29 de janeiro de 2014

50/50

Diretor: Jonathan Levine
Escritor: Will Reiser
Atores: Joseph Gordon-Levitt, Seth Rogen, Anna Kendrick

Mais informação técnica no IMDb.

Opinião: Já não me lembro o que é que o meu irmão me tinha dito sobre este filme para que eu o quisesse ver, mas diga-se que o tema interessava-me, já que os casos de cancro em pessoas que conheço ou que me chegam aos ouvidos estão, infelizmente, a aumentar e a atingir pessoas cada vez mais jovens (cheguei a fazer alguns trabalhos com o meu antigo serviço, em parceria com a Fundação do Gil, no IPO e deixem-me que vos diga que quebra o coração ver crianças com tal doença, todos os problemas que possamos ter são pequenos, ou mesmo ridículos, quando comparados com aquilo que aquelas crianças e pais sofrem).

É sem dúvida um filme muito bom, que explora não só a convivência do protagonista com tal doença após o seu diagnóstico, mas também da sua psicóloga, que começa a ter de perceber como lidar com a coisa para poder ajudá-lo e a outros, assim como dos seus familiares e amigos. Acaba por ser, talvez, uma situação e história cliché, com personagens clichés mas que resulta, pois preocupamo-nos de facto com as personagens, sobretudo se se conhecer casos semelhantes. Mas, e talvez já seja o meu pessimismo (que se tem acentuado nos últimos tempos) a falar, achei o final demasiado feliz.

Eu sei que é mau da minha parte, quem é que no seu perfeito juízo gostaria de ver uma personagem a morrer com tal doença, quando é muito mais bonito e interessante bater a estatística? Porque é a isso que o título se refere, ele tinha 50% de hipóteses de sobreviver ou não. Acreditem, fico imensamente feliz quando alguém consegue superar e vencer o raio da doença, mas eu sei que a estatística sucks (para não andar a dizer asneiras) e que a morte está sempre à espreita. Sei que há quem por muito que lute, que vença sucessivas batalhas numa muito longa guerra para apenas a perder.

Talvez seja estúpido pedir isto num filme mas, sim, esperava algo diferente. Nem digo algo mais realista mas não, não queria sentir a ponta de esperança que o final do filme deixa. Queria ser esmagada pelo sentimento de fatalidade que o filme tinha, até porque dei por mim a pensar "isto não vai acabar bem". Queria ser esmagada pela realidade de todos aqueles que não conseguem vencer. Porque nem todos os finais são felizes.

Veredito: Emprestado e pouco se perde com isso. É um filme muito bom, quer dizer nem o Seth Rogen me irritou e achei que estava bem no seu papel (!), mas o final como que estragou o filme para mim. Eu é que sou parva, deveria querer finais felizes mas não, há finais que estão a deixar de funcionar comigo.

2 comentários:

Alu disse...

Já vi o filme duas vezes. Não sou apreciadora de comédias sem sentido. Por isso é que gostei tanto desta. Acho que nunca vi nenhum outro filme onde o tema é abordado desta forma. Acontece quase sempre aquilo que tu querias: que ele morresse.

Por isso, para mim foi expectativa até à última parte (afinal havia 50% de hipóteses).

WhiteLady3 disse...

Por isso é que eu disse que era um problema meu. Os finais felizes começam... não diria que começam a aborrecer-me, mas estou numa altura em que parece impossível, perante o que vou presenciando e tal, acreditar em finais felizes, sobretudo quando mete esta doença. De 6 pessoas que conheço (conheci) com a doença, só 2 ainda estão por cá a lutar. E uma delas cada vez que parece vencer uma batalha, o raio da doença volta a atacar ainda com mais força. Acaba por ser difícil manter o otimismo e acreditar.

Mas sim, há filmes com finais como que procurava também neste, o Flores de Aço e o Filadélfia, ainda que este último seja sobre a SIDA, e são filmes que gosto bastante. Foram os primeiros filmes que, quando os vi, confrontaram-me com uma realidade que há data não conhecia.

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