27 de maio de 2009

Daniel Deronda

Autor: George Eliot
Género: Romance
Editora: Wordsworth Editions | Nº de páginas: 752
Nota: 5/5

Resumo (da capa): George Eliot’s final novel, Daniel Deronda (1876), follows the intertwining lives of the beautiful but spoiled and selfish Gwendolene Harleth and the selfless yet alienated Daniel Deronda, as they search for personal and vocational fulfilment and sympathetic relationship.

Set largely in the degenerate English aristocratic society of the 1860s, Daniel Deronda charts their search for meaningful lives against a background of imperialism, the oppression of women, and racial and religious prejudice. Gwendolen’s attempts to escape a sadistic relationship and atone for past actions catalyse her friendship with Deronda, while his search for origins leads him, via Judaism, to a quest for moral growth.

Eliot’s radical dual narrative constantly challenges all solutions and ensures that the novel is as controversial now, as when it first appeared.

Opinião: Este é um daqueles livros que tive pena de o ler num período tão agitado e em inglês (Abril e Maio foram meses de loucos e o inglês, quando ando exausta, soa estranhamente a chinês ou grego, que são línguas que não domino), pois sinto que há coisas que me passaram um pouco ao lado e que podiam ter feito com que gostasse ainda mais da leitura, se tal é possível porque considero-me já rendida a esta autora, que tem alguns livros editados em português mas este, infelizmente, não se encontra traduzido.

Neste livro seguimos os destinos de Daniel Deronda e Gwendolen Harleth, que conhecem-se por acaso em Leubronn, Alemanha, um lugar conhecido pelos seus jogos de azar. Voltamos então atrás no tempo para conhecer o que levou ambos a encontrarem-se naquele local. O primeiro, criado desde cedo por Sir Hugo Mallinger sem saber qual a sua verdadeira origem, conhecemos como tendo tendência a ajudar os outros sem olhar para si próprio. Já Gwendolen, é-nos mostrada como uma menina mimada, incapaz de sentir verdadeira afeição por qualquer pessoa, à excepção da sua mãe. O encontro destas duas almas terá, no entanto, efeitos para o futuro, seguindo-se depois a narrativa acompanhando a vida de ambos, onde os seus destinos se voltam a entrelaçar e conduzindo-nos então ao desenlace final.

Este é um livro bastante descritivo, nomeadamente no que toca as personagens, às suas lutas interiores e pensamentos, e são estas o ponto forte da história. Confesso que os protagonistas não são os meus preferidos, no entanto não pode passar ao lado a mudança, o crescimento destas personagens, sobretudo no que diz respeito a Gwendolen. Mas a mesma minúcia de descrição foi colocada nas personagens secundárias e deixem-me salientar a força das personagens femininas, que mesmo perante a adversidade não desistem e que chegam a declarar-se contra o papel que a sociedade lhes tinha reservado. Chegamos mesmo a cruzar-nos com uma personagem feminina que se confessa apenas apaixonada pelo palco, que recusa o seu papel como mãe por não ter amor para dar, já que esse amor estava nela destinado ao palco, a uma carreira. Em pleno séc. XIX, em plena era vitoriana, isto deve ter suscitado bastante controvérsia, assim como terá acontecido com o forte pendor judaico deste romance.

É um romance que não deve ser pegado de ânimo leve. Tece uma crítica à sociedade da época, nomeadamente aos casamentos por conveniência, mas também mergulha num movimento judaico que à época começava a ter muitos adeptos e que reclamava a existência de um estado judaico (o Estado de Israel) na Palestina, que se veio a concretizar já no séc. XX, após a Segunda Guerra Mundial, e onde ainda hoje são noticiados conflitos.

Aconselho. Acho que é uma obra fenomenal e tenho pena, como disse, de achar que não apreendi tudo aquilo que tinha para oferecer. Há muitas subtilezas, personagens muito bem construídas e uma história bastante coerente, com uma reviravolta aqui e acolá, e muito agradável de seguir. Sem dúvida um livro para guardar e reler.

21 de maio de 2009

Saga Téméraire (III)

Nem a propósito da última mensagem, referente à publicação do terceiro volume desta série em português...

A autora Naomi Novik actualizou o seu Livejournal dando a conhecer o nome possível para o sexto livro da saga Téméraire, Tongues of Serpents, que será editado no Verão do próximo ano. Mais alguma informação pode ser encontrada aqui.

