Autor: Geneviève Chastenet
Não Ficção | Tema: biografia
Editora: Bertrand Editora | Ano: 2003 (originalmente publicado em 1993?) | Formato: livro | Nº de páginas: 407 | Língua: português
Como me veio parar às mãos: foi oferecido à minha mãe, no longínquo ano de 2004, por algumas colegas e como fazia parte da bibliografia de uma cadeira da faculdade, apoderei-me dele... MUAHAHAH! E sim, é a primeira vez que o li mesmo fazendo parte de uma cadeira da faculdade... Eram muitos os livros OK?!
Quando e porque peguei nele: 21/outubro a 4/novembro porque Bórgias! Além disso conta para os desafios: Mount TBR Challenge, Book Bingo - biografia.
Opinião: Primeiro, tenho de começar por chamar a atenção para a capa. Sim, é uma Lucrécia que está representada, mas aparentemente Lucrécia de Médici que terá casado com o neto da Lucrécia Bórgia... Mas pronto, também não se tem a certeza que a figura que aparece noutras edições, pela mão de Bartolomeo Veneto, seja a Lucrécia Bórgia mas acaba por ser mais parecida com a figura de Pinturicchio.
Passando ao texto, que é o que interessa, não gostei muito da escrita, demasiado floreada para o meu gosto. Eu percebo que os documentos da época possam convidar a isso mas esperava pelo menos maior imparcialidade e profissionalismo. Digo isto porque apesar de a autora dizer que os escritos nem sempre reflectiriam o que as pessoas pensavam, assume que toda a gente amava ou adorava a Lucrécia e que aquela só tinha qualidades. Não digo que não era apreciada, mas quando só lhe apontam virtudes eu fico desconfiada. É como o César, é sempre mau como às cobras. Ok, não seria a melhor pessoa do mundo e voltou-se contra a família (pelo menos terá assassinado João) que usava como peões na sua tentativa de unir a Itália, mas será que não tinha pontos bons? Tenho de ler o Maquiavel e diga-se, estou a adorar o que a série tem feito com a sua personagem, aliás com todas apesar de haver algumas coisas que me deixaram confusas, nomeadamente haver dois Afonsos que eram irmãos da Sancha... O_o Ou o que foi torturado era o pai? É que para tal parecia muito novo... Tenho de rever a primeira série e acabar de ver, como deve ser, a segunda...
Mas onde é que ia? Ah pois, apesar de preferir uma escrita mais directa e imparcial achei interessante e educativo, na medida em que dá a conhecer uma faceta que não conhecia como patrona e inspiradora de artistas e humanistas do Renascimento, bem como a sua vida afastada de Roma e da sua família, já que também pouco conhecia da sua corte e vida em Ferrara. Além disso, explica como começaram as ondas de difamação e tenta reabilitar a imagem de Lucrécia.
Veredito: Se fosse emprestado pouco se perderia com isso. Seria um “vale o dinheiro gasto”, não fosse pelas coisas de que não gostei e de me fazer ficar de pé atrás com a imagem de Lucrécia que apresenta, só detentora de qualidades, o que acaba por lhe tirar alguma credibilidade a meus olhos.
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