2 de fevereiro de 2011

O Décimo Terceiro Conto

Autor: Diane Setterfield
Género: romance
Editora: Editorial Presença | Nº de páginas: 368

Resumo (do livro): Vida Winter passou quase seis décadas a iludir jornalistas e admiradores acerca das suas origens, intrigando-os com histórias fantasiosas que mantiveram oculto o seu passado enigmático, tão enigmático como a sua primeira obra, intitulada Treze Contos de Mudança e Desespero, e que continha apenas doze. Porém, tudo isto pode estar prestes a mudar quando Margaret Lea, filha de um negociante de livros antigos e biógrafa amadora, recebe uma carta da famosa escritora convidando-a a redigir a sua biografia. Pela primeira vez, Vida Winter vai contar a verdade, a verdade acerca de uma família atormentada por segredos e cicatrizes. Mas poderá Margaret confiar totalmente nela? E terá sido ela eleita depositária das confidências por um motivo inocente? À medida que somos seduzidos pelo imaginário rico e intenso que rodeia a família Angelfield e que Vida Winter tece perante nós com a magia de uma verdadeira contadora de histórias, o passado invade o presente e temas como o isolamento, o abandono e a identidade emergem das sombras para dotar o derradeiro conto de um carácter apaixonante. Um romance assombroso, impregnado de ecos de A Paixão de Jane Eyre e O Monte dos Vendavais, que se tornou um bestseller imediato e que será publicado em mais de trinta línguas.

Opinião: Li este livro sobretudo por a Canochinha dizer que era parecido com O Segredo da Casa de Riverton. De facto existem mistérios, fantasmas, um desejo de contar a verdade, mas a história não me prendeu como aquela contada por Morton. Não tenho nada a apontar à escrita nem à história em si, infelizmente foram as personagens que não me agradaram. Nunca senti nenhuma ligação com Vida ou Margaret como senti com Grace. As gémeas nunca me pareceram tão reais como Hannah e Emmeline (curioso como este é também o nome de uma das gémeas neste livro), Missus e John da enxada também nunca suscitaram a minha simpatia. Só não fiquei indiferente a Aurelius, mas penso que isso se deve sobretudo à descrição de “bom gigante”.

Como disse a história não é má. Vida Winter, escritora conhecida pelo seu livro Treze Contos de Mudança e Desespero, ainda que tivesse apenas 12, e por contar histórias quando questionada sobre a sua vida, decide contar a sua verdadeira história. Convida Margaret Lea, que sempre cresceu rodeada de livros e autores mortos, para ser a sua biógrafa e relata-lhe então os acontecimentos da sua juventude. Através da história vamos conhecendo vários fantasmas, não só de Vida mas também de Margaret, já que algo existe de comum à história das duas.

É fácil adivinhar sobre o que trata o 13º conto, mas o final não deixa de surpreender e penso que é aqui que a escrita sobressai. Se tivesse lido com mais atenção e entendesse o porquê da constante referência ao livro de Charlotte Brontë, A Paixão de Jane Eyre que ainda não li (e sinceramente nunca tive muita curiosidade, nem mesmo depois de ler este livro tenho alguma *foge antes que lhe atirem com alguma coisa*), talvez tivesse conseguido resolver o mistério, mas mesmo assim duvido muito. A autora elabora uma complexa teia pela qual é difícil espreitar e só guiados pelas palavras de Vida e cogitações de Margaret conseguimos ver o fim à meada. Mas apesar de tudo isto e de o ter lido neste fim-de-semana de uma assentada, confesso que me custou a entrar nele, já que como disse não me senti ligada às personagens. Houve quase sempre como que uma barreira já que as personagens eram muito voltadas para si mesmas, dando-se a conhecer pouco através da história e pouco se diferenciando na narrativa, sendo o discurso de Margaret e de Vida, quando a primeira lhe dava a palavra, muito semelhantes.

Não estará ao nível de O Segredo da Casa de Riverton, mas não deixa de ser um livro interessante, sobretudo para quem gosta de livros cuja acção decorre em ambientes góticos, com fantasmas e personagens com doenças mentais. Para quem gosta de ser iludido, de ser contado uma história que pouco a pouco vai erguendo o véu para dar a conhecer a verdade.

Vale o dinheiro gasto: Este volume foi-me emprestado mas penso que valerá o dinheiro gasto, ainda que os cerca de 20€ pelo qual está disponível na Wook me pareça um valor um pouco elevado. No entanto, não o penso adquirir. Acho que uma releitura em nada contribuirá para uma melhor compreensão da história, talvez o fizesse só para verificar se seria capaz de descobrir o segredo mais cedo ou se a autora se traiu nalgum lugar.

3 comentários:

Célia disse...

De facto, não achei que estivesse ao nível dos livros da Kate Morton, mas ainda assim acho que está muito bem escrito e tem uma história interessante. Não me senti tão desligada das personagens como tu e talvez por isso o tenha apreciado um pouco mais :)

slayra disse...

Ainda bem que este também é bom! Adquiri-o na Feira do Livro no ano passado a um preço muito razoável. Mais uma perspectiva de uma leitura agradável! :)

Diana Marques disse...

Que pena não te teres apegado às personagens... Eu gostei imenso, adorei a história e a sua escrita.
Mas então, se eu adorei este, parece-me que ainda vou gostar mais do livro da Kate Morton! hehehe
Agora é que vou mesmo ter que o ler :)

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