6 de janeiro de 2014

Revolutionary Road

Autor: Richard Yates
Ficção | Género: romance
Editora: Biblioteca Sábado | Ano: 2010 (publicado originalmente em 1961) | Formato: livro | Nº de páginas: 280 | Língua: português

Quando e porque peguei nele: entre 10 de dezembro de 2013 e 5 de janeiro de 2014. Foi o vencedor da última votação do Monthly Key Word Challenge e estava cá por casa desde 2010, pelo que era elegível para o Mount TBR Challenge. Como só o acabei agora, acabou por não contar para nenhum.


Opinião: A melhor ideia que tive o ano passado foi dar a escolher por votação os livros a ler para o desafio do Monthly Key Word, mais não tenha sido por, deste modo, atirar-me a alguns bons livros que tenho por casa, pois apesar de qualquer que tenha sido minha opinião final, não deixaram de ser leituras boas e interessantes, de onde sempre consegui retirar algo. Este não foi excepção.

Esperava vir a gostar mais da escrita deste autor e apesar de achar que passa bem alguns dos sentimentos das personagens, achei-a algo seca e monótona. Mas o mais estranho é que parece acabar por se coadunar à história, que apresenta várias personagens presas a uma vida monótona, tendo no entanto ambicionado, perspectivado, uma vida completamente diferente e, a seus olhos, muito mais preenchida do que aquela que inevitavelmente acabaram por seguir.

Não vou dizer que me reflito nas personagens mas entendo o desespero de April, por exemplo, e a relutância em largar tudo, sobretudo a estabilidade que se tem e a rotina confortável, de Frank e perseguir algo tão esquivo como sonhos. De facto, passei o livro todo a achar que ele era um cretino convencido e armado em superior até perceber que talvez eu faça o mesmo, numa tentativa, algo vã reconheço, de manter um resquício de singularidade, de mostrar a mim mesma que sou única, que me destaco do mar de gente que encontra conforto na rotina, num emprego que dá algum tipo de satisfação mesmo que seja o de às 18h sair porta fora. Aqui até sei que sou mais afortunada, pelo menos, que o personagem e muitos outros, mas não deixam de existir dias em que dúvidas como "é mesmo isto que quero fazer? é o melhor que consigo? não há outra vida para além disto?" assaltam o espírito.

As restantes personagens, Campbells e Givings, também nos mostram dilemas parecidos, sob uma aparente noção de normalidade, mas é o elemento anormal que destoa e mostra a imperfeição da imagem, criticando a sociedade que se contenta em viver num "vazio sem esperança" e colocando-nos a pensar na nossa própria situação.

Veredito: Vale o dinheiro gasto. Só ao escrever me apercebi do quanto gostei do livro, apesar de ter demorado a entrar nele por achar a escrita algo secante e ter sido difícil ligar-me às personagens a nível emocional apesar de entender os seus dramas. Mas é um livro que acaba por se entranhar. Fica a curiosidade para ver o filme.

2 comentários:

slayra disse...

Ainda bem que o conseguiste acabar e que acabaste por achar interessante! :)

WhiteLady3 disse...

Dei-lhe uma última e derradeira hipótese, valeu a pena. :)

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