28 de fevereiro de 2010

Aquisições em Fevereiro

Não era minha intenção (nunca é :P ) mas mais uma vez não me consegui controlar, sobretudo com descontos do tipo leve 3 pague 2 e com lançamentos que ansiava. Deste modo adquiri os volumes 2, 3 e 4 da Saga do Assassino da autora Robin Hobb e A História de Uma Gaivota e do Gato Que a Ensinou a Voar de Luís Sepúlveda, numa edição bastante fofa com ilustrações. On-line encomendei Of Mice and Men de John Steinbeck e Through a Glass, Darkly de Donna Leon, já que devem de sair no exame de inglês que vou fazer em Junho. Tinha muita curiosidade em relação ao primeiro, que já estava na minha wishlist desde que vi o filme com Gary Sinise e John Malkovich, já do segundo nunca tinha ouvido falar apesar de existirem livros da autora editados em português como parte da colecção Fio de Navalha da Presença, sendo protagonizados pelo Comissário Brunetti, no qual o livro que comprei também se insere sendo, no entanto, um volume mais avançado e ainda não traduzido por cá.

Já no que toca a empréstimos, a Slayra teve a bondade de emprestar O Quarto Mágico (que já li e espera crítica) de Sarah Addison Allen, bem como Guilty Pleasures de Laura Lee Guhrke, Romancing Mr Bridgerton e To Sir Phillip, With Love ambos de Julia Quinn. (Está-me a apetecer ler romances, o que é que posso fazer? :P )

A Estirpe (Trilogia A Estirpe, Livro 1)

Autor: Guillermo del Toro e Chuck Hogan
Género: thriller
Editora: Objectiva | Nº de páginas: 560
Nota: 4/5

Resumo (da capa): Os vampiros sempre estiveram aqui. Em segredo. Na escuridão. À espera.
Agora, chegou a sua hora.
Numa semana, Manhattan vai desaparecer.
Num mês, os Estados Unidos da América.
Em dois meses, o mundo inteiro.


Um Boeing 777 proveniente de Berlim aterra no aeroporto JFK e, de repente, pára na pista. As janelas estão fechadas. As luzes estão apagadas. Ninguém responde às chamadas da torre de controlo. Nenhum passageiro atende o telemóvel. Parece que o avião deixou de existir… O que os investigadores encontram lá dentro gela-lhes o sangue.

O que ao princípio parece apenas um vírus altamente contagioso revela-se uma ameaça aterradora. Os vampiros estão de volta e estão sedentos de sangue. A epidemia vampírica propaga-se a uma velocidade vertiginosa e, ao cabo de poucos dias, invade toda a ilha de Manhattan. Mas isto é apenas o começo. Porque existe um plano sinistro para conquistar rapidamente todo o planeta.

Guillermo del Toro, visionário realizador, e Chuck Hogan, escritor premiado, conjugam imaginações neste romance arrojado e épico sobre uma assustadora batalha entre homens e vampiros que ameaça toda a Humanidade. É o primeiro volume de uma empolgante trilogia e um extraordinário acontecimento literário internacional.


Opinião: Entrei no mundo dos vampiros pelos dois primeiros volumes da série Anita Blake… e fiquei por aí (tenho os restantes em e-book e é verdade que não nutro grande afecto por tal formato, mas gosto de ter sempre alguns quantos não vá aborrecer-me ao computador e apetecer-me ler alguma coisa). Depois peguei na saga da Meyer, que também não foi um sucesso por aí além, e li por fim o Drácula de Bram Stoker que, apesar de tudo, ficou um pouco aquém das expectativas. Apesar de ter lido pouco sobre vampiros, conhecia já bastantes variantes do mito (cortesia da Slayra, que também me emprestou este livro :P ) e foi com alguma curiosidade que parti para este livro, onde o vampirismo é como que uma “doença”.

A história começa com um avião a aterrar em Nova Iorque, mas algo parece correr mal já que ninguém sai e o avião parece mesmo “morto”. São chamados os epidemiologistas do CDC que descobrem que todos os tripulantes e passageiros, excepto 4 pessoas, se encontram mortos, sendo a causa desconhecida por não haver vestígios de sangue nem de luta. Na sequência da investigação deparam-se com um mito e uma epidemia, que se não for parada a tempo, pode destruir toda a Humanidade.

