Esta iniciativa dos meses temáticos era para ter começado com o tema “Extremo Oriente”, ainda que pensasse debruçar-me sobretudo sobre a China e o Japão. Procurava debruçar-me sobre a sociedade e a cultura de modo a entendê-los melhor, escolhendo por isso alguns títulos, nomeadamente de ficção, que tinha cá por casa ou que há muito tinha curiosidade de ler. Como encontrei bastantes títulos sobre o segundo, sobretudo porque a Slayra decidiu ajudar, resolvi então debruçar-me sobre ambos os países em separado. Maio é portanto o mês dedicado ao Japão.
Situado na Ásia Oriental, o Japão é um país insular (é um arquipélago constituído por 6.852 ilhas) e conhecido como sendo a “Terra do Sol Nascente”, já que os caracteres nipónicos que compõem o nome significam “origem do sol”, sol que também é representado na bandeira. Tem uma das maiores áreas metropolitanas do mundo e é um dos 10 países do mundo com maior número de população. Desde 1947, o Japão tem uma monarquia constitucional com um imperador e um parlamento eleito.
História
O Japão encontrava-se ligado ao continente asiático, até ao final da última era glacial, e terá sido assim que chegaram os primeiros povos a este território, onde se encontraram as ferramentas de pedra polida mais antigas do mundo. Também terão desenvolvido uma forma rudimentar de agricultura bastante cedo, tornando-se um dos primeiros povos semi-sedentários, atestada pela cultura cerâmica cujos exemplares podem ser os mais antigos do mundo. Aparece pela primeira vez mencionado em 57 d.C. num documento chinês.
Foi unificado pela primeira vez no séc. IV, começando a surgir um forte poder central que permitiu a expansão. Durante o período Heian, desenvolveram-se as artes, nomeadamente a literatura, surgindo neste período um dos romances mais antigos do mundo, O Romance de Genji de Murasaki Shikibu. Seguiu-se o período feudal, dominado por clãs familiares (os daymio) e comandantes de exércitos (xógum). Foi neste período que os primeiros europeus aí chegaram, os portugueses (1543), iniciando trocas comerciais (comércio Namban) e culturais. Em 1639, começou um longo período de isolamento (sakoku), onde todos os estrangeiros, à excepção dos holandeses que só tinham interesses comerciais, foram expulsos e cristãos japoneses foram perseguidos. Em 1854, o Japão foi forçado a abrir ao comércio internacional, o que revelou fragilidades e levou a crises políticas que culminaram na centralização do poder pelo imperador Meiji, o que levou à industrialização e à expansão. Esta foi mal vista por outros países e resultou na aliança entre o Japão e a Alemanha e a Itália durante a 2ª Guerra Mundial, tendo sido o último país a capitular após as cidades de Nagasaki e Hiroshima terem sido bombardeadas com bombas atómicas.
Depois de um forte crescimento económico, sobretudo devido à exportação tecnológica (onde é ainda líder), o Japão viu a economia regredir em meados dos anos 90, tendo no entanto vindo a recuperar a pouco e pouco.
Cultura
A cultura japonesa combina várias influências mas, devido ao longo período de isolamento, distanciou-se dessas influências tornando-se única. Hoje em dia a cultura exporta bastante cultura pop, sobretudo animes e mangas.
A linguagem sempre foi importante mas só com a importação dos kanji, o conjunto de caracteres chineses, e sua adaptação foram então criadas as primeiras obras escritas que reuniram as baladas, orações rituais, mitos e lendas transmitidas oralmente. Durante o período Heian dá-se a época áurea da literatura e da arte, com O Romance de Genji a destacar-se. Dois autores japoneses já foram laureados com o Prémio Nobel: Kawabata Yasumari em 1968 e Oe Kenzaburo em 1994.
A pintura também é uma das artes mais notáveis, datando até ao período pré-histórico. De representações religiosas a ilustrações de romances, representação de paisagens, quase sempre com o intuito de representar harmonia. Mas outras artes visuais são apreciadas, como a escultura, a caligrafia (também ela feita com um pincel), o Ukiyo-e (um tipo de xilogravura), ikebana (a arte dos arranjos florais) e o próprio origami.
No que toca a artes performativas, pode-se mencionar o noh, caracterizado pelo uso de máscaras, o kabuki, a arte de cantar e dançar, e o bunraku, teatro de marionetes.
O Japão tem também um vasto leque de tradições, onde se inclui a cerimónia do chá e o uso do quimono. A cozinha japonesa é também bastante conhecida e actualmente é também muito apreciada, surgindo variados restaurantes que servem de maneira tradicional ou adaptando-se ao palato do público que os frequenta.
Mais informação:
Situado na Ásia Oriental, o Japão é um país insular (é um arquipélago constituído por 6.852 ilhas) e conhecido como sendo a “Terra do Sol Nascente”, já que os caracteres nipónicos que compõem o nome significam “origem do sol”, sol que também é representado na bandeira. Tem uma das maiores áreas metropolitanas do mundo e é um dos 10 países do mundo com maior número de população. Desde 1947, o Japão tem uma monarquia constitucional com um imperador e um parlamento eleito.
História
O Japão encontrava-se ligado ao continente asiático, até ao final da última era glacial, e terá sido assim que chegaram os primeiros povos a este território, onde se encontraram as ferramentas de pedra polida mais antigas do mundo. Também terão desenvolvido uma forma rudimentar de agricultura bastante cedo, tornando-se um dos primeiros povos semi-sedentários, atestada pela cultura cerâmica cujos exemplares podem ser os mais antigos do mundo. Aparece pela primeira vez mencionado em 57 d.C. num documento chinês.
