5 de maio de 2013

O Primeiro Cavaleiro

Uau, já se passou algum tempo desde que fiz algo como isto. Tenho-me limitado a escrevinhar opiniões no Goodreads e no Letterboxd, geralmente logo após acabar a leitura ou o visionamento de um filme para constituir uma espécie de base para o que mais tarde posso (ou não) vir a desenvolver, mas tenho sentido vontade de escrever novamente e aqui está uma tentativa de escrever algo com mais pés e cabeça.

Diretor: Jerry Zucker
Baseado na lenda arturiana por Lorne Cameron, David Hoselton e William Nicholson
Atores: Sean Connery, Julia Ormond, Richard Gere

Mais informação técnica no IMDb.

Quando e onde o vi: 4 de Maio na SIC

Opinião: Ontem vi o filme "First Knight" pela primeira vez, apesar das inúmeras ocasiões em que já tem passado na TV, e o sentimento que deixa é de um grande "meh". Para começar o Richard Gere não me convenceu como Lancelot. Se calhar convém dizer que esta até é das personagens que menos me tem cativado nas várias adaptações das lendas arturianas que tenho visto e lido, pois apesar de achar a sua história (ou pelo menos o pouco que conheço) bastante bonita e achar que é das personagens mais intrigantes destas lendas, acaba por ficar sempre aquém daquilo que eu imagino ou espero. Este é só mais um exemplo e o Richard Gere não ajuda porque, sinceramente, não me faz sentir nada para além de indiferença. Não quer dizer que eu pense que ele é mau actor, longe disso, mas nunca (ou muito raramente) consigo criar qualquer tipo de ligação com as personagens que desempenha. Não sinto qualquer empatia, não sei como explicar melhor.

Curioso é que uma das personagens que mais odeio, Guinevere, aqui até me pareceu bastante bem representada. Até ao momento em que beija Lancelot, quero eu dizer, e sabemos que dali para a frente coisas más vão acontecer e não há como voltar atrás e coisas do género. Sim, eu sei que o amor de ambos faz parte da lenda, e que traem o Artur mesmo que apenas em pensamento e tal, mas achei que ela estava a revelar-se uma personagem tão forte que toda aquela cena me pareceu descontextualizada. Mais ainda porque pouca química senti entre as personagens. A sua relação não é tão aprofundada como a que ela tem com Artur, baseando-se unicamente em encontros fugazes porque ela é raptada e ele a salva. Okay, se eu fosse raptada (mas a sério, duas vezes?) também gostaria que me salvassem, mas não creio que isso seja base para um everlasting love. O diálogo entre Lancelot e Guinevere quase que se resume a:
Lancelot: Kiss me!
Guinevere: No!
Lancelot: Kiss me!
Guinevere: I'm about to marry!
Lancelot: Kiss me and run away with me!
Guinevere: *finge que pensa um pouco* No!

Pois... Resta dizer que a minha reacção foi praticamente a do Artur perante aquela cena e que propicia o final ridículo. E sim, é ridículo pelo simples facto de que no seu leito de morte o Artur praticamente nomeia Lancelot como seu sucessor, apesar de o conhecer há pouco tempo e depois de o ter apanhado a beijar a sua mulher (!) quando tinha a seu lado outros cavaleiros, como Agravaine que é retratado como seu braço direito, que o acompanhavam há mais anos e em quem, suponho, deveria confiar mais.

Veredito: Deu na televisão e pouco se perde com isso. Enfim, é um filme que se vê bem, apesar de pouco ou nada acrescentar ao mito, e que realmente me deixou algo desapontada.

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