Autor: Christian Jacq
Género: thriller
Editora: Bertrand Editora | Nº de páginas: 381
Resumo (do livro): O romance começa nos últimos anos do reinado de Ramsés, o Grande. Méhi, um ambicioso oficial tebano, está fascinado pelo segredo que possuem os cerca de trinta artesãos do Lugar de Verdade. Um dia, espiando a aldeia implantada no deserto e rodeada por altos muros, mata um guarda e, deslumbrado, vê sair de um templo a Pedra de Luz. Decide então consagrar a sua vida para se apoderar dela.
No interior da localidade interdita são construídas as Moradas de Eternidade dos faraós.
Os homens e mulheres que ali vivem escolhem-se entre si e são habitados pela obsessão dessa eternidade. Entre eles, Néfer, que todos chamam o Silencioso. Filho adoptivo de um dos mestres da aldeia, não ouviu o apelo dos deuses. Decide ir correr mundo para procurar a sua verdade. Nessa procura descobrirá o amor louco por Clara e verá a sua vida ser salva por Paneb o Ardente, um filho de agricultor decidido a entrar no Lugar de Verdade. Os seus amores, as suas querelas e a luta selvagem que os oporá a Méhi vão levar-nos a descobrir um Egipto próximo e misterioso ainda totalmente desconhecido, nem grande romance épico e denso.
Opinião: Conheço este autor desde que conheço a Slayra, o que já vai para algum tempo (O.o), pois é um dos seus autores preferidos e escreve sobre um dos seus períodos históricos de eleição. Eu tenho de dizer que o Antigo Egipto nunca foi bem o meu género. Ok, reconheço-lhes o génio construtivo, a religião também é das coisas mais fascinantes (mas eu adoro esse tema) que têm, também acho interessante toda aquela superstição no que toca ao Tutankhamon e outros túmulos do Vale dos Reis e das Rainhas, mas nunca fui fascinada como outros colegas de curso. Daí que tenha tardado em pedir estes livros emprestados, já que não são, hoje em dia, assim tão fáceis de encontrar. Entendo agora o porquê da Slayra os apreciar tanto.
A escrita e as personagens não são nada de outro mundo. A primeira é simples, sem grandes floreados, concisa e straight to the point, no entanto, não conseguimos parar de ler. Os capítulos pequenos ajudam a que continuemos a virar as páginas, sem darmos por isso, já que a história é interessante e queremos saber o que vai sair dali. Já no que toca a personagens, elas são bastante estereotipadas, com os vilões a serem a pior espécie de homens a pisar a Terra e os heróis a terem tantas virtudes que estamos à espera que sejam elevados às alturas, mas já estava preparada para isso e convenhamos, este tipo de coisas resulta em thrillers! Faz-nos querer que os bonzinhos dêem uma coça moral aos maus e o mundo se torne num local mais aprazível para viver, livre de ameaças. :P
O que sobressai então nesta leitura? A sociedade egípcia! Tirando alguns termos que considero anacrónicos, nomeadamente a palavra villa para descrever uma casa senhorial, o autor consegue dar a conhecer o quotidiano de forma fenomenal, tornando o retrato da sociedade bastante credível. Acho sobretudo muito bem conseguido o facto de colocar a religião em todos os momentos do dia e da vida dos protagonistas. Por vezes é difícil imaginar, na sociedade actual, a importância que a religião (nas suas mais variadas formas) tinha anteriormente, mas Jacq ilustra isto de forma brilhante e não deixa de ser incrível como consegue unir religião e ciência, ideias que parecem ser tão difíceis de conjugar. Aqui também temos este confronto, com uma facção a querer tirar o Egipto do “obscurantismo” e das práticas milenares, evoluindo para uma civilização tecnologicamente avançada. Mas a força da tradição não exclui a evolução, pelo contrário parece contribuir para a mesma, daí que tenham conseguido as proezas arquitectónicas que conhecemos e que terão sido construídas com o objectivo de atingir a imortalidade, de ficar mais perto dos deuses e das estrelas.
