28 de fevereiro de 2011

Fevereiro 2011

Fui obrigada durante este mês a acrescentar uma secção ao Custo do Vício denominada "Livros oferecidos" que inclui os que me ofereceram e foram ganhos em passatempos, já que me possibilitou poupar dinheiro. :)

Resolvi não contar os downloads para o Kindle porque não constituem propriamente livros físicos e ainda se debate os direitos de posse sobre os e-books. Maria do Rosário Pereira diz, num excelente post
verdade é que esse livro não é meu, é de uma empresa qualquer que mo disponibiliza mas mo pode tirar quando lhe der na gana (já aconteceu com a Amazon quando se puseram problemas de copyright)
e foi isto que me fez ponderar não contar com as aquisições, gratuitas ou não, para o Kindle, ainda que já me tenha possibilitado ter alguns clássicos à distância de um clique!

Passando às leituras deste mês, pode concluir-se que este não foi um mês prolífico. Para começar, tive menos tempo livre já que muitos fins-de-semana (altura em que costumo ler um pouco mais) foram passados a trabalhar. Além disso, parece que estive com um problema de deficiência de atenção, sendo que me distraía muito facilmente sempre que pegava em textos (acho que nem artigos de revistas consegui ler até ao fim) com a minha mente a fugir para outros locais, nomeadamente para a música muito por causa das bandas OneRepublic e Hurts, mas sobretudo esta última. *suspiro* Que posso dizer? Tenho momentos assim, em que músicas instalam-se e para me saírem da cabeça tenho de as ouvir vezes sem conta até enjoar. A última vez que tal aconteceu deveu-se à adaptação do musical O Fantasma da Ópera e só consegui deixar de pensar (e cantar, porque ainda por cima sou capaz de desatar a dançar e a cantar sempre que me sinto sozinha, para só depois de fazer papel de louca me dar conta de mais alguém estar presente) depois de ler o livro, ver o filme, enjoar-me do CD e entretanto descobrir o musical Jekyll & Hyde. :P

Ainda assim consegui acabar dois livros, tendo sido um deles lido no Kindle! O outro foi Os Despojados, da autora Ursula K. Le Guin que vou, a partir de agora, manter debaixo de olho. Já tinha ouvido falar muito bem dela e, de facto, gostei bastante deste livro. Afinal ficção científica é um género a ter em conta e não um bicho de 7 cabeças. :D

Compras:
  • Elfland de Freda Warrington

Ofertas:
  • O Livro das Emoções de Laura Esquivel, ganho num passatempo no blog Chocolate para a Alma
  • Kismet de Monica Burns, ganho num giveaway do site GoodReads

Empréstimos pelas BLX:
  • Os Despojados (2 volumes) de Ursula K. Le Guin

Empréstimos da Slayra:
  • Néfer, o Silencioso (A Pedra de Luz, Livro 1) de Christian Jacq
  • A Mulher Sábia(A Pedra de Luz, Livro 2) de Christian Jacq

26 de fevereiro de 2011

Horizonte Longínquo

Informação técnica no IMDb.

Director: Ron Howard
Escritores: Ron Howard, Bob Dolman
Actores: Tom Cruise, Nicole Kidman, Thomas Gibson

Este deve ser um dos meus maiores guilty pleasures! Sempre que dá na televisão tenho de o ver! Penso que foi mesmo um dos primeiros filmes que os meus pais deixaram-me ver, mesmo depois de ser hora de ir para a cama! Pensar que era pequenina quando este filme saiu e deu na televisão... Bons tempos...

Mas passando ao filme, que posso dizer? Faz-me lembrar um daqueles romances históricos que tanto gosto de ler. Joseph Donelly (Tom Cruise), depois do seu pai morrer e ver a sua casa queimada por não ser capaz de pagar a renda, numa época em que os irlandeses passavam por muitas dificuldades e daí a enorme emigração, decide vingar-se do proprietário da terra. Shannon Christie (Nicole Kidman) encontra-o e fere-o, e os planos dele vão por água abaixo, culminando num acidente com a arma que tentava disparar. Shannon acaba por lhe oferecer uma hipótese para se salvar, partir com ela para a América e aí possuir a terra com que sempre sonhou. Mas as coisas não são fáceis, já que a terra não é dada assim de mão beijada, logo que se chegue à América, pelo que ambos lutam (com maior ou menor sucesso) pelos seus sonhos. A história culmina na grande corrida pela terra, mas será que a terra vale alguma coisa sem a pessoa que se ama?

