2 de maio de 2010

Through a Glass, Darkly

Autor: Donna Leon
Género: mistério
Editora: Penguin Books | Nº de páginas: 336
Nota: 3/5

Resumo (do livro): On a luminous spring day in Venice, Commissario Brunetti and his assistant, Vianello, Play hooky in order to help Vianello’s friend Marco Ribetti, an environmental activist who has been arrested during a protest. But on the steps of the Questura, they come face to face with Ribetti’s cantankerous father-in-law, Giovanni De Cal, who has been overheard in the bars of Murano making threats against Ribetti. When a body is found in front of a blazing furnace at De Cal’s glass factory along an annotated copy of Dante’s Inferno, Brunetti must investigate. Does the book contain the clues he needs to solve the murder and uncover who is running the waters of the lagoon?

Opinião: Não conhecia esta autora e foi com alguma surpresa que reparei que já tem bastantes livros publicados pela Presença e pela Planeta, da série Commissario Brunetti na qual se insere este livro, que corresponde ao 15º volume. Só posso dizer que esperava mais de quem é comparada com Agatha Christie.

Seguimos o comissário e o seu assistente na tentativa de confirmar se há alguma intenção por detrás das ameaças que Giovanni De Cal, dono de uma das fábricas de vidro de Veneza, profere em relação ao seu genro Marco Ribetti, amigo do assistente de Brunetti. Pelo meio disto, ficam a conhecer o mundo vidraceiro, se este polui ou não a lagoa da Veneza, e tropeçam numa morte que pode ser ou não assassínio e que muito se afasta do que a sinopse parecia indicar.

Para começar, pouco mistério tem. Cheguei mesmo a perguntar-me se ela queria escrever um murder mystery ou um livro a pregar sobre ecologia. Eu preocupo-me com a poluição e faço o que está ao meu alcance, mas não gostei do tom pregador que ela utiliza, sobretudo quando eu queria era um mistério! Até meio do livro parecemos uma barata tonta, a andar de um lado para o outro sem saber muito bem o que procuramos e qual a finalidade do que as personagens perseguem. Depois dá-se a tal morte que torna o resto do livro previsível.

As personagens parecem de cartão sem qualquer profundidade, o mesmo aplicando-se ao protagonista, ainda que fiquemos a saber que não faz horas extraordinárias, porque gosta de estar com a família, e parece ter uma dúvida existencial… parece nunca saber como se há-de dirigir as pessoas (“Devo chamar-lhe doutor? Deverei tratá-lo por tu?”). A referência ao Inferno de Dante tinha-me deixado curiosa mas dele pouco vemos e o pouco que vemos pode-se dizer que leva a lado nenhum.

Sinceramente, e apesar da nota, ainda que pense que a mais correcta seria um 2,5, não o recomendo a todos. Será bom para quem quiser ler sobre Veneza e sobre a indústria vidraceira, que para mim foram os pontos positivos e o porquê de dar tal nota, mas de resto é um daqueles livros que se passa bem sem ler.

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