Ficção | Género: fantasia
Editora: Saída de Emergência | Ano: 2007 (originalmente publicado em 1999) | Formato: livro | Nº de páginas: 429 | Língua: português
Como me veio parar às mãos: comprado na Feira do Livro em 2009.
Opinião: Devo de começar por dizer que já faz algum tempo desde que li o
primeiro volume e que pouco me lembrava dele. Quer dizer, lembrava-me da história no geral, mas alguns pormenores, como a organização da sociedade e regras porque se rege este mundo, escaparam-me. Assim, senti alguns problemas no início da leitura, mas com o seguimento da história tornou-se mais fácil acompanhar esta mitologia e personagens. Também me lembrava do que tinha sentido ao ler o primeiro livro, muitas vezes é o que melhor me lembro das leituras que faço, e os problemas que havia sentido voltaram durante a leitura deste segundo volume.
Se desta vez já sabia mais ou menos o que esperar, continuei a não sentir qualquer tipo de empatia para com as personagens. Sim, são interessantes de seguir, mas não consigo sentir qualquer tipo de ligação emocional com as mesmas, sobretudo com Jaenelle mesmo sabendo tudo aquilo porque passou. Acabo mesmo por não perceber muito bem qual é o fascínio que exerce sobre todos aqueles com que lida, pois a mim pouco ou nada fascina. E posso dizer como acho irritante que apesar de ser uma grandiosa feiticeira, não consiga fazer ou sinta dificuldade em fazer as coisas mais simples? Sim, ok eu sei que isso acontece mesmo no nosso mundo, há pessoas inteligentíssimas para quem as coisas mais comuns, como preencher uma folha de inscrição, acaba por ser algo que pelos vistos lhe ultrapassa, mas não deixo de achar irritante essa característica numa personagem fictícia, é quase como uma outra Bella do Twilight que fascina toda a gente sem percebermos muito bem porquê apesar de ser, supostamente, uma desastrada de primeira que tropeça em tudo e mais alguma coisa. Sim, acho que acabei de comparar a Jaenelle à Bella, mas a Jaenelle é um exemplo de gaja independente a seguir, ao contrário da Bella.
Para além das personagens pouco ou nada me dizerem, achei o enredo demasiado previsível, tal como no primeiro volume, e bastante parado. Entendo que o ritmo mais lento ajuda a construir as personagens e este mundo, além disso neste livro temos a formação da corte de Jaenelle o que só por si traz novas personagens e criaturas que precisam de explicação, mas houve momentos que me pareceram repetir-se continuamente, sobretudo no que metia o Conselho das Trevas. A parte mais interessante deste mundo acabou, a meu ver, por ter muito pouco destaque, o Reino Distorcido. Teve-se apenas vislumbres de Daemon a agarrar-se à sua "ilha" e depois a Jaenelle faz um caminho e pronto, fez-se o Chocapic! Que é como quem diz, acaba o livro. Gostava de ter acompanhado a viagem deste pelo caminho para a sanidade, mas também entendo que talvez se repetisse o livro anterior, já que os puzzles diziam respeito à ligação de ambos e ao que se passou entre eles no Altar de Cassandra. Mas mesmo assim, parecia que podia ter sido melhor abordado.
Esta série parece ser daquelas que fascina toda a gente menos a mim. Fico a pensar que se calhar o problema é meu, sobretudo porque acho que se tivesse lido uns aninhos antes, talvez na mesma altura em que li Sevenwaters (e agora fiquei a pensar no que acontecerá se os reler :/), as coisas poderiam ser diferentes. Ou então não. :/ Reconheço a criatividade da autora, tem uma escrita muito agradável e fácil de seguir, ainda que a mitologia seja um pouco confusa, mas há algo que não me seduz completamente. Ainda assim espero acabar a trilogia, se possível com a história mais fresca na minha cabeça, pelo que devo pegar brevemente no último livro.
Veredito: Se fosse emprestado pouco se perdia com isso. Sinto que é injusto, porque toda a gente que conheço adora os livros, mas a sério, apesar de lhe reconhecer muito mérito, há algo que não me cativa. E quando as personagens não me tocam de alguma maneira, não há nada a fazer. :(