É um filme fofo. Gostei bastante das actuações de Nicole e Tom (como eles eram um casal apaixonado...), bem como de todos os outros actores, como os pais de Shannon, e há momentos bem divertidos. Não será dos melhores filmes que alguma vez foi feito mas que posso dizer? Guilty pleasure (!) e deixa-me com um sentimento quentinho sempre que o vejo.

Já agora, parece que este é um daqueles casos em que filme acaba adaptado em livro. E está claro, já tratei de o pedir pelo BookMooch. :)

24 de fevereiro de 2011

Booking Through Thursday: Algo velho, algo novo

A pergunta desta semana é...
All other things being equal–do you prefer used books? Or new books? (The physical speciman, that is, not the title.) Does your preference differentiate between a standard kind of used book, and a pristine, leather-bound copy?

Desde pequena que estou habituada a empréstimos de livros usados, de modo que nunca me fez grande confusão comprar livros em segunda ou mais mãos. Na verdade, acho que até prefiro livros usados nas estantes. Faz-me pensar quantas pessoas antes terão sido influenciadas por aquele livro, que vidas tocaram e como, que vida teve o próprio livro. Um livro usado exerce um certo fascínio, sobretudo se estiver realmente com um aspecto quase decadente, já que parece um sinal de que foi lido e relido inúmeras vezes logo, penso eu, a história será incrível. Por mim, desde que o texto esteja legível e tenha todas as páginas, é um bom exemplar para adquirir e ler.

Também gosto de livros novos, têm um cheiro e tacto únicos, mas parece que lhes falta algo. Falta-lhes alguma alma, alguma vida, mas faço questão de os comprar, quando me interessam, para começar eu a sua história de vida. :)

21 de fevereiro de 2011

Verdade ou Consequência? (2)

A Casa das Sete Mulheres

Depois da Célia do Estante de Livros, desta vez fui eu a desafiada a escolher “Verdade ou Consequência”. Escolhi Consequência, ficando assim “intimada” a ler um livro e escrever a minha opinião. A WhiteLady sugeriu-me o tema História, e como tenho na minha pilha muitos romances históricos o difícil foi escolher. O recém-adquirido (mas desejado há muito) A Casa das Sete Mulheres, de Leticia Wierzchowski, foi o escolhido.

Este livro retrata um período da História do Brasil que ficou conhecida como a Revolução Farroupilha, de uma perspectiva muito feminina. O descontentamento dos fazendeiros do Rio Grande do Sul, província do Império do Brasil, relativamente ao preço da carne e à escravatura negra, desencadeia uma revolta militar liderada pelo General Bento Gonçalves da Silva e com o apoio de outros militares, com o objectivo a deposição do Governador. Essa revolta evoluiu para uma Revolução anti-império, e através de uma série de acontecimentos e batalhas é proclamada a República do Rio Grande do Sul. Uma guerra entre Republicanos e Imperiais instala-se e parece não ter fim, que ficou conhecida como Revolução Farroupilha.

A Casa das Sete Mulheres é um romance que foi adaptado à televisão sob a forma de uma série de TV da Rede Globo. Quando vi a “novela”, em 2003, adorei e passei os 52 episódios agarrada a esta história de mulheres fortes e homens garbosos. Desde essa altura que tencionava ler o livro, mas a verdade é que nunca o vi à venda. Mais recentemente, nos últimos anos, procurei deliberadamente comprar uma cópia, mas não consegui encontrá-lo em lado nenhum. Tive imensa sorte em encontrá-lo no WinkingBooks, apesar de até o ler não saber bem quanta.
A verdade é que adorei este livro. A narrativa é deslumbrante e as personagens são magistralmente construídas. O ritmo da narrativa é por vezes errático, com avanços e recuos, pontos de vista da guerra e notícias que chegam de boca em boca, e cartas que são lidas antes dos acontecimentos que descrevem nos serem contados. A narração do ponto de vista de várias personagens é intercalada com os cadernos de Manuela, a protagonista e eterna Noiva de Garibaldi, que por sua vez tanto se referem ao tempo passado na estância como têm lugar décadas depois da guerra.
A escrita de Letícia Wierzchowski é deliciosamente descritiva. Quando lemos as linhas que enquadram a vida na estância quase que sentimos o vento minuano a soprar, os cheiros das plantas e o tom amarelo da paisagem. Quando nos é permitido visitar o cenário da guerra, as descrições são detalhadas e precisas, mas sempre incrivelmente bem escritas, numa prosa quase poética.

