Autor: vários; Vasco Graça Moura (editor)
Género: romance
Editora: Quetzal | Nº de páginas: 464
Resumo (do livro): «(...) a festividade religiosa (do presépio à missa do galo) e a sua paralela celebração secular e jubilante quase sempre no plano da família; o contraste mais ou menos chocante entre Graça e desgraça, ou entre grupos e condições sociais; o regresso de alguém que, regra geral, estava ausente havia muito; a evocação do tempo e das vivências do passado; a reconciliação entre os homens; por vezes o sofrimento, a tragédia ou a violência numa quadra que não deveria comportá-los; quase sempre a ruralidade do meio em que a acção decorre (nesta colectânea, todavia, com algumas excepções nítidas); como cenário de fundo, é frequente a contraposição do mau tempo (chuva, frio, neve, ventania) a um ambiente aconchegado e familiar.»
Opinião: Aconselhado pelo Iceman no post em que pedia para me aconselharem livros com temas natalícios, em boa hora o li! Para começar, tem contos de autoria portuguesa. Alguns já tinha lido, caso dos contos de Eça e de Sophia de Mello Breyner, outros deram-me a conhecer, de mansinho, autores que tenho adiado conhecer, como Saramago, e outros de que nunca tinha ouvido falar, como Jorge de Sena e José Maria de Andrade Ferreira. Junta-se a isso, a variedade de temas ainda que em comum tenham o facto de as histórias se passarem ou mencionarem o Natal. O saldo é mais que positivo.
Confesso que espantou-me a qualidade da escrita. Sim, sempre desdenhei autores portugueses, não se pode dizer que os livros que havia lido tivessem-me agradado. Lembro-me de Constantino, guardador de vacas e de sonhos de Alves Redol que me fez desejar voltar atrás no tempo e não pegar no livro. Deve ter sido o único livro em que senti ter perdido uma tarde para nada, mas perante o conto do mesmo autor nesta antologia sinto-me tentada a reler o livro, pois parece-me agora que talvez não tivesse a maturidade suficiente para entender a história de Constantino na época em que o li (com 12 ou 13 anos). Ficou também a curiosidade de descobrir mais dos outros autores descobertos aqui.
Nem todos os contos, ou melhor episódios porque foi isso que me pareceram - episódios de várias vidas - , me agradaram ou tocaram da mesma maneira mas gostei do facto de se debruçarem e focarem diferentes temas e aspectos do Natal. Alguns são alegres, cheios de esperança, fazendo-nos acreditar no Homem e na promessa de um Salvador, mas outros há, porém, que retratam histórias que seriam trágicas em qualquer altura do ano, mas que por decorrerem no Natal ganham um carácter ainda mais negro, levando a uma descrença em finais felizes.
É um livro que aconselho. Não será propriamente uma leitura para quando se quer algo leve, ainda que alguns contos sejam bem humorados, mas leva-nos a pensar na quadra e no seu primeiro propósito, no estar com a família e acreditar em algo de bom, na promessa de um mundo melhor e numa verdadeira Humanidade entre Homens.
Para ter na estante: Fui buscar este livro à biblioteca, mas sem dúvida de que é um livro a comprar e a oferecer. A opinião em cima não lhe faz justiça, mas a variedade de autores e de temas focados enriquece a obra e permite que seja verdadeiramente apreciado na quadra festiva, levando-nos a pensar no propósito da mesma e em como existem Natais diferentes do nosso.
Género: romance
Editora: Quetzal | Nº de páginas: 464
Resumo (do livro): «(...) a festividade religiosa (do presépio à missa do galo) e a sua paralela celebração secular e jubilante quase sempre no plano da família; o contraste mais ou menos chocante entre Graça e desgraça, ou entre grupos e condições sociais; o regresso de alguém que, regra geral, estava ausente havia muito; a evocação do tempo e das vivências do passado; a reconciliação entre os homens; por vezes o sofrimento, a tragédia ou a violência numa quadra que não deveria comportá-los; quase sempre a ruralidade do meio em que a acção decorre (nesta colectânea, todavia, com algumas excepções nítidas); como cenário de fundo, é frequente a contraposição do mau tempo (chuva, frio, neve, ventania) a um ambiente aconchegado e familiar.»
Opinião: Aconselhado pelo Iceman no post em que pedia para me aconselharem livros com temas natalícios, em boa hora o li! Para começar, tem contos de autoria portuguesa. Alguns já tinha lido, caso dos contos de Eça e de Sophia de Mello Breyner, outros deram-me a conhecer, de mansinho, autores que tenho adiado conhecer, como Saramago, e outros de que nunca tinha ouvido falar, como Jorge de Sena e José Maria de Andrade Ferreira. Junta-se a isso, a variedade de temas ainda que em comum tenham o facto de as histórias se passarem ou mencionarem o Natal. O saldo é mais que positivo.
Confesso que espantou-me a qualidade da escrita. Sim, sempre desdenhei autores portugueses, não se pode dizer que os livros que havia lido tivessem-me agradado. Lembro-me de Constantino, guardador de vacas e de sonhos de Alves Redol que me fez desejar voltar atrás no tempo e não pegar no livro. Deve ter sido o único livro em que senti ter perdido uma tarde para nada, mas perante o conto do mesmo autor nesta antologia sinto-me tentada a reler o livro, pois parece-me agora que talvez não tivesse a maturidade suficiente para entender a história de Constantino na época em que o li (com 12 ou 13 anos). Ficou também a curiosidade de descobrir mais dos outros autores descobertos aqui.
Nem todos os contos, ou melhor episódios porque foi isso que me pareceram - episódios de várias vidas - , me agradaram ou tocaram da mesma maneira mas gostei do facto de se debruçarem e focarem diferentes temas e aspectos do Natal. Alguns são alegres, cheios de esperança, fazendo-nos acreditar no Homem e na promessa de um Salvador, mas outros há, porém, que retratam histórias que seriam trágicas em qualquer altura do ano, mas que por decorrerem no Natal ganham um carácter ainda mais negro, levando a uma descrença em finais felizes.
É um livro que aconselho. Não será propriamente uma leitura para quando se quer algo leve, ainda que alguns contos sejam bem humorados, mas leva-nos a pensar na quadra e no seu primeiro propósito, no estar com a família e acreditar em algo de bom, na promessa de um mundo melhor e numa verdadeira Humanidade entre Homens.
Para ter na estante: Fui buscar este livro à biblioteca, mas sem dúvida de que é um livro a comprar e a oferecer. A opinião em cima não lhe faz justiça, mas a variedade de autores e de temas focados enriquece a obra e permite que seja verdadeiramente apreciado na quadra festiva, levando-nos a pensar no propósito da mesma e em como existem Natais diferentes do nosso.
3 comentários:
Olá White!
Fico contente por o livro te ter agradado e por, quiçá, te ter reencontrado com a literatura portuguesa, ela própria cheia de grande autores.
Gostei da opinião!
Gostei da tua opinião e já o encontrei no leilões.
Cada vez gosto mais dos autores portugueses e espero neste caso não sair desiludida.
Obrigada. :) De facto os autores portugueses surpreenderam-me. A ver se este ano leio alguns dos títulos que tenho por casa.
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