30 de dezembro de 2012

O Hobbit: uma viagem inesperada

Diretor: Peter Jackson
Adaptação de O Hobbit de J.R.R. Tolkien por Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson e Guillermo del Toro
Atores: Martin Freeman, Ian McKellen, Richard Armitage

Mais informação técnica no IMDb.

Quando e onde o vi: 22/dezembro no cinema.

Opinião: OK, é difícil escrever uma opinião para este filme, pois era dos que mais ansiava por ver. No geral gostei, afinal estamos a falar de um regresso à Terra Média pela mão do Peter Jackson, mas há alguns problemas sendo o maior, a meu ver, o facto de ser algo repetitivo.

O filme começa bem, tentando fazer a ligação com a trilogia de "O Senhor dos Anéis", o que de certo modo até faz sentido pois é só depois de dar o anel ao Frodo e este começar a sua aventura que Bilbo escreve There and Back Again, a história que vamos então acompanhar e que se inicia, como não podia deixar de ser, por causa de Gandalf que vê em Bilbo o ladrão necessário ao anão Thorin para a sua demanda ser bem sucedida.

Já li o livro há uns 10 anos (o tempo voa) e há detalhes que já me esqueci, no entanto, do que me lembro, o filme parece-me fiel ainda que lhe tenham sido acrescentadas algumas partes, para caracterização de personagens e sobretudo para explicar o que leva à Guerra do Anel, evento retratado na trilogia. E aqui está um outro dos problemas, pois de certa forma desequilibra a narrativa. O Hobbit é um livro mais dirigido a um público jovem e por isso mais ligeiro que O Senhor dos Anéis, e essa ligeireza é passada magistralmente para o filme, sobretudo no que toca aos anões, no entanto, partes como a do Concílio Branco conferem um tom mais grave que parece destoar um pouco neste filme, ainda que de acordo com a trilogia.

Mas como disse, o que achei de pior foi mesmo o ser repetitivo pois, como disse o meu irmão, "eles correm, correm, correm, lutam, lutam e correm". Toda esta correria e luta não é de estranhar, já em O Senhor dos Anéis acontece isto, mas é que se for a pensar que o pequeno livro (em tamanho não se compara com a trilogia) é quase sempre isto e ainda estão dois filmes por estrear, a coisa não augura muito de bom. :/ É para evitar isto que espero que o enredo sobre a sombra que se começa a espalhar de Dol Guldur seja bem aproveitado.

De resto, em termos de atores, os que regressam tão muito bem e foi fantástico poder revê-los. No que toca às novas aquisições, por assim dizer, adorei ver o Richard Armitage como Thorin, espero que este papel lhe abra outras portas pois é um autor excepcional (o meu Mr Thornton! <3), e Martin Freeman está excepcional como Bilbo, conseguindo dar a ver a expetativa de participar numa aventura enquanto sente também alguma relutância. Já agora, as “Riddles in the Dark” estão exatamente como imaginei e o Gollum está ainda melhor, se tal é possível. Dos anões sobressaiu o interpretado por Aidan Turner, Kili, acho que é fácil perceber porquê ( :P ) e aparentemente é quem consegue nomear todos os anões no mais curto espaço de tempo, e James Nesbitt como Bofur, que apesar do pouco tempo de antena surpreendeu-me de tal forma que fiquei curiosa em ver mais trabalhos dele, e sim já sei que no MOV está a dar uma série em que ele é o protagonista.

Em termos técnicos, o CGI também é muito bom, deixou-me quase sem ar no final, mas quando o ambiente está mais claro é bastante perceptível a artificialidade de alguns elementos. Isto acontece sobretudo na luta com Azog, perto do final do filme, e esta criatura é mesmo o elemento mais estranho do CGI, o que até lhe acaba por dar um carácter ainda mais sinistro. O_o A banda sonora é também magnífica, como já tinha sido em LOTR e nota-se muito a ligação com a trilogia, sendo apenas novo o tema dos anões. E opá que a música é linda!


Outro ponto negativo, não propriamente do filme mas de quem o distribui nas salas portuguesas, é a tradução e como há quem fale melhor do que eu sobre esse tema deixo aqui este link.

Veredito: Vale o dinheiro gasto. Apesar de lhe encontrar algumas coisas menos boas e temer um pouco a continuação, é um regresso à Terra Média e só por isso já é bom. Penso sobretudo que os fãs vão gostar, quem já não gostou da trilogia inicial, também não vai ser este a mudar de ideias. Podem ler outras opiniões aqui, aqui, aqui e aqui.

7 comentários:

addle disse...

Eu adorei este filme, principalmente a banda sonora. Os anões também estavam fantásticos e aquele início deu-me uma enorme sensação de nostalgia. Estou ansiosa que chegue a o "Desolation of Smaug"!

Célia disse...

Percebo as partes negativas que apontas ao filme, mas mesmo sabendo que em termos cinematográficos não ajuda muito a dinâmica do filme... é a Terra Média! Tolkien! Anões! Hobbits! Gandalf! xD
Não me consigo distanciar o suficiente para avaliar este filme de forma objetiva... já deu para perceber, não deu? :P

WhiteLady3 disse...

Addle, também estou ansiosa. Quando o dragão abriu o olho fiquei em pulgas e a querer ver o filme!

Célia, LOL xD Já deu, sim senhora. :D E sim, é a Terra Média. Assim que o filme começou senti-me voltar atrás no tempo até ao momento em que vi os filmes da trilogia. Raramente sinto isso com sequelas ou prequelas, mas neste até parece que voltei ao "eu" de há 10 anos atrás, se isso faz algum sentido.

nel disse...

Excelente review, e concordo em pleno contigo! Vamos ver que tal é a continuação...

WhiteLady3 disse...

Obrigada :D

Miguel Pestana disse...

Não sou seguidor deste género de filmes, mas fiquei com curiosidade em vê-lo, ou quem sabe, primeiro ler o livro.

Bom Ano!

WhiteLady3 disse...

Sinceramente não sei o que será melhor, ler o livro ou ver o filme porque acabam por ser dois media e maneiras diferentes de contar uma história. Mas acho que o livro é capaz de ser melhor a mostrar a riqueza do mundo de Tolkien. :)

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