Sendo uma fan dos romances históricos, adoro a concretização do perfeito compromisso entre verdade histórica e o romance e a ficção. Este livro trouxe-me isso mesmo.
Além de um entretenimento viciante e ser praticamente uma “degustação” da linguagem, é também uma boa dose de História, que adorei experienciar.
Dei por mim a pesquisar na net mais informação sobre esta época da História brasileira, de tal forma a escrita me cativou para este tema. Além de ficar com uma noção bastante precisa do que significou este período da História do Brasil, e de me ter apaixonado pelas personalidades que lhe deram forma, senti-me conquistada pela riqueza da Língua Portuguesa. Neste livro deparei-me com imensas expressões regionais do Rio Grande do Sul, algumas usadas ainda hoje, que no português de Portugal são consideradas arcaicas. Deliciei-me com esta linguagem, e de facto o português é uma língua tão rica que é uma pena que algumas palavras deixem ter utilização corrente por cá.

A história começa com o convergir das personagens nos campos que vão constituir as duas frentes do rumo dos acontecimentos: enquanto os homens da família de Bento Gonçalves, o líder da Revolução Farroupilha, se reúnem para a guerra que se aproxima, as mulheres viajam das suas casas na cidade para se refugiarem da guerra na Estância da Barra, propriedade de D. Ana Joaquina, irmã de Bento Gonçalves. Com D. Ana viajam a irmã mais nova, D. Maria Manuela, e as suas três jovens filhas, Rosário, Mariana e Manuela. Juntamente com a cunhada D. Caetana, esposa de Bento, a filha mais velha, Perpétua e os 4 filhos crianças. Estas são as 7 mulheres que vão passar os anos da guerra numa estância no pampa gaúcho (juntamente com D. Antônia, irmã mais velha de Bento, Ana e Maria, proprietária da Estância do Brejo, a poucos minutos a cavalo da Estância da Barra). A história termina com o final da guerra, que se arrastou por 10 longos anos. Dez anos repletos de tristezas próprias da guerra, algumas alegrias, e principalmente acontecimentos que mudaram de forma irrevogável as vidas destas mulheres e da sua família.
O destino desta família é o reflexo do que aconteceu no Rio Grande nestes dez anos, uma região que não voltou a ser a mesma, tal como as pessoas que viveram esta guerra. O que aconteceu nestes dez anos, terão de descobrir por vós próprios. É um livro que recomendo sem reservas.

Uma nota final para referir que descobri no final da leitura que existe uma continuação publicada. Um Farol no Pampa é a continuação escrita por Letícia Wierzchowski, que infelizmente não está publicada em Portugal, mas que quero muito ler (e penso que será quase impossível encontrar A Casa das Sete Mulheres à venda nas livrarias, por isso não espero uma edição portuguesa). Estou a pensar mandar vir pela Wook a versão brasileira.


Opinião escrita pela Cat SaDiablo, do blog A Bibliófila. Foi um prazer corresponder-me com ela e tudo por causa de um post! :D

17 de fevereiro de 2011

Booking Through Thursday: Romântico

A pergunta desta semana é...
What’s the most romantic book you’ve ever read?

(Mind you, I don’t mean the hard-core stuff you hide in plain wrappers under your mattress. I mean True Love, Romance, deeply emotional, heart-tugging, and all that stuff.)

And, secondly, did you like it? Is it your usual kind of reading, or did it take you by surprise?

Eis uma pergunta surpreendentemente difícil. Qual o livro mais romântico que já li? Se calhar é melhor começar por dizer que na vida real sou muito pouco romântica, acho tudo uma lamechice pegada, mas adoro livros românticos quando bem escritos. E não só daqueles romances tórridos, mas verdadeiro amor, já que penso que isso só existe realmente nos livros...

