6 de setembro de 2009

A Fragrância da Flor do Café

Autor: Ana Veloso
Género: Romance histórico
Editora: Difel | Nº de páginas: 564
Nota: 2/5

Resumo (da capa): Vitória ambiciona mais, muito mais. Vita, como toda a gente lhe chama, é filha de um dos mais ricos «barões do café». Possui uma beleza extraordinária, é inteligente, habilidosa nos negócios, com uma personalidade forte e independente, é já considerada o melhor partido do vale.

Brasil, ano 1884. No vale do rio Paraíba, os latifundiários e as suas famílias têm uma vida luxuosa e despojada de preocupações graças ao trabalho dos seus escravos nas plantações de café. Quando Vita conhece León Castro, um jornalista muito atraente e enigmático, a sua vida muda completamente. León é abolicionista e luta fervorosamente contra a escravatura e, como tal, contra os interesses da família de Vita. Apesar destas divergências intransponíveis, os dois apaixonam-se perdidamente. Desde o início que o amor dos dois jovens está marcado por desencontros. Uma e outra vez os caminhos de Vita e León cruzam-se e separam, mas nem o tempo, nem as voltas do destino podem com a sua paixão.

Perante a transformação do paradisíaco vale do rio Paraíba e do pitoresco empório do Rio de Janeiro, da época dourada das plantações de café e da sua ruína depois da abolição da escravatura, têm lugar a saga de uma família de fazendeiros e a história de um grande amor.


A Fragrância da Flor do Café é um romance tão delicioso como o aroma do café acabado de moer: sensual e cheio de força, excitante e agridoce.

Opinião: Este livro foi-me oferecido por alguém muito especial, pelo que foi uma pena que não tenha gostado tanto do livro como queria. A sinopse parecia bastante interessante, prometendo dar conta “da época dourada das plantações de café e da sua ruína depois da abolição da escravatura” e contar “a história de um grande amor”. Se o primeiro até foi feito com algum sucesso, o segundo nem por isso.

Talvez seja melhor começar por dizer que, apesar do nome da autora soar a português, o livro foi originalmente publicado em alemão mas a tradução portuguesa é feita a partir de uma edição espanhola. Não sei se por tudo isto, que faz o texto chegar-nos por uma terceira mão, houve qualquer coisa na escrita que não me agradou. Por vezes parecia algo infantil, havia alturas em que a linguagem parecia forçada, e nunca consegui perceber muito bem se tentaram “açucarar” o português, para soar a brasileiro. Como disse, houve qualquer coisa na escrita que não me agradou, o que fez com que a leitura não fosse tão fluida como eu esperava.

A história em si também não me agradou por aí além, já que apesar de ser um livro de tamanho considerável (se bem que também já tenha lido maiores), as relações entre as personagens não são exploradas sendo, o caso mais notável, o dos protagonistas. A relação parece nascer do nada: num momento não se conhecem e no seguinte já se amam perdidamente. Nunca se chega a perceber muito bem o que seduziu ambos, se a inteligência, o espírito ou a sensualidade de ambos. Eu inclino-me mais para o último pois não parece haver assim tantos desencontros, como dizia a sinopse, mas um mal entendido e um tremendo bipolarismo por parte das duas personagens, que parecem não conseguir decidir se gostam um do outro ou não, a não ser quando vão para a cama… O romance torna-se por isso chato e a parte menos interessante do livro, sendo o contexto histórico bem mais apelativo, ainda que abordado algo superficialmente. Mesmo assim gostei de ler sobre as grandes plantações, sobre a abolição da escravatura, o que adveio desse acto e pode ter perdurado no tempo, já que parece vir desta época o problema das favelas e dos morros.

Uma boa premissa que infelizmente não se concretiza em pleno. Ainda assim será interessante para conhecer um pouco mais sobre esta época da história do Brasil que, mais uma vez, não conhecia muito bem por não ser muito explorado nas aulas de história.

6 comentários:

Jacqueline' disse...

Também me desiludo quando alguém de que gosto da me um livro assim. No entanto, a regra para mim é sempre a mesma, se me oferecem, tenho de ler!

Jacqueline' disse...

Tens dois selinhos na Cozinha das Letras!

Beijinhos**

flicka disse...

Estive quase para o comprar quando este livro saiu nas livrarias e ainda bem que não o fiz!
:)*

WhiteLady3 disse...

Aconselho-o, com algumas reservas, a quem queira saber um pouco mais sobre o Brasil desta época, mas suponho que há melhores livros e até telenovelas sobre o mesmo assunto. Agora pelo romance, não o aconselho a ninguém.

Obrigada Jacqueline'! ^_^

Mónica disse...

Andei de olho neste livro há algum tempo atrás. Depois de ler esta tua opinião fico bem contente por não o ter comprado.

Quanto a conhecimentos da época, confesso que se resumem ao novelas brasileiras sendo que algumas, por mais que me custe admitir, ensinaram-me bastante sobre este período menos feliz da história :(

P.S.
Entretanto cresci e a fase das novelas passou hehehe

WhiteLady3 disse...

Quanto a conhecimentos da época, confesso que se resumem ao novelas brasileiras sendo que algumas, por mais que me custe admitir, ensinaram-me bastante sobre este período menos feliz da história :(
Comigo acontece o mesmo e por acaso nunca tive muita curiosidade em relação ao Brasil. Esta só surgiu este ano, depois de ler o 1808 e as biografias de D. João VI e D. Pedro IV. Tenho de ver se encontro mais livros de ficção que se passem no Brasil do séc. XIX...

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