3 de abril de 2012

Game of Thrones

Criado por: David Benioff e D.B. Weiss 
Adaptação de As Crónicas de Gelo e Fogo de George R.R. Martin
Atores: Sean Bean, Lena Headey, Peter Dinklage 
Mais informação técnica no IMDb.

Temporada: primeira, mas a segunda estreou no passado domingo, nos Estados Unidos. Este texto foi escrito ainda o ano passado, mas não a cheguei a publicar por aqui, por isso esqueçam a última frase... E fica a nota de que não, não cheguei a atirar-me aos livros.

Opinião: Fantástica, é a única palavra que me vem à cabeça para descrever esta série onde, a meu ver, muita coisa poderia correr mal. Há quem diga que George R.R. Martin é o Tolkien americano, tenho alguma tendência a concordar com essa opinião, já que ambos constroem mundos fenomenais e com uma backstory interessante (por vezes talvez mais interessante que os acontecimentos que seguimos). Mas penso que a comparação acaba aí e mesmo assim Tolkien sai a ganhar porque ele não se limita a criar o mundo e a mitologia, criou também línguas, algo de que Martin não se pode gabar até porque o dothraki foi desenvolvido de propósito para a série. Mas nada disso interessa agora. O que há a reter é que se apenas Peter Jackson foi capaz de pegar nos livros de Tolkien e adaptá-los, somente David Benioff e D.B. Weiss podiam fazer o mesmo com os livros de Martin.

Li os livros há uns anitos, apenas os volumes 1 e 2 originais (4 volumes na edição portuguesa), e pensei ter esquecido muita coisa, no entanto ao ver a série dei conta de como a história se encontrava tão bem preservada na minha mente. Sim, esqueci-me de alguns detalhes e houve cenas em que fiquei “é verdade, não me lembrava que isto era assim” mas, do que me lembro, a história está toda lá. Talvez um pouco condensada é certo, com a omissão de algumas personagens ou diálogos, e com alguns factos e cenas que me parecem eram revelados ou confirmados em volumes mais à frente, mas o essencial está lá e, no que a adaptações diz respeito, está bastante fiel (o que não se pode dizer de "True Blood", por exemplo). Há muitas cenas que são praticamente tal e qual as tinha imaginado, diálogos que são retirados do livro ipsis verbis. As novas cenas, criadas de propósito para a série, não me parecem assim tantas e servem, sobretudo, para explorar personagens e dar mais informação sobre a história e o mundo em que nos encontramos.

Mas uma boa história pode ser prejudicada por vários factores, como o casting, mas neste caso nem isso acontece. O casting está perfeito! Para começar, escolheram logo um dos meus atores preferidos para fazer de Ned. Aliás, ao ler o livro só Sean Bean me vinha à cabeça e quando ouvi que ele ia fazer o papel penso que os meus guinchos e squees de fã histérica terão sido ouvidos nos confins do universo. Lena Headey para Cersei também me pareceu apropriado, apesar de as cabeleiras não a favorecerem, Mark Addy era o “meu” Robert e Peter Dinklage o “meu” Tyrion. Mas tenho de ressalvar as atuações de Aiden Gillen (penso que os meus squees também foram audíveis quando soube que ele seria o Mindinho) e Conleth Hill (que não conhecia mas que é um perfeito Varys) que, na minha humilde opinião, roubaram praticamente todas as cenas em que entraram e que, quando juntos, fizeram alguns dos pontos altos da série.

Mais uma vez, achei fantástica. Adorei seguir as personagens, que se nota crescerem durante estes 10 episódios, sendo talvez Dany e Robb os personagens com crescimento mais vísivel (apesar de Sansa também ganhar algum backbone no último episódio); visitar os vários pontos de Westeros e fiquei fascinada com a capacidade de mostrarem diferentes locais e pessoas, com o Norte a ser mais agreste e ter um aspeto quase de vikings (sem os barcos... por enquanto, julgo eu), enquanto o Sul quase que se assemelhava ao Mediterrâneo. Imagino o trabalho que deve ter estado por detrás de tudo isso e faz-me lembrar LotR, onde também conseguiram dar um cunho distinto a todos os locais e pessoas que aí habitavam. Era possível distinguir entre Rohirrim e Gondor, tal como aqui é possível distinguir acampamentos Stark e Lannister, entre Winterfell e King’s Landing.

O único senão da série é mesmo ter de esperar quase um ano pela continuação, mas entretanto sou capaz de me atirar aos livros.

Veredito: Para ter na estante. Esta série, há semelhança dos livros, será para rever.

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