Posto isto, há 3 histórias de amor que mexem comigo sempre que as leio, e essas histórias são as de Anne Elliot, Margaret Hale e Éowyn. Não consigo escolher uma só, já que são todas elas diferentes e é exactamente as diferenças que aprecio. Está claro que gostei e é o romance o meu tipo usual de leitura, pelo que não fui tomada de surpresa até porque antes de ler os livros já tinha visto as adaptações cinematográficas.

Apesar de Tolkien não ter escrito um livro romântico, a história da Éowyn é das mais bonitas que tenho lido. :) Procurando ser lembrada por grandes feitos, é depois de fazer um deles que conhece Faramir. Aquele movido por vários sentimentos, entre os quais a beleza de Éowyn e a sua tristeza, declara-se mas ela, sentindo-se debaixo de uma sombra, não sabe como lhe corresponder. Mas com paciência e convívio de ambos, Éowyn apercebe-se de uma mudança, não só em relação aos seus sentimentos mas também ao que deseja fazer daí para a frente.

Persuasão é a história de Anne Elliot que anos antes tinha se apaixonado por um jovem marinheiro, Wentworth, que apesar de inteligente e dedicado era pobre. Sendo ela de boas famílias, é persuadida a renunciar ao seu amor. Ainda solteira e com a família em dificuldades económicas, reencontra a sua antiga chama quando a irmã daquele aluga a casa dela. Wentworth é agora um prestigiado capitão com dinheiro, decorrente de vitórias navais durante as guerras napoleónicas, e apesar de não ter perdoado Anne, com o reatar de relações vemos pequenos indícios de que ambos ainda se amam. Além disso, tem uma das mais belas cartas que já tive o prazer de ler.

North and South conta a história de Margaret Hale e de como esta, tendo mudado com a sua família para o norte, tem de se habituar a um diferente modo de viver. Não é só o cenário que muda mas as pessoas, mais frias, reservadas e por isso com uma aparência mais bruta que as do sul. Um belo exemplar deste tipo de homem é John Thornton, por quem Margaret vem a desenvolver um grande afecto, ainda que a princípio só andassem às turras. Mais uma vez, através do convívio de ambos a relação vai-se intensificando e através de pequenos gestos percebemos os sentimentos dos protagonistas.

São estes pequenos detalhes que adoro ler e que acho que caracterizam os melhores romances que tenho lido. Não é preciso grandes declarações quando um só olhar, um leve toque, um prender de respiração, dão a conhecer o que os protagonistas sentem. E tudo isto vem de um constante convívio de ambos, pois relações duradouras não surgem do nada. Talvez daí a minha relutância em acreditar no amor à primeira vista e em relações amorosas com base no aspecto, com base em “belezas estonteantes” e “desconcertantes perfeições”. Acho que ainda que o exterior possa suscitar alguma atracção, relações duradouras só podem advir de um maior conhecimento de ambos e partilha de gostos e experiências.

16 de fevereiro de 2011

Burning Up [e-book]

Autor: Nalini Singh, Angela Knight, Virginia Kantra, Meljean Brook
Género: romance
Editora: Berkley | Nº de páginas: -

Resumo (do site Goodreads): Bring these four authors together and it's sure to ignite a spark...

Angela Knight pairs a vampire warrior and his seductive captor in a battle against demonic predators.

Nalini Singh returns to the world of her Psy-Changeling series as a woman in lethal danger finds an unlikely protector-and lover.

Virginia Kantra continues the haunting tales of the Children of the Sea in her story of a wounded soldier rescued by an enigmatic young woman.

Meljean Brook launches a bold new steampunk series about a woman who strikes a provocative-and terrifying-bargain for freedom.


Opinião: Aconselhado pela Tchetcha, sobretudo por contar com uma “prequela” da série Iron Seas da Meljean Brook de que ela adorou o primeiro livro, aproveitei para ler mais que esse conto, até porque já tenho visto falarem na Nalini Singh por essa internet fora. Mistura muitos géneros, steampunk, romance histórico e paranormal, fantasia urbana, mas o que salta mais à vista é sem dúvida o romance, e tórrido ainda por cima! Segue-se uma breve opinião de cada um dos contos com spoilers. Dou mesmo a conhecer o final de um deles, mas não sei porque raio é que o haveriam de querer ler. De qualquer maneira, ficam avisados.