Desta vez a história parece ter lugar na Austrália, continuando assim a viagem por lugares algo exóticos, seguindo-se a viagens à China e a Istambul, nos segundo e terceiro volumes respectivamente.

Críticas aos primeiros três volumes da saga podem ser lidas aqui.

15 de maio de 2009

Saga Téméraire (II)

Acabei de receber a informação de que o terceiro volume da saga Téméraire, Black Powder War no original (crítica aqui), será publicado em Agosto pela Presença.

Já o li em inglês mas aguardo ansiosamente a publicação em português!

14 de maio de 2009

Lolita

Autor: Vladimir Nabokov
Género: Romance
Editora: Biblioteca Sábado | Nº de páginas: 279
Nota: 4/5

Resumo (da capa): Humbert Humbert é um professor de meia-idade e Lolita, a filha da sua senhoria, é uma jovenzinha de doze anos perturbadoramente bela e provocante. Com estes elementos foi construída a história da obsessão amorosa mais famosa do século XX, um apaixonante romance de amor que abala todas as consciências ao destapar a poderosa e «perversa» atracção que podem exercer as denominadas «ninfitas». Este itinerário desenfreado pelas estradas da loucura e da morte, que mergulha nas paixões humanas até as levar ao extremo, é também um retrato devastador dos Estados Unidos de meados dos anos cinquenta, com os seus horrores suburbanos e a sua triunfante subcultura.

Opinião: Este é um daqueles livros que, não fosse pela Leitura Conjunta do fórum Estante de Livros, jamais me passaria pela cabeça lê-lo, não devido ao tema que aborda mas porque nunca foi livro que me chamasse verdadeiramente a atenção, apesar da influência que teve e ainda tem na cultura popular (relembro agora um caso em que uma loja teve de deixar de vender camas para meninas já que a linha tinha como nome “Lolita”).

Neste livro, seguimos o relato de Humbert Humbert, que se encontra preso, e que se dispõe a apresentar a história, do que o levou até aquele lugar, ao jurí (ou ao leitor). Humbert conta então que tem um trauma de infância devido a um amor nunca concretizado, em termos sexuais, e que o terá levado a desenvolver uma atracção por “ninfitas” que o próprio descreve:
Entre os limites etários dos nove e dos catorze anos ocorrem donzelas que, a certos viajantes enfeitiçados, duas ou muitas vezes mais velhos do que elas, revelam a sua vera natureza, que não é humana, e sim nínfitica (isto é, demoníaca) – criaturas eleitas que me proponho adesignar por “ninfitas”.
Conhecemos então a “ninfita” de 12 anos que mais o deslumbrou e maravilhou, Dolores ou Lolita, ao ponto de se tornar uma obsessão e, talvez mesmo, amor.

É claro as várias tentativas de Humbert de se desculpar, de justificar a sua atracção e os actos cometidos, nomeadamente, com Lolita. É aqui que surge a discussão. Seria Lolita uma criança assim tão inocente? Podemos condenar Humbert pela sua inclinação, quando já no passado outras figuras (que o próprio nomeia no seu relato) exibiam a mesma predilecção? Quando havia mesmo casamentos reais, em que os noivos tinham uma grande diferença de idades? Este livro coloca assim várias questões do ponto de vista moral que ainda são muito actuais, numa época em que surgem cada vez mais noticiados os crimes de pedofilia, e a própria escrita de Nabokov, que é fantástica, diria mesmo bela, convida à ponderação, mais não seja por a escrita ser de tal modo envolvente que, só recordando e discutindo o tema, se torna a nossa posição mais nítida e por vezes contrária aquela que tínhamos durante a leitura (onde, por defeito, nos aproximamos mais facilmente das ideias e ideais do narrador).

A história, apesar de tudo, parece esmorecer a partir de determinado ponto, com o narrador a repetir-se com alguma frequência, nomeadamente na segunda parte. Não deixa de ser interessante, já que nos apresenta um mundo saído do pós-guerra, onde o tema da sexualidade se encontrava em debate, e podemos ver também uma crítica à classe médica, nomeadamente à psiquiatria que Humbert (ou Nabokov, através da sua personagem) parece desdenhar.

10 de maio de 2009

9 de maio de 2009

Feira do Livro e últimas aquisições (III)

mas passando tudo isto acho que vou fazer uma pausa nas aquisições.

E eis que começa hoje a greve às novas aquisições, excepto dos livros da Sábado está claro...

