Adaptação de O Hobbit de J.R.R. Tolkien por Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson e Guillermo del Toro
Atores: Martin Freeman, Ian McKellen, Richard Armitage
Mais informação técnica no
IMDb.
Quando e onde o vi: 22/dezembro no cinema.
Opinião: OK, é difícil escrever uma opinião para este filme, pois era dos que mais ansiava por ver. No geral gostei, afinal estamos a falar de um regresso à Terra Média pela mão do Peter Jackson, mas há alguns problemas sendo o maior, a meu ver, o facto de ser algo repetitivo.
O filme começa bem, tentando fazer a ligação com a trilogia de "
O Senhor dos Anéis", o que de certo modo até faz sentido pois é só depois de dar o anel ao Frodo e este começar a sua aventura que Bilbo escreve
There and Back Again, a história que vamos então acompanhar e que se inicia, como não podia deixar de ser, por causa de Gandalf que vê em Bilbo o ladrão necessário ao anão Thorin para a sua demanda ser bem sucedida.
Já li o livro há uns 10 anos (o tempo voa) e há detalhes que já me esqueci, no entanto, do que me lembro, o filme parece-me fiel ainda que lhe tenham sido acrescentadas algumas partes, para caracterização de personagens e sobretudo para explicar o que leva à Guerra do Anel, evento retratado na trilogia. E aqui está um outro dos problemas, pois de certa forma desequilibra a narrativa. O Hobbit é um livro mais dirigido a um público jovem e por isso mais ligeiro que O Senhor dos Anéis, e essa ligeireza é passada magistralmente para o filme, sobretudo no que toca aos anões, no entanto, partes como a do Concílio Branco conferem um tom mais grave que parece destoar um pouco neste filme, ainda que de acordo com a trilogia.
Mas como disse, o que achei de pior foi mesmo o ser repetitivo pois, como disse o meu irmão, "eles correm, correm, correm, lutam, lutam e correm". Toda esta correria e luta não é de estranhar, já em O Senhor dos Anéis acontece isto, mas é que se for a pensar que o pequeno livro (em tamanho não se compara com a trilogia) é quase sempre isto e ainda estão dois filmes por estrear, a coisa não augura muito de bom. :/ É para evitar isto que espero que o enredo sobre a sombra que se começa a espalhar de Dol Guldur seja bem aproveitado.
De resto, em termos de atores, os que regressam tão muito bem e foi fantástico poder revê-los. No que toca às novas aquisições, por assim dizer, adorei ver o Richard Armitage como Thorin, espero que este papel lhe abra outras portas pois é um autor excepcional (o meu
Mr Thornton! <3), e Martin Freeman está excepcional como Bilbo, conseguindo dar a ver a expetativa de participar numa aventura enquanto sente também alguma relutância. Já agora, as “
Riddles in the Dark” estão exatamente como imaginei e o Gollum está ainda melhor, se tal é possível. Dos anões sobressaiu o interpretado por Aidan Turner, Kili, acho que é fácil perceber porquê ( :P ) e aparentemente é quem consegue
nomear todos os anões no mais curto espaço de tempo, e James Nesbitt como Bofur, que apesar do pouco tempo de antena surpreendeu-me de tal forma que fiquei curiosa em ver mais trabalhos dele, e sim já sei que no MOV está a dar
uma série em que ele é o protagonista.
Em termos técnicos, o CGI também é muito bom, deixou-me quase sem ar no final, mas quando o ambiente está mais claro é bastante perceptível a artificialidade de alguns elementos. Isto acontece sobretudo na luta com Azog, perto do final do filme, e esta criatura é mesmo o elemento mais estranho do CGI, o que até lhe acaba por dar um carácter ainda mais sinistro. O_o A banda sonora é também magnífica, como já tinha sido em LOTR e nota-se muito a ligação com a trilogia, sendo apenas novo o tema dos anões. E opá que a música é linda!
Outro ponto negativo, não propriamente do filme mas de quem o distribui nas salas portuguesas, é a tradução e como há quem fale melhor do que eu sobre esse tema deixo aqui
este link.
Veredito: Vale o dinheiro gasto. Apesar de lhe encontrar algumas coisas menos boas e temer um pouco a continuação, é um regresso à Terra Média e só por isso já é bom. Penso sobretudo que os fãs vão gostar, quem já não gostou da trilogia inicial, também não vai ser este a mudar de ideias. Podem ler outras opiniões
aqui,
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aqui e
aqui.