Whisper of Sin de Nalini Singh

Esta autora foi editada recentemente por cá, e quando surgiu a oportunidade para ler algo dela não hesitei.

Este conto é uma “prequela” da série Psy-Changeling, que penso que não é a escolhida pela editora portuguesa, mas de que tenho ouvido falar bastante por aí. Infelizmente não me conquistou. Senti que apanhei a história a meio e não consegui perceber bem aquele mundo, nomeadamente se os Psy e os Changelings são parceiros, inimigos ou se simplesmente se vão gramando uns aos outros, tentando que não se agitem muito as águas.

As personagens são muito básicas e parece que a relação se desenrola a correr, sendo que também não percebi se os protagonistas já se conheciam ou se Emmett só conheceu Ria depois daquela ter sido vítima de uma tentativa de violação, porque se assim foi é alarmante a velocidade a que ele tenta levar uma suposta vítima de violação para a cama! O_o

Blood and Roses de Angela Knight

Achei-o tão mau, com uma história tão fraquinha, não passa de uma desculpa esfarrapada para levar os protagonistas para a cama, que já nem me lembro de muita coisa pelo que vou socorrer-me das notas do Kindle (afinal é para isso que servem!).

É a história de uma Blood Rose (uma figura criada para servir de companheira/prémio para vampiros) e de como esta tem de se aliar a um vampiro para salvar a sua irmã de ter a alma sugada para um globo capaz de abrir um portal. Convém dizer que a nossa Blood Rose tem problemas de confiança, os vampiros que conhece não são flores que se cheirem, mas é claro que cai nos braços do herói.

O final é das coisas mais parvas que já tive oportunidade de ler. A heroína simplesmente diz para a irmã “joga o teu jogo preferido!”, a irmã desaparece/torna-se invisível lá com o poder que tem e pronto, conseguem confundir e acabar com o vilão! Mas posto isto uma pergunta impõe-se... PORQUE RAIO É QUE A MIÚDA NÃO SE EVAPOROU ANTES? Enfim... completamente parvo e descabido.

Shifting Seas de Virgina Kantra

Depois dos contos anteriores, este foi uma lufada de ar fresco. Pareceu-me uma história com pés e cabeça e de que gostei bastante.

Conta a história de um militar que reformado, por assim dizer, da guerra peninsular toma posse de propriedades na Escócia, visto ser o último descendente vivo do anterior inquilino. Numa saída para conhecer melhor as redondezas, encontra uma estranha mulher com quem trata, rapidamente, de ter sexo. Mas o inevitável acontece e apaixonam-se, no entanto, ela não é moça para se prender nem é igual a outras. A sua ligação com o mar é bastante íntima e tem que abdicar de uma parte de si para ser feliz ao lado do herói.

Pareceu-me o conto mais curto, mas teve melhor caracterização de personagens que os anteriores.

Here There Be Monsters de Meljean Brook

O melhor conto de todo o livro. Com um ritmo agradável de seguir e que permite algum desenvolvimento de personagens, a história de Eben e Ivy arrebatou-me.

Num mundo há pouco tempo liberto da nefasta influência da Horde, que com os seus nanoagents transformava pessoas em zombies e controlava a população, a nossa heroína tenta fugir de Londres num navio. Não tendo dinheiro, oferece-se ao nosso herói, embasbacado por ela desde a primeira vez que a viu, mas ela foge antes de poder embarcar e o herói, como não podia deixar de ser, empreende todos os seus esforços para a encontrar e fazê-la pagar... O destino sorri-lhe quando é ordenado que a encontre, para que ela construa algo que o ajudará na sua luta contra a Horde, e o resto é história.

Gostei bastante do mundo criado pela autora, ainda que seja um pouco confuso a início (não sabemos bem o que é propriamente a Horde ou como começou a infecção) mas fica a curiosidade para conhecer mais. A relação entre os protagonistas também é gira de seguir, com alguns momentos para rir e outros daqueles mais quentes, e evolui de forma constante, com Ivy a mudar a ideia que tinha em relação a Eben devido ao convívio com ele. Pareceu-me uma relação bastante mais credível que todas as outras.

