30 de janeiro de 2010

O Nome do Vento (Crónica do Regicida, Livro 1)

Autor: Patrick Rothfuss
Género: fantasia
Editora: Gailivro | Nº de páginas: 966
Nota: 4/5

Resumo (da capa):
«Chamo-me Kvothe. Resgatei princesas dos túmulos de reis adormecidos, incendiei Trebon. Passei a noite com elurian e parti com a sanidade e com a vida. Fui expulso da Universidade na idade em que a maioria dos alunos é admitida. Percorri caminhos ao luar que outros receiam nomear durante o dia. Conversei com deuses, amei mulheres e compus canções que fazem chorar os trovadores. É possível que me conheçam.»

Assim se inicia uma história sem igual na literatura fantástica, a história de um herói contada pela sua própria voz. É uma história de mágoa, uma história de sobrevivência, a história de um homem que busca o sentido do seu universo e de como essa busca e a vontade indomável que a motivou, fizeram nascer uma lenda.

Opinião: Por incrível que pareça, tomei conhecimento deste escritor devido à polémica, por assim dizer, que envolve George R.R. Martin e a saga da escrita do seu A Dance with Dragons. Vi um cartoon em que o próprio lutava com a escrita do seu segundo volume e, curiosa, pesquisei um pouco. As críticas positivas aguçaram-me a curiosidade que se tornou ainda maior com a sua publicação em português. No entanto, fiquei sempre algo reticente em comprar um livro de tamanho tão considerável, pelo que resolvi ir à biblioteca requisitá-lo. É nestas alturas que dou graças por poder ler livros de graça. Atenção, isto não quer dizer que seja mau mas não é tão bom como eu estava à espera, depois de ler críticas como a do Pedro. Esperava algo mais deste livro de fantasia que, espremendo muito bem, pouco tem.

Ora bem, a história começa com um estalajadeiro e com umas aranhas de metal, o que até estava a ser interessante. Entra depois um Cronista que pede ao estalajadeiro que conte a sua história, a que ele acede dizendo no entanto que precisa de 3 dias. Eu sabia que devia ter prestado mais atenção a esta parte, porque os 3 dias correspondem aos 3 volumes pensados para esta trilogia mas só descobri isto muito tarde. Conhecemos então Kvothe, nascido na tribo Edemah Ruh, um grupo de artistas viajantes, ficando assim a conhecer a sua infância e a sua iniciação na simpatia, tendo Abenthy como tutor. Mas todos os cenários idílicos têm um fim e Kvothe é então obrigado a sobreviver nas ruas de Tarbean até que consegue ingressar na Universidade. Esta, que esperava ser a melhor parte do livro, foi a que mais me custou ler por parecer arrastar-se indefinidamente e nos apresentar, entre personagens interessantes, como o mestre Elodin e Auri, outras que pouca atenção me mereceram, caso da Denna e do suposto rival de Kvothe, e que me parece (infelizmente) vão ter maior importância nos volumes seguintes.

O ritmo lento, as acções (algo) inconsequentes, foram verdadeiros turn off sempre que punha o livro de lado e voltava a pegar-lhe. Confesso que fez-me lembrar um pouco Stephenie Meyer, uma autora também com muita parra e pouca uva, mas que também me agarrava aos seus livros com a promessa de acção umas páginas mais à frente, tal como neste livro. Mas se adorei a escrita de Rothfuss, não o posso dizer de Meyer. Rothfuss tem uma certa musicalidade que Meyer não tem. Mas o que mais me seduziu foi a parte em que se explica a magia/simpatia, que me pareceu algo semelhante ao vudu, e a história dos Chandrian que mesmo assim, para mim, não foram muito desenvolvidos. Também gostei do modo como apresentou a história, colocando-a na voz de Kvothe, mudando para um narrador omnisciente sempre que a acção passava para o tempo presente, assim como das histórias dentro da história (sobretudo a que Skarpi conta sobre os Chandrian). Acho que foi uma belíssima maneira de nos apresentar a personagem principal.

Infelizmente e apesar de acreditar que esta saga tem possibilidade de se converter em algo maior (daí a nota que lhe dou) do que nos apresenta este livro, fico com a sensação de que tudo o que eu quero ver respondido pode não vir a ser abordado. Não duvido que o autor já tenha tudo planeado, mas vendo bem a coisa, se os 3 volumes são para contar a história de Kvothe, veremos algum tipo de solução para o que se parece passar no tempo em que a história é contada? Não duvido que Kvothe nos conte o que o levou até ali, porque é que agora as estradas são inseguras, mas veremos algum tipo de conclusão? Veremos ele em acção, o bem a triunfar sobre o que parece ser o mal? :/

7 comentários:

NLivros disse...

Também li e não gostei.

Este é mais um livro produto do marketing. No entanto sou mais pessimista do que tu, eu acho até que o autor nem deve escrever o 2º volume ou se o escrever, devido à pressão da editora, deve sair uma sequela muito fraca.

Em todo o caso, mesmo que saia, não tenho a minima curiosidade.

WhiteLady3 disse...

Eu tento ter uma atitude mais positiva no que toca a autores acabarem as suas séries. :D Concordo que a pressão pode ser desgastante, mas costumo ter em mente a J.K. Rowling que apesar de tudo acabou bem a sua série, ainda que tenha desgostado do 5º livro e do epílogo no 7º. :P

Já eu tenho alguma curiosidade, sendo que ela se prende sobretudo com os Chandrian e com os capítulos finais deste primeiro volume. Gostei do facto de pontas serem atadas mas ainda assim o autor soube deixar algumas pontas soltas, interessantes na minha opinião, e que me fazem querer ler pelo menos o 2º volume.

Tita disse...

Ainda não me decidi se quero ou não ler este livro :-/

WhiteLady3 disse...

Infelizmente sinto que não te posso aconselhar porque fiquei bastante dividida. Como disse, a nota é mais por aquilo que espero dos próximos volumes e não tanto por este. Se não tiveres pressa, talvez seja melhor aguardar pela publicação do 2º para pegar neste. :/

Rodrigo Azevedo disse...

Desculpe mas eu discordo.
Gostei muito deste livro, achei-o diferente dos costumeiros "mais do mesmo", em fim, cada um deve ter sua opinião, mas afirmo novamente, eu gostei do livro.

abs.

WhiteLady3 disse...

Por acaso não o achei muito diferente de outros e penso que se algumas partes poderiam ter sido melhor aproveitadas, outras eram escusadas. Fiquei com a sensação de que li muito para nada acontecer. Esperava muito mais do livro, mas talvez tenha partido para ele com expectativas muito elevadas que não foram correspondidas. Ainda assim espero ansiosa pela continuação pois fiquei muito interessada nos Chandrian e gostava de saber o que vai sair dali. :)

Gustavo antonio disse...

Nossa, pois eu discordo de voces. No livro acontece muitas coisas, se passam vários anos, e está a contar a historia do jovem Kvothe, é claro que não tem muita ação ainda, pois o segundo livro está melhor. Caso gostem da série Cronica do regicida, tem um forum de discussão dele, kvothe.forumeiros.com

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