6 de junho de 2012

Cruz de Ossos e Segredo de Prata (Mercy Thompson, #4 e #5)


Autor: Patricia Briggs
Ficção | Género: fantasia urbana
Editora: Saída de Emergência | Ano: 2011, 2012 (originalmente publicados em 2009 e 2010) | Formato: livro | Nº de páginas: 288 + 259 | Língua: português

Como me veio parar às mãos: emprestados pela Filipa, como não podia deixar de ser

Quando e porque peguei nele: 13/maio/2012 a 2/junho/2012. É Mercy, tinha de ler. Desta feita, critico-os juntos por preguiça e não há assim tanto a dizer individualmente.


Opinião: Esta série está muito bem conseguida. É certo que a princípio a vida amorosa da protagonista irritava-me, como que distraindo uma pessoa do que realmente interessava, ou seja dos mistérios e problemas em que Mercy se vai vendo envolvida por dar-se com lobisomens, vampiros e seres feéricos, mas a partir do momento em que o triângulo é resolvido essa parte torna-se bem mais interessante. Mercy não é uma moça em apuros, apesar dos tais problemas, e não tem a mania de que “OMD tenho de sacrificar-me em prol dos que amo porque SÓ EU O POSSO FAZER!” Nada disso, é uma moça com pés e cabeça, sabe que ao meter-se em problemas vai sair aleijada e apesar de por vezes se mandar de cabeça, faz questão de deixar alguma coisa para trás a avisar onde a podem encontrar, por assim dizer. E não tem problema em pedir ajuda quando necessita. Tudo isto faz com que seja uma das minhas heroínas favoritas.

Dizia então que a vida amorosa de Mercy, a partir do momento em que o triângulo se resolve, é bem mais interessante e se até aí achava que isso atrapalhava a história, nestes últimos livros achei que o mistério atrapalhava a vida da Mercy. :P Após os acontecimentos do terceiro livro, Mercy tem de ultrapassar medos e ataques de pânico, enquanto tenta conviver com a sua escolha amorosa, que acarreta responsabilidades e outros tipos de complicações, pois o facto de ser uma coiote não a ajuda no meio de lobisomens. Gostei do desenvolvimento da personagem, que aos poucos se vai dando e deixa cair o muro, percebendo que não é por amar alguém que se torna fraca mas pelo contrário, torna-se mais forte. Gostei também que a autora não resolvesse a questão da violação de forma simplista. Ainda no quinto livro se sente algumas repercussões de tal acontecimento, que tem assim bastante impacto na maneira como Mercy passa a enfrentar o mundo, contribuindo para o desenvolvimento e crescimento da personagem.

Mas nem só da vida de Mercy vivem estes livros. No quarto livro Mercy vê-se confrontada com problemas vampíricos, consequência das suas ações no segundo livro. Achei a parte da Marsilia algo confusa e jamais pensaria que ela pudesse arquitetar tal coisa. Mas ainda antes de lidar com Marsilia, Mercy vê-se puxada para fora de Tri-Cidades para resolver um problema com fantasmas. Gostei mais dessa parte, que dá um pouco mais de luz sobre os poderes de Mercy e do seu fiel bastão ( xD ) para além de ter uma das personagens que mais gostei em toda a série, o pequeno Chad. :) Já no último, são os seres feéricos a dar cabo da cabeça de Mercy, assim como Sam. Os primeiros continuam a ser as criaturas mais interessantes, sobretudo porque sei pouco sobre fadas e esse tipo de coisas e acho o máximo eles esconderem a sua verdadeira natureza, pelo que uma pessoa nunca sabe com o que pode contar, mas ver o lobo a sobrepor-se ao humano também foi interessante. Ver que a imortalidade, ou uma vida mais longa, pode ser um fardo e assitir o conflito interno sobre o desejo de morte e sobrevivência é sempre algo que gosto de ler.

É das séries, se não a série, de fantasia urbana que mais estou a gostar de seguir. A autora está a conseguir equilibrar as várias vertentes da vida da Mercy e a desenvolver muito bem tanto as personagens como o seu mundo. Continuo a querer saber mais sobre os caminhantes e os seres feéricos, e gostaria de vir a saber mais sobre personagens como Stefan e Samuel, sobretudo como eram as suas vidas em séculos anteriores. 

Veredito: Vale o dinheiro gasto. Esta série foi uma das surpresas deste ano e apesar de ter lido os livros emprestados, parecem-me boas aquisições. Sei que há uma outra série, Alpha & Omega, que se centra no irmão de Samuel, se não estou em erro, e que me parece ser interessante na medida em que expande um pouco mais a mitologia lobisomem deste mundo. Espero que também seja publicada por cá, pois tenho bastante curiosidade em ler. Patricia Briggs parece ser uma autora para continuar a seguir.

Há de seguir-se: não faço ideia do que vou ler, a sério. Tenho tanto que quero ler neste mês: Shakespeare, Kushiel’s Dart para o Vaginal Fantasy, As Crónicas de Gelo e Fogo, Persuasão, Os Leões de Al-Rassan, A Corte do Ar, que não sei em que pegar. Mas como à exceção de Shakespeare o resto são releituras, talvez pegue mesmo no inglês.

2 comentários:

p7 disse...

Voto no Kushiel's Dart, porque tem um mundo bem interessante e um bela maneira de narrar, mas prepara-te para "estranhar, depois entranhar". ;)

Também gosto mais da evolução da Mercy nestes livros, o facto de ser contado na primeira pessoa deixa-nos ver como ela pensa, e é bom vê-la na relação que cria com o Adam e os lobos.

Realmente achei que aquilo que a Marsilia faz no quarto livro foi um tanto fora do normal, afinal dizia-se nos livros anteriores que ela estava como que "adormecida" e afinal trocou-nos as voltas daquela maneira. :p Mas gostei de ver os vampiros no seu lado manipulador.

WhiteLady3 disse...

Por acaso comecei o Kushiel. :D É mais prático para ler nos transportes e à hora de almoço. O Shakespeare fica para ler em casa, mais descansada até porque preciso ler duas vezes o texto para perceber bem o que se está a passar. :P

Exacto! A Marsilia parecia aquela coisa morta que uma pessoa até ficava "mas como é que ela manda nisto tudo?" e depois aquilo acontece e eu fiquei "Ah! já percebi". :)

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