Este conto aconselho deveras, já os outros, leiam por vossa conta e risco.

Emprestado e pouco se perde com isso: O melhor desta antologia é sem dúvida o conto da Meljean Brooks, não fosse ele e a classificação seria “Com tanto livro e tive de pegar neste!” Ainda assim tem méritos. Num período em que pouco ou nada estava a agarrar a minha atenção, estes pequenos contos serviram o seu propósito e distraíram-me um pouco do mês agitado que tenho tido.

14 de fevereiro de 2011

Visita guiada às minhas estantes


Senti-me desafiada pela Slayra e como andava a arrumar o quarto e as estantes pensei "porque não?!", pelo que munida de máquina lá fui tentar filmar as estantes do meu quarto... Peço que ignorem a má qualidade e os bibelots... :P

Primeiro, a estante da minha escrivaninha...



A outra estante a que gosto de chamar "desarrumada"...



E porque no meu quarto há livros que não estão em estantes...





E pronto, é tudo. Não mostro as do resto da casa, por enquanto, porque precisam de um jeitinho, mas estas são as que têm a maior parte dos meus livros.

12 de fevereiro de 2011

Lançamento «John Lennon Nunca Morreu e outros contos fantásticos» de Catarina Coelho

Não é hábito, mas visto que tive oportunidade de conhecer a simpática autora, gostava então de dar a conhecer o lançamento do seu novo livro, sendo o primeiro A fantástica aventura dos Anões da Luz - Em busca de Sulti que anda cá por casa à espera de ser lido.

O lan­ça­mento tem lugar, no pró­ximo domingo, dia 13 de Feve­reiro pelas 17h na Ber­trand do Fórum Mon­tijo e a apresentação está a cargo de Carla Ribeiro, a Silent Raven. Será também apresentado o livro A Natu­reza das Coi­sas do Ponto de Vista da Eter­ni­dade, de João Car­los Silva.



Para mais informação:

10 de fevereiro de 2011

Booking Through Thursday: Ponto de partida

A pergunta desta semana é...
There’s something wonderful about getting in on the ground floor of an author’s career–about being one of the first people to read and admire them, before they became famous best-sellers.

Which authors have you been lucky enough to discover at the very beginning of their careers?

And, if you’ve never had that chance, which author do you WISH you’d been able to discover at the very beginning?

Vamos ver se consigo fazer isto na minha curta hora de almoço.

Acho que nunca descobri autor nenhum. Quase todos os livros que li são de autores que já tinham publicado dois ou três livros. J.K. Rowling por exemplo, comecei a ler quando se começou a falar em fazer os filmes, já tinham sido publicados 3 livros em inglês, se não estou em erro. Tolkien também já era mais que consagrado. Juliet Marillier tinha a saga Sevenwaters publicada...

Não me importo com isso e nunca os desejei ter conhecido no início das carreiras, já que todos eles foram sugestões dos mais diversos pontos e pessoas que falavam com um entusiasmo contagiante e que me levou a ler esses autores. Acho que é isso que interessa, partilhar opiniões e experiências e não dizer "AH! Eu descobri este autor antes de vocês todos!!!" O que é que se ganha com isso? Deixa-se de gostar menos de uma história contada por um determinado autor se só a lemos depois de ele ter publicado 3 ou 4? Gostamos mais de um autor porque ele acabou de publicar o seu primeiro livro?

Os autores também amadurecem com o tempo. Um livro do início da carreira pode não me tocar como outro que o autor escreveu a meio, e o do fim também pode não ser dos que mais me agrada. Importa é ler, apreciar uma bela história muito bem contada.

9 de fevereiro de 2011


Afectada com o mesmo mal, e num estado lastimoso, este cantinho vai andar um pouco vazio. As alergias não me estão a dar descanso (literalmente, nem sequer ando a dormir como deve ser) e a minha disponibilidade para as leituras e para o blog anda por isso um pouco condicionada.