Antes de passar à Feira, adquiri nas últimas semanas, via BookMooch, como não podia deixar de ser:


Comprado numa papelaria:

Na verdade ia à procura de livros da Anne Stuart, mas pensei "bah, porque não..."


Passando então à feira... Foi fixe. Não notei grande diferença em relação ao ano passado, apesar de achar que as novas bancas são mais bonitas e mesmo mais práticas (e todas as editoras tinham Multibanco!), mas devo dizer que a companhia é que foi demais! O pessoal do fórum Estante de Livros combinou encontrar-se e foi engraçado dar caras a nicks com quem falo pela net faz um ano. :D

No que toca a aquisições, foram muitas mas, como esta deve ser a única visita que faço à feira, tenho desculpa. Além disso tentei aproveitar algumas promoções 2=3, das editoras Saída de Emergência e Publicações Europa-América, o que permitiu a acabar a colecção da trilogia de Anne Bishop, trazendo também o livro Serpente de Clive Cussler de oferta, e comprar livros do Tolkien (com uma gravura do Alan Lee também como oferta)! Já só falta os Filhos de Húrin que ficam para uma próxima ocasião. :P

Comprei também alguns livros que já há muito andava a querer adquirir, caso do livro sobre Erzsébet Báthory, o último HP e Os Contos de Beedle o Bardo. Aproveitei também para comprar o último livro de Juliet Marillier passado em Sevenwaters. Deixem-me também acrescentar a oferta da simpática Catarina Coelho, do seu livro A fantástica aventura dos Anões da Luz, e que apesar de ter a mão inchada, disponibilizou-se para os autografar. ;)

Foi um dia bem passado, apesar da chuva. Espero que haja um novo encontro para breve, mas desta vez sem rombos na carteira. :D

Declaro oficialmente aberta a greve a novas aquisições... agora vamos é ver até quando é que dura...

2 de maio de 2009

Harry Potter and the Order of the Phoenix (Harry Potter, Livro 5) [áudio-livro]

Autor: J.K. Rowling; Stephen Fry (narrador)
Género: Fantasia
Editora: Cover to Cover Cassettes Ltd | Nº de páginas: -
Nota: 3/5

Resumo (do site Amazon.co.uk):
Dumbledore lowered his hands and surveyed Harry through his half-moon glasses.
'It is time,' he said, 'for me to tell you what I should have told you five years ago, Harry. Please sit down. I am going to tell you everything.'
Harry Potter is due to start his fifth year at Hogwarts School of Witchcraft and Wizardry. He is desperate to get back to school and find out why his friends Ron and Hermione have been so secretive all summer. However, what Harry is about to discover in his new year at Hogwarts will turn his whole world upside down...But before he even gets to school, Harry has an unexpected and frightening encounter with two Dementors, has to face a court hearing at the Ministry of Magic and has been escorted on a night-time broomstick ride to the secret headquarters of a mysterious group called 'The Order of the Phoenix'. And that is just the start. A gripping and electrifying novel, full of suspense, secrets, and - of course - magic.

Opinião: Devo de dizer que este é o livro que menos gosto desta saga. Não gostei da primeira vez que o li, foi o único livro desta série que me fez adormecer a meio de um capítulo, não gostei da segunda e voltei a não gostar da terceira vez que o leio.

Depois do tom mais maduro dos outros livros, este parece tornar-se novamente algo infantil, com Peeves mais uma vez a fazer das suas, mesmo que seja a pedido dos gémeos e para desafiar a Umbridge não me parece que o livro tenha ganho com isso, e voltam também as criaturas fantásticas, já que aparece um gigante que, pessoalmente, acho que pouco trás à história. Além disso, também não gostei do facto de o livro parecer ter um ritmo mais lento que os outros, de o Harry estar contra tudo e contra todos (a sério, só me apetece dar-lhe um par de estalos) e de haver pouca acção. O livro só começa a ganhar interesse no momento em que Harry vê o seu padrinho em perigo e desencadeia toda a cena no Ministério da Magia. Até aí, só há hormonas e, sinceramente, dispenso-as.

No entanto, não deixa de ser um bom livro para a segunda parte da série. Gostei de ver aprofundadas algumas personagens, como o Neville e a Ginny que tomam uma outra dimensão, talvez mesmo antecipando os eventos do último livro, e gostei da Umbridge, acho uma das melhores personagens deste livro. Finalmente ficamos também a saber porque é que Voldemort deseja matar o Harry, percebemos melhor a ligação entre ambos e tem início a segunda guerra, sendo perceptível que haverá baixas.

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