Por momentos cheguei a questionar o mesmo que o artigo mas não, acho que realmente deve ler-se o que se bem entender. Não digo que adoro YA mas vou lendo espaçadamente e vou gostando do que leio, provado até pela última série que li de forma desenfreada e quase numa assentada. No entanto, tenho a plena noção de que é um escape e que me tenho virado em alturas em que aquilo é exatamente o que preciso pois para lidar com problemas adultos, digamos assim, basta-me o dia-a-dia. Mas não é por essa razão que eu leio qualquer outra coisa?
Sim, sou capaz de questionar se o escape não estará a virar norma. Questionar se são os livros que realmente estão a ficar bons ou se é a insatisfação com o dia-a-dia (os dias iguais, as pressões sociais, o trabalho por vezes pouco entusiasmante) e a ideia de se querer ser jovem para sempre, de ter poucas responsabilidades, de achar que se vai ter as respostas para tudo e que por isso o mundo vai fazer sentido e podemos deixar as nossas inseguranças ali, que está a ganhar pontos.
Falando por mim, reparo que, chegando à idade adulta, só mesmo a idade e o facto de ter um emprego me fazem sentir adulta. De resto, parece que continuo no mesmo lugar e com as inseguranças do meu "eu" de 16 anos. Há alturas em que não tenho problemas em lidar com isso, sinto que cresci, conquistei coisas, entre os quais um lugar no mundo, mas há outras em que parece que sou "esmagada" por esse mundo, perco o meu lugar e sinto mesmo que reverto a esse "eu" adolescente. Sou assaltada por questões de "fiz a escolha certa? devia ter seguido outro caminho?" e aqueles livros apresentam possibilidades que poderia ter escolhido. Mas que não fiz e ao ler, ao passar por aquelas primeiras experiências novamente ou mesmo pela primeira vez, acabo por não me arrepender do que realmente fiz. Volto a pisar chão, a perceber onde estou, qual é o meu lugar e percebo um pouco mais o meu propósito.
Lá porque é escape (mas vai daí não será toda a literatura escape? até escape da ignorância?) não quer dizer que não se aprenda ou se retire algo mais que um final HEA. Embaraço sentiria se lesse sempre a mesma coisa, o mesmo tipo de histórias, com medo de me acharem idiota ou criança. Se há parte do meu eu de hoje que está fortemente vincado e raras vezes é questionado porque já foi posto à prova, é a minha certeza de que todas as leituras contribuem para o que sou e, com sorte, vou encontrando os livros certos nos momentos em que mais preciso deles. E têm sido livros de todos os géneros, virados para diferentes faixas etárias, até para diferentes pessoas. O George R.R. Martin diz "A reader lives a thousand lives before he dies. The man whonever reads lives only once." Como posso sentir-me embaraçada por ler o que quer que seja? Por viver ou até reviver situações, porque mesmo o reviver pode trazer outras consequências, outro tipo de aprendizagem.
Enfim... Podem também ler isto, isto, isto, isto, isto e mais isto e até isto.
Lá porque é escape (mas vai daí não será toda a literatura escape? até escape da ignorância?) não quer dizer que não se aprenda ou se retire algo mais que um final HEA. Embaraço sentiria se lesse sempre a mesma coisa, o mesmo tipo de histórias, com medo de me acharem idiota ou criança. Se há parte do meu eu de hoje que está fortemente vincado e raras vezes é questionado porque já foi posto à prova, é a minha certeza de que todas as leituras contribuem para o que sou e, com sorte, vou encontrando os livros certos nos momentos em que mais preciso deles. E têm sido livros de todos os géneros, virados para diferentes faixas etárias, até para diferentes pessoas. O George R.R. Martin diz "A reader lives a thousand lives before he dies. The man whonever reads lives only once." Como posso sentir-me embaraçada por ler o que quer que seja? Por viver ou até reviver situações, porque mesmo o reviver pode trazer outras consequências, outro tipo de aprendizagem.
Enfim... Podem também ler isto, isto, isto, isto, isto e mais isto e até isto.
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