7 de fevereiro de 2011

Kindle

Já tenho o meu Kindle faz quase duas semanas e só me posso dizer satisfeita com ele. Para começar é leve e bastante prático. Posso estar deitada na cama, quentinha, aconchegada e só preciso de estar com uma mão ao relento para o segurar e mudar as páginas. É por isso óptimo para o Inverno. Também me parece que vai ter muito uso no Verão, nomeadamente em férias! Como disse é muito leve, tem 3GB de espaço pelo que dá para muitos títulos logo é excepcional para andar a viajar. Quem é maluquinho por livros, como eu, sabe que para uma semana de férias levar 3 livros é capaz de ser pouco. Lembro-me mesmo de umas férias que passei com os meus avós, cerca de um mês fora de casa, e a meio da primeira semana já telefonava desesperada à minha mãe para que não se esquecesse de trazer mais livros quando viesse, no fim-de-semana seguinte. Ela resolveu trazer logo a minha biblioteca (escassa naquela época) e ainda teve de comprar mais alguns livros para me trazer e eu estar entretida! Tivesse eu o Kindle (e houvesse redes wi-fi, já que naquele tempo nem rede de telemóvel quanto mais internet!) naquela época e tal não teria sido necessário! Bastava-me ir ao site do Projecto Gutenberg ou do GoodReads para ter novos livros para ler! Sim, porque dá para visitar e fazer o download directamente a partir do Kindle. Uma maravilha digo eu!

Só tem um ponto negativo, pelo menos de que me tenha apercebido até agora. A leitura de pdf’s, nomeadamente revistas como a Bang!, não é muito prática. Para começar, fica algo lento. As letras ficam minúsculas quando o documento está ajustado ao ecrã, e quando colocamos a 100% é complicado navegar pela folha. Acredito que seja uma questão de prática mas ainda não me dei muito bem com aquilo. No que toca a imagens, o detalhe é espantoso ainda que a preto e branco. Devo dizer que adoro mesmo os screensavers, por assim dizer, que vêm com o Kindle. Dá vontade de ficar a olhar para alguns deles.

Também traz um dicionário inglês, útil para aquelas palavras que nos escapam e facílimo de utilizar. Um pouco mais complicado é tirar notas, mas parece-me que quem usa aqueles telemóveis com teclado QWERTY se dará bem.

São estas, então, as primeiras ilações que tiro destes dias com o Kindle e, não me imaginava a fazê-lo mas estou realmente a gostar. Acho que será excelente como um test drive a alguns títulos. Podemos, por exemplo para fazer download dos excertos que a Saída de Emergência disponibiliza em pdf (atenção, não dá para fazer o download directo, é necessário fazer download para o pc e depois passá-lo pelo cabo USB para o Kindle) e existe mesmo um programa que permite transformar pdf's em formato mobi, e que permite mudar o tamanho da letra bem como o espaçamento entre linhas e caracteres. No entanto, ao fazer a conversão, pode acontecer os números de página do pdf original ficarem a meio do texto ou parágrafos ficarem divididos em dois ou mais.

Não me parece que vá abandonar os livros-objecto. Apesar de tudo, quando gosto mesmo de um livro, não me importo de o comprar. Basicamente é como ir a uma biblioteca mas sem prazos e muito mais leve de se transportar. :)

3 de fevereiro de 2011

Booking Through Thursday: Vida Real

A pergunta desta semana é...
I am paraphrasing from a friend’s Facebook wall her question:

“How would a teen-age boy who is going to work with his hands ever use Literature of England in his work?”

The age-old “How am I going to use this in real life?” question. How would you answer it?

Hoje por manifesta falta de tempo e por mais pessoas terem participado com opiniões semelhantes à minha, deixo aqui os links para os textos da Slayra e da Célia.