Este livro deve de ser lido como um filme, ou não tivesse também a assinatura de um realizador conceituado (que posso confirmar tem uma visão algo estranha de vampiros… já viram o Blade II? Aqui os vampiros são mais ao menos como os híbridos do filme), que tenho a certeza contribuiu para as descrições bastante visuais. Além disso, encontram-se bastantes clichés que podemos ver em filmes deste género: o herói com problemas pessoais, o professor idoso que tenta alertar do perigo e passar o seu conhecimento a um discípulo, um vilão que tenta dominar o mundo e um sem número de situações cujo desenrolar se adivinha a páginas de distância… Mas tudo isto, juntamente com as explicações científicas para explicar este tipo de vampiros e como se ligam com o mito vampírico, havendo uma ou outra achega ao livro de Stoker, não deixa de tornar a leitura compulsiva e viciante – dava por mim a pegar no livro em todos os segundos livres que conseguia encontrar, coisa que, recentemente, poucos livros têm conseguido fazer.

O mistério também se encontra bem estruturado, apesar de parecer ter algumas falhas aqui e ali (por exemplo, não percebi bem a consciência colectiva que parece coexistir com a individual e o porquê de 4 passageiros vivos para transmitir a “doença” quando também é transmitida pelos mortos/zombies), abrindo caminho para um segundo volume já que o final é deixado em aberto. Tenho algumas teorias mas aguardo ansiosamente o próximo volume.

14 de fevereiro de 2010

The Rose of Sebastopol

Autor: Katharine McMahon
Género: romance histórico
Editora: Phoenix | Nº de páginas: 416
Nota: 3,5/5

Resumo (da capa): Russia 1854. As the Crimean War grinds on, Rosa Barr – young, headstrong and beautiful – travels to the battlefields, determined to save as many of the wounded as she can.

For Mariella Lingwood, Rosa’s Cousin, the war is contained within the pages of her scrapbook, in her sewing circle, and in the letters she receives from Henry, her fiancé, a celebrated surgeon who has volunteered to work within the shadow of the guns. But when Henry falls ill, and Rosa’s communications cease, Mariella finds herself drawn inexorably towards the war.

Following the trail of her elusive and captivating cousin, Mariella’s epic journey takes her from the domestic restraint of Victorian London to the ravaged landscape of the Crimea. As she ventures deeper into the dark heart of the conflict, Mariella’s ordered world begins to crumble and she finds she has much to learn about secrecy, faithfulness and love.


Opinião: Apesar de ter estudado História, confesso-me ignorante no que respeita a alguns conflitos mundiais e guerras que se travaram no passado. A Guerra da Crimeia é uma das quais jamais tinha ouvido falar, até ter cruzado com ela no livro Diplomacia de Henry Kissinger. Claro que fiquei com curiosidade e, tomando conhecimento deste livro, resolvi adquiri-lo, pois acho interessante ficar a conhecer conflitos e épocas através de livros de ficção. Afinal de contas foi com Bernard Cornwell e a sua série Sharpe que comecei a gostar do séc. XIX e percebi (finalmente!) estratégia militar.

Custou um pouco a entrar neste livro, não só porque li outros ao mesmo tempo (relegando este para momentos que encontrava para ler fora de casa, geralmente horas de almoço e enquanto esperava por transportes) mas devido às constantes mudanças temporais dentro do livro. O livro tem início em 1855 e seguimos Mariella que se encontra em Itália para visitar o seu noivo, Henry, que havia adoecido na Crimeia para onde tinha partido como médico de forma a tratar dos soldados. Mas aquele confunde-a com Rosa, sua prima, o que deixa Mariella hesitante. Terão Rosa e Henry desenvolvido uma relação amorosa enquanto Mariella aguardava que ambos regressassem a salvo a Inglaterra? Não tendo notícias de Rosa e querendo desfazer as suas dúvidas, Mariella parte para a Crimeia.

Como disse, são constantes as mudanças temporais dentro do livro pois correndo a acção principal em 1855 e 1856, voltamos constantemente atrás no tempo para vermos o desenvolvimento das relações de Mariella com Rosa e Henry, bem como para ficarmos a conhecer o que levou as personagens até ao tempo presente. Achei tal interessante, já que ficamos a conhecer o que os move, mas, infelizmente, quebra constantemente o ritmo do livro, fazendo com que o leitor se esforce por manter presente o que acontece em cada um dos momentos temporais. Tendo lido o livro a espaços, este esforço tirou algum do prazer do livro já que me esquecia de alguns detalhes e confundia por vezes os momentos. Além disso, fez com que o livro se desenvolvesse muito lentamente, o que também não ajudava a manter-me focada no mesmo e contribuía para que o metesse de lado.

