigosa missão para pôr fim à ameaça dos Navios Vermelhos, a corte é entregue nas mãos do príncipe Majestoso que tem os seus próprios planos maquiavélicos para o reino. Cabe ao jovem bastardo proteger o verdadeiro rei numa corte prestes a revelar a face dos traidores num clímax memorável.


Opinião: E finalmente a série toma balanço! Estava a custar mas lá me agarrou, sobretudo nos capítulos finais. Como disse no primeiro volume, sendo esta série contada na primeira pessoa e anos depois destes acontecimentos, parte do suspense (sobretudo nos casos de vida ou morte) perde-se mas felizmente, neste livro, a autora opta por outra situação que realmente não consegui antever até ser apresentada.

A história, apesar de engonhar aqui e ali parecendo que não saímos da cepa torta, ganha um novo fôlego com os acontecimentos em Torre do Corvo e a sua intriga política, o que leva, com grande pena minha, a que a situação com os Salteadores Vermelhos (o que mais me estava a atrair nos volumes anteriores) seja relegada para um segundo e muito escondido plano. No entanto, outros temas ganham destaque, nomeadamente o Talento e a Manha que me têm surpreendido, sobretudo o segundo. A intriga, apesar de não ser a parte que mais me atrai, neste volume conseguiu-me manter presa ao livro, deixando-nos perto de uma guerra civil e que leva a questionar o que poderá acontecer daqui para a frente, no volume seguinte. Temos um novo rei, um rei expectante numa demanda quimérica e uma rainha expectante grávida e em paradeiro desconhecido.

No que toca às personagens, as secundárias continuam a ser as mais interessantes, enquanto a personagem principal continua a ser tão tapada que mete dó. Parece que nem fazendo desenhos ele percebe o que lhe dizem, mas pronto, é jovem apesar disso não explicar tudo. De assassino vemos pouco, mas não deixa de ser uma boa personagem para se seguir, levando-nos ao centro da acção, aos meandros da política e dando a conhecer a magia nas suas duas vertentes.

Só uma nota para a edição. Façam uma revisão cuidada por favor. Apesar de não serem graves, erros todos fazemos, num livro destes consegue distrair. Para começar, entre o primeiro e os livros seguintes mudam nomes (um cão de Leon passa a Leão e uma semente de carris passa para caris) e depois temos “caros” em vez de “caris” (pág. 288) e “continua” em vez de “continha” (pág. 319), mas há muitos mais.

2 comentários:

JP disse...

Concordo totalmente com o que disseste no último paragráfo. É esse o problema de terem diferentes pessoas a traduzir diferentes livros da mesma série. É por isso que eu prefiro sempre lê-los na versão original (quando percebo a língua).

WhiteLady3 disse...

Aqui nem se põe muito a questão de terem mudado de tradutor do primeiro para os restantes livros. Parece-me mesmo falta de uma revisão cuidada, algo que uma pessoa (outra que não a que está a traduzir, porque sem uma distância de tempo grande quem faz o trabalho não vê os erros, isso é algo que me acontece com frequência) lendo com atenção detecta.

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