Uma História da Leitura
Tenho a sorte de poder inaugurar neste blogue que tanto aprecio uma nova rubrica, que irá certamente ajudar a promover a colaboração entre os blogues literários portugueses. Perante o desafio que me foi colocado, escolhi Consequência e a WhiteLady sugeriu-me o tema “Autores Sul-Americanos”. Tenho por ler vários livros de autores provenientes da América do Sul, mas de imediato fiquei indecisa entre o Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez ou Uma História da Leitura, de Alberto Manguel. Por termos concordado que este último é um livro pouco divulgado por cá e por estar com vontade de lhe pegar, escolhi então Uma História da Leitura.
Esta é uma história da leitura, porque decerto muitas existem. Nós próprios estamos a construir a história da leitura, sempre em constante evolução e mutação. Porque data de 1996, este livro não inclui referência às recentes evoluções no que respeita à leitura digital; contudo, todos os séculos que antecedem essa data são mais que fertéis em acontecimentos e personagens que fizeram de nós os leitores que somos hoje.
O livro encontra-se dividido em 3 partes: na primeira, o autor fala-nos um pouco sobre a sua experiência como leitor e sobre a importância que os livros tiveram no seu crescimento. Uma das curiosidades é o período durante o qual leu em voz alta para Jorge Luis Borges, quando o famoso escritor argentino estava já quase completamente cego e, por isso, impedido de ler sozinho.
A segunda e terceira partes, entituladas respectivamente “Actos de Leitura” e “Poderes do Leitor”, não consistem num relato ordenado temporalmente; temos antes uma espécie de divisão temática, com sub-capítulos dedicados a um determinado assunto, nos quais o autor faz diversas referências históricas e acrescenta, quase sempre, alguns detalhes sobre a sua experiência pessoal no que respeita ao tema em causa.
Ao longo do livro temos oportunidade de aprender mais sobre a forma como a escrita se foi adaptando à forma de leitura, pois ao passar-se da leitura em voz alta para a leitura silenciosa tornou-se necessário detalhar mais os símbolos escritos, e introduzir a pontuação, por exemplo. Percebemos também como se foi alterando a memorização de textos ao longo do tempo, a evolução do formato dos livros (marcado pelo aparecimento da imprensa) ou a importância que foi ganhando a leitura como acto individual. Mas a análise histórica incide também sobre a forma como os livros foram sendo ordenados nas bibliotecas, o que determinado livro diz sobre o seu leitor, a invenção dos óculos ou a tradução “como acto supremo de compreensão”.
De um modo geral, é um livro interessantíssimo, repleto de referências e personagens históricas. Por vezes, tem tendência a tornar-se um pouco académico demais, exigindo por isso a máxima concentração da parte do leitor. Muitas referências históricas e literárias passaram-me ao lado devido à minha curta e ainda pouco vasta experiência como leitora, mas esse facto não tornou a leitura frustrante, antes deu-me ânimo para continuar a aprender. Diria que é preciso partir para esta leitura com o espírito certo, e se isso for conseguido, o mais certo é que este livro seja bastante apreciado.
Esta é uma história da leitura, porque decerto muitas existem. Nós próprios estamos a construir a história da leitura, sempre em constante evolução e mutação. Porque data de 1996, este livro não inclui referência às recentes evoluções no que respeita à leitura digital; contudo, todos os séculos que antecedem essa data são mais que fertéis em acontecimentos e personagens que fizeram de nós os leitores que somos hoje.
O livro encontra-se dividido em 3 partes: na primeira, o autor fala-nos um pouco sobre a sua experiência como leitor e sobre a importância que os livros tiveram no seu crescimento. Uma das curiosidades é o período durante o qual leu em voz alta para Jorge Luis Borges, quando o famoso escritor argentino estava já quase completamente cego e, por isso, impedido de ler sozinho.
A segunda e terceira partes, entituladas respectivamente “Actos de Leitura” e “Poderes do Leitor”, não consistem num relato ordenado temporalmente; temos antes uma espécie de divisão temática, com sub-capítulos dedicados a um determinado assunto, nos quais o autor faz diversas referências históricas e acrescenta, quase sempre, alguns detalhes sobre a sua experiência pessoal no que respeita ao tema em causa.
Ao longo do livro temos oportunidade de aprender mais sobre a forma como a escrita se foi adaptando à forma de leitura, pois ao passar-se da leitura em voz alta para a leitura silenciosa tornou-se necessário detalhar mais os símbolos escritos, e introduzir a pontuação, por exemplo. Percebemos também como se foi alterando a memorização de textos ao longo do tempo, a evolução do formato dos livros (marcado pelo aparecimento da imprensa) ou a importância que foi ganhando a leitura como acto individual. Mas a análise histórica incide também sobre a forma como os livros foram sendo ordenados nas bibliotecas, o que determinado livro diz sobre o seu leitor, a invenção dos óculos ou a tradução “como acto supremo de compreensão”.
De um modo geral, é um livro interessantíssimo, repleto de referências e personagens históricas. Por vezes, tem tendência a tornar-se um pouco académico demais, exigindo por isso a máxima concentração da parte do leitor. Muitas referências históricas e literárias passaram-me ao lado devido à minha curta e ainda pouco vasta experiência como leitora, mas esse facto não tornou a leitura frustrante, antes deu-me ânimo para continuar a aprender. Diria que é preciso partir para esta leitura com o espírito certo, e se isso for conseguido, o mais certo é que este livro seja bastante apreciado.
Opinião escrita pela Célia, do blog Estante de Livros, a quem tenho de agradecer o incentivo e disponibilidade para ser a primeira vítima. :)
7 comentários:
O prazer foi todo meu :)
Agurdao com curiosidade participações futuras!
PS: Só uma pequena picuinhice: é Estante de Livros ;)
LOL Já está corrigido. Eu sei que é "de" mas o meu cérebro deve ter adormecido ao escrever. :P
Gostei bastante do texto e acho que foi um excelente pontapé de saída para esta rubrica. Fiquei curiosa sobretudo com a evolução da escrita e a ordenação de livros em bibliotecas. É sem dúvida um livro a ler.
Espero que mais gostem e queiram participar. :)
Gostei muito! =D
Muito bom!
Gostei!
Não conheço o livro, mas fiquei bastante curiosa. Até que, como professora, é provavel que sirva para eu tirar um excertozinho para iluminar as mentezinhas dos alunos. Vai já para a lista!
Olinda Gil
http://insomnia.blogs.sapo.pt
Muito interessante e, apesar de preferir ficção, nada como um livro mais teórico para ler, de vez em quando.
Também gostei! Li esse livro o ano passado, para uma cadeira de Literatura na faculdade. É, realmente, interessante verificar como a leitura e a escrita tem evoluído ao longo dos séculos :)
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