22 de julho de 2009

Drácula

Autor: Bram Stoker
Género: Horror
Editora: Publicações Europa-América | Nº de páginas: 424
Nota: 4/5

Resumo (da capa): Drácula, o sinistro conde da Transilvânia, só pode ser morto por uma estaca espetada em pleno coração. Até que alguém consiga fazê-lo, porém, continuará a alimentar-se do sangue de inocentes, e estes, tornados mortos-vivos, passarão também a sofrer da insaciável sede do sangue.

Mas como se conseguirá preparar uma armadilha a um monstro com vastos poderes e com a sabedoria dos séculos?

“O Conde sorriu, os seus lábios abriram-se sobre as gengivas e os compridos e aguçados dentes caninos apareceram estranhamente…”

Opinião: Na verdade é mais um 3.5, mas arredondei um pouco porque não gosto de dar meias notas e não deixa de ser um bom livro, se bem que não era exactamente o que estava à espera.

Este livro foi lido, mais uma vez, no âmbito de uma Leitura Conjunta (LC) promovida pelo fórum Estante de Livros e diga-se que houve uma discussão bastante interessante, que apesar de tudo foi perdendo a chama, não por culpa de quem participou, mas porque o mesmo entusiasmo parece que se vai perdendo ao longo do livro.

Sempre tive curiosidade sobre vampiros. Já vi bastantes filmes, incluindo o de 1992 realizado por Francis Ford Coppola e de que não me recordo muito bem (coisa a emendar nos próximos tempos), pelo que era com alguma expectativa que parti para este livro, tido como aquele que lançou as bases para os vampiros modernos, ou que aparecem com um pouco mais de frequência nos vários meios culturais. Travamos então conhecimento com Jonathan Harker, incumbido de se dirigir ao Castelo do Conde Drácula, a propósito de negócios que têm por fim trazer o conde até Inglaterra. No entanto, Jonathan começa a aperceber-se de quem nem tudo é o que parece e começa a temer nunca mais ver Mina, sua noiva. Esta é grande amiga de Lucy, uma jovem bastante bela, de tal maneira que recebe 3 propostas de casamento no mesmo dia. E é quando esta começa a ser atacada por uma estranha doença, que Van Helsing, um médico holandês com bastantes conhecimentos no que toca ao sobrenatural, é chamado por um dos pretendentes de Lucy para revelar então a criatura que todo o grupo terá de enfrentar.

A primeira metade do livro, ou seja, o relato de Jonathan no Castelo e os constantes ataques a Lucy, é bastante interessante, já que o modo em que o livro está escrito, através dos diários e de cartas dos participantes em toda a acção, convidam-nos a entrar na mesma acção e a partilhar as emoções e as dúvidas que assaltam os vários protagonistas. No entanto, a segunda metade do livro apresenta-nos uma quebra da acção e as personagens começam a revelar-se um pouco parvas e mesmo estúpidas, apetecendo dar-lhes um valente par de estalos e gritar-lhes para abrirem os olhos. A história torna-se então demasiado previsível apesar de ir crescendo, novamente, em termos de acção para acabar num final algo anti-climático e que deixa, por isso, algo a desejar.

Na LC houve quem apontasse alguns fios soltos e incongruências, mas devo confessar que isso me passou algo ao lado. Tendo em conta o modo narrativo, é óbvio que algumas coisas teriam de ficar de fora, mas não é nada que um pouco de imaginação não ajude, nomeadamente no caso de Reinfeld, uma das personagens que mais dúvidas levantou, mas que a meu ver foi muito bem conseguida, sendo mesmo a minha personagem favorita em todo o livro.

O livro lê-se bem, mas desilude um pouco, já que fazendo parte do ideário, da cultura de massas actual, uma pessoa não consegue deixar de imaginar como é que a história será antes de pegar no livro, e é normal que ao não ver essa imagem, essa outra história que construiu, que o leitor fique decepcionado. Mas tendo em conta a época em que foi escrito, penso que é notório o sobressalto que terá provocado numa sociedade um pouco fechada, com fortes convicções morais, e cheia de convenções e regras de etiqueta.

6 comentários:

Mónica disse...

Como os gostos são tão diferentes :D

Eu adorei o livro! e é exactamente esse final anti-climático que eu acho que o torna tão especial. Para mim continua a ser uma das referências senão A referência para quem começa a aventurar-se no mundo dos vampiros.

Pena que não tenhas gostado tanto :(

Tita disse...

Com q então mudança de layout do blog? ;-)

Eu tb esperava mais do livro, pois o início prometia!

WhiteLady3 disse...

É verdade Mónica. :D Eu até gostei, mas estava à espera de um final mais agitado, pois eu gosto de ver sangue e tripas pelo ar! MWAHAHAHAH!!! Esperava que o Drácula tivesse uma presença mais activa, lutasse com as forças sobrenaturais e não aconteceu nada disso. :(

Tita, já estava um pouco farta do outro. Realmente, o início é muito bom, foi a minha parte preferida.

Francisco Norega disse...

Olá White Lady!

Fui de férias e já não passava por aqui há algum tempo. Gostei da mudança do layout! :)

Quanto ao Drácula, bem, depois da tua opinião não sei se o vou ler. Já não era uma leitura prioritária, e se nem sequer é assim tão bom...

WhiteLady3 disse...

De facto estava à espera de mais mas não deixa de ser interessante, nomeadamente tendo em conta a época e o público a que se dirigia. Além disso, não deixa de ser melhor que alguns livros com vampiros que se publicam agora. *assobia inocentemente*

WhiteLady3 disse...

E já agora, obrigada! :)

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