Apenas as duas últimas partes são dignas de nota. Mariella chega finalmente à Crimeia e a descrição das condições dos hospitais de campanha e dos acampamentos dão um retrato, que me parece fiel, do que se podia esperar de um confronto bélico da época. Fez-me lembrar as descrições de Cornwell, mas enquanto que naquele tomamos parte dos confrontos, aqui ficamos a conhecer o que acontece depois: os saques, os corpos a serem retirados do campo de batalha indo os vivos para os hospitais e os mortos enterrados, muitas das vezes em valas comuns. O livro dá por isso uma boa imagem dos procedimentos médicos em batalha, o que arrepia um pouco, do esforço que Florence Nightingale teve de fazer para que as suas enfermeiras fossem bem vistas no campo e sob este tipo de pressão, bem como do esforço para manter um nível sanitário decente para que doenças não se propagassem (era mais comum a morte de soldados por doenças relativas a higiene do que propriamente devido a feridas de guerra).

No que toca às personagens, é também nas últimas duas partes que vemos o crescimento da protagonista, Mariella, que vemos o “power of the needle” em acção. Se esta cresce, deixando de ser aquela rapariga ingénua que conhecemos no início do livro para se tornar numa mulher, as outras personagens deixam algo a desejar por serem pouco desenvolvidas. A única, para além da protagonista, a ser desenvolvida é Rosa e se esta contribui para que Mariella saia da sua concha, infelizmente Mariella não consegue domar o ímpeto daquela, que faz com que aquela se lance de cabeça em diversas situações sem parecer ligar às consequências. Rosa acaba por parecer uma moça mimada que, apesar de ser movida por boas acções, parece fazer as piores escolhas por não ser capaz de seguir as regras que lhe são impostas.

O fim também deixou algo a desejar já que parece bastante abrupto, quando eu gostaria de ver algum tipo de conclusão que mostrasse como a vida de Mariella teria mudado depois da guerra. Ficamos sem saber se ficou na Crimeia, se regressou a Inglaterra, que passos deu depois de descobrir a verdade… Ainda assim não deixa de ser uma leitura agradável para ficar a conhecer um pouco mais sobre esta época e este conflito.

Já foi lançado cá pela Oficina do Livro.

9 de fevereiro de 2010

O Leão no Inverno/The Lion in Winter (2003)

Informação técnica no IMDb.

Director: Andrei Konchalovsky
Escritores: James Goldman
Actores: Patrick Stewart, Glenn Close, Jonathan Rhys Meyers
Nota: 4/5

Nunca tinha ouvido falar deste filme mas quando o vi na biblioteca senti que o tinha de trazer para casa, e não me arrependi. Trata-se da adaptação ao pequeno ecrã de uma peça originalmente escrita para a Broadway, em 1966 por James Goldman, que foi depois sido adaptada para o cinema, em 1968, com Peter O'Toole, Katharine Hepburn, Anthony Hopkins e Timothy Dalton. Já agora, achei curioso o autor ter estado ligado a todas as adaptações.

Não sei muito sobre a história medieval inglesa, mas conheço algumas das lendas, como a do Robin dos Bosques e foi por isso com alguma curiosidade que vi este filme, que antecede em termos históricos, por assim dizer, aquela lenda. A história decorre no Natal de 1183, em Chinon residênica oficial de Henrique II (Patrick Stewart), rei do Império Angevino que compreendia as ilhas britânicas e metade da actual França. Henrique, na tentativa de formar uma aliança com Filipe II de França e decidir qual dos seus filhos será o seu sucessor, convida aquele bem como a sua esposa Leonor de Aquitânia (Glenn Close), que mantinha presa no Castelo de Salisbury por se ter rebelado contra ele, e seus filhos Ricardo (conhecido por Coração de Leão), Geoffrey (ou Godofredo) e João (o vilão das histórias do Robin dos Bosques), os pretendentes à coroa.

É um filme muito bem conseguido, com imensas reviravoltas nas alianças que cada um dos protagonistas faz, tentando cada um puxar a brasa à sua sardinha, mas também com algum humor. Adorei todos os actores, mas Glenn Close e Patrick Stewart merecem destaque, roubando constantemente as cenas em que estão presentes e dando exibições magníficas nas cenas a dois. Também achei piada ao príncipe João, algo mimado e que me relembrou constantemente o filme da Disney.

