Isto de conhecer pessoal com a mesma pancada que nós é engraçado, de tal maneira que quando uma vê peças de Shakespeare é quase certo que as outras respondem "hell yeah!" Depois de Shakespeare in the Park, foi a vez de Shakespeare in the theatre e num dia destes lá rumámos ao Teatro São Luiz para assistir à peça "Como Queiram".
Se já antes (na Regaleira) tinha ficado impressionada com atores que andam de saltos pela gravilha fora, agora ainda mais impressionada fiquei com quem tem de trocar de roupas num ápice! Imagino que haja um imenso trabalho por detrás de uma atuação e admiro, não só pelas razões estúpidas referidas, mas por serem capazes de fixarem longos textos (não deverá bastar saber as suas linhas, afinal de contas há diálogos, têm de saber quando intervir) assim como por serem capazes de representar todos os sentimentos, todas as alterações pelas quais uma personagem passa. É algo que cada vez mais venho a dar valor e entendo que não é para todos.
Como já tinha referido, ver as peças tem realmente uma outra piada. Houve partes hilariantes, sobretudo proporcionadas por Tocaspartes (Luísa Cruz) e Jacques (Bruno Nogueira), mas Rosalinda (Carla Maciel) e Orlando (Nuno Lopes) destacaram-se para mim. Adorei os seus diálogos quando Rosalinda, disfarçada de Ganimedes, tenta "curar" Orlando e das reações de Célia/Aliena (Sara Carinhas) às críticas que a prima faz ao seu próprio sexo. Convenhamos, há ali alguma verdade.
O resto do ensemble estava bem nos seus (variados) papéis, e apesar do realizador Marco Martins ter uma enorme presença em palco pareceu-me o elemento mais fraco, ainda assim bastante bem sobretudo como Duque Frederico.
De acordo com o meu irmão, podia ter menos cantoria. Se calhar deveria tê-lo avisado do facto, assim como de ter 3h... Eu gostei bastante (aliás, a única coisa de mal que tenho a apontar não é à produção mas aos espetadores, e tanto no teatro como no cinema) e aconselho. Venham mais peças!
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