É exactamente esta parte a mais vincada na história, já que os protagonistas, Néfer, Paneb e Clara, habitam o Lugar de Verdade, uma pequena aldeia de construtores e outros artistas que ouviram o chamamento de Maet e têm como objectivo construir grandiosos edifícios para morada eterna dos faraós, por modo a preservar a Justiça e a Verdade. Acompanhamos então o trabalho dos variados artesãos, nomeadamente Paneb que tem de se esforçar para progredir na profissão que tanto ambiciona. Mas o Lugar de Verdade encontra-se ameaçado por intrigas, já que é um local isolado, sobre o directo domínio do faraó e do seu vizir, escapando à burocracia de Tebas que acredita existir lá incontáveis riquezas, bem como importantes conhecimentos e segredos que seriam preciosos num eventual conflito bélico com outras potências, como os hititas.
Este é então um livro interessante, mas nota-se que é um primeiro volume. Trata-se basicamente de uma introdução às personagens e história, que são desenvolvidos em outros volumes. Este não acaba por isso de forma definitiva, tem uma espécie de to be continued, deixando em aberto o que pode vir a acontecer ao Lugar de Verdade depois da morte de um dos seus mais importantes protectores.
Emprestado e pouco se perde com isso: Na verdade está perto de um “Vale o dinheiro gasto”. Sem dúvida de que fica a curiosidade em continuar a série, já comecei a ler o segundo livro, mas como se trata de uma introdução não sei se seria capaz de o comprar sem ler o resto. Mas parece-me uma boa aposta e será, com certeza, um autor a seguir.
Género: thriller
Editora: Bertrand Editora | Nº de páginas: 381
Resumo (do livro): O romance começa nos últimos anos do reinado de Ramsés, o Grande. Méhi, um ambicioso oficial tebano, está fascinado pelo segredo que possuem os cerca de trinta artesãos do Lugar de Verdade. Um dia, espiando a aldeia implantada no deserto e rodeada por altos muros, mata um guarda e, deslumbrado, vê sair de um templo a Pedra de Luz. Decide então consagrar a sua vida para se apoderar dela.
No interior da localidade interdita são construídas as Moradas de Eternidade dos faraós.
Os homens e mulheres que ali vivem escolhem-se entre si e são habitados pela obsessão dessa eternidade. Entre eles, Néfer, que todos chamam o Silencioso. Filho adoptivo de um dos mestres da aldeia, não ouviu o apelo dos deuses. Decide ir correr mundo para procurar a sua verdade. Nessa procura descobrirá o amor louco por Clara e verá a sua vida ser salva por Paneb o Ardente, um filho de agricultor decidido a entrar no Lugar de Verdade. Os seus amores, as suas querelas e a luta selvagem que os oporá a Méhi vão levar-nos a descobrir um Egipto próximo e misterioso ainda totalmente desconhecido, nem grande romance épico e denso.
Opinião: Conheço este autor desde que conheço a Slayra, o que já vai para algum tempo (O.o), pois é um dos seus autores preferidos e escreve sobre um dos seus períodos históricos de eleição. Eu tenho de dizer que o Antigo Egipto nunca foi bem o meu género. Ok, reconheço-lhes o génio construtivo, a religião também é das coisas mais fascinantes (mas eu adoro esse tema) que têm, também acho interessante toda aquela superstição no que toca ao Tutankhamon e outros túmulos do Vale dos Reis e das Rainhas, mas nunca fui fascinada como outros colegas de curso. Daí que tenha tardado em pedir estes livros emprestados, já que não são, hoje em dia, assim tão fáceis de encontrar. Entendo agora o porquê da Slayra os apreciar tanto.
A escrita e as personagens não são nada de outro mundo. A primeira é simples, sem grandes floreados, concisa e straight to the point, no entanto, não conseguimos parar de ler. Os capítulos pequenos ajudam a que continuemos a virar as páginas, sem darmos por isso, já que a história é interessante e queremos saber o que vai sair dali. Já no que toca a personagens, elas são bastante estereotipadas, com os vilões a serem a pior espécie de homens a pisar a Terra e os heróis a terem tantas virtudes que estamos à espera que sejam elevados às alturas, mas já estava preparada para isso e convenhamos, este tipo de coisas resulta em thrillers! Faz-nos querer que os bonzinhos dêem uma coça moral aos maus e o mundo se torne num local mais aprazível para viver, livre de ameaças. :P
O que sobressai então nesta leitura? A sociedade egípcia! Tirando alguns termos que considero anacrónicos, nomeadamente a palavra villa para descrever uma casa senhorial, o autor consegue dar a conhecer o quotidiano de forma fenomenal, tornando o retrato da sociedade bastante credível. Acho sobretudo muito bem conseguido o facto de colocar a religião em todos os momentos do dia e da vida dos protagonistas. Por vezes é difícil imaginar, na sociedade actual, a importância que a religião (nas suas mais variadas formas) tinha anteriormente, mas Jacq ilustra isto de forma brilhante e não deixa de ser incrível como consegue unir religião e ciência, ideias que parecem ser tão difíceis de conjugar. Aqui também temos este confronto, com uma facção a querer tirar o Egipto do “obscurantismo” e das práticas milenares, evoluindo para uma civilização tecnologicamente avançada. Mas a força da tradição não exclui a evolução, pelo contrário parece contribuir para a mesma, daí que tenham conseguido as proezas arquitectónicas que conhecemos e que terão sido construídas com o objectivo de atingir a imortalidade, de ficar mais perto dos deuses e das estrelas.