Apesar de ficcionado, já que nunca terá existido tal encontro em tal data, não deixa de ser interessante para quem se interessa por história. Para começar, o guarda-roupa é lindíssimo, mas mais que isso é um filme que ilustra bem como as relações familiares nem sempre eram as melhores (esta parece uma família disfuncional) quando havia várias cabeças com as mesmas pretensões e desejos, e as manobras de bastidores quando se tentava concretizar alianças e tratados.

Filme visto no âmbito do Period Drama Challenge do Lights, Camera... History! inserido no tema Maids & Knights.

8 de fevereiro de 2010

Confessions of a Jane Austen Addict [áudio-livro]

Autor: Laurie Viera Rigler; Orlagh Cassidy (narradora)
Género: chick lit
Editora: Penguin Audio | Nº de páginas: -
Nota: 1/5

Resumo (do site Goodreads): In this Jane Austen-inspired comedy, love story, and exploration of identity and destiny, a modern L.A. girl wakes up as an Englishwoman in Austen's time.

Opinião: Não sei o que me passou pela cabeça para ler este livro, já que as críticas, como a da Ana O., eram negativas. Talvez entusiasmada pelo Austenland, esperava que o áudio-livro fosse mais interessante. Mas como estava enganada.

Uma bela manhã Courtney Stone acorda não na sua cama, mas em plena Inglaterra no início do séc. XIX. Sem saber bem o que terá acontecido Courtney, cuja autora favorita é Jane Austen e tendo lido e relido os livros da autora inúmeras vezes, tenta adaptar-se ao que a rodeia e levar a vida que lhe é apresentada, esperando regressar, de qualquer maneira, ao séc. XXI.

Isto até poderia tornar-se numa história interessante mas a protagonista revela-se algo estúpida, sobretudo na parte em que conhece Jane Austen, e não pára de se queixar ao longo de todo o livro: de como o seu namorado a traiu, em como o amigo do namorado é que afinal era bom, como os vestidos lhe assentam sobretudo no peito, como as condições de higiene são deploráveis, como ela não é quem pensam ser… Bah! Irritante, irritante, irritante. Só me apetecia dar-lhe um valente par de estalos para ver se deixava de irritar e de se queixar.

As personagens são a coisa mais básica que há, não faltando a cópia barata do Mr. Darcy para ajudar à (triste) festa, a história é aborrecida e até a narradora enfada. O final abre caminho para o próximo livro, Rude Awakenings of a Jane Austen Addict, mas quer-me parecer que tão cedo não lhe vou pegar (se é que alguma vez o pretenda fazer). A sério, a única coisa de bom que tirei deste livro foi o facto de me ter acompanhado numa tarde em que tinha uma bela pilha de roupa para passar e a casa para arrumar, caso contrário dava o tempo que gastei a ouvir este livro por perdido.

7 de fevereiro de 2010

Querido Frankie/Dear Frankie

Informação técnica no IMDb.

Director: Shona Auerbach
Escritores: Andrea Gibb
Actores: Emily Mortimer, Jack McElhone, Gerard Butler
Nota: 5/5

Já andava de olho neste filme há algum tempo, pelo que foi com bastante agrado que o vi nas BLX e não podia deixar de o trazer. Sim, as BLX também têm DVDs que podem ser requisitados para empréstimo domiciliário e sem pagamentos, como sucede em videoclubes. Pode-se requisitar até dois títulos por uma semana.

O filme conta a história de Lizzie (Emily Mortimer) e do seu filho Frankie (Jack McElhone), de nove anos e surdo, que mudam constantemente de casa. Frankie nunca se lembra de ter visto o pai mas troca constantemente cartas com ele, que supostamente se encontra a trabalhar num navio. Mas isto não passa de uma história inventada por Lizzie para evitar que Frankie descubra a verdade sobre o pai. No entanto, o navio que Lizzie julgava ter inventado chega ao porto da cidade em que se encontram, o que a força a contratar um estranho (Gerard Butler) para fazer de pai do seu filho.

É uma história belíssima, daquelas de aquecer o coração e o filme é maravilhoso. Seja pelas imagens que nos mostra da Escócia, adorei a cidade costeira, como pela actuação dos actores que estão perfeitos, cada um no seu papel, mas tenho que destacar Jack McElhone que surpreende por ser bastante novo e conseguir representar um rapaz surdo, quando na realidade ouve. Não terá sido fácil, como podemos ver nas opções especiais, tendo aprendido linguagem gestual e a comunicar vocalmente como um jovem com deficiência auditiva.

É um filme que não posso deixar de aconselhar. É sobretudo reconfortante de se ver quando nos sentimos um pouco mais em baixo.

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