20 de outubro de 2014

Jane Eyre [e-book]

Autor: Charlotte Brontë
Ficção | Género: romance
Editora: Projecto Gutenberg | Ano: originalmente publicado em 1847 | Formato: e-book | Nº de páginas: | Língua: inglês

Como me veio parar às mãos: Foi dos primeiros e-books que meti no meu Kindle em 2011 e de fiz download no site do Projecto Gutenberg.

Quando e porque peguei nele: entre 1 e 7 de outubro, porque estava de férias, só com o Kindle na mala e este livro pertencia à segunda mini-pilha.

Opinião: Ainda bem que coloquei o livro de lado quando tentei ler a primeira vez mas não o descartei de todo, porque opá é tão bom!

Começo por dizer que o interesse com que o li nem sempre foi o mesmo, houve ali uma parte que parecia que nunca mais acabava, mas tirando isso eu quase que queria devorar o livro e assim que o acabei só me apetecia recomeçá-lo. Acho que já disse que tal coisa não é normal em mim mas foi o segundo livro este ano em que tal aconteceu. Como não querer voltar a um livro com uma protagonista como Jane?

Cedo se percebe que ela é uma pessoa cheia de força interior. Ela basta-se a si própria, tenta tirar o melhor partido das situações que encontra no seu caminho e não tem medo de enfrentar quem a pisa, ainda que a mostarda lhe tenha de chegar ao nariz. Mas foi este último traço do seu carácter com que mais me identifiquei e cobicei-lhe os restantes, sobretudo a sua força porque ela é um portento mesmo que aparentemente muito calma. Claro que só lhe podemos querer bem, até tendo em conta a sua vida e por isso, quando aparece um interesse amoroso só podemos torcer para que a coisa corra bem.

E o que dizer de Mr. Rochester? *suspira* Ai Mr. Rochester... vamos esquecer por momentos o Capitão Wentworth, o Colin Bridgerton e o Tom Hiddleston... há melhor que o Mr. Rochester? Sim, a início pareceu-me algo prepotente e convencido (o que me ri com o "Do you think me handsome?" xD) mas rapidamente os seus diálogos com Jane se tornam os momentos pelos quais se anseia. Parece que andam os dois, mas sobretudo ele, a testar as águas para perceber até onde pode ir, onde é que o outro traça o limite e, mais que tudo, como responderá ela ao que ele tem para oferecer. Adorei ver a interação entre eles, uma relação de iguais apesar de se encontrarem em diferentes situações, com ela na dependência dele por ser sua "inferior" numa hierarquia social. Mas é a igualdade de pensamentos, desejos e ambições que sobressai, e é impossível não torcer por eles, por um amor que também vai tomando conta de nós de mansinho.

No entanto, algo se esconde em Thornfield Hall. Infelizmente não me foi possível, apesar de ter tentado, não me cruzar com a grande revelação da história, mas mesmo assim achei o mistério bem montado e adorei o ambiente gótico da coisa. Numa cena, em que Jane salva Rochester quando a sua cama arde, também dei por mim a olhar para as sombras e cantos escuros do meu quarto e a ouvir com atenção os barulhos da casa, não fosse alguém também tentar pegar fogo à minha cama. xD

Não sendo então surpreendida pelo twist, digamos assim, devo fizer que fui surpreendida pelo resto da história e sobretudo pela reação de Jane à grande revelação. O que se segue foi a parte que menos gostei, nem tanto por ser demasiado conveniente (ia revirando os olhinhos) mas sobretudo porque Jane com St. John parece perder algum do seu fogo. St. John foi mesmo a personagem que menos gostei e cada vez que aparecia fazia-me querer dar-lhe um par de estalos e até pousar o livro. :/

O resto é história, os pecados e más ações são redimidas (sim, porque não é por gostar do Rochester que penso que ele estava certo ao fazer o que fez) e os justos recebem o que sempre desejaram. Já eu desejo ler mais desta irmã Brontë tendo gostado bem mais deste livro do que do de Emily. Se achei que O Monte dos Vendavais seria algo muito idealizado, não encontrando a autora nas suas personagens e escrita, aqui senti que Jane e Charlotte seriam uma só.

Veredito: Para ter na estante. Há livros que nos fazem lembrar porque é que gostamos de um determinado género, este relembrou-me porque gosto de clássicos. E que há livros que não devem ser lidos só porque sim, porque toda a gente já leu, mas que têm o seu momento para serem lidos. Têm que nos encontrar na altura ideal.

4 comentários:

Diana Marques disse...

Opá, opá, opá!! ^^
Quero tanto reler este livro... E não sei se já te disse, mas a adaptação da BBC numa mini série de 6 episódios (acho eu que são 6), está fantástica. Tens que ver :)

WhiteLady3 disse...

Com o Toby Stephens? Já me falaram bem do filme com o Fassbender. Como se fosse preciso dizerem "o filme é giro, e a história e tal" para me convencerem a ver um filme com o Fassy...

Diana Marques disse...

O do Fassbender não está mau, mas conta a história de maneira diferente. Gostei muito mais da série da BBC com o Toby Stephens, sim. Está fantástica.

WhiteLady3 disse...

Já "adquiri" tanto o filme como a série. No fim de semana vou tentar atacar a série. :D

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