16 de junho de 2012

A Paixão de Shakespeare

Diretor: John Madden
Escritor: Marc Norman, Tom Stoppard
Atores: Joseph Fiennes, Gwyneth Paltrow, Geoffrey Rush

Mais informação técnica no IMDb.

Quando e onde o vi: 11 de junho em casa, cortesia das BLX que tinham o DVD disponível. Vi o filme no âmbito da Temporada William Shakespeare.

Opinião: Nunca tinha percebido bem o apelo deste filme, mas diga-se que pouco ou nada sabia de Shakespeare ou da sua obra. Nunca me tinha apercebido das citações que vão surgindo e que acabam por supostamente inspirar, por exemplo, alguns dos diálogos de Romeu e Julieta e não fazia ideia de qual era a peça a que se referem no final. Agora que sei tenho curiosidade em ler, mais não seja para que a meio da leitura possa colocar este excerto a tocar no Kindle (sim, o Tom tinha que ser chamado para aqui). :D

Apesar de ter uns toques modernos, nomeadamente ao início quando vemos uma caneca recordação de Stratford-upon-Avon ou Shakespeare vai ao "psicólogo" e confessa ter bloqueio de autor devido a algum tipo de problema que Freud certamente acharia interessante ("It's as if my quill is broken. As if the organ of the imagination has dried up. As if the proud tower of my genius has collapsed. Nothing comes."), tanto o setting como as roupas estão fantásticas e senti como se tivesse voltado atrás no tempo de tão real que o ambiente me parecia, sobretudo com as partes em que Henslowe vai a passar e atiram água suja pela janela... xD

A história está engraçada e achei muito mais piada do que tinha achado em outros visionamentos. Parti para esta nova visualização com poucas ou nenhumas expetativas, apenas para descansar a cabeça do dia de trabalho, tentando ignorar que o Joseph Fiennes entra (tenho um ódiozinho de estimação pelo homem, não perguntem porquê porque acho que nem eu sei, mas não vou com a cara dele O_o) e talvez seja por isso que gostei. Gostei de ver como algumas frases ditas no meio da rua depois teriam inspirado o autor, ou como Marlowe lhe deu o enredo (já agora, pensei que este autor fosse de uma época mais tardia, estamos sempre a aprender), de ver o jovem Webster a dizer que gostava das partes com sangue e em que se matam e parece que cresceu para escrever peças desse género, e de como a relação entre Shakespeare e Viola se relaciona também com alguns sonetos escritos pelo autor (a cena em que ele no barco diz ao Thomas Kent/Viola como ela é bela e tal mas a moça não fica convencida, pelo contrário parece que acha que ele está a exagerar, fez-me lembrar este soneto). Além disso há sempre aquela coisa de "eu conheço aquele ator" que depois me deixa a rir que nem doida porque reparo que o Carson de "Downton Abbey" está a fazer de criada da Julieta na peça. xD

Sinceramente nunca foi do meus filmes preferidos, mas gostei realmente de o ver desta vez. Porquê? I don’t know, it's a mystery. Mas desconfio que seja porque percebi melhor o subtexto. :D

Veredito: Vale o dinheiro gasto. Antes seria um “emprestado ou deu na televisão pelo que não se perde nada com isso” mas a sério, gostei! O DVD tem também um documentário sobre o filme e aconselho. :)

5 comentários:

slayra disse...

Lol, também nunca tinha dado muito pelo filme (e nem sequer tenho nada contra o Joseph Fiennes). xD

Tens mail.

WhiteLady3 disse...

Lê Shakespeare ou sobre ele e depois vê o filme, ganha toda uma outra dimensão. :D

Ai mulher que só fazes perguntas difíceis! xD

Diana Marques disse...

Este filme é especial para mim portantos, eu gosto bastante! Além disso, ter partes do próprio Romeu e Julieta metido nos diálogos entre Shakespeare e Viola, é delicioso... E olha, eu embirro com a Gwyneth Paltrow e neste filmo acho que ela está muito bem. Além disso, todo o cenário, as roupas, a questão das mulheres não poderem representar, a atenção que deram ao teatro do Shakespeare, The Globe, a importância do Marlowe... Eu acho que a presença do Marlowe também foi um bocado para homenagear um dramaturgo genial, da mesma época e que não tem tanta projecção como o Shakespeare (comprometi-me, inclusive, a ler o seu Dr. Faustus este ano!). Eu gosto deste filme e revejo-o sempre que posso. I can't get enought of it!

WhiteLady3 disse...

Também tenho o Fausto em casa para ler. :) Sempre achei que o Marlowe era de uma época posterior, tipo séc. XVII/XVIII mas acaba por ser uma boa homenagem, sobretudo tendo em conta que morreu novo e que as suas peças eram bem mais aclamadas que as do Shakespeare na época, pelo menos foi com a ideia que fiquei.

Diana Marques disse...

Sim, o Marlowe era mais importante na altura, a rainha Isabel I gostava bastante das suas peças, ele era uma espécie de dramaturgo da corte. O Shakespeare só passou a ter maior projecção quando o Marlowe morreu, por razões ainda desconhecidas...

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