É exactamente esta parte a mais vincada na história, já que os protagonistas, Néfer, Paneb e Clara, habitam o Lugar de Verdade, uma pequena aldeia de construtores e outros artistas que ouviram o chamamento de Maet e têm como objectivo construir grandiosos edifícios para morada eterna dos faraós, por modo a preservar a Justiça e a Verdade. Acompanhamos então o trabalho dos variados artesãos, nomeadamente Paneb que tem de se esforçar para progredir na profissão que tanto ambiciona. Mas o Lugar de Verdade encontra-se ameaçado por intrigas, já que é um local isolado, sobre o directo domínio do faraó e do seu vizir, escapando à burocracia de Tebas que acredita existir lá incontáveis riquezas, bem como importantes conhecimentos e segredos que seriam preciosos num eventual conflito bélico com outras potências, como os hititas.
Este é então um livro interessante, mas nota-se que é um primeiro volume. Trata-se basicamente de uma introdução às personagens e história, que são desenvolvidos em outros volumes. Este não acaba por isso de forma definitiva, tem uma espécie de to be continued, deixando em aberto o que pode vir a acontecer ao Lugar de Verdade depois da morte de um dos seus mais importantes protectores.
Emprestado e pouco se perde com isso: Na verdade está perto de um “Vale o dinheiro gasto”. Sem dúvida de que fica a curiosidade em continuar a série, já comecei a ler o segundo livro, mas como se trata de uma introdução não sei se seria capaz de o comprar sem ler o resto. Mas parece-me uma boa aposta e será, com certeza, um autor a seguir.
6 comentários:
Exactamente os motivos porque gosto tanto destes livros! E exactamente os defeitos que lhes encontro. Ainda bem que estão a constituir leituras agradáveis! :D
Já tinha ouvido falar do autor, mas não sabia que ele escrevia sobre o Egipto. É uma das minhas épocas históricas favoritas. Vai já para a lista!
É pena +e que as personagens sejam estereótipos, mas se dizes que funciona e se já são duas a aconselhar o autor, vou apostar.
Mais uma que adora este autor e a sua escrita e tem tudo isso que apontas, mas claro eu sou suspeita adoro tudo o que tenha a ver com o Antigo Egipto.
Vais que não te vais arrepender por ler toda a série.
E tens de experimentar as outras série dele, são mesmo de ficarmos rendidas.
Beijinhos
Slayra, YAY! Estás a ver? Eu disse que era capaz de gostar e gostei! Já sabes que tens de me trazer o resto. :P
Ana, acho que este tipo de personagens resulta em thrillers porque neste género acho que a acção deve ter um maior protagonismo, por assim dizer. Não preciso tanto de um crescimento de personagens, tal como exijo a romances e outros géneros, porque não acho que seja essa a intenção. :/
Angelina, é bom saber que há mais pessoas que gostam deste autor e das suas séries. Por acaso, no outro dia, encontrei alguns livros da série Ramsés em casa dos meus avós, que pertenciam a algum dos meus tios, e eu não sabia! Faço sempre descobertas interessantes em casa deles. XD
Em termos de personagens, é o Paneb que cresce mais, penso eu... os outros são mesmo estereótipos chapados, eheh.
Whitelady lê a série do Ramsés se a tiveres! É impressionante, Ramsés também sofre um processo de crescimento ao longo dos livros. :D
Sim, já reparei nisso e é, por isso mesmo, o meu personagem preferido. Acho que ainda lhe vai acontecer muita coisa nos volumes seguintes e mal posso esperar para ver se o fututo lhe reserva o que eu imagingo...
Acho que os dois volumes que o meu tio tem são do Ramsés. Da próxima vez já sou capaz de os trazer. :D
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