Foi unificado pela primeira vez no séc. IV, começando a surgir um forte poder central que permitiu a expansão. Durante o período Heian, desenvolveram-se as artes, nomeadamente a literatura, surgindo neste período um dos romances mais antigos do mundo, O Romance de Genji de Murasaki Shikibu. Seguiu-se o período feudal, dominado por clãs familiares (os daymio) e comandantes de exércitos (xógum). Foi neste período que os primeiros europeus aí chegaram, os portugueses (1543), iniciando trocas comerciais (comércio Namban) e culturais. Em 1639, começou um longo período de isolamento (sakoku), onde todos os estrangeiros, à excepção dos holandeses que só tinham interesses comerciais, foram expulsos e cristãos japoneses foram perseguidos. Em 1854, o Japão foi forçado a abrir ao comércio internacional, o que revelou fragilidades e levou a crises políticas que culminaram na centralização do poder pelo imperador Meiji, o que levou à industrialização e à expansão. Esta foi mal vista por outros países e resultou na aliança entre o Japão e a Alemanha e a Itália durante a 2ª Guerra Mundial, tendo sido o último país a capitular após as cidades de Nagasaki e Hiroshima terem sido bombardeadas com bombas atómicas.
Depois de um forte crescimento económico, sobretudo devido à exportação tecnológica (onde é ainda líder), o Japão viu a economia regredir em meados dos anos 90, tendo no entanto vindo a recuperar a pouco e pouco.
Cultura
A cultura japonesa combina várias influências mas, devido ao longo período de isolamento, distanciou-se dessas influências tornando-se única. Hoje em dia a cultura exporta bastante cultura pop, sobretudo animes e mangas.
A linguagem sempre foi importante mas só com a importação dos kanji, o conjunto de caracteres chineses, e sua adaptação foram então criadas as primeiras obras escritas que reuniram as baladas, orações rituais, mitos e lendas transmitidas oralmente. Durante o período Heian dá-se a época áurea da literatura e da arte, com O Romance de Genji a destacar-se. Dois autores japoneses já foram laureados com o Prémio Nobel: Kawabata Yasumari em 1968 e Oe Kenzaburo em 1994.
A pintura também é uma das artes mais notáveis, datando até ao período pré-histórico. De representações religiosas a ilustrações de romances, representação de paisagens, quase sempre com o intuito de representar harmonia. Mas outras artes visuais são apreciadas, como a escultura, a caligrafia (também ela feita com um pincel), o Ukiyo-e (um tipo de xilogravura), ikebana (a arte dos arranjos florais) e o próprio origami.
No que toca a artes performativas, pode-se mencionar o noh, caracterizado pelo uso de máscaras, o kabuki, a arte de cantar e dançar, e o bunraku, teatro de marionetes.
O Japão tem também um vasto leque de tradições, onde se inclui a cerimónia do chá e o uso do quimono. A cozinha japonesa é também bastante conhecida e actualmente é também muito apreciada, surgindo variados restaurantes que servem de maneira tradicional ou adaptando-se ao palato do público que os frequenta.
Mais informação:
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3o
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Jap%C3%A3o
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_do_Jap%C3%A3o
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_do_Jap%C3%A3o
- http://livrariapodoslivros.blogspot.com/2010/04/o-livro-de-cabeceira.html
- http://bungakuuu.blogspot.com/
- http://en.wikipedia.org/wiki/Culture_of_Japan
- http://en.wikipedia.org/wiki/Japanese_art
- http://www.mnarteantiga-ipmuseus.pt/pt-PT/exposicao%20permanente/obras%20referencia/ContentDetail.aspx?id=221
Livros a ler:
Arthur Golden - Memórias de Uma Gueixa
Yasunari Kawabata - Terra de Neve
James Clavell - Xógum
Alessandro Baricco - Silk
7 comentários:
Gosto bastante da ideia dos meses temáticos, e espero um dia também conseguir fazê-lo. Não tens nenhum do Murakami? :)
Esta ideia dos meses temáticos está muito boa, mas como já me tinha decidido a participar no desafio 2010, que também tem meses temáticos, mas não de países, talvez deixe este das culturas para o ano que vem.
Fico a aguardar as opiniões sobre os livros escolhidos.
Não mas conheço quem tenha. :D Devo confessar que tenho algum receio em ler algo dele, vejo tanta gente falar bem que fico de pé atrás. É estranho, eu sei, mas há algo que até agora não me puxou para os livros dele. :/
Ana, o ano passado também participei em muitos desafios mas este ano resolvi fazer um mais pessoal por assim dizer. Tento matar dois coelhos de uma só vez, diminuir a lista de livros para ler (neste mês conto ler 3 que tenho cá em casa, o outro é das BLX e pode ser que me emprestem mais 1 ou 2) e alargar o leque de nacionalidades e assim culturas com que travo conhecimento.
Para este primeiro mês, acho que será interessante ver o Japão por olhos de autores contemporâneos e como os ocidentais percebem a cultura japonesa. :)
Ia-te fazer a mesma questão que a Célia fez. Recomendo-te o "Kafka à Beira Mar", é muito bom... estranho, mas não daqueles que dão vontade de desistir... pelo contrário.
Da tua lista, tenho o 1º e o último lá em casa para ler.
A ideia de dos países como orientadores da leitura é excelente.
Fica registada a sugestão. ;)
E obrigada. :)
Afinal devo ter um livro do Murakami, o que saiu com a revista Sábado! Eu adquiri todos os que não tinha, à excepção do Físico que está pedido. Tenho de o procurar melhor lá por casa.
*é o que dá ter inúmeros livros espalhados por toda a casa*
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