Depois de ver este post da Miss Picky (Ana O.), achei que seria interessante (ou não) dar a conhecer a minha história com este formato literário.
Tudo começou no ano de 2006 com a série Sharpe e o actor Sean Bean. Lembro-me de ver uma mini-série de dois episódios na RTP, que não era mais que o último episódio, feito até aquela data (no ano passado foi feito um novo episódio), Sharpe's Challenge. Ora, eu não sou completamente indiferente ao Sean Bean e na época até andava a estudar o séc. XIX, pelo que fiquei curiosa. Mais curiosidade suscitou o facto de esta série ser baseada em livros de um autor do qual tinha ouvido muito bem, Bernard Cornwell. Da série televisiva até aos livros foi um salto. No entanto, a colecção de livros é bastante extensa e cá por casa o espaço é pouco, pelo que foi assim que tropecei, literalmente, nos áudio-livros desta colecção e narrados pelo célebre actor que deu corpo à personagem! Ouro sobre azul diria eu... Ouvi assim as versões condensadas do primeiro e do último volume da série, e não tardou muito até arranjar a maior parte dos restantes. Ainda não ouvi todos, mas diga-se que passei a adorar a época napoleónica (que até então pouco me interessava, aliás os séculos XVIII e XIX nunca foram do meu agrado até começar a ler romances históricos) e comecei a perceber tácticas militares...
Estes áudio-livros acompanharam-me então durante o trabalho final de curso, durante os dias que passava sozinha, num palácio a cair de podre, com a exausta tarefa de inventariar e descrever peças. A recepção do rádio não era a melhor, pelo que os áudio-livros conseguiram-me manter sã (se é que se pode chamar sã à minha mente...) e ajudaram a passar o tempo. No entanto, tanta guerra pode tornar-se algo enfadonho e assim parti para outros temas: os romances de Austen, que aconselho desde já excepto se lidos por senhoras com vozes monocórdicas ou lidos por homens (é simplesmente errado!!!); os thrillers de Dan Brown; os mistérios de Agatha Christie, que são ainda melhores quando narrados por todo um grupo, tipo novela radiofónica; e o mundo fantástico de Harry Potter. Mas se até acabar o curso, os áudio-livros serviam apenas para passar o tempo enquanto inventariava, descrevia ou desenhava peças, tudo tarefas bastante empolgantes, como se pode imaginar (not!), agora são também muito úteis quando desempenho outras tarefas igualmente aborrecidas, como quando estou a fazer limpezas e outras tarefas domésticas.
Convém avisar que há um certo risco ao fazer as tarefas domésticas e ouvir áudio-livros: não foram poucas as vezes que desatei a rir sozinha, o que levou os meus pais e irmão confirmarem as suas suspeitas de que sou doida, como parti alguns pratos e copos... Mas sem dúvida que recomendo, pena é haver pouca oferta em português.
6 comentários:
"... pena é haver pouca oferta em português."
Na verdade há pouca oferta, mas porque a procura também é pouca e os livreiros têm dificuldade em aceitar este formato.
Até o IVA é 20% em vez de 5%, como nos livros.
Enquanto a população portuguesa não apoiar este formato, ele não poderá desenvolver muito!
Maria
Cá por casa apenas existe 1 áudio livro, o 1º volume do Harry Potter, que foi comprado não com o intuito de "ouvir" a história mas para melhorar a pronuncia inglesa do R.
Escusado será dizer que nunca foi ouvido :(
Acho que ainda não tenho "abertura" suficiente para este tipo de formato :(
Ainda não experimentei nenhum Audio-livro, mas tenho curiosidade.
É pena é a pouca oferta em português.
Por acaso também tenho muita curiosidade em aúdio-livros. Nunca ouvi nenhum, mas gostaria. :)
Maria, por acaso reparei na diferença de preços mas não me apercebi que se devia ao IVA ser de 20%, o que de resto não faz muito sentido já que este tipo de formatos poderia ser aproveitado por invisuais, por exemplo, cujo acesso à literatura é algo restrito. Não sei se a publicação em braille será mais barata ou cara, mas acho que uma aposta neste formato também podia ter alguma coisa a ganhar. O único livro que vi neste formato foi o Códex 632 exactamente porque tentavam conquistar esse grupo, de resto só tenho visto alguns poemas, para além de uma iniciativa do Expresso com livros da Agatha Christie (e onde penso que escolheram maus narradores para as histórias), e que sinceramente não me cativaram por aí além.
Mónica, o Harry Potter lido pelo Stephen Fry é demais! Tenta experimentar um dia destes e depois diz qualquer coisa. ;)
Eu só posso aconselhar. Gosto mesmo deste formato, é bastante útil para passar o tempo. E também pode ser uma alternativa para quem tem horas de transportes públicos pela frente e enjoa a ler um livro. :P
Apenas à muito pouco tempo é que fui "apresentada" aos audio-livros e adorei.
É altamente viciante :-)
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