14 de fevereiro de 2010

The Rose of Sebastopol

Autor: Katharine McMahon
Género: romance histórico
Editora: Phoenix | Nº de páginas: 416
Nota: 3,5/5

Resumo (da capa): Russia 1854. As the Crimean War grinds on, Rosa Barr – young, headstrong and beautiful – travels to the battlefields, determined to save as many of the wounded as she can.

For Mariella Lingwood, Rosa’s Cousin, the war is contained within the pages of her scrapbook, in her sewing circle, and in the letters she receives from Henry, her fiancé, a celebrated surgeon who has volunteered to work within the shadow of the guns. But when Henry falls ill, and Rosa’s communications cease, Mariella finds herself drawn inexorably towards the war.

Following the trail of her elusive and captivating cousin, Mariella’s epic journey takes her from the domestic restraint of Victorian London to the ravaged landscape of the Crimea. As she ventures deeper into the dark heart of the conflict, Mariella’s ordered world begins to crumble and she finds she has much to learn about secrecy, faithfulness and love.


Opinião: Apesar de ter estudado História, confesso-me ignorante no que respeita a alguns conflitos mundiais e guerras que se travaram no passado. A Guerra da Crimeia é uma das quais jamais tinha ouvido falar, até ter cruzado com ela no livro Diplomacia de Henry Kissinger. Claro que fiquei com curiosidade e, tomando conhecimento deste livro, resolvi adquiri-lo, pois acho interessante ficar a conhecer conflitos e épocas através de livros de ficção. Afinal de contas foi com Bernard Cornwell e a sua série Sharpe que comecei a gostar do séc. XIX e percebi (finalmente!) estratégia militar.

Custou um pouco a entrar neste livro, não só porque li outros ao mesmo tempo (relegando este para momentos que encontrava para ler fora de casa, geralmente horas de almoço e enquanto esperava por transportes) mas devido às constantes mudanças temporais dentro do livro. O livro tem início em 1855 e seguimos Mariella que se encontra em Itália para visitar o seu noivo, Henry, que havia adoecido na Crimeia para onde tinha partido como médico de forma a tratar dos soldados. Mas aquele confunde-a com Rosa, sua prima, o que deixa Mariella hesitante. Terão Rosa e Henry desenvolvido uma relação amorosa enquanto Mariella aguardava que ambos regressassem a salvo a Inglaterra? Não tendo notícias de Rosa e querendo desfazer as suas dúvidas, Mariella parte para a Crimeia.

Como disse, são constantes as mudanças temporais dentro do livro pois correndo a acção principal em 1855 e 1856, voltamos constantemente atrás no tempo para vermos o desenvolvimento das relações de Mariella com Rosa e Henry, bem como para ficarmos a conhecer o que levou as personagens até ao tempo presente. Achei tal interessante, já que ficamos a conhecer o que os move, mas, infelizmente, quebra constantemente o ritmo do livro, fazendo com que o leitor se esforce por manter presente o que acontece em cada um dos momentos temporais. Tendo lido o livro a espaços, este esforço tirou algum do prazer do livro já que me esquecia de alguns detalhes e confundia por vezes os momentos. Além disso, fez com que o livro se desenvolvesse muito lentamente, o que também não ajudava a manter-me focada no mesmo e contribuía para que o metesse de lado.

Apenas as duas últimas partes são dignas de nota. Mariella chega finalmente à Crimeia e a descrição das condições dos hospitais de campanha e dos acampamentos dão um retrato, que me parece fiel, do que se podia esperar de um confronto bélico da época. Fez-me lembrar as descrições de Cornwell, mas enquanto que naquele tomamos parte dos confrontos, aqui ficamos a conhecer o que acontece depois: os saques, os corpos a serem retirados do campo de batalha indo os vivos para os hospitais e os mortos enterrados, muitas das vezes em valas comuns. O livro dá por isso uma boa imagem dos procedimentos médicos em batalha, o que arrepia um pouco, do esforço que Florence Nightingale teve de fazer para que as suas enfermeiras fossem bem vistas no campo e sob este tipo de pressão, bem como do esforço para manter um nível sanitário decente para que doenças não se propagassem (era mais comum a morte de soldados por doenças relativas a higiene do que propriamente devido a feridas de guerra).

No que toca às personagens, é também nas últimas duas partes que vemos o crescimento da protagonista, Mariella, que vemos o “power of the needle” em acção. Se esta cresce, deixando de ser aquela rapariga ingénua que conhecemos no início do livro para se tornar numa mulher, as outras personagens deixam algo a desejar por serem pouco desenvolvidas. A única, para além da protagonista, a ser desenvolvida é Rosa e se esta contribui para que Mariella saia da sua concha, infelizmente Mariella não consegue domar o ímpeto daquela, que faz com que aquela se lance de cabeça em diversas situações sem parecer ligar às consequências. Rosa acaba por parecer uma moça mimada que, apesar de ser movida por boas acções, parece fazer as piores escolhas por não ser capaz de seguir as regras que lhe são impostas.

O fim também deixou algo a desejar já que parece bastante abrupto, quando eu gostaria de ver algum tipo de conclusão que mostrasse como a vida de Mariella teria mudado depois da guerra. Ficamos sem saber se ficou na Crimeia, se regressou a Inglaterra, que passos deu depois de descobrir a verdade… Ainda assim não deixa de ser uma leitura agradável para ficar a conhecer um pouco mais sobre esta época e este conflito.

Já foi lançado cá pela Oficina do Livro.

1 comentário:

Tinkerbell disse...

pela tua opinião fico na dúvida se será aqueles GRANDES LIVROS...e perco um pouco o entusiasmo em o ler...mas por outro lado durante o curso de enfermagem quando falamos de florence nightingale e a guerra da crimeia o assunto não foi muito explorado era interessante saber mais já que a autora descreve bem esse momento e as condições.

bjs e boas leituras**

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