2 de fevereiro de 2011

O Décimo Terceiro Conto

Autor: Diane Setterfield
Género: romance
Editora: Editorial Presença | Nº de páginas: 368

Resumo (do livro): Vida Winter passou quase seis décadas a iludir jornalistas e admiradores acerca das suas origens, intrigando-os com histórias fantasiosas que mantiveram oculto o seu passado enigmático, tão enigmático como a sua primeira obra, intitulada Treze Contos de Mudança e Desespero, e que continha apenas doze. Porém, tudo isto pode estar prestes a mudar quando Margaret Lea, filha de um negociante de livros antigos e biógrafa amadora, recebe uma carta da famosa escritora convidando-a a redigir a sua biografia. Pela primeira vez, Vida Winter vai contar a verdade, a verdade acerca de uma família atormentada por segredos e cicatrizes. Mas poderá Margaret confiar totalmente nela? E terá sido ela eleita depositária das confidências por um motivo inocente? À medida que somos seduzidos pelo imaginário rico e intenso que rodeia a família Angelfield e que Vida Winter tece perante nós com a magia de uma verdadeira contadora de histórias, o passado invade o presente e temas como o isolamento, o abandono e a identidade emergem das sombras para dotar o derradeiro conto de um carácter apaixonante. Um romance assombroso, impregnado de ecos de A Paixão de Jane Eyre e O Monte dos Vendavais, que se tornou um bestseller imediato e que será publicado em mais de trinta línguas.

Opinião: Li este livro sobretudo por a Canochinha dizer que era parecido com O Segredo da Casa de Riverton. De facto existem mistérios, fantasmas, um desejo de contar a verdade, mas a história não me prendeu como aquela contada por Morton. Não tenho nada a apontar à escrita nem à história em si, infelizmente foram as personagens que não me agradaram. Nunca senti nenhuma ligação com Vida ou Margaret como senti com Grace. As gémeas nunca me pareceram tão reais como Hannah e Emmeline (curioso como este é também o nome de uma das gémeas neste livro), Missus e John da enxada também nunca suscitaram a minha simpatia. Só não fiquei indiferente a Aurelius, mas penso que isso se deve sobretudo à descrição de “bom gigante”.

Como disse a história não é má. Vida Winter, escritora conhecida pelo seu livro Treze Contos de Mudança e Desespero, ainda que tivesse apenas 12, e por contar histórias quando questionada sobre a sua vida, decide contar a sua verdadeira história. Convida Margaret Lea, que sempre cresceu rodeada de livros e autores mortos, para ser a sua biógrafa e relata-lhe então os acontecimentos da sua juventude. Através da história vamos conhecendo vários fantasmas, não só de Vida mas também de Margaret, já que algo existe de comum à história das duas.

É fácil adivinhar sobre o que trata o 13º conto, mas o final não deixa de surpreender e penso que é aqui que a escrita sobressai. Se tivesse lido com mais atenção e entendesse o porquê da constante referência ao livro de Charlotte Brontë, A Paixão de Jane Eyre que ainda não li (e sinceramente nunca tive muita curiosidade, nem mesmo depois de ler este livro tenho alguma *foge antes que lhe atirem com alguma coisa*), talvez tivesse conseguido resolver o mistério, mas mesmo assim duvido muito. A autora elabora uma complexa teia pela qual é difícil espreitar e só guiados pelas palavras de Vida e cogitações de Margaret conseguimos ver o fim à meada. Mas apesar de tudo isto e de o ter lido neste fim-de-semana de uma assentada, confesso que me custou a entrar nele, já que como disse não me senti ligada às personagens. Houve quase sempre como que uma barreira já que as personagens eram muito voltadas para si mesmas, dando-se a conhecer pouco através da história e pouco se diferenciando na narrativa, sendo o discurso de Margaret e de Vida, quando a primeira lhe dava a palavra, muito semelhantes.

Não estará ao nível de O Segredo da Casa de Riverton, mas não deixa de ser um livro interessante, sobretudo para quem gosta de livros cuja acção decorre em ambientes góticos, com fantasmas e personagens com doenças mentais. Para quem gosta de ser iludido, de ser contado uma história que pouco a pouco vai erguendo o véu para dar a conhecer a verdade.

Vale o dinheiro gasto: Este volume foi-me emprestado mas penso que valerá o dinheiro gasto, ainda que os cerca de 20€ pelo qual está disponível na Wook me pareça um valor um pouco elevado. No entanto, não o penso adquirir. Acho que uma releitura em nada contribuirá para uma melhor compreensão da história, talvez o fizesse só para verificar se seria capaz de descobrir o segredo mais cedo ou se a autora se traiu nalgum lugar.

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