15 de abril de 2008

Northanger Abbey (2007)

Informação técnica no IMDb.

Director: Jon Jones
Escritores: Andrew Davies (adaptação) e Jane Austen (romance original)
Actores: Felicity Jones, JJ Feild, Carey Mulligan, Liam Cunningham
Nota: 4/5

Após ter lido o livro, não podia deixar de ver a mais recente adaptação do mesmo. Lembro-me de ter visto uma outra adaptação, há um par de anos, mas penso que era tão má, mesmo chata, aborrecida e talvez mesmo sem nexo, que pouco me lembro de detalhes da mesma.

Tendo acabado o livro apenas ontem, é óbvio que o tinha fresco na cabeça quando vi a adaptação, pelo que não foi difícil de ver algumas alterações. Estas foram muito bem conseguidas, seja pela introdução dos ‘delírios’ de Catherine ou por terem sido tomadas algumas liberdades, que ajudam o público a conhecer melhor algumas personagens, mantendo-se, no entanto, algo fiéis ao que Austen pretenderia com esta obra ou escreveria depois – como a cena entre o Capt. Tilney e Isabella que parece tirado de Orgulho e Preconceito, onde a mesma é protagonizada por Wickham e Lydia. Só não concordei que Catherine tivesse queimado o livro The Mysteries of Udolpho, pois apesar de ela reconhecer (e o próprio Henry Tilney dizer) que se calhar
“it is possible to read too many novels”
, Austen no livro elogia também os romances chegando a dizer
“for if the heroine of one novel be not patronised by the heroine of another, from whom can she expect protection and regard?”
A meu ver, ela até podia ter posto o livro de lado e dizer qualquer coisa como “this is full of non sense”, ou outra frase semelhante, dando a entender que ela finalmente percebe que há uma linha entre realidade e ficção, mas não era preciso queimar o livro.

No que toca a actuação, os actores vão muito bem, convencendo nos papéis que lhes foram atribuídos. Felicity Jones é uma Catherine bastante ingénua e ávida leitora de romances góticos, que deixa a sua imaginação levar a melhor de vez em quando, enquanto que JJ Feild é um Henry Tilney que, apesar de mais conhecedor dos homens do que Catherine, se deixa apaixonar por ela por ser tão pura de coração, por não ter maldade, não conseguindo deixar de a querer proteger. O resto do elenco comporta-se também bastante bem, apoiando a performance dos dois protagonistas.

Os locais também são agradáveis e tal como eu os tinha imaginado durante a leitura. Bath parece ter sido um destino preferencial naquela época e exercer um qualquer fascínio sobre a autora, que o utiliza como palco numa outra obra que aprecio, o que me leva a ter alguma curiosidade em visitar o local.


Recomendo este filme.

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