13 de fevereiro de 2014

O Forte

Autor: Bernard Cornwell
Ficção | Género: ficção histórica
Editora: Saída de Emergência | Ano: 2011 (originalmente publicado em 2010) | Formato: livro | Nº de páginas: 400 | Língua: português

Como me veio parar às mãos: Comprado em novembro de 2013, aproveitando um promoção da editora e da revista Sábado.

Quando e porque peguei nele: entre 8 e 18 de janeiro de 2014. Porque sim! :P Estou a tentar domar a pilha e nada melhor que começar por ler as últimas aquisições que tenho feito. Assim conta para o desafio anual (também conhecido agora por desafio mini-pilha, porque -> mini-pilha :P) na categoria "nova compra".


Opinião: Bernard Cornwell... há quanto tempo não lia um livro teu? Provavelmente desde os tempos em que andava na faculdade e atirei-me que nem doida aos áudios do Sharpe. *suspira* Bons tempos esses, tirando a parte do ter de estudar e tal... :P Mas o certo é que já tinha saudades da descrição das batalhas, dos desmembramentos e do cheiro acre dos canhões pela manhã. :D Há momentos em que uma moça tem de ler livros românticos e fofos, há outros em que tem de ler sobre como um homem é despedaçado por um canhão.

Havia lido o excerto disponibilizado pela editora quando o livro foi publicado por cá, e apesar de ter gostado, várias circun$tâncias impossibilitaram que o lesse até agora, e foi de facto uma boa maneira de começar o ano pois não desapontou, ainda que esperasse um bocadinho mais. Não achei a história tão interessante como as do Sharpe e demora um pouco a construir a história, porque sim, eu só leio Cornwell pela ação e a descrição sangrenta e realista do campo de batalha. Também gosto de ver explorada a tática, afinal até foi com os seus livros que comecei a perceber de táticas militares, mas a indecisão das personagens deste livro é tão grande que tornou a leitura, em alguns momentos, aborrecida. No entanto, parece que a indecisão é verídica, e terá custado a vitória aos americanos, pelo que a Cornwell não se lhe pode apontar nada a não ser uma excelente pesquisa.

Li há tempos, já não sei onde, alguém que dizia algo como "se as aulas de História fossem como os livros do Cornwell, seriam bem mais interessantes!" e eu só posso concordar. Claro que não quer dizer que as coisas se tenham desenrolado realmente da maneira que ele conta, mas a forma como apresenta os acontecimentos é suficientemente realista para pensar que sim. O que achei mais curioso foi o facto de apresentar bastantes personagens arrogantes (ou não fosse uma das partes americana, ahah! :P), das quais há que destacar Paul Revere, o único nome que reconhecia e que sabia ter tido alguma importância durante a Guerra da Independência Americana. Mas aparentemente fui enganada, como outros, por um poema e Revere não terá sido assim um herói americano tão digno como isso e esta "desmistificação" relembra então que a imagem que fica para História pode não ser a mais correta, e que aquela é uma ciência falível (como quase todas, aliás, pelo menos ciências sociais) em que o resultado depende sempre do ponto de vista.

É portanto um bom livro, que se lê bem, sobretudo para quem gosta de História ou se interesse pelo tema. Pouco ou nada sei sobre este período da História Americana, na verdade sei muito pouco sobre a mesma, pelo que esta leitura acabou por se tornar proveitosa dando-me a conhecer uma batalha da qual nada sabia e um lado de um herói que também desconhecia. Além disso, e porque talvez ande mais pensativa (e depressiva), apesar de gostar de sangue não deixa de incomodar que realmente guerras deste tipo (e tantas que aconteceram ao longo do tempo) tenham acontecido e tomado a vida de tantos jovens, muitas vezes em erros de cálculo por parte de comandantes inexperientes ou vacilantes. Não que generais experientes e conscientes sejam melhores, simplesmente este tipo de coisa não devia existir.

Veredito: Vale o dinheiro gasto. Como qualquer livro do autor, aposto. :P É ficção histórica no seu melhor.

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